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AULA 01 – 06.08.2010
1ª PROVA – 01.10.2010
2ª PROVA – 03.12.2010
PROVA SUBSTITUTIVA – 10.12.2010
EXAME – 17.12.2010
A primeira questão que o direito tem que ter uma correspondência daquilo que ele diz e daquilo que
ele é realmente. E o direito dos contratos tem uma regra que diz vale muito mais a vontade dos
contratantes do que a participação.
Por exemplo, um contrato de aluguel, em que o valor será o salário mínimo e será reajustado na
mesma época que o salário mínimo venha a ser reajustado. Só que o contratante (locatário) pagou
um salário mínimo 1, 2, 3, 4 e 5 anos, mas acontece que o valor mudou, porque se aplica-se o
percentual do salário mínimo no valor, isso daria muito mais que o salário mínimo. No qual hoje, por
exemplo, o salário mínimo estaria em R$ 510,00 e o valor do aluguel em R$ 900,00 se fosse
aplicado o reajuste. E este ano ele não conseguiu mais pagar o valor do aluguel, porque em abril
fizeram o reajuste em R$ 500,00 o valor do aluguel e em maio fizeram um outro reajuste dos R$
900,00. No qual pagava R$ 510,00 e passou a pagar R$ 900,00 é uma diferença muito grande. Ou
seja, coube realmente a vontade dos contratantes durante a execução do contrato e porque que
agora o valor do aluguel foi elevado? Será que a parte que contratou manifestou a sua vontade e
não registrou no contrato e que chegou a um dado momento que este contrato se tornou
excessivamente oneroso? Então este questionamento fica em aberto até se obter um
posicionamento.
A segunda questão que o direito deve ter é coerção, no qual o direito somente é direito porque
coagiu uma pessoa a fazer alguma coisa. Por exemplo, o direito das obrigações que é a base do
direito dos contratos, porque o contrato é fonte de obrigações, ou seja, um contrato vai instituir
obrigações entre as partes.
Por exemplo, quando fizemos contrato de compra e venda, pode envolver uma obrigação de dar, em
que o sujeito adquire um veiculo do Luciano, que tem um fusca ano 85 no valor de R$ 10.000,00.
No qual o Luciano tem a obrigação de dar a coisa certa e o sujeito como tem a obrigação de pagar o
preço, no qual ele tem a obrigação de dar a coisa incerta, por que se trata de numerário (dinheiro).
Portanto, os contratos são fontes de obrigações porque envolve o contrato para estes sujeitos uma
convenção que é a convergência de vontade. No qual a parte deve direcionar a vontade se o negocio
for bom.
Um contrato é um vínculo jurídico entre dois ou mais sujeitos de direito correspondido pela
vontade, da responsabilidade do ato firmado, resguardado pela segurança jurídica em seu equilíbrio
social, ou seja, é um negócio jurídico bilateral ou plurilateral. É o acordo de vontades, capaz de
criar, modificar ou extinguir direitos.
E em falando de coerção, se não pago o preço desse contrato, no qual ele vai precisar do direito, ou
seja, do vinculo jurídico na relação das obrigações. Então se o contrato é fonte de obrigações, no
qual vai gerar uma obrigação que tem três elementos que fazem parte, sendo:
* A obrigação envolve sujeito que é um sujeito passivo (devedor) e um sujeito ativo (credor). E o
interessante que nos contratos que a regra eles são bilaterais. Ou seja, eles instituem obrigações
recíprocas. No qual tem a obrigação de dar a coisa certa e de dar a coisa incerta (dinheiro). O que
altera também a bilateralidade das obrigações, que temos também uma parte passiva (devedor) e
uma parte ativa (credor).
* A obrigação tem a tradição de cumprir a obrigação.
* A obrigação tem a prestação de dar, que seria ela dar a coisa e dar a coisa incerta. No qual aqui
poderíamos também ter uma outra forma de prestação que é a de dar e não fazer ou de dar e fazer
em que vai se configurar o contrato.
Por exemplo, uma obrigação de fazer, está se trabalhando em um processo e precisa de um parecer
de determinada pessoa, então contratou com aquele sujeito para que ele dê um parecer. No qual a
essência da obrigação dele que, no entanto, envolve uma obrigação de dar no final, é a essência a
obrigação de fazer, ou seja, dele fazer. Em que vai contratar com o sujeito e pagará uma quantia
por este serviço que é de dar a coisa incerta (dinheiro) no qual ele vai produzir um parecer que é a
obrigação de fazer.
Por exemplo, uma obrigação de não fazer, no qual vai comprar um imóvel. E fará uma clausula em
que a pessoa que adquirir não pode construir acima de 4 metros de altura, para não encobrir a visão
do imóvel anterior da cidade de Passo Fundo. Aqui então a pessoa que vende o imóvel de a
obrigação de dar a coisa certa e a que compra tem a obrigação de não fazer.
Na prestação temos o objeto da prestação imediata e o objeto da prestação mediata no contrato.
O objeto da prestação imediato da obrigação é praticar uma conduta que é dar a coisa certa,
obrigação de fazer, obrigação de não fazer, ou seja, é aquilo que vamos exigir. O objeto mediato
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da obrigação é aquilo que estamos querendo. A boa fé pode ser compreendida como uma regra,
um principio que orienta o contrato.
Então o objeto imediato é o que leva a pratica de uma conduta humana que iremos convencionar. E
o objeto mediato seria o tipo da obrigação.
* O vinculo jurídico é importante para coerção, se nossa obrigação não vier a satisfazer os
elementos exigidos na obrigação, ela terá a força do direito para obrigar a outra parte a fazer, no
qual ela envolve debito (é aquilo que a pessoa deve praticar) e responsabilidade (quando ela não
pratica pode se exigir no direto, do poder judiciário o cumprimento daquilo que ela se propôs, e aí
surge a responsabilidade de fazer, que vai acionar o poder judiciário que venha a coagir para que se
pague a ele), então isso é o que o vinculo jurídico nos proporciona.
A legitimidade do direito é um dos conceitos, ou seja, é um dos elementos que faz parte do conceito
do direito.
Nossa cultura acredita que mudando as leis, vamos poder mudar a realidade. Mas que na verdade
as leis devem acompanhar um pouco a realidade e dificilmente será a lei que irá modificar o
comportamento das pessoas. E Aristóteles dizia que as pessoas são muito movidas pelas suas
vontades e pouco pelas suas virtudes. No qual precisaremos de leis para aqueles que não tem
virtude. Por exemplo, com relação ao transito, precisamos investir em educação no transito e não
criar novas leis.
Em resumo, precisamos melhorar o conhecimento jurídico e do processo.
Quando um juiz pede um contrato em que pelo contrato diz o seguinte, que todos os contratos
devem constar o respeito a boa fé, no qual o direito usa a linguagem e se elas não forem
contextualizadas, não se conseguirá saber o que são. Agora, por exemplo, se perguntar na área do
direito o que é prescrição, todos saberão responder que isso é a perda da possibilidade do exercício
de um direito velado.
Que na verdade somente existe uma verdade acabada e absoluta, mas que é possível nos
enxergarmos uma verdade em comum.
CONTRATOS –
2. CONCEITO DE CONTRATO –
Conceito de Beviláqua: acordo de vontades que tem por fim criar, modificar ou extinguir direitos.
Esses direitos nós poderíamos substituir por obrigações.
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3. A COAÇÃO DO ESTADO COMO DECORRÊNCIA DO VINCULO JURÍDICO – a lei como fonte mediata
do contrato. O vinculo jurídico vai nos levar até a coerção, no qual será obrigado a cumprir aquela
obrigação. E o contrato para ter validade deve estar de acordo com a lei, porque a lei é uma fonte
mediata das obrigações. E para realizar este contrato nós temos que atribuir um suporte a ele que é
a lei. A lei que dá suporte também ao raftum ou responsabilidade. O débito é aquele que tem que
cumprir a obrigação, e quando se tem raftum ou responsabilidade pedimos ao direito ou poder
judiciário para aplicar a projeção prevista em lei.
5. OS PRINCÍPIOS CONTRATUAIS –
AULA 02 – 13.08.2010
- A onerosidade excessiva (rebus sic stantibus) nos contratos de execução comutativos, trato
sucessivo e execução diferida (Teoria da Imprevisão, art. 478 do CCB. Ver TJRS AC 70026962050 –
DM. requisitos). Conforme esta decisão, o juiz refere que este contrato não pode ser revisto, porque
não tem elementos da Teoria da Imprevisão, da exceção onerosa do qual a parte esta reclamando.
Então não tem como rever isso, pois é somente o cumprimento do contrato e neste caso impera o
principio da pacta sunt servanda, ou seja, além da autonomia da vontade que é um dos principais
elementos do contrato, temos também o da obrigatoriedade que é o chamado pacta sunt servanda,
ou seja, os contratos são feitos para serem cumpridos.
Se alguém vier na justiça para questionar o cumprimento de um contrato e o sujeito estiver
patrocinando a outra parte, o primeiro princípio a ser apresentado pelo juiz é o pacta sunt servanda,
porque no momento que as partes fazem a contratação elas têm em mente essa obrigação, senão
ela não contrataria. E o direito procura através da sua força garantir esse principio. E somente em
casos excepcionais que este princípio não é aplicado.
Então, a regra é que os contratos são feitos para serem cumpridos “pacta sunt servanda”.
Essa obrigatoriedade surge como um vínculo, uma lei entre as partes, porque vincula as partes, e o
elemento mais forte na lei que vincula isso é a interatividade de obedece as regras desse contrato.
Muitas vezes essa idéia de vinculação pessoal e essa obrigatoriedade ou do contrato faz lei entre as
partes, ele é pensado juntamente com o chamado principio da relatividade ou uma idéia de
relatividade dos contratos. No qual isso diz respeito que o direito dos contratos, o vinculo do
contrato, a força de lei do contrato somente vale para as partes e mais ninguém.
Então se faz um contrato de compra e venda com alguém, o contrato somente produzirá efeito entre
esses dois contratantes, no qual não se pode atribuir obrigações com terceiros, porque não está
participando do contrato. Mas claro que existe contratos em que a parte vai contratar referindo que
este contrato irá beneficiar um terceiro, pois que ele depende da execução de um terceiro.
Por exemplo, a Jacqueline é que está organizando a formatura da turma e o Fausto é o agente do
cantor Daniel. E contrata por R$ 100.000,00 e o Daniel fará a apresentação no baile de formatura.
Com base nisso temos as regras de um contrato que é a relatividade e a pessoalidade. Se caso o
Daniel não cumprir a parte dele, a Jacqueline terá o direito de ação contra o agente (Fausto) e não
contra o cantor Daniel. Porque aqui está se atribuindo a obrigação para um terceiro. Por exemplo, a
formatura é dia 07.01.2010, nesse caso do agente chamar o Daniel no processo, vai depender da
relação que estiver intitulada entre eles, o Daniel pode ser responsabilizado também no processo,
nesse caso seria um contrato entre o agente e o Daniel, um contrato de representação, em que o
Daniel pode outorga o agente com poder de representação, assim o agente responderá por essas
contratações nessas condições. Geralmente esse tipo de contrato se dá entre a empresa que passa
poderes para os seus gerentes. Em que o diretor da empresa faz uma procuração passando poderes
para que o gerente do departamento de pessoal possa fazer admissão, contratação de pessoal e
assinatura de FGTS, cujo se ele extravasar algum limite, poderá responder, neste caso o gerente,
por isso se denomina vinculação de terceiro. Nesta situação o terceiro será aquele que terá uma
obrigação no contrato.
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Outro exemplo, o Fausto quer comprar um imóvel da Jacqueline e passar para um terceiro que é o
Luciano. Nesse caso, a Jacqueline e o Fausto já estavam fazendo um contrato de promessa de
compra e venda. O contrato de compra e venda é aquele que o Fausto pagaria o preço e a
Jacqueline entregaria o imóvel a ele. Mas quando a entrega é feita a um terceiro, neste caso se
denomina um contrato de promessa de compra e venda, no qual a Jacqueline se compromete a
escriturá-lo em nome de terceiro que será indicado no ato (Luciano). Nessa situação o terceiro será
um beneficiário no contrato.
Então quando tiver obrigação de terceiros o ideal que se tenha anuência desse contrato, no qual ele
participe desse contrato, de modo que ele não prejudique, agora quando corresponde a sua
obrigação (do terceiro) ele tem que participar para que se possa exigir dele.
