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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Metodologia da Pesquisa

Redação acadêmica

Prof. Décio Estevão do Nascimento


Departamento Acadêmico de Eletrônica (DAELN)
UTFPR - Campus Curitiba
decio@utfpr.edu.br
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Plano

1) O que é dissertação ?
2) O texto : modalidades e funções
3) Estrutura do texto: Partes constituintes
4) Redação e linguagem
5) Linguagem acadêmica
6) Frases
7) Parágrafo como unidade de composição
8) Recursos metodológicos para abordagem de textos
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O que é dissertação ?

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Dissertar

Dissertar é um ato praticado pelas


pessoas todos os dias. [...] A vida
cotidiana traz constantemente a
necessidade de exposição de idéias
pessoais, opiniões e pontos de vista. Em
alguns casos, é preciso persuadir os
outros a adotarem ou aceitarem uma
forma de pensar diferente (REDAÇÃO
ON LINE, 2010, grifo nosso). .

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Dissertar

Em todas essas situações e em


muitas outras, utiliza-se a
linguagem para dissertar, ou
seja, organizam-se palavras,
frases, textos, a fim de, por meio
da apresentação de idéias,
dados e conceitos, chegar-se a
conclusões (REDAÇÃO ON LINE,
2010, grifo nosso).

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Dissertação

Em suma, dissertação implica


discussão de idéias, argumentação,
organização do pensamento, defesa
de pontos de vista, descoberta de
soluções. É, entretanto, necessário
conhecimento do assunto que se vai
abordar, aliado a uma tomada de
posição diante desse assunto
(REDAÇÃO ON LINE, 2010).

Texto: modalidades e funções


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O texto : modalidades e funções

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Texto

« A palavra texto provém do latim, textu, que


significa tecido » (ANDRADE, 2000, p. 11, grifo
nosso).

« Texto é um tecido feito de palavras que se


reúnem em frases, períodos e parágrafos,
representados concretamente pelos sons vocais
ou pela escrita » (ANDRADE, 2000, p. 11, grifo
nosso).

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Texto

« Do ponto de vista da Semiótica, o texto é


produto final de um processo que tem início
na mente do enunciador » (ANDRADE,
2000, p. 11, grifo do autor ).

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Texto

« A produção do texto realiza um percurso


gerativo de codificação que consiste em um
conjunto de operações mentais que levam à
manifestação ou expressão do texto escrito
ou oral » (ANDRADE, 2000, p. 12, grifo do
autor).

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Texto

« As operações executadas pelo destinatário,


com a finalidade de entender e interpretar o
texto, seguem no sentido inverso e dizem
respeito ao percurso gerativo de
decodificação » (ANDRADE, 2000, p. 12, grifo
do autor)

O destinatário decodifica o que foi codificado pelo enunciador


(ANDRADE, 2000, p. 12, grifo nosso)

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Texto: processo  Estruturas profundas

A produção do texto tem início nas estruturas


profundas, na mente do enunciador, onde existe
uma bagagem de conhecimentos e experiências de
vida, pessoal e intransferível, no nível consciente,
subconsciente ou até mesmo no nível das que
fazem parte do inconsciente coletivo.
[...] elementos que definem a maneira de ser do
indivíduo, sua ‘visão de mundo’ (ANDRADE, 2000,
p. 12, grifo do autor)

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Texto: processo  Estruturas superficiais

« Na etapa seguinte do percurso, encontram-se as


estruturas superficiais. Neste estágio, as idéias
serão selecionadas e ordenadas, tendo em vista a
possibilidade de expressá-las » (ANDRADE, 2000, p.
12, grifo do autor)

« Essa é uma fase mais de seleção que de


organização, porém a seleção tem em vista a
organização daquilo que se quer expressar »
(ANDRADE, 2000, p. 12)
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Texto: processo  Estruturas de manifestação

Na fase seguinte do percurso, tem-se as


estruturas de manifestação. Organiza-se
coerentemente o que se deseja expressar ou
enunciar. Nesta fase as idéias e conceitos serão
representados pelas palavras, frases e parágrafos
que constituirão o texto manifestado
concretamente, seja na forma oral, seja na forma
escrita (GREIMAS; COURTÉS, [198_] apud
ANDRADE, 2000, p. 12, grifo do autor)

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Texto: processo  Estruturas de manifestação

O texto manifestado apresenta diversas


modalidades: pode ter caráter prático,
transmitir avisos, mensagens comuns, do
dia-a-dia, ou ser informativo ou, ainda,
demonstrar a beleza da mensagem em si
mesma. Pode, também, ser
predominantemente poético ou científico
ou ser referencial, objetivo, denotativo
(ANDRADE, 2000, p. 12).
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Texto: processo  Estruturas de manifestação

Para cada contexto, em determinadas


circunstâncias, usa-se uma diferente
modalidade de texto. A linguagem é
matéria-prima extremamante maleável,
que se presta a todo e qualquer tipo de
comunicação (ANDRADE, 2000, p. 12,
grifo nosso)

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Funções da linguagem – elementos do processo de comunicação


Linguagem jornalística e textos
referente científicos e didáticos
função referencial

Textos em versos e
prosas poéticos
mensagem
função poética
emissor Comunicação usual, destinatário
função expressiva cotidiana função conativa

Autobiografias e outros contato Propaganda e


escritos na 1° pessoa função fática catequese, 2° pessoa

código
Definições de
função metalinguistica
dicionários, linguagem
cinematográfica
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Fonte: adaptado de Jakobson (1971 apud Andrade, 2000, p.14)
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Trabalho científico

Mais que um instrumento de


comunicação, a linguagem é um traço
sociocultural. Pela linguagem podem-
se identificar o nível de escolaridade, a
origem geográfica, a faixa etária, o
sexo, a profissão e outras
características do falante (ANDRADE,
2000, p. 221, grifo nosso).

