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Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP)

ADAPTAÇÕES CARDIORRESPIRATÓRIAS AO
TREINAMENTO

Disciplina: Fisiologia do Exercício I

Docente Responsável: Prof. Dr. Adelino Sanchez Ramos da Silva


Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP)

ADAPTAÇÕES CARDIOVASCULARES AO TREINAMENTO

1. Tamanho do coração:
1.1 Aumento do peso, volume, espessura da parede e tamanho da
câmara do ventrículo esquerdo;

1.2 CORAÇÃO DE ATLETA: hipertrofia cardíaca induzida pelo


exercício;

1.3 QUAL É A CAVIDADE DO CORAÇÃO QUE SOFRE MAIOR


ALTERAÇÃO?

1.4 EXISTE DIFERENÇA DE ADAPTAÇÃO DO VENTRÍCULO


ESQUERDO EM RESPOSTA AO TREINAMENTO AERÓBIO E DE
FORÇA?
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1. Tamanho do coração:
1.1 Urhausen e Kindermann (1989) compararam fisiculturistas de
elite e atletas de endurance altamente treinados utilizando a
ecocardiografia e verificaram não haver diferença significativa
para a mensuração absoluta dos seguintes parâmetros:
a) Espessura do septo interventricular;

b) Diâmetro diastólico final esquerdo;

c) Espessura da parede posterior do ventrículo esquerdo;


1. No entanto, havia diferença entre o peso médio dos atletas (90,1 versus
69,7 kg);

2. QUAL FOI A RESPOSTA DOS MESMOS PARÂMETROS QUANDO FORAM


APRESENTADOS DE FORMA RELATIVA AO PC?
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OBJETIVO: verificar os efeitos de um período curto de treinamento de


endurance na adaptação do ventrículo esquerdo e resposta funcional em
intensidades submáximas de exercício;

MÉTODOS: 8 indivíduos sedentários foram avaliados antes e após 6 dias de


treinamento de endurance (ciclismo; 2horas/dia; 65% VO2max). Os
parâmetros cardiovasculares foram avaliados em repouso em nas
seguintes intensidades submáximas de exercício: 53, 68 e 83% do VO 2max
durante 20min;
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RESULTADOS:
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Fração de ejeção: proporção de sangue bombeado para fora
do ventrículo esquerdo em cada batimento = VE/VDF
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2. Volume de ejeção:
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2. Volume de ejeção:

QUEM É RESPONSÁVEL PELO AUMENTO DO VOLUME DE EJEÇÃO


APÓS O TREINAMENTO?

a) Aumento do VDF devido ao aumento do volume plasmático;

b) A FC no repouso e em intensidades submáximas de um coração


treinado também são menores o que acarreta em maior tempo de
enchimento diastólico (mecanismo de Frank-Starling);

c) O aumento da espessura da parede do ventrículo esquerdo e do


septo interventricular produz maior força de contração o que
acarreta em diminuição do VSF;
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2. Volume de ejeção:

EXEMPLO DE ESTUDO: treinamento com duração de 1 ano realizado


por idosos em esteira rolante, bicicleta ergométrica e corridas
1h/dia, 4dias/semana, intensidades variando entre 60-80% do
VO2max e períodos intermitentes com intensidades > 90% do
VO2max;
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3. Freqüência cardíaca de repouso:


3.1 Diminui em média 1bpm a cada semana de treinamento aeróbio,
principalmente nas primeiras 12 semanas;

3.2 Isso ocorre devido a diminuição da atividade simpática e


aumento da atividade parassimpática no coração;

3.3 Atletas altamente treinados apresentam FC de repouso


inferiores a 40bpm;
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4. Freqüência cardíaca submáxima:


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5. Freqüência cardíaca máxima:


5.1 Permanece inalterada ou diminui discretamente após o
treinamento aeróbio;

PORQUE A Fcmax PODE DIMINUIR APÓS O TREINAMENTO


AERÓBIO?

Resposta: Interação entre FC e VE com o objetivo de maximizar o


DC. O que aconteceria com o VE e com o DC se a FC fosse mais
alta no exercício máximo?
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6. Recuperação da freqüência cardíaca:


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6. Recuperação da freqüência cardíaca:


6.1 É possível utilizarmos a recuperação da FC para avaliar se
houve adaptação cardiorrespiratória ao treinamento?

6.2 Que componente precisa ser rigorosamente controlado para que


não ocorra erro na interpretação?

6.3 É possível utilizarmos a recuperação da FC para compararmos o


condicionamento cardiorrespiratório entre dois indivíduos?

Resposta: Não, pois algumas pessoas apresentam uma resposta


mais forte do SNS durante o exercício.
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7. Débito cardíaco:
7.1 Vimos que o VE aumenta enquanto a FC diminui, então qual a
resposta do DC?