Uma exceção com relação ao principio da relatividade é a rebus sic stantibus, que insurgiu durante a
1ª Guerra Mundial, quando as fabricas contratavam a entrega de produtos, bens de serviços e
mercadorias com outras empresas e com o advento da guerra mudou-se a situação de fato na
contratação deles, no qual não tinham mais as mesmas condições para cumprir esse contrato. E aí
fez ressurgir essa idéia na contemporaneidade rebus sic stantibus, ou seja, é um evento imprevisível
que acontece para as partes em contratação em razão do decurso de tempo de contratos
comutativos de execução em contratos continuado ou diferido.
E o art. 478 do CCB regulamenta sobre a exceção do contrato, ou seja, rebus sic stantibus, da
possibilidade de não cumprir esse contrato.
Por exemplo, a venda de bebedouros feita em nov./2003 e o contrato foi fechado em jan./2004. E a
entrega dos equipamentos se deu em fev./2004. E o pagamento foi parcelado em 24 vezes
importando no valor total a compra de R$ 240.000,00.
- Ajuste e manutenção contratual (art. 479 do CCB) – com a reforma do CCB em 2002, ocorreu uma
alteração com relação ao ajuste e manutenção contratual.
Ou seja, a regra é de que o contrato seja cumprido, e a exceção é a rebus sic stantibus da
onerosidade excessiva em razão de um fato imprevisível. Então nesses casos, o que acontecia antes
do CCB de 2002, era a resolução do contrato porque a onerosidade excessiva causava a resolução
do contrato.
E uma das grandes mudanças implementadas nas regras contratuais no CCB de 2002, que aponta
em um principio de que os contratos eles devem na medida do possível ser mantidos, ou seja, antes
de resolver esse contrato, deve-se achar um meio termo para que possa ser cumprido. De modo
que assim pode se valer do Poder Judiciário.
Nesse caso, o sujeito queria o reajuste para que aquela onerosidade cujas partes ficassem em
patamares diferentes fossem eqüalizadas para que voltassem ao mesmo patamar, sendo isso
referido pelo art. 479 do CCB, ou seja, em vez de o juiz acabar com o contrato ele vai equalizá-lo e
manter o contrato.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as
condições do contrato.
Doutrina
• O dispositivo permite dar solução diversa ao problema da onerosidade excessiva, por iniciativa do
réu, inibindo a resolução do contrato. Serve de efetividade ao princípio da boa-fé que deve
acompanhar a execução dos contratos, em desproveito do enriquecimento sem causa pela parte que
recepciona, supervenientemente, vantagem excessiva. A modificação será feita segundo juízos de
eqüidade.
QUESTÃO DE PROVA: Quando falar em pacta sunt servanda está referindo ao art. 479 do CCB e que
os contratos devem ser cumpridos.
Quando falar em rebus sic stantibus em que os contratos devem ser cumpridos, mas que existe uma
exceção em razão da onerosidade excessiva, contrato de prestação continuada e diferida que faz
com que fique desequilibrada.
III. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ – art. 113, 187 e 422 do CCB. Concretização no CCB, Livro III, Titulo
I, Capitulo IV.
A boa-fé é procurar durante toda a execução do contrato garantir que essa prestação de serviços
seja da forma que prometeu e isso é uma forma de segurança. Um dos elementos para
identificarmos o princípio da boa-fé é nossa forma de garantia, porque é mais fácil identificarmos a
existência de má-fé que boa-fé. Por exemplo, um cliente dele constrói casas pela Caixa Econômica
Federal, e vende e a liberação dos valores do dinheiro é em razão do cumprimento das etapas, e
esse sujeito que não tenha nenhuma relação em comum, mas só que durante a execução desse
contrato, ele fala para a construtora que está pagando aluguel e resolve se mudar para a casa em
está em acabamento e depois que foi para a casa começou uma serie de empecilhos para não
cumprir com a parte dele no contrato, ou seja, não liberar os valores para a construtora, e assim
criou uma serie de problemas possivelmente decorrentes do uso para que não cumprisse com a
parte dele na obrigação. E nessa circunstancia se consegue imaginar a inexistência da boa fé.
Concepção de princípio vem de Ronald Dworkin diz que o direito é um empreendimento que se
aplica no dia-a-dia.
- Principio é base para a construção de tudo. Em que o principio somente se faz valer com base em
uma regra. Em que essa regra pode ser: escrita, ou seja, através das leis, códigos, no qual os
princípios que temos no nosso direito são de alguma forma concretizada. E se concretizam através
de uma noção de regra que tem caráter causal, porque ele enuncia uma causa e uma conseqüência.
Ou seja, não adiantaria ter principio se ele não surtisse efeito. Por exemplo, o princípio da dignidade
humana, não tem uma regra absoluta, porque não basta que enunciemos o principio, no qual o
principio e o substrato deles está marcado de direito, mas precisa de uma regra para que se
concretizem.
O principio da boa-fé nos vai dar um sentido de que a pessoa não pode se valer da própria torpeza
para resolver o contrato. Por exemplo, em que não pode ser herdeira de uma pessoa e matar ela
para receber a herança, porque se estaria enriquecendo em razão da própria torpeza.
- quando se fala em base, tem que ser princípios institucionalizados, neste caso cuidar com os
princípios jurídicos.
- o principio se baseia em valores morais e éticos, então quando se falar em leis e direito positivo
guarda uma idéia de neutralidade de valores, e que a maioria das regras e princípios guarda
valores. Agora precisamos identificar quais são os valores morais e éticos que devem nos guia, que
servem ao direito.
- O principio da boa-fé é um valor moral e ético traduzido para o direito, no qual guia relações das
pessoas. Quando esse valor moral e ético é traduzido para o direito, isso está institucionalizado,
porque vem regrando a vida das pessoas, e, também no direito ele adquire um status deontológico,
refere que o direito vai ser sempre um princípio.
Por exemplo, se a pessoa não cumpre com base na boa-fé a execução do contrato, então ele pode
ser resolvido. Ou seja, deontológico, a força do direito. Que é um dever de ser. Agora se não tivesse
essa barreira que transformava esse direito, ele teria somente valor moral e ético. Então esta
conduta de dois eixos deriva em um valor moral e ético. E essa grande importância de passar para
todos é da diferença entre os princípios jurídicos e os princípios dos valores morais e éticos
intitulados. Por isso que princípio jurídico é direito, e direito é público, sendo público se exige uma
moralidade pública, ou seja, quando precisar do direito aquele princípio estará lá.
Por exemplo, o principio do devido processo legal, ou seja, que meus bens somente podem ser
expropriados se houver um devido processo legal, em que por qualquer rito pudesse tomar o seu
patrimônio, mas tem que ser dentro da lei porque senão não é válido.
- os princípios tornam-se regras.
- o principio é criado no direito, no qual age na forma que nos faz bem.
- os princípios norteiam para a organização social.
Quando se fala em valores morais e éticos, se refere a guardar os valores.
Em que o princípio jurídico tem que ter uma força histórica ou tradição, e os princípios dão um norte
para a organização social.
Com relação a boa-fé se não acreditássemos nisso, e se toda a pessoa que contratasse com você
fosse cumpri o contrato com essa boa fé subjetiva, não faríamos mais contrato, isso se denomina
contradição performativa, ou seja, por exemplo, fazer um contrato de prestação de serviço
educacional, só que você paga o valor e o sujeito tem que prestar o serviço, mas será como ele
puder. Neste caso ela irá contratar? Não, porque não acredita naquilo que está prometendo, não há
boa fé e nem crédito, em que se está se contradizendo naquilo que disse. No qual se trata da
fundamentação reflexiva por meio da força da negação revelada na contradição performativa.
Temos a regra do princípio da boa-fé objetivo conforme art. 113 do CCB.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de
sua celebração.
Doutrina
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• Interpretação baseada na boa-fé e nos usos do local de sua celebração:
O princípio da boa-fé está intimamente ligado não só à interpretação do negócio jurídico, pois
segundo ele o sentido literal da linguagem não deverá prevalecer sobre a intenção inferida da
declaração da vontade das partes, mas também ao interesse social de segurança das relações
jurídicas, uma vez que as partes devem agir com lealdade e também de conformidade com os usos
do local em que o ato negocial foi por elas celebrado.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
costumes.
Doutrina
• Abuso de direito ou exercício irregular do direito: O uso de um direito, poder ou coisa, além do
permitido ou extrapolando as limitações jurídicas, lesando alguém, traz como efeito o dever de
indenizar. Realmente, sob a aparência de um ato legal ou lícito, esconde-se a ilicitude no resultado,
por atentado ao princípio da boa-fé e aos bons costumes ou por desvio de finalidade socioeconômica
para a qual o direito foi estabelecido.
Por exemplo, um cheque é uma ordem de pagamento a vista, em que o sujeito apresenta o cheque
e recebe o valor, pois ele não é necessariamente um titulo que precisa de protesto, porque existem
títulos de crédito que tem que protestar para cobrar. Agora se o sujeito pega o cheque e protesta
ele para negativar a outra parte, ou seja, obrigando ela a pagar. Nessa situação não estaria
extravasando o exercício do seu direito? Na jurisprudência há controvérsias em relação a isso.
Mas que é possível afirmar que este cheque não tem protesto como condição obrigatória e sim
facultativa, em que o protesto muitas vezes pode servir como uma coação extralegal ao pagamento.
De modo que a pessoa está extravasando os seus direitos.
Porque o normal é apresentar no banco e receber o dinheiro. E quando passa a protestar isso é
extravasar os seus direitos, em que está buscando outros meios para solucionar isso e isso na
jurisprudência é controverso.
Por exemplo, na legitima defesa, em que a pessoa excedeu e provocou danos, e nesses danos que
ela causou terá que reparar. Isso pode de boa-fé para a pessoa que se defendeu e causou algum
trauma, isso se considera um excesso, o mesmo porque ela não estava imbuída de boa-fé na
legitima defesa.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua
execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Doutrina
• O primeiro princípio versa sobre um conjunto de deveres, exigidos nas relações jurídicas, em
especial os de veracidade, integridade, honradez e lealdade, deles resultando como corolário lógico
o segundo.
• O princípio da boa-fé não apenas reflete uma regra de conduta. Consubstancia a eticidade
orientadora da construção jurídica do novo Código Civil. É, em verdade, o preceito paradigma na
estrutura do negócio jurídico, da qual decorrem diversas teorias, dentre as quais a teoria da
confiança tratada por Cláudia Lima Marques no alcance da certeza e segurança que devem
emprestar efetividade aos contratos.
• O dispositivo apresenta, conforme aponta Antonio Junqueira de Azevedo, insuficiências e
deficiências, na questão objetiva da boa-fé nos contratos. As principais insuficiências convergem às
limitações fixadas (período da conclusão do contrato até a sua execução), não valorando a
necessidade de aplicações da boa-fé às fases pré-contratual e pós-contratual, com a devida
extensão do regramento. As deficiências decorrem da ausência de duas funções, do direito
pretoriano, para a cláusula geral da boa-fé: a supplendi e a corrigendi, no que dizem respeito,
fundamentalmente, aos deveres anexos ao vínculo principal, cláusulas faltantes e cláusulas
abusivas.
Por exemplo, a boa-fé na contratação, ou seja, de quando vai se fazer o contrato, a obrigação do
sujeito é de que ele possa cumprir. Então no momento em que a cooperativa realizou a contratação,
partimos da premissa da boa-fé de que ele analisou as condições de que pudesse cumprir, isso é a
boa-fé. Agora não pode trazer empecilhos indevidos para não cumprir com a parte dele na
obrigação.
Por exemplo, toda a empresa tem um plano de saúde, que é descontado dos empregados como no
dia 05 de cada mês. Esse contrato de seguro é um contrato aleatório, porque quando as partes
contratam não sabem o que vai acontecer no futuro, no qual a intenção do sujeito é de pagar o
seguro, mas agora não sei se a seguradora vai cumprir com o sujeito a obrigação. Ou seja, que a
obrigação da outra parte vai depender de um evento futuro e incerto.
Ver TJRS AI 70034207134 – cobertura de seguro. É uma decisão que consta das partes a empresa,
seguradora e o empregado, em que o seguro ela descontado em folha de pagamento e no dia 05 de
cada mês tinha o desconto de R$ 200,00 correspondente ao plano de saúde com direito a
internação, mas acontece que no dia 08.08.2010 o trabalhador teve seu contrato rescindido com a
empresa. No dia 05 teve o pagamento e desconto do plano, dia 08 ele rescindiu o contrato e no dia
19 ele foi internado, e o hospital foi conferir a lista dos segurados de saúde, e disse que não vai
cumprir com o contrato porque ele não faz mais parte do quadro de funcionários da empresa.