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Trabalho científico

« A linguagem é o instrumento que modela


as ações e emoções, pensamentos e
sentimentos e mediante o qual o homem
influencia e é influenciado » (ANDRADE,
2000, p. 221, grifo nosso).

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Trabalho científico

Em todas as fases desse processo, o


homem, dada sua condição existencial
de empiricidade e liberdade, sofre uma
série de interferências pessoais e
culturais que põem em risco a
objetividade da comunicação
(SEVERINO, 2010, p. 53, grifo nosso).

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Trabalho científico

« Tal a justificação fundamental para a


fomulação de diretrizes para o trabalho
científico em geral e para a leitura e
composição de textos em particular »
(SEVERINO, 2010, p. 53, grifo nosso).

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Estrutura do texto: Partes
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Estrutura do texto: Partes constituintes

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Expressão oral ou escrita

O processo de criação da expressão oral ou


escrita, ainda nos dias de hoje, segue as
diretrizes indicadas por Aristóteles
(ANDRADE, 2000, p.39).

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O processo de criação da expressão : invenção

« A redação começa nas estruturas


profundas, na percepção culturalmente
filtrada do mundo que nos rodeia: é a busca
do tema, para Aristóteles a invenção »
(ANDRADE, 2000, p.39, grifo nosso).

« [...] algo ainda sem ordenação, a idéia


surge complexa, na simultaneidade da
descoberta » (ANDRADE, 2000, p.39, grifo
nosso).

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O processo de criação da expressão : disposição


« [...] segunda fase, a organização das idéias e
argumentos, ou seja, a disposição, na retórica
clássica » (ANDRADE, 2000, p.39, grifo nosso).

[...] procede-se a um levantamento das


idéias caoticamente surgidas, para
submetê-las à ordenação, por meio
de escolhas das formas de
expressão, segundo os modelos já
existentes na língua (ANDRADE, 2000,
p.39, grifo nosso).
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O processo de criação da expressão : enunciação

« [...] em seguida vem a enunciação que, na


oratória, corresponde à elocução. A
elocução constitui a expressão linguística
ou manifestação da invenção »
(ANDRADE, 2000, p.39, grifo nosso).

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O processo de criação da expressão : enunciação

O ato de escrever, de preparar a elocução


implica a observância dos seguintes
preceitos (ANDRADE, 2000, p.39, grifo
nosso):

a) pureza gramatical, adequação


vocabular do ponto de vista da forma e
do conteúdo;
b) clareza — depois da correção
gramatical é que vem a clareza;
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O processo de criação da expressão : enunciação


c) ornamentos, beleza formal, pelo
emprego de figuras de linguagem ;
d) coerência — o encadeamento das
idéias, principalmente no que diz
respeito aos parágrafos
desenvolvidos pela apresentação de
causa e consequência, deve ser
lógico, claro e racional, ou seja,
coerente (ANDRADE, 2000, p.39,
grifo nosso).

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O processo de criação da expressão : ação

«A ação, referida por Aristóteles,


corresponde à apresentação do
enunciado, oralmente ou por escrito »
(ANDRADE, 2000, p.39, grifo nosso).

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Expressão oral ou escrita: partes obrigatórias

Essa concepção tradicional da criação


de um texto complementa-se com a
exposição das partes obrigatórias para
a apresentação de toda comunicação,
oral ou escrita: introdução,
desenvolvimento e conclusão. [...]
Qualquer comunicação, da mais banal
à mais formal, obedece a essa
tripartição (ANDRADE, 2000, p.39, grifo
nosso).
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Expressão escrita: introdução


Finalidade da introdução (ANDRADE, 2000, p.40, grifo
nosso). :
 anunciar o assunto;
 definir o tema que vai ser tratado (de maneira clara e
concisa);
 dar uma visão geral, de forma sintética
• do que se pretende fazer;
• quais as idéias principais que constarão no
desenvolvimento.
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Expressão escrita: introdução

Explica-se qual é o tema do


trabalho, de que ponto de vista
ele será abordado, delimitando-
se o assunto e estabelecendo-se
o grau de profundidade segundo
o qual será desenvolvido
(ANDRADE, 2000, p.40, grifo
nosso).

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Expressão escrita: introdução

« Ao delimitar o assunto, muitas vezes,


torna-se necessário situá-lo no tempo e no
espaço, no âmbito da discussão teórica
ou prática » (ANDRADE, 2000, p.40, grifo
nosso).

