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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

CENTRO DE ENSINO A DISTÂNCIA

A Desigualdade Sociolinguística e o Fracasso Escolar dos alunos da 12 ͣ


classe; Turma A, Curso Diurno: Caso da Escola Secundária Samora
Moisés Machel – Chimoio, ano 2023

Preponente: Supervisora:
Emma Umali S. Ricardo Dra. Maria F. Sitoe.
Estrutura da Monografia

 Capítulo I: Introdução;
 Capítulo II: Revisão da Literatura;
 Capítulo III: Metodologia;
 Capítulo IV: Apresentação e Análise de Dados;
 Capítulo V: Discussão de Dados;
 Capítulo VI: Conclusões e Sugestões.
Introdução

Entende-se a desigualdade social como uma espécie de “leque” de outros


tipos de desigualdades geradas a partir da desigualdade económica, como
desigualdades raciais, pobreza, problemas com acesso à moradia, segurança
pública, educação, sociolinguística, entre outros.

Não obstante, presente trabalho de pesquisa fez-se um estudo sobre a


desigualdade sociolinguística e o fracasso escolar. Diante deste tema,
abordar-se-á a questão da inclusão e a exclusão que decorrem no sistema
escolar vigente. Isto porque se notou que os sistemas escolares continuam a
produzir o fracasso dos alunos, especialmente o das crianças pobres.
Problematização
É pela língua que se dão as relações de poder e dominação, os consensos, as
discórdias, as transmissões culturais. Assim como é pela língua que o sujeito
constrói seu lugar na sociedade, também é através dela que é excluído.
Olhando para a diversidade linguística que Moçambique apresenta na
sociedade, como dos alunos, é indispensável pensar-se em que medida a
desigualdade compromete a aprendizagem dos alunos, tendo em conta as
realidades culturais de cada aluno.
É a partir destes pressupostos que se levanta a seguinte questão:
 Será que a desigualdade sociolinguística influencia no fracasso escolar
dos alunos da 12 ͣ classe; Turmas A: Caso da Escola Secundária Geral
Samora Machel-Chimoio?
Objectivos
Objectivo Geral
 Analisar a influência da desigualdade sociolinguística e o fracasso escolar
nos Alunos da 12ª classe; Turmas A e B; C/D, da Escola Secundária Geral
Samora Machel -Chimoio.
Objectivos Específicos
 Descrever as desigualdades sociolinguísticas dos alunos da Escola
Secundária Geral Samora Machel - Chimoio;
 Identificar os factores que impulsionam a desigualdade sociolinguística e o
fracasso escolar dos alunos;
 Propor as estratégias de ensino que acomodem a diversidade linguística
dos alunos.
Capítulo II: Revisão da Literatura

Conceito de Inclusão e Exclusão


Na perspectiva de COM (2003, p.9) a exclusão é um processo através do
qual certos indivíduos são empurrados para a margem da sociedade e
impedidos de nela participarem plenamente em virtude da sua pobreza ou da
falta de competências básicas e de oportunidades de aprendizagem ao longo
da vida, ou ainda em resultado de discriminação.
Rodrigues (2000), acredita que a inclusão social é a forma pela qual a
sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais,
pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, essas também se
preparam para assumir seus papéis na sociedade.
Desigualdade Sociolinguística
A desigualdade entre as línguas e entre os dialectos é uma questão social, de
valorização de certas variedades consoante o contexto geográfico ou social
em que aparecem.
Para (Dias, 2008, p.33), a desigualdade sociolinguistica pode ser classificada
em tres tipos:
 A desigualdade linguística subjectiva;
 Desigualdade estreitamente linguística;
 A desigualdade comunicativa.
O Impacto da Desigualdade Sociolinguística no Processo de Ensino-
Aprendizagem

A falta do domínio da língua de ensino pode impulsionar nos alunos um


ambiente inibidor onde estes não ostentam as suas ideias ou opiniões de
forma segura. Porque por um lado, consideram-se de falantes menos fluentes
e por outro, evitam as reacções dos colegas que já se familiarizaram com a
Língua Portuguesa devido o seu sotaque.
Fracasso Escolar
De acordo (Perrenoud, 1999), “o fracasso escolar - é definido como a falta de
conhecimento, habilidades e competências em certas áreas. Com isso para
definição do fracasso escolar é importante distinguir entre desigualdades reais
de capital cultural e hierarquias de excelências (p.18).”
Capítulo III: Metodologia
Tipo de Pesquisa - A pesquisa é mista.
Quanto aos Objectivos da Pesquisa - A pesquisa é explicativa.
Quanto à Abordagem da Pesquisa – Iindutiva.
Quanto ao Procedimento da Pesquisa - Estudo de caso.
Universo
A pesquisa contou com um universo de 100 informantes que integram a turma
A e B da 12ª Classe, da Escola Secundária Geral Samora Machel.
Amostra
Sexo Alunos Professores População Total
Masculino A 25 2 27
Feminino B 25 X 50
Total C 50 2 52
Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados