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Essa decisão diz que a seguradora deverá indenizar a pessoa dos gastos que ela teve com a
internação hospitalar, porque a apólice de seguro diz que após a rescisão do contrato ele continua
vigente durante 30 dias, de forma assim a gozar esse seguro pela parte. E a seguradora opôs esse
direito da parte, não agindo de boa-fé. O mesmo ocorre com uma pessoa que vai realizar um plano
de saúde, em que ela tem que relatar tudo sobre a sua saúde pregressa, se ela sucumbir algo ela
estará agindo de má-fé.
O que tem que se entender que durante a execução do contrato temos que cumprir com a boa-fé
que acaba se tornando algo palpável, essa boa-fé.
a. Vontade – e uma das regras aqui é que vale muito mais a vontade do que a declaração.
Então aquilo que for declarado deve ser entendido sempre como a intenção das partes e com a
intenção do contrato.
Ou seja, é mais a intenção do que declaração, art. 112 do CCB (ver TJRS AC 70014949143 –
Promessa de compra e venda). Ou seja, se é uma compra e venda, tem que haver essa
declaração de vontade entre a compra e venda e não uma doação. E compra e venda é um
negocio oneroso e via de regra, implica a declaração de entrega de um bem e do pagamento em
dinheiro., sendo esta uma obrigação pecuniária. Em que se procurar a intenção em uma compra
e venda que não tem a declaração de um preço, deverá interpelar a outra parte ou dizer para
alguém mensurar o preço. E essa é a idéia da compra e venda.
Por exemplo, ver TJRS AC 70014949143 – Promessa de compra e venda. A promessa de compra
e venda não obriga a venda necessariamente, mas obriga a pessoa a cumprir uma obrigação.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao
sentido literal da linguagem.
Doutrina
• Interpretação declaratória do negócio jurídico: A interpretação do ato negocial situa-se na seara
do conteúdo da declaração volitiva, pois o intérprete do sentido negocial não deve ater-se,
unicamente, à exegese do negócio jurídico, ou seja, ao exame gramatical de seus termos, mas sim
em fixar a vontade, procurando suas conseqüências jurídicas, indagando sua intenção, sem se
vincular, estritamente, ao teor lingüístico do ato negocial. Caberá, então, ao intérprete investigar
qual a real intenção dos contratantes, pois sua declaração apenas terá significação quando lhes
traduzir a vontade realmente existente. O que importa é a vontade real e não a declarada; daí a
importância de desvendar a intenção consubstanciada na declaração.
Contratos de adesão: são aqueles contratos geralmente entre duas partes, em que eles não tem
igualdade, basta uma contratação, no qual um coloca condições e o outro como não tem a
possibilidade de manifestar a sua vontade, então somente resta a ele aderir aquelas opções, o
contrato. Esses contratos são aqueles de fornecedores e de consumidores.
E nos contratos de adesão qualquer duvida contratual, se interpreta em favor da pessoa que adere,
conforme refere os artigos: art. 423 do CCB e art. 47 do CDC; ou seja, é em favor do aderente.
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á
adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Doutrina
• A referência a contrato de adesão sugere, por conceituação legal, espécie e não gênero.
O art. 54 do CDC define: “Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela
autoridade competente ou estabelecidas pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o
consumidor possa discutir ou modificar substancialmente o seu conteúdo”. A norma alcança,
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segundo a doutrina de Orlando Gomes, as duas formas de contratação, a de estipulação produzida
pelo poder público, onde manifesta a irrecusabilidade das cláusulas (contrato de adesão) e a
estabelecida, unilateralmente, pelo particular, em face do potencial aderente (contrato por adesão).
• O princípio de interpretação contratual mais favorável ao aderente decorre de necessidade
isonômica estabelecendo em seus fins uma igualdade substancial real entre os contratantes. É que,
como lembra Georges Pcipert, “o único ato de vontade do aderente consiste em colocar-se em
situação tal que a lei da outra parte é soberana. E, quando pratica aquele ato de vontade, o
aderente é levado a isso pela imperiosa necessidade de contratar”. O dispositivo, ao preceituar a
sua aplicação, todavia, em casos de cláusulas obscuras ou ambíguas, vem limitá-lo a essas
hipóteses, o que contraria o avanço trazido pelo Art. 47 do CDC prevendo o princípio aplicado a
todas as cláusulas contratuais. O aderente como sujeito da relação contratual deve receber idêntico
tratamento dado ao consumidor, diante do significado da igualdade de fato que estimula o princípio.
Por exemplo, no contrato de prestação de serviço telefônico, no qual é um contrato de adesão. Em
que fica uma duvida se a pessoa pode trocar o nome da operadora e mantiver o mesmo numero do
telefone. A interpretação desse contrato se faz da forma que seja mais benéfica ao consumidor. Se
não diz que não pode trocar que é benéfico, se é ambíguo esta estipulação, com a aderência do
consumidor vai ter uma interpretação a seu favor.
Por exemplo, um contrato de empreitada, em que adere e faz inúmeras casas, em que nas clausulas
diz se houver a rescisão do contrato o consumidor tem direito as parcelas já pagas. Quando ele terá
direito a essa restituição das parcelas, ou seja, quando concluir a obra, daqui 30 dias, qual será a
interpretação dada para essa devolução? Será aquela mais favorável ao consumidor.
Tem uma discussão que foi para o STF, em que a pessoa discutia que estava pagando o
financiamento e a empreiteira não entregou o imóvel, e no qual quer a resolução no ato. Mas
quando o contrato não estipulou data, a empreiteira irá pagar quando conseguir comercializar o
imóvel para restituir os valores que tem em haver. Então quando tem duvida o mais favorável será
o consumidor.
Art. 47 – As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
O Contrato de Adesão é aquele cuja clausulas tenham sido aprovada pela autoridade competente ou
estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços.
b. Cláusulas gerais – é senso comum entre os doutrinadores e jurisprudência que quando tiver
clausulas gerais, existe a possibilidade de diversas interpretações, de forma que o individuo pode
interpretar o direito dentro do que for possível.
Por exemplo, a boa-fé, a onerosidade excessiva não tem previsão, porque o CDC diz que quando o
contrato se torna equivalentemente oneroso, na qual existe a possibilidade de revisão de contrato,
ou seja, é uma clausula e quem vai interpretar esse sentido é no caso concreto, pois não tem como
dizer quando é ou não oneroso.
Por exemplo, esta clausula que tivesse no contrato e dissesse que a restituição dos valores já pagos
a financiadora para a construção da moradia somente teria pago no final e seria excessivamente
oneroso, porque a parte cabe receber de volta o valor já pago no financiamento com os dividendos.
Então é uma clausula geral que o sentido vai ser interpretado de acordo com o caso concreto.
As regras de interpretação dos contratos, no qual não existem regras para interpretação dos
contratos, mas é entendendo o direito que conseguiremos entender com as regras se interpretam.
Porque isso depende do conhecimento das regras, dos negócios e isso se resolve à medida que se
conhecem os contratos, de como esse contrato deve ser compreendido.
REGRAS DE INTERPRETAÇÃO:
1ª. As convenções mais devem indagar qual a intenção comum das partes do que as palavras do
contrato. Por exemplo, quando o artigo refere réu qual é a intenção do legislador em dizer isso no
contrato rebus sic stantibus? Nesse caso, será que era réu o devedor ou credor, então qual é o
sentido?
2ª. Quando a clausula é suscetível de dois sentidos, deve-se entender aquele que possui efeito,
considerando o contrato. Ou seja, quando a clausula tiver dois sentidos e um dos sentidos não surtir
efeito, tem-se que entender o sentido que dá efeito a clausula. É quando a minha interpretação
levar o negócio a impossibilidade, deve ser interpretado como algo impossível.
3ª. Quando a clausula tiver dois sentidos, deve-se entender o que mais se adapta ou convém a
natureza do contrato. Ou seja, um contrato de compra e venda é oneroso ou gratuito? Oneroso. Um
contrato de doação é oneroso ou gratuito? Gratuito. O contrato da compra e venda presume-se os
acessórios? Não. Somente se tiver expressamente estipulado no contrato aí se presume. No
contrato de doação presumem-se os acessórios? Depende, mas de regra presume restritivamente. E
na duvida se pode ou não vir a mobília, no qual não pode porque é um contrato restritivo.
4ª. Aquilo em que o contrato apresenta ambigüidade, se interpreta conforme o uso do costume
local, regional, país. O uso é de tamanha autoridade na interpretação dos contratos, que subentende
a clausula do uso ainda que não se exprime.
5ª. Na duvida uma clausula deve se interpretar uma coisa em descargo ou contra àqueles quem
encontrar obrigações, ou seja, na duvida contra quem redigiu a clausula do contrato. Em que se
tiver duvida interpretar contra quem propôs a clausula.
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6ª. O alcance do contrato deve ser restritivo, integrando a sua universalidade. Se for muito genérico
os termos em que foi compreendido uma convenção, em que ela somente compreende as coisas
pelas quais parece que os contratantes se propuseram a contratar e não coisas que eles não
pensaram. O exemplo do mar, cujo não devemos ampliar o âmbito de alcance do contrato, temos
aqui o contrato de compra e venda de ação, no qual se sabe que via de regra excluí as
possibilidades. Compra a fazenda é um exemplo genérico.
Agora quando o objeto da convenção é incomum a universalidade dos dois, compreende todas as
coisas particulares que compõe aquela universalidade. Por exemplo, na compra de um carro,
compreende todo o conjunto dele. Como forma de regra se expõe tudo aquilo no contrato, na duvida
aquilo que é essencial ao bem. E as regras de interpretação são regras estipuladas que vem no CCB.
7ª. Citação de caso hipotético, ele não é números clausus. Em que um contrato não será possível
deixar vencer o contrato se a pessoa deixar de pagar um dia somente.
Com base nessas regras é difícil regrar as interpretações.
7.1. De Ordem Geral: capacidade do agente, objeto licito, possível e determinado ou determinável
e forma prescrita (art. 108 do CCB) ou não defesa em lei (art. 104 e art. 166 do CCB). Exemplo:
art. 426 do CCB.
Ou seja, se considera agente capaz, no qual a capacidade se adquire via de regra, pela idade, em
que aquele que tiver idade acima de 18 anos. A capacidade relativa, sendo aqueles agentes
relativamente capazes com idade entre os 16 e 18 anos, no qual devem ser assistidos.
E temos algumas clausulas de a capacidade é antecipada, por exemplo, a emancipação, o
casamento, ingresso no serviço público, ter capacidade econômica do individuo se manter, sendo
estas formas que a capacidade é concedida de forma antecipada.
Objeto lícito, possível e determinado ou determinável, ou seja, por exemplo, determinado é dar a
coisa certa, então um fusca, WW8080 e 60 sacas de soja é um objeto determinável. Sendo está
uma condição para o objeto ser passível de uma obrigação. A obrigação de dar incerta vai até o
momento em que se torna de dar coisa certa.
E a declaração de vontade dos contratos, na qual eles se registram na informalidade. E se a lei não
diz qual é o tipo que determinam a formalidade desse contrato, em que ele pode ser um contrato
informal, no qual não precisa reconhecer uma formalidade especifica. Mas é claro que nesta venda
possivelmente será emitida uma nota fiscal e depois uma duplicata para representar esse negócio,
mesmo porque esse é um contrato tácito.
Agora tem contratos de que não havendo observância da forma prescrita em lei, torna ele invalido.
Por exemplo, a compra e venda de um imóvel, no qual deve ser feito por escritura pública porque se
não for feito por escritura pública ele não tem validade. O que no máximo pode interpelar a pessoa
para intervir. E o contrato de gaveta é a obrigação de uma pessoa a outra, ou seja, em um contrato
de compra e venda particular de um imóvel, não é possível fazer transferência desse imóvel a outra
pessoa. Então essa forma prescrita em lei é necessária para a validade de um contrato.
A não defesa em lei diz respeito à liberdade de formas, que é a nossa regra. Tem um outro evento
de validade em um contrato quanto a sua formalidade é o pacto antenupcial, em que as pessoas
antes de realizar o casamento fazem o pacto antenupcial no qual firmam as condições patrimoniais
entre elas. Este pacto deve ser registrado sempre antes do casamento, ou seja, feito sempre por
escritura pública.