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Expressão escrita: introdução

Depois de anunciar o assunto e


delimitá-lo, é aconselhável referir-se
a sua relevância, esclarecendo o
porquê de sua importância. Evite-se
afirmar que o assunto é importante
sem explicar o por quê (ANDRADE,
2000, p.40, grifo nosso).

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Expressão escrita: introdução

Em resumo: na introdução, são


requisitos básicos a definição do
assunto e a indicação do caminho
que será seguido para sua
apresentação. [...] considera-se a
introdução como um trailer do
trabalho (ANDRADE, 2000, p.40, grifo
nosso).

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Expressão escrita: desenvolvimento

Nessa parte são apresentados


os argumentos, as idéias
principais e [...] os conceitos e
teorias que norteiam o ponto
de vista, a linha de raciocínio
adotada no trabalho (ANDRADE,
2000, p.43, grifo nosso).

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Expressão escrita: desenvolvimento


Nos textos dissertativos, em primeiro
lugar, analisa-se a idéia principal,
desdobrando-a, decompondo o todo
em partes. Dessa primeira análise
surgirão os detalhes importantes que
serão, por sua vez, analisados,
entendidos, justificados,
demonstrados, com base na
compreensão das partes, para
chegar-se ao entendimento do todo
(ANDRADE, 2000, p.43, grifo nosso).
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Expressão escrita: desenvolvimento

Dependendo do resultado da
análise da idéia principal e seus
desdobramentos, [...], o
desenvolvimento pode ser
dividido em duas ou três partes,
que constituirão capítulos ou
tópicos (ANDRADE, 2000, p.43,
grifo nosso).

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Expressão escrita: desenvolvimento

Cada capítulo apresentará subtítulos,


itens e subitens, tantos quantos forem
necessários. [...] Naturalmente, os
títulos e subtítulos devem exprimir a
idéia exata e precisa do conteúdo do
item que intitulam. As partes deverão
articular-se logicamente, em torno da
idéia principal, evidenciando uma visão
harmoniosa do todo (ANDRADE, 2000,
p.43-44, grifo nosso).
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Expressão escrita: desenvolvimento

Tão desaconselhável como o excesso de


subdivisões, que fragmentaria o
assunto, é a ausência de divisão, pois
dá a entender que os fatos e
argumentos estão em pé de igualdade,
não havendo uma hierarquização das
idéias (ANDRADE, 2000, p.45, grifo
nosso).

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Expressão escrita: desenvolvimento

A explanação do assunto
consiste em um processo de
reflexão, mediante a
apresentação de argumentos e
baseia-se na articulação das
idéias ou fatos racionais, que
têm a finalidade de comprovar o
que se quer demonstrar
(ANDRADE, 2000, p. 44, grifo
nosso).
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Expressão escrita: conclusão


Conclusão:
é a parte final do
trabalho, o arremate, o unir das pontas
que constitui uma síntese interpretativa
do desenvolvimento. É a decorrência
lógica do processo de argumentação e,
de certa forma, complementa a
introdução. Na introdução, anuncia-se o
que se vai fazer; na conclusão,
confirma-se o que foi feito (ANDRADE,
2000, p. 45, grifo nosso).
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Expressão escrita: conclusão

A conclusão é uma síntese dos principais


fatos, um ‘replay’ comentado dos
melhores momentos, dos argumentos
mais importantes; portanto não admite
nada de novo, nenhum fato, idéia ou
argumento (ANDRADE, 2000, p. 46, grifo
nosso).

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Expressão escrita: conclusão

Não se confunda, porém síntese com


crítica ou interpretação pessoal,
subjetiva. Inegavelmente, a conclusão,
como todo o trabalho, traz a marca pessoal
do autor. Não se pode confundir o ponto
de vista do autor, fundamentado nos
dados que recolheu, analisou e
interpretou, com um juízo subjetivo,
uma opinião ou preferência subjetiva
(ANDRADE, 2000, p. 46, grifo nosso).

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Expressão escrita: conclusão

É preciso distinguir pessoal de


subjetivo. O autor pode e deve apresentar
suas conclusões pessoais, porém
objetivas. A característica fundamental de
todo o trabalho acadêmico é a
objetividade; portanto, a dedução lógica e
objetiva dos fatos e idéias apresentados
no desenvolvimento é que levará às
conclusões (ANDRADE, 2000, p. 46, grifo
nosso).

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Expressão escrita: articulação

[...] as três parte fundamentais da


redação, introdução, desenvolvimento
e conclusão não são autônomas,
independentes e devem apresentar-se de
forma plenamente articuladas Embora a
cada parte se atribua um conteúdo
específico, as três devem compor um
todo sequencial, lógico e harmonioso
(ANDRADE, 2000, p. 47, grifo nosso).

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Redação e linguagem

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Redação e linguagem

« Herdamos uma língua, aprendida


automaticamente, de ouvido, por isso
geralmente faz-se a comunicação oral com
facilidade » (ANDRADE, 2000, p.93, grifo
nosso).

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Redação e linguagem

« O desafio, a conquista maior será


escrevê-la, pois a escrita é ato de recriação
que se pode realizar por meio de processos
específicos » (ANDRADE, 2000, p.93, grifo
nosso).