 Questionário;
 Observação Directa;
 Entrevista;
 Análise Documental.
Capítulo IV: Apresentação e Análise de Dados

4.1. A Diversidade Linguística e o Fracasso Escolar na Visão dos Alunos


Para a apresentação dos dados colhidos, recorreu-se a codificação que
segundo Marconi e Lakatos (2001, p.126), “nesta técnica os dados são
categorizados e transformados em símbolos ou números, e, este processo
engloba classificação e atribuição de códigos”. Assim, o processo de
codificação do questionário sobre o tema: “A Diversidade Linguística e o
Fracasso Escolar”, obedece a seguinte codificação: I – que corresponde aos
Indivíduos, onde será (AL1; AL2, AL3… AL30).
1.a). Qual é sua proveniência ou naturalidade?
(15) Cidade de Chimoio, (3) são do distrito de Gondola, (6) são do distrito de
Manica, (3) são da Beira, (1) é de Inhambane e outros (2) são de Quelimane.
Gráfico 1: Em que circunstância usa a tua língua materna?

Gráfico 2: Gostas de falar em público ou na sala de aula?


Gráfico 3: O teu sotaque te impede de conversar com os teus colegas na
escola?

Gráfico 4: Como te sentes quando falhas no meio dos teus colegas?


Gráfico 5: Qual é a reacção da turma quando pronuncias mal uma certa
palavra?

Gráfico 6: Qual tem sido a reacção do professor quando tu cometes um erro


linguístico?
Gráfico 7: Qual tem sido a reacção do professor diante dos teus colegas?
Capítulo VI: Conclusões e Sugestões

Conclusão
Respondendo ao objectivo geral do trabalho, conclui-se que é o uso da
língua na escola que evidencia mais claramente as diferenças entre grupos
sociais e gera discriminações e fracasso: o uso, pelos alunos provenientes
das camadas populares, de variantes linguísticas sociais e escolarmente
estigmatizadas provoca preconceitos linguísticos e leva a dificuldades de
aprendizagem, já que a escola usa e quer ver usada a variante-padrão
socialmente prestigiada.
Sugestões

 Á escola
 O ambiente escolar deve ser agradável às crianças, quanto mais pobre for
o aluno, mais rica deverá ser a escola em questão de conhecimento,
recursos e materiais didácticos. Uma escola em condições precárias,
acaba por induzir o fracasso, pois o aluno ao chegar na instituição de
ensino e se deparar com a realidade que por vezes é parecida com a do
contexto familiar, fica desmotivado a voltar, aumentando a taxa de
abandono;
 As escolas devem formar jovens autónomos, competentes e solidários,
para que saiam preparados para as dificuldades do dia-a-dia.
 Aos Professores

 Que se adopte políticas linguísticas educacionais em que não são


impedidos de usar suas línguas locais na escola e que se repreendesse aos
alunos que no meio escolar praticam discriminação estes cujas
características linguísticas se distinguem dos outros por causa de sua forte
influência na fala da língua portuguesa.
 Para Alunos:

 Apresentem as suas ideias de forma autónoma para uma breve análise da


turma e admitem as suas diversidades linguísticas como um fenómeno
natural, todavia, que merece especial atenção voltada a superação das
falhas;
 Treinar a oratória para não ter medo de falar ou questionar diante dos
colegas ou do público.
 Para Pais Encarregados de Educação:

 Criarem momentos pelo menos uma vez por mês para entrar em contacto
com a escola, isto é, com o professor de modo a colher algumas
informações sobre o aproveitamento pedagógico dos educandos;

 Ter o hábito de visitar os cadernos, avaliações, etc. dos seus educandos, de


modo a estar a par da situação do PEA do aluno e assim, evitar o fracasso
escolar do mesmo;

 Motivar os educandos para que se esforcem um pouco mais no seu


Processo de Ensino-aprendizagem.
Referências Bibliográficas

1. Andaló, C. (1989). Fala Professora! Repensando O Aperfeiçoamento


Docente. Tese (Doutorado) - Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo,
Brasil.

2. Aquino, J. (1997). Erro e fracasso na escola. São Paulo, Brasil: Summus.

3. Bagno, M. (2007). Preconceito Linguístico: o que é como se faz. São Paulo,


Brasil: Loyola.

4. Barrera, S. & Maluf, M. (2004). Variação linguística e alfabetização: um


estudo com crianças da primeira série do ensino fundamental. Psicologia
Escolar e Educacional, V. 8, n. 1, P. 35-46, 2004.

5. Barry, B. (1998). Social exclusion, social isolation and the distribution of


income. Centre for Analysis of Social Exclusion — Case, Londres.

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