** exemplo de forma necessária: por escritura pública, a compra e venda de um imóvel, e o pacto
antenupcial.
E a regra é a liberdade de forma. E o art. 126 do CCB é mais uma impossibilidade jurídica da
realização do contrato.
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Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios
jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre
imóveis de valor superior a trinta vezes maior salário mínimo vigente no País.
Doutrina
• Forma única: É aquela que, por lei, não pode ser pretenda por outra. Assim, para um negócio
jurídico que vise constituir, transferir, modificar ou renunciar direitos reais sobre imóveis de valor
superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no país, exige-se que ele se efetive mediante
escritura pública, sob pena de invalidade, desde que inscrita em registro competente para dar-lhe
publicidade e oponibilidade contra terceiro.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II — objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III — forma prescrita ou não defesa em lei.
Doutrina
• Forma prescrita ou não defesa em lei: As vezes será imprescindível seguir determinada forma
de manifestação de vontade ao se praticar ato negocial dirigido à aquisição, ao resguardo, à
modificação ou extinção de relações jurídicas. O princípio geral é que a declaração de vontade
independe de forma especial (CC, art. 107), sendo suficiente que se manifeste de modo a tornar
conhecida a intentio do declarante, dentro dos limites em que seus direitos podem ser exercidos.
Apenas, excepcionalmente, a lei vem a exigir determinada forma, cuja inobservância invalidará o
negócio.
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
1 — celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II — for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III — o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV — não revestir a forma prescrita em lei;
V — for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI — tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII — a lei taxativamente o declarar nulo, o proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
Doutrina
• Conceito de nulidade: Nulidade é a sanção, imposta pela norma jurídica, que determina a
privação dos efeitos jurídicos do ato negocial praticado em desobediência ao que prescreve.
• Efeitos da nulidade absoluta: Com a declaração da nulidade absoluta do negócio jurídico, este não
produzirá qualquer efeito por ofender princípios de ordem pública, por estar inquinado por vícios
essenciais. Por exemplo, se for praticado por pessoa absolutamente incapaz (CC, art. 32); se tiver
objeto ilícito ou impossível; se não revestir a forma prescrita em lei ou preterir alguma solenidade
imprescindível para sua validade; se tiver por objetivo fraudar lei imperativa; e quando a lei
taxativamente o declarar nulo ou lhe negar efeito (CC, ais. 1.548, 1 e fl, 1.428, 548, 549, 762,
1.860 e 1.900, 1 a V; Dec.-Lei n. 7.661/45, art. 52). De modo que um negócio nulo é como se
nunca tivesse existido desde sua formação, pois a declaração de sua invalidade produz efeito ex
tunc (Súmula 346 do STF).
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
Doutrina
• A lei proíbe a estipulação de pacto sucessório, ou seja, o contrato não pode ter como objeto a
herança de pessoa viva, não se permitindo cogitar de sucessão futura. Trata-se de preceito de
ordem pública, ou seja, qualquer contrato com objeto inidôneo é nulo de pleno direito, porquanto é
pressuposto de validade do contrato estar o objeto conforme o ordenamento jurídico. Não existe,
por ditame legal, a sucessão contratual. Uma exceção está referida na forma do Art. 1.655 do CC de
2002 é nula a convenção antenupcial ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta de lei.
Outra exceção é a do Art. 2.018 do CC, acerca da partilha de bens feita pelo ascendente, por ato
inter vivos aos descendentes, alcançando parcial ou integralmente o acervo e constituindo a
partilha-doação Um adiantamento da legítima.
Ou seja, refere a liberdade de forma, em somente quando for prescrita a forma na lei, ela é
necessária para a realização daquele negocio.
7.2. Especial aos Contratos: acordo de vontades ou consentimento, manifestado das partes (art.
107 do CCB).
Ou seja, são elementos ou condições especiais do contrato para contratar:
Condições de ordem geral: porque todo o negocio cuja obrigação deve apresentar determinadas
condições, que em geral é aplicada a todo tipo de obrigação. Mas que é especifico dos contratos.
Sendo o principal elemento em um contrato a vontade das partes, sendo o contrato um acordo de
vontades ou consentimento. Na qual alem dessa vontade de contratar é necessário manifestar ela.
Sendo a manifestação um elemento importante no contrato.
Por exemplo, na compra e venda de um imóvel a manifestação de vontade deve ser através da
escritura pública.
Agora a manifestação de vontade de dividir os bens patrimoniais antes do casamento que se faz
através do pacto antenupcial, em que a manifestação vai conforma a forma do negocio. Mas que via
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de regra é a livre manifestação. Ou seja, pratica atos e que esta pratica ocorre através da
manifestação da vontade, em que a conduta já exprime a realização do negócio.
O silencio pode se manifestar em uma demonstração de vontade. À exemplo, do transporte público.
Mas claro que é a conduta que está manifestando a vontade.
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependera de forma especial, senão quando a lei
expressamente a exigir.
Doutrina
• Forma livre: Nosso Código Civil inspira-Se no princípio da forma livre, o que quer dizer que a
validade da declaração da vontade só dependerá de forma determinada quando a norma jurídica
explicitamente o exigir. A forma livre é qualquer meio de exteriozação da vontade nos negócios
jurídicos, desde que não previsto em norma jurídica como obrigatório: palavra escrita ou falada,
gestos, e até mesmo o silêncio. Por exemplo, a doação de bens móveis de pequeno valor (CC, art.
541, parágrafo único).
Tem uma discussão do direito que para o contrato basta o acordo de vontades ou ele precisa
também da manifestação de vontade entre as partes? Sendo este um dilema contratual, porque o
nosso modelo jurídico, ele entende que o acordo de vontades passa para perfectibiliza a aprovação
do contrato. Mas como vai se saber se a parte concordou em realizar o contrato?
O contrato em via de regra contrata, como por exemplo, o contrato de compra e venda, no qual é
um contrato de obrigações bilaterais, ou seja, credor devedor, devedor credor, e quando
realiza essa obrigação, essa pessoa manifestou a sua vontade e junto disso tem que haver o acordo
de vontades.
Aqui se constitui um acordo de vontades e quando tem a oferta e a manifestação de vontade do
sujeito realizar a venda.
Estando presentes as condições de ordem geral. A simples convergência de vontades perfectibiliza o
contrato. Ex: Ônibus.
O direito alemão tem uma discussão de quando realmente que se forma o contrato, em que para o
direito alemão basta somente o acordo de vontades ou tem que ser a manifestação? E no nosso
direito, como via de regra precisamos a manifestação, porque senão como vamos sensibilizar o
contrato se não tem manifestação.
Então vale mais a vontade das partes ou a manifestação de sua vontade? E como vai manifestar
apesar de ter uma vontade manifesta outra vontade.
Pois a manifestação deve sempre na medida do possível retratar a sua vontade. Como por exemplo,
se você faz uma compra e venda de imóvel é diferente de fazer uma promessa de compra e venda
de imóvel.
E a tua manifestação de vontade na compra e venda está conformada na idéia que se está pedindo
para uma outra pessoa cumpri com uma promessa.
Na compra e venda a manifestação de vontade já é o objeto, o imóvel. Neste caso toda a
manifestação deve ser interpretada de acordo com a intenção do contrato.
O Contrato é Bilateral porque o encargo da prestação recai sobre as duas pessoas. Em que a
obrigação do ônus recai sobre as duas pessoas. O contrato de doação, por exemplo, é um contrato
unilateral, porque a pessoa que suporta o ônus é uma só, quando não tem um encargo.
Ou irá fazer uma doação e a pessoa que assumir vai ter um encargo de manter os cachorros da
fazenda enquanto eles tiverem vivos. Nesse caso o contato é bilateral, porque o encargo, o suporte
dessas obrigações as duas partes irão sofrer.
8. FORMAÇÃO DO CONTRATO –
Em que estando presente os elementos das condições gerais (a capacidade, o objeto) em que a
simples convergência de vontades manifestada sensibiliza o negócio fazendo o contrato. O contrato
é feito entre presentes, e a manifestação de vontade se dá de forma instantânea faz no momento da
realização do serviço.
No contrato de compra e venda do supermercado é um contrato realizado entre ausentes? Não, este
é o contrato entre presentes, e a formação do contrato se dá de forma instantânea, no momento da
realização do serviço.
E no cotidiano era de que os contratos eram realizados entre os presentes, e agora pela internet
temos uma modificação.
Por exemplo, por telefone é um contrato entre ausentes ou presentes?
Quando se falar em presente e ausente pensar sempre na manifestação da vontade. Ou seja, a
manifestação de vontade é feita no ato da vontade.
Por exemplo, quando liga para o tele shopping e faz uma compra, esse é um contrato entre
presentes, pois não precisa esperar a resposta deles. Então quando a manifestação da vontade é
feita no ato, este é um contrato entre presentes.
8.1. Da Proposta: os termos oferecidos vinculam o oblato (ofertante) (art. 427 do CCB e art. 30 do
CDC) ao público a que se dirige (art. 429 do CCB).
Quando se refere da proposta do contrato, porque é algo que sempre vincula o contrato.
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Por exemplo, tenho um livro do Venosa, 7ª ed. E vendo pelo valor de R$ 40,00, na qual esta minha
proposta já vincula a minha parte. Ou seja, manifesto a minha vontade, na qual está vinculada a
minha manifestação, conforme art. 427 do CCB.
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela,
da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Ou seja, a proposta vincula quem está fazendo-a.
Quando há uma oferta de um produto abaixo do valor de mercado, em que a circunstancia do
negocio, a natureza e o negocio realizado vai permitir que aquela oferta não seja perfeita. O direito
do consumidor quando a diferença não for tão gritante, e o CDC sempre incide nas relações em que
tiver um fornecedor e um consumidor. Naquelas hipóteses, em que sempre quando for um
consumidor aquele que vai usar o produto como destinatário final, ele irá incidir.
Nesse caso, quando a interpretação do contrato de adesão que via de regra é do consumidor, ele é
interpretado em favor do aderente.
E quando um negócio não pode ser realizado, porque o negocio muito discrepante entre a oferta e o
negocio realizado.
Doutrina
• A proposta somente produz a obrigação, diante da sua aceitação, podendo o proponente
arrepender-se antes de a proposta ser aceita pelo outro, a quem dirigida.
• A proposta não adquire a qualidade obrigacionária em duas hipóteses:
1º) se formulada sem a necessária intenção vinculativa ao ato obrigacional da oferta, resumindo-a a
uma simples tratativa de negociação (convite a contratar), em face dos próprios termos em que foi
apresentada;
2º) quando a natureza do negócio ou as circunstâncias do caso proposto evidenciarem a falta da
obrigatoriedade.
• A proposta, segundo a Lei n. 8.078/90, em face dos contratos de consumo, tem relevo jurídico
mais abrangente, diante do disposto no Art. 35 do diploma consumerista. O dever de prestação traz
como conseqüência a execução específica, restando cabível a conversão da obrigação em perdas e
danos somente por opção do credor ou por impossibilidade da tutela específica ou da obtenção do
resultado prático (Art. 84, § P, do CDC).
Art. 30 – Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou
meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados obriga o
fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
Ou seja, essa oferta vincula aquele produto anunciado, em que se verá, por exemplo, quer for
comprar um veiculo, irá ver a apresentação do veiculo, e o valor é de R$ 50.000,00. Ou seja, essa
oferta (proposta) vincula o produto ao preço que é a manifestação de realização do negócio. Então
para a realização do contrato, somente resta o acordo de vontades, a manifestação de vontade de
adquirir o bem. Feito isso, está flexibilizado o negócio.
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao
contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada
esta faculdade na oferta realizada.
Ou seja, porque ao público que se dirige, no qual a pessoa que vai comprar aquele imóvel, não vai
conseguir formar a sua vontade de formar sua vontade livre de pensar que está muito barato.
Se cair na PROVA: oferecendo um imóvel por R$ 10.000,00 e que na verdade ele valia R$
100.000,00. No qual tinha a nota no jornal, e a localização era no centro da cidade. Esta oferta
vincula? Se não vincula, porque não. Justifique a sua resposta. A resposta está no art. 427 e art.
429 do CCB. Neste caso, se diz que a proposta não vincula, porque a circunstancia e natureza do
caso, e o público a que se dirige não é compatível a oferta para a realização do negócio.