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Redação e linguagem

A linguagem falada é espontânea,


irrefletida, enquanto a linguagem
escrita é refletida. Um ato de fala é
único, não volta atrás, não se corrige,
pois quando se repete o que foi dito
não é o mesmo ato, mas outro,
substitutivo, que ocorre, enquanto na
escrita pode-se ler e reler, voltar
atrás, corrigir aqui e ali (ANDRADE,
2000, p.220, grifo nosso).
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Redação e linguagem

O ato da fala pressupõe a presença


do interlocutor e por esse motivo pode
ser complementado por gestos,
sons, expressões faciais e corporais,
além do timbre, velocidade e altura,
difíceis, senão impossíveis de se
representar graficamente (ANDRADE,
2000, p.220, grifo nosso).

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Redação e linguagem

A linguagem escrita, que não


conta com os recursos
complementares, deve ser mais
clara, mais explícita, pois o
emissor da mensagem não se
acha, teoricamente, presente, para
esclarecer dúvidas (ANDRADE,
2000, p.220, grifo nosso).

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Redação e linguagem
Escrever é como desenhar, se o sujeito
insiste muito acaba aprendendo [...].
Para saber escrever deve-se em
primeiro lugar escrever muito, e insistir,
comparar uma palavra a outra, ter
dicionários à mão e entender que
frases têm ritmos, cadências,
vibrações próprias e que a mesma
frase pode ser dita ou escrita com
severidade, leveza, urgência, aspereza
ou descontraimento (ABRAMO, 1993,
p.175 apud ANDRADE, 2000, p.93, grifo
nosso).
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Redação e linguagem

Cada pessoa constitui seu


vocabulário próprio, com as
palavras que aprende lendo ou
ouvindo, e vai formando seu léxico
pessoal. No momento da redação é
só se soltar, procurar em seu próprio
vocabulário a palavra mais
apropriada àquilo que quer transmitir
(ANDRADE, 2000, p.93, grifo nosso).

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Linguagem acadêmica

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Linguagem
Linguagem acadêmica

Todo acadêmico elabora trabalhos de várias


modalidades (ANDRADE, 2000, p. 96). :
 resumos;
 monografias;
 relatórios;
 artigos;
 dissertações ;
 teses.

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Linguagem
Linguagem acadêmica

Em todos eles deve sobressair a função referencial da


linguagem.
« O mais importante é o referente, a informação, o
conteúdo. O que se diz deve predominar sobre o como se
diz » (ANDRADE, 2000, p. 96, grifo do autor)..

« Isso não significa que a linguagem empregada não tem


importância, mas apenas que não tem predominância, não
precisa sobressair-se, não é mais relevante que o
conteúdo » (ANDRADE, 2000, p. 96, grifo nosso).
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Linguagem

A comunicação técnico-científica deve usar a linguagem


referencial, dispensando as preocupações estéticas-literárias
(ANDRADE, 2000, p. 97).

A preocupação principal deve ser (ANDRADE, 2000, p. 97):


 a objetividade;
Em todos eles deve sobressair a função referencial da linguagem.
 a comunicação clara e precisa;
O mais importante é o referente, a informação. O que se diz deve
 a concisão;
 a exatidão dos conceitos;
 a linguagem simples, mas gramaticalmente completa

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Linguagem
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Contribuem para a simplicidade e clareza da linguagem referencial os


seguintes fatores (ANDRADE, 2000, p. 97):

a) no vocabulário
 Palavras de nível comum da linguagem, sempre que possível;
 Palavras técnicas e estrangeirismos, apenas quando forem necessários;
 Evitar modismos e neologismos;
 Usar apenas adjetivos indispensáveis;
 Preferir palavras curtas, mas facilmente decodificáveis;
 Usar palavras simples; a sufixação ou prefixação podem comprometer a
decodificação;
 Empregar os nomes e verbos no sentido denotativo;
 Entre repetir uma palavra ou comprometer a clareza, preferir a primeira
opção.

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Linguagem
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Contribuem para a simplicidade e clareza da linguagem referencial os


seguintes fatores (ANDRADE, 2000, p. 97):

a) no nível frasal
 Preferir frases curtas, na ordem direta;
 Não colocar o sujeito « desgarrado » de seu predicado, nem o verbo
distante de seu objeto direto ou indireto;
 Limitar a extensão da frase aos elementos essenciais;
 Não acumular no período mais de três orações subordinadas;
 Evitar o início de frase com gerúndio ou particípio, porque dificultam
a concordância.

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Linguagem
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« Uma das características da função referencial é o uso da


terceira pessoa impessoal, e do se, como marca de
impessoalidade: fez-se, buscou-se, procedeu-se etc. »
(ANDRADE, 2000, p. 98, grifo do autor)

« Isso promove certo distanciamento entre o « eu » e o fato,


contribuindo para o objetividade, para a ausência de
julgamentos de valor ou conclusões subjetivas » (ANDRADE,
2000, p. 98)

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Linguagem
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« A informação, nos trabalhos acadêmicos, deve


ser objetiva, verificável, sem comentários
pessoais ou juízos de valor » (ANDRADE, 2000,
p. 98).

62
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Linguagem
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« A pontuação, como a linguagem, deve ser precisa, racional,


sem abuso de aspas, interrogações, exclamações ou
reticências » (ANDRADE, 2000, p. 98).

