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Karl Marx: política e revolução

Referência bibliográfica: Francisco C.


Weffort, “Marx: política e revolução”, in:
Os clássicos da política (vol. 02). São
Paulo: Editora Ática
A originalidade do pensamento de
Marx
• A existência das classes depende das
fases de desenvolvimento da produção;
• A luta de classes na sociedade
contemporânea conduz à ditadura do
proletariado (socialismo);
• Essa ditadura é apenas o trânsito para a
abolição de todas as classes e para uma
sociedade sem classes (comunismo).
O marxismo é uma filosofia da
práxis
• “Até aqui os filósofos apenas interpretaram o
mundo de diferentes maneiras; trata-se agora
de TRANSFORMÁ-LO”;
• “A atualidade da revolução significa tratar todo
problema cotidiano particular em ligação direta
com a totalidade histórica e social; considerá-los
como momentos da emancipação (total) do
proletariado” [Lukács – Lenin, p. 32]
• Defesa da tese acerca da unidade entre teoria e
prática.
A dialética (I)
• A lógica da revolução é incluída na própria
lógica do sistema capitalista;
• Trata-se de descobrir, no movimento do REAL,
as leis de seu processo de transformação;
• A dialética, em sua forma racional (ou seja,
não mistificada), amedronta a classe
dominante. A dialética traz o entendimento da
negação da sociedade que a classe dominante
representa.
A dialética (II)
• “A burguesia só pode existir
sob a condição de revolucio-
nar incessantemente os ins-
trumentos de produção e, por
conseqüência, as relações
de produção e com isso
TODAS as relações sociais”

• “A burguesia cria os seus


próprios coveiros”
A dialética (III)
• A negatividade revolucionária que Marx
atribui ao proletariado está inscrita em seu
próprio modo de ser como classe. Os
proletários “não têm nada a perder, a não
ser os grilhões que os prendem”;
• O próprio proletariado deve
DESAPARECER no curso de sua
revolução, pois seu “destino” é o de abolir
TODAS as classes sociais.
Emancipação social e
emancipação política
• Crítica do idealismo filosófico = crítica das
revoluções burguesas e necessidade de
uma nova revolução;
• A emancipação política é limitada (parcial)
• É preciso criticar a filosofia do direito e a
filosofia do Estado (Hegel)
• A religião é o ópio do povo. A religião não
cria o homem, é este que cria a religião.
Emancipação social e
emancipação política (II)
• Não é a constituição que cria o povo, é o
povo que cria a constituição;
• Democracia radical: a democracia deve ser
entendida na sua FORMA e no seu
CONTEÚDO. A democracia é a “verdadeira
unidade do universal com o particular”.
• Weffort: “Marx desqualifica o status da
burocracia como representante do universal,
definido por Hegel, vindo a substituí-la, neste
papel, pelo proletariado”
Emancipação social e
emancipação política (III)
• “Marx retira do Estado a condição do
demiurgo, pretendida por Hegel, e coloca
em seu lugar a sociedade civil”
• A emancipação política, sem dúvida,
representa um grande progresso:
“derradeira etapa da emancipação humana
dentro do contexto atual”
• A emancipação social é a emancipação
GERAL, ou UNIVERSAL: “ela não exclui a
emancipação política, mas a envolve e a
supera”.
Emancipação social e
emancipação política (IV)
• O proletariado é a classe portadora da
capacidade de emancipar a si mesma e
também toda a sociedade.
• A emancipação geral extingue a alienação
dos trabalhadores. Isto é possível porque
as forças produtivas são desenvolvidas ao
máximo sob o capitalismo (sem isso, seria
a miséria a única coisa que poderia ser
socializada)
Emancipação social e
emancipação política (V)
• “A classe que dispõe dos meios da
produção material dispõe, ao mesmo
tempo, dos meios da produção intelectual”
• “As idéias predominantes são apenas a
expressão ideal das relações materiais
predominantes”
• Deve-se portanto começar pela crítica da
base material.
O ESTADO E A TRANSIÇÃO
PARA O SOCIALISMO
• A Comuna de Paris:
esta experiência
deixou claro que “a
classe operária não
pode simplesmente
tomar posse da
máquina estatal
existente e colocá-la
em marcha para seus
próprios fins”. Tem de
destruí-la.
O Estado e a transição para o
socialismo (II)
• Nas mãos do
proletariado, o Estado
serve para expropriar a
burguesia e centralizar os
instrumentos de
produção. O
desaparecimento do
Estado ocorre depois de
um longo processo de
transformações sociais,
políticas e econômicas.
AS REALIZAÇÕES DA COMUNA
• O exército foi substituído pela milícia popular;
• A polícia e a burocracia foram substituídas por
funcionários com mandatos revogáveis;
• Os deputados eleitos de acordo com a democracia
representativa foram substituídos por conselheiros
municipais que eram eleitos pelo sufrágio universal
(com mandatos revogáveis);
• Separação entre Igreja e Estado e confisco das
propriedades da Igreja;
• Os magistrados, como os demais funcionários, eram
eleitos com mandatos revogáveis;
• Todos os ocupantes de cargos públicos recebiam
“salários de operários”.
A atualidade de Marx
• Apesar da emancipação política e das
conquistas da classe operária (melhores
condições de vida e trabalho), a questão da
emancipação geral não foi resolvida;
• Emancipação do e no trabalho: os operários,
para se desenvolverem integralmente, precisam
abolir sua condição de existência (ou seja, abolir
o trabalho);
• A sociedade ideal seria uma “associação em
que o livre desenvolvimento de cada um será a
condição do livre desenvolvimento de todos”.

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