É claro que tem na justiça varias ações sobre esse tema, se vincula ou não, mas de regra se
observa esses requisitos da natureza, circunstancia, e o público a que se dirige essa proposta.
Doutrina
• O NCC reconhece a relevância jurídica da oferta ao público para os efeitos da formação do
contrato. Entretanto, ao estabelecer a equivalência, não avançou, satisfatoriamente, ao alcance do
tratamento dado pelo Código de Defesa do Consumidor (Art. 30), em que a oferta somente equivale
à proposta quando o seu conteúdo oferece os elementos essenciais à contratação, de modo a criar o
vínculo obrigacional.
• O dispositivo não adota o princípio da suficiência precisa da informação consagrado pelo CDC. Por
este princípio, a oferta de massa toma-se vinculante, obrigando o proponente, quando
suficientemente precisa a informação ou a publicidade, a tornar eficiente a realidade negocial. E a
publicidade, nos termos do art. 30 do Código de Defesa do Consumidor, constitui fonte de obrigação
para o fornecedor, “com os mesmos efeitos jurídicos de uma oferta, integrando o contrato futuro”.
Desse modo, pondera que os elementos oferecidos pela publicidade informativa “obrigam e
vinculam desde sua veiculação”.
8.1.1. Revogação da Proposta: pela mesma via de divulgação (art. 429, § único do CCB). Ou
seja, em que a pessoa tem que receber a notificação da revogação.
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8.1.2. Deixa de Ser Obrigatória a Proposta Quando (art. 428 do CCB):
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I — se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também
presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II — se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta
ao conhecimento do proponente;
III — se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV — se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do
proponente.
Doutrina
• O dispositivo enumera as causas excludentes da obrigatoriedade da proposta,
considerando determinadas circunstâncias em que esta se operou, com ou sem prazo. Nas
propostas sem prazo, entre presentes, a não-aceitação imediata conduz à não-obrigatoriedade da
oferta, desobrigando o proponente. Entre ausentes, o elemento de desoneração situa-se no tempo
hábil para que a proposta seja recebida pelo oblato, por ele respondida e recepcionada pelo
proponente. A suficiência do tempo é juridicamente indeterminada para ser apurada a imediatidade
da aceitação. Nas propostas com prazo, cessa a obrigatoriedade findo o prazo assinado. Entre
ausentes, tem-se atendido o prazo, quando a resposta é expedida dentro do período de tempo
fixado. Outra circunstância impeditiva da obrigatoriedade ocorre quando a convergência volitiva não
é alcançada por retratação oportuna do proponente, ou seja, quando a proposta é desfeita a tempo,
implicando o arrependimento daquele a inexistência jurídica da oferta.
A regra é que o direito vincula, e na concretude do direito real depende das circunstancias que a
proposta foi feita.
a. Feita presente, não é imediatamente aceita; ou seja, se caso a proposta não for
imediatamente aceita, se revoga a proposta.
b. Quando a proposta antes ou ao mesmo tempo de ser recebida é retratada (art. 433 do
CCB); ou seja, oferece um produto e decide não vender mais aquele produto, em que a retratação
da venda é feita de imediato.
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a
retratação do aceitante.
Doutrina
• O dispositivo cuida da retratação do aceitante em contraponto ao inciso IV do Art. 428, que, por
sua vez, trata da retratação do proponente. Ambos versam sobre a perda da volição positiva ou
arrependimento eficaz, diante de retratação oportuna, não alcançando, para a conclusão do
contrato, a convergência de interesses. Assim, se a retratação é recepcionada pelo ofertante antes
da ciência da aceitação ou simultaneamente com esta, ter-se-á por inexistente a aceitação.
• A retratação do aceitante feita a destempo o mantém vinculado ao contrato.
c. Feita a pessoa ausente não é respondida no prazo fixado ou prazo normal. Mas
considerando que o telefone é feito entre presentes, conforme art. 428, I do CCB, é porque a
manifestação foi feita no ato de fechamento do negócio. Agora se remete aquela oferta feita no
MSN, e oferta um produto e a pessoa já aceita, esse negócio é feito entre presentes ou ausentes.
Então quando a manifestação de vontade é expressa e fecha o negócio no ato. E se for ao ato,
mesmo que seja pelo MSN isso é feito entre presentes.
Agora se for por e-mail a proposta feita, essa é entre ausentes, porque tem que esperar o tempo da
resposta dele. Ou se caso não responder dentro do tempo estipulado, não vale esse negócio dele, ou
seja, quando dado o prazo fixado, e ultrapassado o prazo não tem mais validade a resposta, em que
acabou a vigência da oferta.
Para ser entre presentes a resposta tem que ser imediata ou instantânea.
PRAZO NORMAL: em que se temos como prática uma empresa um fornecedor e um credor, na
empresa em que trabalhava o pessoal para comprava de componentes elétricos. Como isso era
feito? Eles mandavam a oferta e tinham esses componentes para vender, a regra era que em 24
horas a empresa desse a resposta. Ou seja, de regra essa manifestação de vontade tem que ser
expressa dentro do prazo de 24 horas, caso contrário perde a validade.
8.1.3. Aceitação por Atraso Imprevisto: negócio realizado deve ser imediatamente comunicado
(art. 430 do CCB).
Por exemplo, a compra da bicicleta do Onofre e do Luciano, no qual o Luciano ainda não disse se
queria comprá-la, em que se atrasou para dar a resposta, mas sendo que ele quer comprá-la.
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do
proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e
danos.
Doutrina
• A recepção tardia pelo proponente da oportuna aceitação da oferta acarreta perda da
obrigatoriedade da proposta, uma vez findo o prazo nela contido ou concluído o tempo suficiente
para a resposta. A circunstância imprevista e superior às forças do aceitante, decisiva ao
retardamento, exigirá, todavia, por parte do proponente, imediata comunicação ao aceitante acerca
do atraso verificado, sob pena daquele responder por perdas e danos. É que a manifestação
17
extemporânea diz respeito apenas ao momento da ciência pelo proponente, quando o aceitante a
supõe válida para a conclusão do contrato, tomando imperativo vir o proponente, mediante o
comunicado de conhecimento do fato, afirmar-se desobrigado à proposta, em face da demora, para
o devido efeito liberatório.
2ª parte da aula....
8.3. Lugar da Proposta como aquele da celebração do contrato (art. 435 do CCB).
Art. 435. Reputar-se-é celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
Doutrina
• A doutrina tem assentado a determinação do lugar onde celebrado o contrato pelo local de sua
conclusão, entre presentes. Quanto às pessoas ausentes, define-se prevalecente o lugar da
expedição da proposta.
• A determinação do local da celebração do contrato tem igual relevância para o direito internacional
privado, nos termos da Lei de Introdução ao Código Civil (* 2º do art. 9º e Art. 13).
Vimos na aula passada, a questão da oferta a um público, quando os ofertantes enviam uma
mensagem para o público e essa mensagem tem o seu principal condão vinculado as condições
afetada, como o tipo de produto, as circunstancias, só que vimos que nem sempre essa vinculação
será absoluta. E essa vinculação já havia sido determinada pelas circunstancias pelo contexto dessa
oferta para o público no qual ela se dirige; na hipótese que o direito é absoluto em abstrato.
10.1. Contrato de Adesão – são clausulas pré-dispostas, opção é aceitar ou repetir o contrato,
conforme art. 54 do CDC e art. 423 e 424 do CCB que refere sobre a disparidade na manifestação
de vontade; geralmente contratantes indeterminados e indefinidos.
No tipo tradicional de contrato, as partes discutem ampla e livremente suas cláusulas, aceitando-as
ou não. Existe, porém, outra categoria contratual, em que não ocorre tal liberdade, devido à
preponderância de um dos contratantes, que, por assim dizer, impõe ao outro sua vontade.
Compreende essa categoria os chamados Contratos de Adesão.
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10.2. Contrato Tipo – é o contrato direcionado a um determinado público, em pé de igualdade.
10.3. Contrato Coletivo – é a noção de substituição jurídica conforme art. 107 do CDC.
10.5. Contrato Dirigido ou Regulamentado – é aquele contrato que impõe limites específicos à
contratação. Exemplo: tabela de preços.
AULA 04 – 27.08.2010
O contrato unilateral e bilateral são classificações que leva em consideração a carga das obrigações.
Cargas Bilaterais – em que a carga é sobre as duas pessoas que estão no contrato.
Por exemplo, o contrato de compra e venda, o cumprimento da obrigação está tanto no comprador
quanto no vendedor. No qual o comprador vai sofrer a carga, em razão de dar a coisa certa e o
comprador tem uma carga de dar coisa incerta, que é o pagamento do preço. Ou seja, formação
prevê prestações recíprocas, existindo dependência entre elas. Em que ambas as partes possuem
cargas no cumprimento das obrigações, no qual prevê duas obrigações com cargas distintas entre
os contratantes. Exemplo: contrato de Compra e venda normal o cumprimento das cargas deve dar
de forma instantânea e imediata, se caso não houver disposição contratual, doação com encargo
(em que deixa de ser um contrato unilateral para ser um contrato bilateral), locação, cessão
onerosa, permuta, empreitada, sociedade, fiança onerosa, doação com encargo.
**** Na compra e venda normal se não houver disposição no contrato o cumprimento das
obrigações deve dar de forma instantânea e imediata.
No contrato de compra e venda, vamos ter uma condição chamada comutativa ou sinalagmática, no
qual essa condição é que cada um tem que cumprir com a prestação.
São aqueles que criam obrigações para ambas as partes e essas obrigações são recíprocas; cada
uma das partes fica adstrita a uma prestação. É o que acontece com o contrato de compra e venda
em que o vendedor fica obrigado a entregar, a dar coisa certa ao outro contratante, enquanto este,
por seu turno, se obriga a pagar o preço ajustado, ou seja, dar coisa incerta, o dinheiro.
Sendo que neste ato está vinculado o valor do pagamento em dinheiro, realizado de maneira
instantânea e imediata, no qual esta é a regra do contrato bilateral e por isso que se diz que as
prestações são simultâneas e atreladas.
Cargas Unilaterais - somente uma pessoa suporta essa carga da obrigação, ou seja, somente gera
obrigação para uma das partes e a outra somente usufrui.
Como por exemplo, a doação sem encargos, comodato (é uma figura parecida com mútuo, ou seja,
é o empréstimo de um bem infungível. E aquele celular que se ganha da associação para utilizar e
depois devolve o mesmo aparelho) mutuo (é uma espécie de empréstimo igual a comodato onde
que o bem emprestado é fungível, por exemplo, o empréstimo em dinheiro), fiança, deposito.
Fungível é aquele bem que pode ser substituído por outro de mesmo gênero e espécie.
Infungível é aquele bem que não pode ser substituído, é individualizado.
São aqueles em que só uma das partes se obriga em relação à outra; assim sendo, um dos
contratantes é exclusivamente credor, enquanto o outro é exclusivamente devedor. É o caso da
doação pura e simples, em que apenas o doador contrai obrigações, ao passo que o donatário só
aufere vantagens, nenhuma obrigação assumindo, salvo o dever moral de gratidão. É o caso de
ainda do depósito, do mútuo, do mandato, além do comodato.
11.1.2. Contratos Bilaterais: exceção do contrato não cumprido (exceptio non adimpleti
contratus) – art. 476 do CCB refere sobre prestações simultâneas e atreladas.
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação,
pode exigir o implemento da do outro.
Doutrina
• O princípio exceptio non adimpleti contractus, decorrente da dependência recíproca das relações
obrigacionais assumidas pelas partes, é exercido pelo contratante cobrado, recusando-se à sua
exigibilidade (satisfazer a sua obrigação) por via da exceção do contrato não cumprido; quando a
ela invoca o inadimplemento da obrigação do outro. O princípio tem incidência quando ocorre uma
interdependência, em que as obrigações devem ser recíprocas e contemporâneas. Humberto
Theodoro Júnior refere-se à necessidade de uma “conexidade causal entre a prestação cobrada e
aquela que o excipiente invoca como não cumprida”. Maria Helena Diniz leciona o exemplo do
19
contrato de compra e venda à vista, “onde o dever de pagar o preço e o de entregar a coisa; estão
ligados”.
• Quando houver sido pactuada a cláusula solve et repete, opera-se a renúncia ao emprego da
exceção do contrato não cumprido.