« Devem ser evitadas as palavras da moda (da hora, bola da


vez) e a criação desnecessária de nova formas: presentificar,
sumarizar (sumariar) » (ANDRADE, 2000, p. 98, grifo do
autor)

Frases 63
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Frase
Frase, gramaticalidade e inteligibilidade

«Nossa liberdade de construir frases está


condicionada a um mínimo de
gramaticalidade» (GARCIA, 2006, p. 33, grifo
nosso).

«Carentes de articulação sintática necessária,


as palavras se atropelam, não fazem sentido —
e, quando não há nenhum sentido possível,
não há frase mas apenas um ajuntamento de
palavras» (GARCIA, 2006, p. 33, grifo nosso).

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Frase

Cada qual é livre para dizer o que


quer, mas sob a condição de ser
compreendido por aquele a quem
se dirija. A linguagem é
comunicação, e nada é comunicado
se o discurso não é compreendido
(COHEN, 1966 apud GARCIA, 2006,
p. 33, grifo nosso).

65
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Frase

Não basta que a frase seja gramatical para ser


inteligível; importa, ainda, que ela preencha outras
condições, apresente outras características [...],
importa, enfim, que ela, além da condição de
gramaticalidade (COHEN, 1966 apud GARCIA,
2006, p. 35, grifo nosso):

1) Exclua duplicidade de informação (« O ciúme da


mulher levou-o ao suicídio »).

2) Exclua tautologias nulificadoras de significado


(« Fulano morreu pobre porque não deixou um
vintém » (certeza absoluta, elo de ligação, surpresa
inesperada, anexo junto à carta………)
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Frase

3) Exclua incongruências semânticas (GARCIA, 2006, p. 36,


grifo do autor):

a) Contradição lógica literal (« os quadrúpedes são


bípedes »)

b) Impropriedade ou ausência de partículas ou locuções de


transição entre os segmentos de uma frase (« o
progresso da ciência e da tecnologia tem resultado em
extraordinário desenvolvimento dos meios de
comunicação; os homens se desentendem cada vez
mais »).

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Frase

3) Exclua incongruências semânticas (GARCIA, 2006, p. 36,


grifo do autor):

c) Omissão de idéias de transição lógica (« o progresso


tecnológico apresenta também seu lado negativo: a
incidência de doenças das vias respiratórias torna-se
cada vez maior em cidades como Tóquio, Nova York e
São Paulo »)

d) Subversão na ordem das idéias (« apesar dos conflitos


ideológicos, raciais e religiosos que marcam
inconfundivelmente as relações entre os indivíduos nos
dias de hoje, é extraordinário o progresso alcançado
pelos meios de comunicação »).
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Frase
4) Revele conformidade com a experiência geral de uma
dada comunidade cultural (« O sol é gélido », « a lua é
quadrada »).

5) Constitua um enunciado que [...] encerre um mínimo de


probabilidade (« a águia conhece a mecânica dos
corpos. »).

6) Seja estruturada de tal forma que não exija a


remanipulação dos seus componentes para se tornar
inteligível (« creio que já lhe disse que a ação de despejo
que o advogado que o proprietário do apartamento que
eu conheço mandou me procurar me disse que me vai
mover é uma causa perdida »).
(GARCIA, 2006, p. 36, grifo do autor) Parágrafo 69
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Parágrafo como unidade de composição

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Parágrafo-padrão

O parágrafo é uma unidade de


composição constituída por um ou mais de
um período, em que se desenvolve
determinada idéia central, ou nuclear, a
que se agregam outras, secundárias, que
vão apresentando detalhes de maior ou
menor importância, intimamente
relacionadas pelo sentido, confirmando,
corroborando, exemplificando a idéia
núcleo e logicamente decorrentes dela
(GARCIA, 2006, p.219; ANDRADE, 2000,
p.125, grifo nosso)
71
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Parágrafo-padrão

[...] esse conceito se aplica a um


tipo de parágrafo considerado
como padrão, no sentido de
modelo e de ser frequente na obra
dos ecritores (GARCIA, 2006,
p.219, grifo nosso)

72
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Importância do parágrafo

O parágrafo facilita ao escritor a


tarefa de isolar e depois ajustar
convenientemente as idéias
principais da sua composição,
permitindo ao leitor acompanhar-lhes
o desenvolvimento nos seus
diferentes estágios (GARCIA, 2006,
p.220)

73
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Importância do parágrafo

A idéia central que constitui o tema


do texto precisa ser subdividida em
partes, os parágrafos, para que a
explanação do todo se torne mais
clara, mais ordenada (ANDRADE,
2000, p.125)

74
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Importância do parágrafo

« O encadeamento dos parágrafos revela a


linha de raciocínio, as relações lógicas que
dão suporte à temática do texto »
(ANDRADE, 2000, p.125)

75
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Importância do parágrafo

Nos textos bem escritos, pela


identificação da idéia principal de
cada parágrafo, obtém-se um
resumo das idéias nele contidas, por
assim dizer, um esquema do plano de
redação utilizado pelo autor
(ANDRADE, 2000, p.125, grifo nosso)

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Importância do parágrafo

As duas funções do parágrafo


(ANDRADE, 2000, p.125, grifo nosso):

§ demarcar as etapas da linha de


raciocínio adotada pelo autor;

 possibilitar, por meio da identificação


da idéia-núcleo de cada parágrafo, a
construção de um esquema das
principais idéias contidas no texto
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Extensão do parágrafo

A extensão do parágrafo é variável, não


há um número de linhas predeterminado
[...]. Na expressão escrita atual,
mormente nos textos de caráter técnico,
os parágrafos como os períodos são
curtos para facilitar a leitura e a
compreensão (NADOLSKIS, 2003,
p.98, grifo nosso).

