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Organização político-
administrativa do Estado
Democrático de Direito
A descentralizaçã o política é, segundo Gustavo Maia Gomes e Maria Cristina Mac Dowell (acepçã o mais
interior de um Estado.
1776 e tem como instrumento jurídico legitimador a Constituiçã o, a qual fundamenta um estado
soberano, mas com reservas de poderes autô nomos para os entes subnacionais que o formam
A descentralização não é uma característica exclusiva dos estados federais. Contudo, o fato de o
federalismo prever autonomia para os entes subnacionais, garantindo o exercício de poderes próprios
no âmbito da sua esfera de autonomia política, faz dessa forma de estado uma grande expressão da
descentralização política.
Em nosso país, por se tratar de uma Federação, existe o Estado, como um todo, em que compete o
as competências materiais e normativas de cada ente da federaçã o, a exemplo do que dispõ em os art.
• Constituição Rígida – para que se possa falar em federaçã o, é essencial a existência de uma
federativo, que vem consagrado no art. 1º da Constituiçã o Federal. A tentativa de separaçã o por
parte de um dos Estados membros autoriza a decretaçã o de intervençã o federal (art. 34, I, CF), que é
autonomia dos entes federados sob intervençã o” . A forma federativa de Estado consubstancia
organizar por meio da elaboraçã o de suas pró prias constituiçõ es , ou, no caso dos
Constituiçã o Federal.
Administração Pú blica
Como ente com personalidade jurídica, o Estado tanto pode atuar no campo do Direito Pú blico, como no
do Direito Privado, mantendo sempre uma personalidade ú nica.
administrativa:
OUTORGA
• Quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, mediante previsã o em lei, determinado serviço
pú blico. Normalmente é conferida por prazo indeterminado. É o que ocorre relativamente à s
entidades da Administraçã o Indireta prestadoras de serviços pú blicos: o Estado descentraliza a
prestaçã o dos serviços, outorgando-os a outras entidades (autarquias, empresas pú blicas, sociedades
de economia mista e fundaçõ es pú blicas), que sã o criadas para o fim de prestá -los. É a
descentralizaçã o legal.
DELEGAÇÃO
• Quando o Estado transfere, por contrato ou ato unilateral, unicamente a execuçã o do serviço, para que
o ente delegado o preste ao pú blico em seu pró prio nome e por sua conta e risco, sob fiscalizaçã o do
Estado. Normalmente é efetivada por prazo determinado. Há delegaçã o, por exemplo, nos contratos de
concessã o ou nos atos de permissã o, em que o Estado transfere aos concessioná rios e aos
permissioná rios apenas a execuçã o temporá ria de determinado serviço. A delegaçã o nã o implica a
transferência da titularidade do serviço à pessoa delegada, mas apenas a concessã o, a permissã o ou a
autorizaçã o temporá ria para a execuçã o do serviço. É a descentralizaçã o contratual.
Descentralização Social
A descentralizaçã o social é espécie de descentralizaçã o administrativa que tem como um
promover, elas próprias, certas funções de interesse coletivo com eficácia administrativa
público sob “um vínculo administrativo de reconhecimento, sempre que julgadas aptas a
público, previstas em lei e nas condições por ela estabelecidas, bem como a terem
O vínculo administrativo de reconhecimento pode se dar por meio de lei específica, convênio,
quanto pela Administraçã o Indireta que se opera no â mbito interno de uma mesma pessoa jurídica,
constituindo uma simples distribuiçã o interna de competências dessa pessoa. Ou seja, quando a
departamentos.
Concentração Administrativa
que nã o apresentasse divisõ es em sua estrutura interna. É conceito praticamente teó rico uma vez que
qualquer pessoa jurídica minimamente organizada divide-se em departamentos, seçõ es etc., cada qual
com atribuiçõ es determinadas. Na Administraçã o Pú blica é provável que nã o exista nenhuma pessoa
Todavia, também podemos falar em concentraçã o quando determinada pessoa jurídica extingue
ó rgã os ou unidades integrantes de sua estrutura, absorvendo nos ó rgã os ou unidades restantes, os
serviços que eram de competência dos que foram extintos. Nesse caso, terá ocorrido concentraçã o
concentrou em um menor nú mero de ó rgã os ou unidades o desempenho de suas atribuiçõ es. Ex.: a
Entretanto, enquanto existirem pelo menos dois ó rgã os ou unidades distintas, com atribuiçõ es
específicas, no â mbito da mesma pessoa jurídica, diremos que ela presta seus serviços
Conclusões
• Os conceitos de centralização/descentralização e de concentração/desconcentração não são mutuamente
excludentes.
• Um serviço pode, por exemplo, ser prestado centralizadamente mediante desconcentração, se o for por um ó rgão
da Administração Direta, ou pode ser prestado descentralizadamente mediante desconcentração, se o for por
uma superintendência, divisão, departamento, seção etc. integrante da estrutura de uma mesma pessoa jurídica
da Administração Indireta (autarquia, fundação pú blica, empresa pú blica ou sociedade de economia mista).
• É possível ainda, ao menos teoricamente, termos um serviço centralizado e concentrado (conforme o improvável
exemplo do pequeno município que exerce todas as suas atribuiçõ es sem realizar subdivisõ es internas) e um
serviço descentralizado e concentrado (seria o caso, igualmente pouco provável, de uma entidade da
Administração Indireta, como uma autarquia municipal, sem qualquer subdivisão interna).
• O que justifica a escolha dos modelos de prestação de serviço pelo Estado (centralização/descentralização e de
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, p. 517-521
FILHO, Marçal Justen. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Revista dos Tribunais, p. 271-273
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GOMES, Gustavo Maia; MAC DOWELL, Maria Cristina. Descentralização política, federalismo fiscal e criação de
municípios: o que é mau para o econô mico nem sempre é bom para o social.
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Legislativa.
Vide Decreto-Lei nº 200/1967 que dispõ e sobre a organização da Administração Federal e estabelece diretrizes para
a Reforma Administrativa.