• Cumpre verificar a imprecisão técnica cometida no tratamento dado à exceção do contrato não
cumprido, incluída como causa determinante de extinção do contrato. Em verdade, constitui apenas
uma oposição temporária do devedor à exigibilidade do cumprimento de sua obrigação enquanto
não cumprida a contraprestação do credor. De ver, afinal, que o artigo seguinte, da mesma seção,
versa sobre hipótese não extintiva do contrato, posto que, à semelhança do presente artigo, é caso
típico de exceção dilatória.
No contrato bilateral a prestação deve se dar de forma cumulativa, ou seja, as prestações são
simultâneas e atreladas.
Agora temos contratos que as prestações não se dão no mesmo momento, ou que pode dar de
forma atrasada, e nos contratos bilaterais surgiu a preocupação para que uma das partes não venha
a ter um prejuízo no cumprimento, de modo que essas obrigações tem que ser cumpridas juntas.
Pois enquanto o sujeito não cumprir com a sua obrigação não poderá exigir da parte o cumprimento
da obrigação dela.
E essa idéia de noção de contraprestação, de equilíbrio contratual, de cumprimento simultâneo e de
cumprimento recíproco das obrigações faz parte da exceção de contrato não cumprido,
conforme diz o art. 476 do CCB. Ou seja, para que possa exigir o cumprimento de uma obrigação,
deve estar com a sua obrigação em dia, de modo que assim pode exigir a contraprestação do outro.
Como bem se percebe, as obrigações criadas pelo contrato bilateral recaem sobre ambos os
contratantes; cada um destes é ao mesmo tempo credor e devedor; o vendedor deve a coisa
alienada, mas é credor do preço; o comprador, por sua vez, é devedor do preço, mas credor da
coisa adquirida.
Por exemplo, em um contrato de compra e venda de um automóvel, foi celebrado em 20.08.2010,
no qual a entrega será no dia 20.11.2010 no valor de R$ 7.000,00 pago em prestações: 20.08.10 –
R$ 3.000,00; 20.09.10 – R$ 1.000,00; 20.10.10 – R$ 1.000,00; 20.11.10 – R$ 1.000,00; 20.12.10
– R$ 1.000,00.
Esta é uma obrigação atrelada (vinculada uma com a outra), mas que não é simultânea.
Recordando a prestação onerosa da Teoria da Imprevisão em que ela pode ser diferida e sucessiva.
Obrigação diferida, porque assumimos a obrigação em fev./2010, mas que será cumprida no futuro
essa obrigação em 20.12.2010. Então por isso que ela é uma obrigação diferida no qual assumimos
de cumprir essa obrigação em 20.11.2010, ou seja, a obrigação diferida é o momento do
cumprimento da obrigação. A idéia é em temporal do seu cumprimento. Agora se fosse uma compra
e venda sem data prevista, em que o cumprimento ocorre no ato, de forma instantânea e imediata.
A prestação estendida no qual a obrigação é cumprida de maneira sucessiva em parcelas.
Ou seja, existem três formas de prestações:
- prestação diferida
- prestação no ato
- prestação estendida
Então a entrega é no dia 20.11.2010, e no dia 20.08 e 20.09 de 2010 a pessoa efetuou o
pagamento e no dia 20.11.2010 a pessoa não efetuou o pagamento. E no dia 20.11.2010 a empresa
tem que cumprir com a entrega. Então se entrega ou não o veiculo? Ou seja, a obrigação que a
pessoa assumiu deve estar em dia e como é uma obrigação sucessiva é fácil verificar isso.
Em razão do contrato não cumprido, pode-se notificar a outra parte para que ela cumpra a sua
obrigação. E isso seria a ética judicial, ou em uma medida extrema, entraria com uma ação judicial
com antecipação de tutela para o juiz referir a exceção do contrato não cumprido para que possa
manter a minha obrigação inerte até o momento que ele retome o cumprimento das suas
obrigações, e isso é o que refere o art. 476 do CCB. Como também a outra parte pode ficar em
mora do cumprimento de dar a coisa certa.
Quando se falar em contrato não cumprido é que o ônus de uma das partes ainda está com ela. E
como a entrega ainda não foi cumprida, e por isso que se pode falar em contrato não cumprido,
porque é um contrato bilateral, em que as mesmas prestações simultâneas ou contraprestações.
Pois se já cumpriu a sua parte não tem mais como alegar o contrato não cumprido.
Porque se o sujeito já entregou o veiculo, em que a exceção do contrato não cumprido tenta
garantir a não entrega e o que nos resta nesse momento é a execução dos valores do cumprimento
do contrato, com perdas e danos, juros, correção monetária, mora pactuada.
** Então sempre iremos falar de exceção de contrato não cumprido, quando não
estivermos com a nossa prestação cumprida ainda, e tem que constituir a outra parte em
mora. De modo que somente poderá entregar o veiculo, quando o sujeito estiver em dia com as
suas prestações, e assim constituir a outra parte em mora, senão não teria sentido essa exceção do
contrato não cumprido.
*** E um dos elementos da exceção do contrato não cumprido é a notificação da outra
parte, sendo que depende da constituição da outra parte em mora, e é o resguardar de
provas que a outra parte está devendo (inadimplente). E isso pode dar-se através de uma
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notificação extrajudicial, uma correspondência, um e-mail, como também pode ocorrer
através de uma ação judicial.
Agora se fosse promover uma ação judicial, deverá trazer para o juiz o mínimo de prova que a outra
parte não cumpriu com o contrato.
A exceção do cumprimento da obrigação ocorre em contratos bilaterais, em que cada um terá que
cumprir com a sua obrigação. Essa obrigação algumas vezes poderá as prestações ser simultâneas,
diferidas ou sucessivas. No caso da prestação sucessiva somente se encerra pagando a ultima
prestação.
Conforme o art. 474 do CCB todos os contratos bilaterais contem uma clausula de condição
resolutória tácita.
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação
judicial.
Doutrina
• O contrato se resolve pela cláusula resolutiva expressa, diante de obrigação não adimplida de
acordo com o modo determinado. A cláusula expressa promove a rescisão de pleno direito do
contrato em face do inadimplemento. .
• Quando não houver sido expressa a cláusula resolutiva, o contratante prejudicado deverá notificar
a parte inadimplente acerca da sua decisão de resolver o contrato em face da inadimplência do
outro.
II) Resolução do contrato mais perdas e danos; é o exemplo, do vestido da Gabriela para a
formatura do seu irmão. Ou pode resolver o contrato não aceitando mais o produto, porque não foi
entregue no prazo fixado e, além disso, pagar mais perdas e danos.
III) Exigir cumprimento mais perdas e danos – conforme o art. 461 do CCB e o art. 466, “a”,
“b”, “c” do CPC. Ou também pode aceitar o produto e reclamar perdas e danos.
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa
pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no
contrato se considerava exposta a coisa.
Art. 466 - A sentença que condenar o réu no pagamento de uma prestação, consistente em dinheiro
ou em coisa, valerá como título constitutivo de hipoteca judiciária, cuja inscrição será ordenada pelo
juiz na forma prescrita na Lei de Registros Públicos.
Parágrafo único - A sentença condenatória produz a hipoteca judiciária:
I - embora a condenação seja genérica;
II - pendente arresto de bens do devedor;
III - ainda quando o credor possa promover a execução provisória da sentença.
Art. 466-A. Condenado o devedor a emitir declaração de vontade, a sentença, uma vez transitada
em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.
Art. 466-B. Se aquele que se comprometeu a concluir um contrato não cumprir a obrigação, a outra
parte, sendo isso possível e não excluído pelo título, poderá obter uma sentença que produza o
mesmo efeito do contrato a ser firmado.
Art. 466-C. Tratando-se de contrato que tenha por objeto a transferência da propriedade de coisa
determinada, ou de outro direito, a ação não será acolhida se a parte que a intentou não cumprir a
sua prestação, nem a oferecer, nos casos e formas legais, salvo se ainda não exigível.
Assim o sujeito tem essas três possibilidades de resolver o contrato por Inadimplemento
unilateral.
Contratos Gratuitos – O contrato gratuito é o tipo de contrato em que a pessoa não recebe nada
por aquilo, ou seja, ele é muito parecido com os contratos unilaterais. Por exemplo, contrato de
doação, contrato de empréstimo sem juros, contrato de prestação de serviço, empreitada, contrato
de compra e venda, contrato de locação.
Contratos Onerosos - O contrato oneroso é aquele que recai sobre ambas as partes a onerosidade
do contrato, no qual é muito parecido com os contratos bilaterais. Por exemplo, temos o contrato de
empréstimos com pagamento de juros.
Contrato aleatório é o contrato em que as prestações de uma ou de ambas as partes são incertas,
porque sua quantidade ou extensão está na dependência de um fato futuro e imprevisível e pode
redundar numa perda, em vez de lucro.
Por exemplo; o contrato de seguro, o jogo, a aposta, etc. Entre ambos, existe uma figura
intermediária: o contrato comutativo em que haja certo elemento aleatório, que nele passa a ser
normal.
Comutativos até que se acionado a exceção do contrato não cumprido, porque comutativo,
tem as prestações, sendo uma prestação e contraprestação, nas quais elas são mais ou menos
equivalentes, de modo que se aplica a exceção do contrato não cumprido.
*** E aqueles contratos de compra e venda que referimos antes, com a execução diferida, execução
sucessiva são contratos comutativos porque quando as pessoas contrataram já sabiam das
condições.
12.2.3.2. Empatio Rei Speratae – O empatio rei speratae, em que não basta que exista ou não a
safra, em que vai se pactua que acém da safra ele tem que dar o mínimo ou o máximo, ou seja,
aquilo que a safra produzir é dele. Então, a aleatoriedade da compra e venda fica condiciona a
quantidade do objeto conforme o art. 459 do CCB. Em que se tem o RISCO sobre a quantidade do
objeto.
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuros, tomando o adquirente a si o risco
de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante-a todo o preço, desde
que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir quantidade inferior à
esperada.
Parágrafo único: Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o
preço recebido.
Doutrina
• O dispositivo trata do risco sobre a quantidade exata da coisa, retratando a empatio rei
speratae (venda da coisa esperada, a probabilidade da coisa existir na quantidade desejada ou
prometida), caso em que o alienante terá direito a todo o preço da coisa que venha a existir
quantitativamente diferenciada, como sucede ainda no exemplo clássico da venda de colheita
futura, quando a safra alcança quantidade inferior ou mínima. No caso, a álea vincula-se à
quantidade e não à existência da coisa, referida pelo artigo anterior. O alienante não terá direito ao
preço contratado, se houver agido com dolo ou culpa.
• Sobre o risco concernente à quantidade, Darcy Arruda Miranda apresenta o exemplo típico do
adquirente de safra de algodão animado pela espera de colheita farta, sucedendo, entretanto,
quantidade irrisória resultante de o algodão se achar praguejado. O alienante omitira essa
circunstância ao adquirente, agindo com dolo. Em tal situação, o contrato será nulo. Assim, desde
que o alienante atuou dolosamente, com causa de prejuízo ao adquirente, nenhum direito terá ao
preço ajustado, obrigando-se à restituição. A exclusão do dolo, no preceito, por se referir o
dispositivo somente à culpa.
• Desde que o risco foi assumido sobre a quantidade, a não-existência da coisa traz como
conseqüência a nulidade do contrato, obrigando-se o alienante à restituição do valor recebido, certo
que nada existindo, alienação não haverá.
AULA 05 – 03.09.2010
Contrato Típico porque está previsto no CCB a sua espécie. Ou seja, esses contratos que estão
tipificados no CCB são os contratos típicos, porque está previsto na legislação.
Exemplos: art. 481 do CCB é um contrato comutativo, art. 538 do CCB é um contrato de doação,
unilateral, gratuito, típico, art. 579 do CCB é um contrato de comodato, fungível.
Contrato Atípico é aquele contrato que podemos fazer, ou seja, é aquele contrato que não tem um
tipo especificado em lei.
Exemplos: contrato de formatura.
12.4. Contratos consensuais (perfeição pelo consentimento) e contratos reais (perfeição pela
entrega da coisa – requisito para existência do contrato, ex. mútuo, depósito).
12.5. Contratos solenes (CC, art. 108) e não solenes (CC, art. 107). CC, art. 288 (formalismo
indireto), CC, art. 215. Liberdade de forma, prova, CC, art. 401.
Contratos Solenes – é aquele que demanda uma solenidade especial para a sua validade, ou seja,
uma formalização especial para a sua validade, conforme art. 108 do CCB.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios
jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre
imóveis de valor superior a trinta vezes maior salário mínimo vigente no País.