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Estrutura do parágrafo

Enquanto unidade de composição do texto,


o parágrafo pode ser considerado um
microtexto e, como o texto do qual é parte
integrante, deve apresentar, em sua
estrutura, as três partes indispensáveis:
introdução, desenvolvimento e
conclusão (MEDEIROS, 2000, p.125, grifo
nosso).

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Estrutura do parágrafo

Um parágrafo-padrão inicia-se por uma


introdução, também chamada de tópico
frasal, que apresenta a idéia principal
(idéia-núcleo ou idéia-chave) (ANDRADE,
2000, p.125; NADOLSKIS, 2003, p.98;
GARCIA, 2006, p. 222, grifo nosso).

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O parágrafo como unidade de composição

Tópico frasal implícito ou diluído no parágrafo


(GARCIA, 2006)

A maioria dos parágrafos tidos como padrão (60%


deles) se iniciam com uma declaração de ordem
geral, seguindo-se as especificações, os dados
particulares, que reflete o processo de raciocínio
dedutivo (do geral para o particular).

Quando ocorre o contrário, tópico frasal no fim, o


desenvolvimento das idéias segue o método indutivo
(do particular para o geral)
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Estrutura do parágrafo

O tópico frasal, geralmente,


consta de um ou dois períodos
curtos, que apresentam:
declaração inicial, definição,
alusão a um fato, interrogação
ou divisão (ANDRADE, 2000,
p.126, grifo nosso).

82
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O parágrafo como unidade de composição


Diferentes feições do tópico frasal (GARCIA, 2006)

a) Declaração inicial: o autor afirma ou nega


alguma coisa logo de saída para, em seguida,
justificar ou fundamentar a asserção,
apresentando argumentos sob a forma de
exemplos, confrontos, analogias, razões,
restrições - fatos ou evidências.

Não há sofrimento mais confrangente que o da


privação da justiça. As crianças o trazem no coração
com os primeiros instintos da humanidade, e, se lhes
magoam essa fibra melindrosa, muitas vezes nunca
mais o esquecem........
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O parágrafo como unidade de composição

Diferentes feições do tópico frasal (GARCIA, 2006)

b) Definição: é método preferentemente didático.

Estilo é a expressão literária de idéias ou


sentimentos. Resulta de um conjunto de dotes
externos ou internos, que se fundem num todo
harmônico e se manifestam por modalidades de
expressão a que se dá o nome de figuras.
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O parágrafo como unidade de composição

Diferentes feições do tópico frasal (GARCIA, 2006)

c) Divisão: quase que exclusivamente didático,


dadas as suas características de objetividade e
clareza, apresentando o tópico frasal sob a
forma de divisão ou discriminação das idéias a
serem desenvolvidas.

O silogismo divide-se em silogismo simples e


silogismo composto. Distinguem-se quatro
espécies de silogismo compostos : ....
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O parágrafo como unidade de composição

Diferentes feições do tópico frasal (GARCIA, 2006)

d) Alusão histórica: recurso que desperta sempre a


curiosidade do leitor é o da alusão a fatos
históricos, lendas, tradições, crendices,
anedotas ou acontecimentos de que o autor
tenha sido participante ou testemunha.

Conta uma tradição cara ao povo americano que o


sino da liberdade, cujos sons anunciaram, em
Filadélfia, o nascimento dos Estados Unidos, .......
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O parágrafo como unidade de composição

Diferentes feições do tópico frasal (GARCIA, 2006)

e) Interrogação: o parágrafo começa com uma


interrogação, seguindo-se o desenvolvimento
sob a forma de resposta ou de esclarecimento.

Sabe você o que é manhosando? Bem, eu lhe


explico, que você é homem do asfalto, e esse
estranho verbo só se conjuga pelo sertão
nordestino.
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Estrutura do parágrafo

Expor a idéia-núcleo no tópico frasal,


para depois especificá-la, é um
procedimento que garante a coerência
do parágrafo, pois, dessa forma, o tópico
frasal irá guiar a apresentação das idéias
no desenvolvimento (ANDRADE, 2000,
p.126, grifo nosso).

88
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O parágrafo como unidade de composição

Tópico frasal

 A presença do tópico frasal facilita o resumo ou


sumário, bastando para isso destacá-lo de cada
parágrafo (GARCIA, 2006)
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Estrutura do parágrafo

« No desenvolvimento, a idéia principal é


especificada, discutida, analisada »
(ANDRADE, 2000, p.125; GARCIA, 2006,
p.222, grifo nosso).

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O parágrafo como unidade de composição

Como desenvolver o parágrafo (GARCIA, 2006)

Desenvolvimento é a explanação mesma da idéia


principal do parágrafo.