PORQUE O DC AUMENTA EM
INTENSIDADES MÁXIMAS
DE EXERCÍCIO?
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VARIÁVEIS CARDIOVASCULARES: Freqüência Cardíaca


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Possíveis Explicações

1. Crianças apresentam menor volume do coração, menor volume


plasmático e consequentemente menor volume de ejeção. Dessa
maneira, existe a necessidade de maior FC para sustentar a
demanda metabólica;

2. Maior sensibilidade dos quimiorreceptores periféricos ao acúmulo


de subprodutos do metabolismo muscular;

3. Diminuição da capacidade de perder calor por evaporação, o que


resulta em aumento do fluxo sanguíneo para pele com o objetivo
de perder calor via condução e convecção;
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VARIÁVEIS CARDIOVASCULARES: Volume de ejeção


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Possíveis Explicações

1. Menor volume ventricular esquerdo e menor volume plasmático


que implicam em menor volume diastólico final (MIDEDEKE et al., 1984;

ROWLAND, 1996);

2. Turley (1997) considera que as crianças possuem menor


capacidade de produção de força pelas células miocárdicas, o que
provocaria maior volume sistólico final (TURLEY, 1997);
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VARIÁVEIS CARDIOVASCULARES: Débito cardíaco


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Possíveis Explicações

1. Pelo fato das crianças apresentarem menor volume ventricular


esquerdo e menor volume plasmático;

2. Com o transcorrer da idade, assim como o crescimento da massa


corporal, as dimensões do coração também aumentam o que
resulta em elevação do volume de ejeção e do débito cardíaco;
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VARIÁVEIS CARDIOVASCULARES: Diferença a-vO2


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Possíveis Explicações

1. Maneira de compensar o menor débito cardíaco;

2. Maior capacidade de liberação de O2 pela hemoglobina em


resposta do maior acúmulo de subprodutos do metabolismo
muscular;

3. Maior vasodilatação das arteríolas que irrigam os músculos


ativos;
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8. Fluxo sanguíneo:
8.1 Aumento da capilarização dos músculos treinados;

8.2 Maior abertura dos capilares existentes nos músculos treinados;

8.3 Redistribuição sanguínea mais eficaz;

8.4 Aumento do volume sanguíneo;

8.5 Diminuição da complacência venosa devido ao aumento do


tônus o que ocasiona menor acúmulo de sangue;
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9. Pressão arterial:
9.1 Não altera durante o exercício submáximo e máximo após o
treinamento;

9.2 Em repouso, a PA sistólica reduz em média 10mmHG e a PA


diastólica reduz em média 8mmHg (vasodilatação via NO e
downregulation dos beta receptores cardíacos);

9.3 Embora durante as sessões de treinamento de força ocorra


aumento da PA sistólica (principalmente) e diastólica,
cronicamente ocorre diminuição desses parâmetros;
OBJETIVO: verificar o efeito do treinamento de resistência na
pressão arterial, freqüência cardíaca e duplo produto em idosas;

MÉTODOS: 20 idosas sedentárias participaram do grupo


treinamento e 26 foram do grupo controle;

TREINAMENTO: 3 semanas de adaptação para a aprendizagem da


técnica de movimento, teste de 1RM (máximo de 5 tentativas com
intervalo de 5min entre cada uma);
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TREINAMENTO: 12 semanas, 3x/semana, 3 séries de 12, 10 e 8


repetições. Primeiras 4 semanas=60%-1RM; Próximas 4
semanas=70%-1RM; Últimas 4 semanas=80%-1RM; Exercícios
para membros superiores e inferiores;
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10. Volume sanguíneo:


10.1 Aumenta devido a liberação do hormônio antidiurético (ADH) e
da aldosterona o que faz com que os rins retenham mais água
aumentando o VP;

10.2 O exercício também aumenta a quantidade de proteínas


plasmáticas, principalmente a albumina, que regulam a pressão
osmótica, assim quanto maior a concentração dessas proteínas,
maior o VP;
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11. Eritrócitos:
11.1 O número total de eritrócitos aumenta em resposta ao
exercício, no entanto o VP aumenta numa proporção maior
fazendo com que o hematócrito diminua;
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ADAPTAÇÕES RESPIRATÓRIAS AO TREINAMENTO

1. Freqüência respiratória:
1.1 A FR geralmente diminui no repouso e no exercício submáximo
padronizado, no entanto aumenta nos níveis máximos de
exercício;

2. Difusão pulmonar:
2.1 Permanece inalterada no repouso e exercício submáximo, mas
aumenta no esforço máximo devido ao aumento do fluxo
sanguíneo do coração para os pulmões;

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