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Doutrina
• Forma única: É aquela que, por lei, não pode ser pretenda por outra. Assim, para um negócio
jurídico que vise constituir, transferir, modificar ou renunciar direitos reais sobre imóveis de valor
superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no país, exige-se que ele se efetive mediante
escritura pública, sob pena de invalidade, desde que inscrita em registro competente para dar-lhe
publicidade e oponibilidade contra terceiro.
Por exemplo; o pacto antenupcial é aquele no qual celebra com a pessoa os bens patrimoniais antes
do casamento, sendo aquele contrato que exige a solenidade da escritura pública para ter validade.
A compra e venda de imóvel com valor superior a 40 salários mínimos exige necessariamente a
solenidade da escritura pública para a sua validade.
Contratos Não Solenes – conforme o art. 107 do CCB é aquele contrato que não exige a
solenidade para constituir a sua validade.
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependera de forma especial, senão quando a lei
expressamente a exigir.
Por exemplo, é o contrato de locação, o contrato de compra e venda de um imóvel com valor
inferior a 40 salários mínimos pode ser considerado não solene, porque não demanda a escritura
pública.
Estes artigos vão dizer que no direito brasileiro existe um formalismo indireto, ou seja, precisa de
alguma solenidade para poder ter eficácia diante de terceiros, conforme art. 288 do CCB.
Por exemplo, a concessão de ações da CRT, em que muitas vezes a pessoa recebia o telefone e
cedia os direitos para outra pessoa, quando se tratava dessa questão, que alem de fazer
particularmente, havia a necessidade de fazer uma publicidade deste, ou seja, fazia isso diante de
um registro ou notificava a pessoa do terceiro interessado que no caso, era a CRT para que tivesse
eficácia.
Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se
mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1º do Art.
654.
Doutrina
• Além do instrumento público, a cessão de crédito pode operar-se por força da lei ou de decisão
judicial.
• A cessão de crédito pode operar-se também por instrumento particular revestido apenas das
formalidades do § 1º do Art. 654, atinentes ao instrumento de mandato. Assim, basta que o
instrumento particular contenha a indicação do lugar em que foi passado, a qualificação das partes,
o objetivo e a extensão da cessão. Não há mais a exigência de que seja subscrito por duas
testemunhas e posteriormente registrado em cartório.
• A Lei n. 6.015/73 (LRP), entretanto, continua a exigir o registro (Art. 129) do instrumento de
cessão apenas como requisito para oponibilidade do ato frente a terceiros e não como requisito de
validade da própria cessão inter partes.
A partir do art. 215 do CCB temos a distinção entre solene e não solene, no qual os contratos
demandam a sua comprovação e o próprio código diz quais são os meios de provas para isso. E essa
prova é uma prova da existência do contrato, em que não se questiona a existência do contrato
quando ele é feito por escritura pública.
Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública,
fazendo prova plena.
§ 1º Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura pública deve conter:
I - data e local de sua realização;
II - reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de quantos hajam comparecido ao ato,
por si, como representantes, intervenientes ou testemunhas;
III - nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e residência das partes e demais
comparecentes, com a indicação, quando necessário, do regime de bens do casamento, nome do
outro cônjuge e filiação;
IV - manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes;
V - referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais inerentes à legitimidade do ato;
VI - declaração de ter sido lida na presença das partes e demais comparecentes, ou de que todos a
leram;
VII - assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a do tabelião ou seu substituto
legal, encerrando o ato.
§ 2º Se algum comparecente não puder ou não souber escrever, outra pessoa capaz assinará por
ele, a seu rogo.
§ 3º A escritura será redigida na língua nacional.
§ 4º Se qualquer dos comparecentes não souber a língua nacional e o tabelião não entender o
idioma em que se expressa, deverá comparecer tradutor público para servir de intérprete, ou, não o
havendo na localidade, outra pessoa capaz que, a juízo do tabelião, tenha idoneidade e
conhecimento bastantes.
§ 5º Se algum dos comparecentes não for conhecido do tabelião, nem puder identificar-se por
documento, deverão participar do ato pelo menos duas testemunhas que o conheçam e atestem sua
identidade.
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Doutrina
• Escritura pública: A escritura pública é um documento dotado de fé pública, lavrado por tabelião
em notas, redigido em língua nacional, contendo todos os requisitos subjetivos e objetivos exigidos
legalmente, ou seja, a qualificação das partes contratantes, a manifestação volitiva, data e local de
efetivação e assinatura dos contratantes, dos demais comparecentes e do tabelião e referência ao
cumprimento das exigências legais fiscais inerentes à legitimidade do ato. Se algum comparecente
não puder assinar, outra pessoa o fará a rogo. Se algum dos comparecentes não souber a língua
nacional, deverá comparecer um tradutor público, ou não havendo na localidade, outra pessoa
capaz e idônea para servir de intérprete. Se o tabelião não conhecer ou não puder identificar um
dos comparecentes, duas testemunhas deverão conhece-los e atestar sua identidade.
O art. 401 do CCB, quando se quer constituir alguém em mora, é necessário que comprove isso
através de um documento. Apesar de termos em nosso direito, contratos que a sua existência
depende ou não da solenidade, existe que relações jurídicas contratuais que dependem de prova, e
esta prova esta prevista em lei.
E tem um dispositivo que vai referir que naqueles contratos com valor superior a 10 salários
mínimos, não vale a prova exclusivamente testemunhal, apesar de ser um contrato não solene, mas
que demanda essa formalização, porque a prova testemunhal somente não serve para comprovar a
existência dele.
Art. 401. Purga-se a mora:
1 — por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos
decorrentes do dia da oferta;
II — por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da
mora até a mesma data.
Doutrina
• Purgação ou emenda da mora é a extinção dos efeitos futuros do estado moroso, em
decorrência da oferta da prestação, pelo devedor, acrescida de todas as perdas e danos até o dia da
oferta, ou ainda em face da prontificação do credor em receber a coisa, pagando todos os encargos
advindos com a sua demora em receber.
• A purgação pode ser admitida a qualquer tempo, mesmo depois de iniciada a ação executiva
contra o devedor ou a consignatória contra o credor Nesses casos, as perdas e danos incluirão
também os honorários advocatícios e as custas judiciais.
• Pode a convenção das partes impedir a purgação da mora? Nos dias atuais, como restrição de
ordem social à autonomia da vontade, deve prevalecer o princípio que assegura sempre direito à
purgação da mora, nos casos previstos na lei. É, sobretudo nos negócios estipulados entre pessoas
de nível cultural e econômico diverso, ou nos contratos de adesão, que consta a exclusão da
purgação da mora cm virtude de convenção das partes, com graves prejuízos ao contraente mais
fraco. Muito embora possa haver hipóteses com que a conclusão do negócio só convenha quando
previsto o adimplemento em data certa, a concessão do direito de purgar a mora resulta de
relevantes razões de natureza social que cabe ao legislador preservar.
12.8. Contrato prazo determinado e contrato com prazo indeterminado. Resilição unilateral
(CC, art. 473).
Contratos com Prazo Determinado: é aquele contrato pré-estabelecido quando inicia e quando
termina o contrato.
Exemplo: o contrato de locação, que inicia no dia 01.08.2010 e termina no dia 31.07.2011. Contrato
para campanha política, contrato de jogador de futebol tem prazo determinado.
Contratos com Prazo Indeterminado: é aquele contrato cuja prestação é a de prazo
indeterminado. Só que nesse contrato de prazo indeterminado, quando se quer resolver este
contrato, a resolução será automática e no prazo indeterminado. No qual precisa de algum elemento
que ponha a termo o contrato e isso ocorre através de uma notificação e manter o contrato por 30
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dias, conforme refere o art. 473 do CCB. Esta notificação pode ser feita por e-mail, fax, mas de
regra se faz por carta com AR.
Exemplo: é o contrato de acessória de marketing, contábil, financeira.
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera
mediante denúncia notificada à outra parte.
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito
investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois
de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
A denuncia do contrato é provocar um efeito previsto no contrato, que é a resolução dele. No qual a
resolução e a resilição em um contrato são atos de pleno direito. Já a rescisão é a extinção do
contrato por causa de um defeito contratual.
Doutrina
• A resilição unilateral é meio de extinção da relação contratual, admitida por ato de vontade de
uma das partes, em face da natureza do negócio celebrado, terminando o vínculo existente por
denúncia do contrato, mediante notificação. É permitida nos contratos em que a lei expressa ou
implicitamente a reconhece, a exemplo do mandato (art. 682, I), onde a resilição efetua-se por
revogação do mandante (arts. 686 e 687) ou por renúncia do mandatário (art. 688), do comodato,
do depósito e dos contratos de execução continuada por tempo indeterminado, como sucede por
denúncia imotivada nos contratos de locação.
• A resilição unilateral pode ter seus efeitos postergados quando, protraindo o desfazimento do
negócio, condiciona-se a prazo, nos casos em que uma das partes houver feito investimentos
consideráveis para a sua execução, ou seja, os seus efeitos apenas serão produzidos depois de
transcorrido lapso temporal compatível com a natureza e o vulto daqueles investimentos realizados.
Equivale ao aviso prévio contratual, como medida legal de proteção, preventiva de conseqüências,
ante o eventual exercício de direito potestativo à ruptura abrupta do contrato, garantindo-se prazo
compatível ao proveito dos investimentos consideráveis feitos para a execução do contrato,
atendidos o vulto e a natureza deles.
12.10. Contratos Civis e Contratos Mercantis. CC, 2002. Análise das partes envolvidas e as
relações envolvidas.
Em que a ótica está nos participantes do contrato, isso porque a partir de 2002 o contrato civil e o
contrato mercantil estão reunidos na mesma regra, ou seja, Os contratos celebrados em Direito
Comercial não apresentam diferenças profundas em relação ao regime jurídico aplicável aos
contratos civis em geral, tanto que a disciplina jurídica dos contratos mercantis tem como corpo
legislativo principal o Código Civil de 2002. De fato, não há entre a compra e venda mercantil e a
civil nenhuma diferença na delimitação dos direitos e obrigações dos contratantes. Pois o CDC
determina a pessoa e o tipo de relação, conforme refere o art. 2º e 3º do CDC.
Art. 2º – Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.
Parágrafo único – Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis,
que haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 3º – Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira,
bem como os entes despersonalizados que desenvolvem atividades de produção, montagem,
criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços.
Contratos Civis: Se classificam entre os cíveis ou os sujeitos ao CDC, dependendo das condições
dos contratantes. Se os empresários são iguais, sob o ponto de vista de sua condição econômica, o
contrato é civil; se desiguais (um deles está em situação de vulnerabilidade econômica frente ao
outro), o contrato será regido pelo CDC. Ocorre entre pessoas físicas (individuo X individuo).
E pessoa física com pessoa jurídica pode ser um contrato de consumo ou um contrato civil.
Contratos Mercantis: Toda compra e venda em que o comprador e o vendedor são empresários
chama-se mercantil. Ocorre entre pessoas jurídicas (empresário X empresário).
Para resumir tudo isso se tem dois regramentos principais: é o CCB e o CDC. O CDC trata
das partes e a relação. As partes configuram-se no CDC pela diferença de uma das partes
em relação à outra e a relação que geralmente é de consumo, por causa do destinatário
final.
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13. Vícios redibitórios: são vícios ocultos da coisa adquirida já existentes antes da tradição, em
que se a pessoa soubesse a existência daqueles vícios não compraria. Assegurar a idoneidade da
coisa entregue, garantindo-lhe contra vícios ou defeitos ocultos. (CC, art. 441).
E os vícios redibitórios podem ou não ser do conhecimento de quem vende. E o vicio redibitório é o
vicio da coisa. Se relação for entre particulares a regra é a partir da tradição. De modo que o vicio
redibitório diminui o valor da coisa.
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou
defeitos ocultos, que a tomem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Doutrina
• Vícios redibitórios são os defeitos existentes na coisa objeto de contrato oneroso, ao tempo da
tradição (ver Art. 444), e ocultos por imperceptíveis à diligência ordinária do adquirente (erro
objetivo), tomando-a imprópria a seus fins e uso ou que lhe diminuam a utilidade ou o valor, a
ensejar a ação redibitória para a rejeição da coisa e a devolução do preço pago (rescisão ou
redibição) ou a ação estimatória (actio quanti mninoris) para a restituição de parte do preço, a título
de abatimento. Diz-se contrato comutativo o contrato oneroso em que a prestação e a
contraprestação são cedas e equivalente.