A preocupação maior do autor: fundamentar, de


maneira clara e convincente, as idéias que defende ou
expõe, servindo-se de recursos como a enumeração
de detalhes, comparações, analogias, contrastes,
aplicação de um princípio, regra ou teoria, definições
precisas, exemplos, ilustrações, apelo ao testemunho
autorizado, e outros.
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Estrutura do parágrafo

A conclusão, o fecho do raciocínio


exposto, mais rara, não aparece em
todos os tipos de parágrafo,
principalmente nos de pequena
extensão ou naqueles em que a idéia
central não apresenta maior
complexidade (ANDRADE, 2000, p.125;
GARCIA, 2006, p.222, grifo nosso).

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O parágrafo como unidade de composição

Qualidades do parágrafo (Andrade, 2000)

 Extensão;

 Unidade;

 Coerência;

 Clareza;

 Concisão.
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Qualidades do parágrafo

 Extensão (ANDRADE, 2000)

 O parágrafo-padrão deve ter uma ou duas frases na


introdução, três a cinco no desenvolvimento e uma ou
duas, no máximo na conclusão.

 O parágrafo-padrão deve ter de oito a 12, no máximo 15


linhas de extensão.

 O texto torna-se mais agradável e compreensível


quando se intercalam aos parágrafos mais longos outros
de curta ou média extensão.
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Qualidades do parágrafo (Andrade, 2000)

 Unidade

Um texto deve ter unidade temática (ANDRADE, 2000):

 não se muda de assunto quando se inicia um


parágrafo;

 a abordagem, os argumentos é que vão se


modificando em função de explicar, esclarecer,
transmitir idéias que tornam o texto mais claro;

 resistir à tentação de fugir do assunto, com


detalhes supérfulos, desnecessários.
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Qualidades do parágrafo

 Coerência (ANDRADE, 2000)

 as frases devem obedecer a uma sequência lógica;

 a importância dos conectivos ou partículas de


transição que precisam ligar as frases com
propriedade e adequação.
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Qualidades do parágrafo

 Clareza (Andrade, 2000)

 enfatizar a idéia principal, deixando em segundo


plano as secundárias;

 a frase que contém a idéia principal deve estar em


destaque e a palavra que contém a significação
correspondente, em posição estratégica dentro da
frase;

 Frases muito longas diluem a ênfase da idéia


principal.
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Exemplos de parágrafos

O contexto em que estamos inseridos desencadeia


uma série de mudanças na rotina dos indivíduos, e
uma delas evidencia as redes como ponto de
convergência da informação e do conhecimento./ Para
Sodré (2002, p.14), rede é ‘onde as conexões e as
interseções tomam o lugar do que seria antes pura
linearidade’. Essas conexões e interações no âmbito das
redes sociais ocorrem pelo contato direto (face a face) e
pelo contato indireto – utilizando-se um veículo mediador,
como a Internet, o telefone, ou outro meio./ Enfim,
podemos dizer que redes sociais envolvem um conjunto de
atores que mantêm ligações entre si (TOMAÉL et al.,
2005, p.95, grifo nosso)

98
PR
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Exemplos de parágrafos
O espaço em que as redes sociais se constituem e se proliferam
são inerentes à informação e ao conhecimento, uma vez que são
eles que movimentam as redes.

A importância da informação no desempenho das empresas é


destacada por diversos autores, entre os quais Lesca e Almeida
(1994, p.67) quando afirmam que “a informação é um vetor
estratégico importantíssimo, pois pode multiplicar a sinergia dos
esforços ou anular o resultado do conjunto dos esforços”. Drucker
(1992) acrescenta ainda que ela é fator de produção importante
para a obtenção de vantagem competitiva, uma vez que os fatores
tradicionais – terras, mão-de-obra e recursos financeiros – por si sós
já não garantem a competitividade.

A literatura (McGARRY, 1999; DAVENPORT; PRUSAK, 1998)


reconhece a dificuldade em conceituar informação e conhecimento,
destacando que a epistemologia concentra esforços na tentativa de
estabelecer o significado de informar e conhecer (TOMAÉL et al.,
2005, p.96)
99
PR Exemplos de parágrafos
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

“Ainda com relação aos tipos de conhecimento, destacamos Nonaka e Takeuchi


(1997, p. 13), que também classificam o conhecimento em tácito e explícito. O
conhecimento explícito é facilmente transmitido entre os indivíduos, pois “[...]
pode ser articulado na linguagem formal, inclusive em afirmações gramaticais,
expressões matemáticas, especificações, manuais e assim por diante”. O
conhecimento tácito, por sua vez, é o conhecimento pessoal incorporado à
experiência individual e envolve fatores intangíveis (crenças pessoais, valores e
perspectivas) e é difícil ser articulado na linguagem formal.

É importante lembrar que esses dois tipos de conhecimentos são inerentes às


redes sociais. E é a interação entre o conhecimento tácito e explicito que
permitirá a criação de novos conhecimentos. Nonaka e Takeuchi (1997, p. 67)
afirmam que “o modelo dinâmico da criação do conhecimento humano é criado
e expandido através da interação social entre o conhecimento tácito e o
conhecimento explícito”. Eles denominam essa interação de “conversão do
conhecimento”, chamando a atenção para a importância de visualizar essa
conversão como um “processo ‘social’ entre indivíduos e não confinada dentro
de um indivíduo”. Assim são as redes sociais, elas se mantêm valendo-se da
interação entre diversos indivíduos para a criação de novos conhecimentos.
(TOMAÉL et al., 2005, p.97, grifo dos autores)
100
PR
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Exemplos de parágrafos
“Durante a maior parte do século XIX, a subcontratação funcionou bem,
nos casos em que o produto podia ser facilmente definido e monitorado.
Entretanto, ela atingiu seus limites à medida que a mudança técnica e a
crescente complexidade da produção levaram as firmas a desejar um
controle mais direto sobre o processo de trabalho e a definir as tarefas
de forma mais articulada com suas próprias necessidades
organizacionais. Isso significava habilitar-se a redefinir as tarefas
prescritas aos trabalhadores sem nenhuma renegociação ou com uma
negociação muito restrita. Para esse fim, era necessária uma nova
forma contratual: a relação de emprego por tempo indeterminado”.

(MARSDEN, 2004, p.95).

Abordagem de textos
101
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Recursos metodológicos para abordagem de textos

102
PR
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Experiência e observação

A experiência é, certamente, a fonte


principal de nossa ideias. [...] Viver é adquirir
experiência e adquirir experiência é aprender.
[...] Adquirir experiência é observar. Mas o
espírito é como uma caixa de ressonância: as
impressões colhidas através da observação
dos fatos, através da experiência,
consubstanciam-se em ideias ou
representações que, por sua vez, graças à
imaginação e à reflexão, se associam, se
entrecruzam, se multiplicam, se desdobram em
outras. (GARCIA, 2006, p.339, grifo nosso).
103
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Experiência e observação

[...] não estará em condições de


escrever quem não dispuser de uma
capacidade mínima de refletir, quer
dizer, de selecionar, ordenar e associar
impressões e idéias advindas da
observação dos fatos. [...] Quanto mais
observamos, quanto maior for a
acuidade de nossa observação, tanto
maior será o acervo de nossas idéias.
(GARCIA, 2006, p.340, grifo nosso).
104
PR
Abordagens para leitura
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Delimitação da unidade de leitura

A primeira medida a ser tomada pelo


leitor é o estabelecimento de uma
unidade de leitura. Unidade é um setor
do texto que forma uma totalidade de
sentido. Assim, pode-se considerar um
capítulo, uma seção ou qualquer
outra subdivisão (SEVERINO, 2010,
p.53, grifo nosso).

105
PR
Abordagens para leitura
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Delimitação da unidade de leitura

[...] a leitura de um texto, quando feita


para fins de estudo, deve ser feita por
etapas, ou seja, apenas terminada a
análise de uma unidade é que se
passará à seguinte (SEVERINO, 2010,
p.54, grifo nosso).

106
PR
Abordagens para leitura
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Delimitação da unidade de leitura

«A extensão da unidade será


determinada proporcionalmente à
acessibilidade do texto, a ser definida por
sua natureza » (SEVERINO, 2010, p.54,
grifo nosso).

107
PR
Abordagens para leitura
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Delimitação da unidade de leitura

« O estudo da unidade deve ser feito de


maneira contínua, evitando-se intervalos de
tempo grandes entre as várias etapas da
análise » (SEVERINO, 2010, p.54, grifo nosso).

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PR Máximas: ler e escrever
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Só devemos escrever acerca daquilo que gostamos.


(Ernest Renan)

O mais difícil não é escrever muito: é dizer tudo,


escrevendo pouco. (Júlio Dantas)

Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e


termina com um ponto final. No meio você coloca as
ideias. (Pablo Neruda)

É bom escrever porque reúne as duas alegrias: falar


sozinho e falar a uma multidão. (Cesare Pavese)

(ANALISE DE TEXTOS, 2010)

109
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Referências

110
PR
Referências
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

ANALISE DE TEXTOS. Disponível em:


http://www.analisedetextos.com.br/2010/01/10-belas-frases-sobre-leitura.html .
Acesso em: 02 ago. 2010
ANDRADE, M. M. de. Guia prático de redação. São Paulo:Atlas, 2000

GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna: aprenda a escrever,


aprendendo a pensar. 26 ed. Rio de Janeiro:Editora FGV, 2006

MARSDEN, D. Sistemas de emprego, estratégias de gestão e instituições


do trabalho. Tempo Social, Revista de sociologia da USP, v. 16, n. 2,
novembro 2004, 2004

NADÓLSKIS, H. Comunicação redacional atualizada. 9 ed. São


Paulo:Saraiva, 2003

111
PR
Referências
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REDAÇÃO ON LINE. Disponível em:


http://www.graudez.com.br/redacao/ch05.html. Acesso em: 17 jun. 2010

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23 ed. São


Paulo:Cortez, 2007

TOMAÉL, M. I.; ALCARÁ, A. R; DI CHIARA, I. G. Das redes sociais à


inovação. Ci. Inf., Brasília, v. 34, n. 2, p. 93-104, maio/ago. 2005, 2005

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