• Integra-se ao instituto a redução de utilidade do bem em face do defeito oculto, embora cuide o
dispositivo apenas da impropriedade do uso (inexatidão ou inaptidão ao uso a que se destina).
• A propósito do parágrafo único, anota Clóvis Beviláqua o seguinte: “As doações são contratos
unilaterais e benéficos, aos quais não convém a classificação de comutativos. Todavia, se a doação
é gravada com encargo, deve ser desclassificada de entre os contratos unilaterais, porque ao
donatário é imposta igualmente a prestação, resultante do encargo”.
13.1. Vícios ou defeitos ao tempo da tradição. O negócio não teria se realizado se houvesse
conhecimento do vício. São reconhecidos os vícios redibitórios mesmo que o transmitente não os
conhecesse.
É algo que não depende da boa-fé e nem da má-fé, pois é um vicio oculto anterior a tradição, de
modo que isso implica na diminuição do preço ou na diminuição da funcionalidade do bem.
13.3. Aplica-se aos contratos comutativos onerosos. Ou seja, ao contrato de doação não se
aplica. Porque o encargo gravado vai ser conhecido no momento da finalização do contrato, porque
se sabe qual é a prestação e a contraprestação, de modo, a saber, a extensão de cada uma, por isso
ela é comutativa.
13.4. Quem adquire objeto usado ou avariado, com a ressalva de recebê-lo “no estado em
que se encontra” não pode reclamar vícios redibitórios. Inquirir abuso na contratação –
cláusula que exclui a responsabilidade. Porque o sujeito foi alertado que receberia o carro no estado
em que se encontra. Ou seja, referir no contrato que está recebendo a coisa “no estado em que se
encontra”, deduz que o qualquer defeito que venha apresentar o adquirente tinha conhecimento do
defeito, ou quando refere uma clausula que não responderá pelos vícios redibitórios.
Observar sempre a regra dos contratos que é a pacta sunt servanda. Em que as pessoas
manifestam a sua vontade e contratam. E se observar nessa condição a clausula “no estado em que
se encontra”, a pessoa que entregou a coisa está desonerada de ser responsabilizada do vicio
redibitório. Sendo claro que deverá ser analisada caso a caso, para ver se definitivamente não tem o
abuso de uma das partes.
E pelo CDC esta clausula que exclui a responsabilidade pelos vícios redibitórios é uma clausula
nula, porque ela é considerada uma abusividade e por isso é amparada pelo art. 51, IV do CDC.
Sendo este o fundamento legal dessa clausula, porque é através deste que vai se inibir as
abusividades contratuais.
Art. 51 – São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento
de produtos e serviços que:
IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em
desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade.
QUESTÃO DE PROVA: Qual a diferença do art. 478 do CCB que é da teoria da imprevisão com o art.
51, IV do CDC?
1. o art. 478 do CCB refere de fatos extraordinários e imprevisíveis.
o art. 51, IV do CDC refere que os fatos são previsíveis.
2. o art. 478 do CCB refere de uma onerosidade excessiva no decurso do contrato, porque tem que
ser prestação diferida ou sucessiva.
O art. 51, IV do CDC refere que está clausula já pode estar vinculada ao contrato no momento em
que ele foi concluído.
30
Nos vícios redibitórios esta é uma clausula valida como regra, por causa do princípio do
pacta sunt servanda, em que aquilo que as pessoas acordam com a manifestação da sua
vontade é valido. De modo que estiver exposto no contrato, a frase “no estado em que se
encontra”, se houver vícios redibitórios, não poderá mais responder por eles.
E essa clausula contratual em uma relação de consumo não implica na renuncia de direitos? Sendo
uma pessoa de conhecimento leigo, isso viria a trazer prejuízo para o sujeito. De modo que esta
clausula é nula em razão do art. 51, IV do CDC.
AULA 06 – 10.09.2010
Vicio redibitório é visto como uma garantia sobre a coisa. E a evicção é uma garantia do bom e
pleno direito.
Nos vícios redibitórios uma pessoa que vende e entrega uma determinada coisa, ela deve garantir
que essa coisa não apresente vícios.
E no CCB quando se fala em vícios redibitórios, está referindo evidentemente dos vícios ocultos.
Se forem vícios aparentes não pode alegar como sendo um vicio redibitório. Tem que ser um vício
grave que venha a diminuir o valor da coisa e deve ser constatado de forma que a pessoa não faria
negocio se conhecesse aquele vicio.
O vicio redibitório não necessita que exista a má-fé ou dolo da pessoa que está vendendo para que
ele possa ser acionado. No qual ele é sempre acionado independente dessa circunstancia da pessoa
que entregou a coisa.
Se a pessoa já sabia irá responder pela restituição da coisa, indenização e mais perdas e danos.
Na regulamentação do direito civil, vícios redibitórios são os chamados vícios ocultos, e isso fará
uma grande diferença com os vícios do CDC, em que estes não necessitam serem ocultos, pois ele
contempla os vícios aparentes e os vícios ocultos.
13.5. Ingressa com ação redibitória ou quanti minoris para abatimento do preço (CC, art. 442).
A pessoa que se depara com os vícios redibitórios tem duas opções conforme o art. 442 do CCB.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (Art. 441), pode o adquirente reclamar
abatimento no preço.
Doutrina
• A lei confere uma segunda alternativa de proteção ao prejudicado, presente o vício redibitório.
Pode o adquirente, em vez de redibir o contrato, enjeitando a coisa, postular o abatimento do preço
pago, conservando o bem, mediante a ação estimatória ou actio quanti minoris (ação de preço
menor). Trata-se de ação edilícia, como também é denominada a ação redibitória. Essa alternativa
deixa de existir, por exceção, na hipótese do art. 444, quando ao adquirente apenas cabe exercitar
a ação redibitória, diante do perecimento da coisa em decorrência do vício redibitório.
• A ação estimatória pode ser manejada, ainda, pelo comprador contra quem lhe fez a venda de
móvel ou imóvel quando apurada a diminuição na qualidade ou na extensão para o efeito de
abatimento proporcional no preço pago, não cabendo, v.g., se da escritura de compra e venda ficou
claramente estipulado tratar-se de venda ad corpus.
Verificando os vícios redibitórios a pessoa prejudicada tem duas possibilidades: rejeitar a coisa (é
chamada ação redibitória) ou pedir abatimento no preço (é chamada ação quanti minoris).
Agora tem que identificar para fins de perdas e danos e indenização de que forma agiu a pessoa que
vendeu esse produto. Em que quando falarmos da relação entre particulares chamar a isso de
coisa, e quando falarmos de uma relação de consumo chamar de produto.
13.6. Agiu COM culpa: resolução do contrato, restituição do valor mais perdas e danos. Então
quando a pessoa que vendeu a coisa sabia da existência de vicio, alem de restituir o valor, será
também obrigada a indenizar a outra parte porque ela agiu de má-fé. Sempre tem que pensar em
dolo porque não tem a aprovação da vontade. No qual existe a possibilidade de resolução do
contrato com efeitos ex-nunc a partir da declaração da sentença.
Agiu SEM culpa: resolução do contrato, restituição do valor (CC, art. 443).
Agora se a pessoa agiu sem culpa fica a responsabilidade da restituição do valor e das custas do
contrato.
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e
danos; se não o conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
Doutrina
• É atribuída ao alienante, por presunção legal, responsabilidade pelo vício redibitório, quer o
conheça, ou não, ao tempo da alienação. Essa responsabilidade é aquilatada de acordo com a
demonstração da conduta do alienante, ou seja, se transmitiu a coisa agindo de má-fé ou boa-fé.
Portando ciência prévia do defeito oculto, restituirá o que recebeu, com o acréscimo de perdas e
danos; ignorando-o, restituirá apenas o valor recebido e o das despesas contratuais.
Os vícios redibitórios somente se contam a partir do tempo da tradição, ou seja, da entrega da
coisa.
13.8. Decadência do direito – contado da tradição (CC, art. 444): refere-se ao tempo da tradição.
A partir do momento que toma ciência do vicio redibitório começa a contar o prazo para reclamar,
que é o chamado prazo decadencial, conforme refere o art. 445 do CCB.
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário,
se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
Doutrina
• A responsabilidade do alienante subsiste quando, já em poder do adquirente, a coisa alienada
perece em virtude do vício oculto, desde que este preexista à tradição da coisa.
• Ao adquirente apenas cabe exercitar a ação redibitória, diante do perecimento da coisa em
decorrência do vício redibitório, não tendo lugar, por óbvio, a aplicação do Art. 442. O alienante
deverá restituir o que recebeu (valor do preço), acrescido das despesas contratuais, respondendo,
ainda, por perdas e danos, caso verificada a prévia ciência do defeito oculto (Art. 443).
A regra é que reclame a partir da tradição, ou seja, entrega da coisa. No caso dos vícios redibitórios
quem respondem será sempre o ultimo que fez a entrega da coisa. No caso da ciência do vício
redibitório é somente através de prova para reclamar e comprovar.
13.8.1. Móveis: o prazo para reclamar o vício redibitório é de 30 dias das coisas novas; (art. 445
do CCB).
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de
trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava
na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
Doutrina
• O dispositivo certifica tratar-se de prazo decadencial. Os prazos resultam dobrados como previsto
no Art. 443 do CCB.
• O termo a quo para o cômputo do prazo é o da tradição da coisa, excetuando-se, todavia, quando
o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, apurando-se o prazo, nesse caso, a
pedir da ciência do vício oculto. Nas relações de consumo, prevalece a lei especial sobre as
disposições gerais do CC, de tal forma que os prazos são diferenciados nos termos do Art. 26 do
CDC, permitindo-se, inclusive, causa suspensiva.
13.8.2. Imóveis: o prazo para reclamar pelo vício redibitório é de 01 ano a partir da entrega da
coisa; (art. 445 do CCB).
Por exemplo, um sujeito comprou uma propriedade e ele sabia que esta estava com um decreto
expropriatório, ou seja, aquela propriedade seria desapropriada pelo município para construir uma
praça. Considera-se vicio redibitório.
13.8.3. Já na posse, o prazo conta-se a partir da alienação, reduzido à metade, ou seja, o prazo de
15 dias, porque ele já está de posse do bem.
No caso de imóveis, se a pessoa já era locatário desse imóvel, o prazo será de 06 meses.
13.8.4. Natureza do vício: ocorre após a ciência (conhecimento) do vicio é de mais 180 dias nos
móveis e 01 ano imóveis, conforme art. 445, § 1º do CCB. A constatação desse vício somente se
deu em razão de uma capacidade intelectual, de um especialista, e nesse caso, o prazo será de 180
dias para bens móveis e de 01 ano para bens imóveis. Sendo que se aplica o art. 445, § 1º do
CCB como regra após a ciência do vício.
Art. 445, § 1º Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-
se-á do momento em que dele se tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se
tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
13.8.5. Animais (CC, art. 445, §2°). Aqui refere que faltou salientar da pessoa que não conhecia o
vicio redibitório.
Art. 445, § 2º Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os
estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no
parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
13.9. Não corre o prazo durante o prazo de garantia, desde que denunciado em 30 dias ao seu
descobrimento sob pena de decair. O prazo da garantia convencional é somado ao prazo dos vícios
redibitórios, conforme o art. 446 do CCB.
Por exemplo, um sujeito vendia veículos com 03 anos de garantia. O prazo dos vícios redibitórios é
nesta situação 03 anos + 30 dias, porque ele soma-se a garantia do veiculo.
Agora na descoberta de um vício redibitório o prazo para reclamar é dentro de 30 dias.
Se a garantia é estendida ela não vai demandar conhecimento técnico especifico.
Somente se fala em vícios redibitórios logo depois que terminada a garantia da coisa.
32
Mas durante o prazo de garantia o sujeito verifica um vicio redibitório no veiculo, de modo que ele
terá o prazo de 30 dias para reclamar este vício após ter tomado ciência do fato, juntamente com a
devida comprovação, porque senão decai o seu direito de reclamação desse vício.
Também pode ser que passado o prazo de garantia o vicio redibitório venha aparecer, assim conta-
se 30 dias após o conhecimento do vício para reclamar.
Agora por infortúnio ocorre um problema de fabricação de motores que somente um mecânico pode
saber disso, neste caso somente se considera a partir da ciência do vicio para que o adquirente
possa reclamar. O problema de levar para o judiciário uma questão dessas que a prova como regra
deve ser feita pela aquela pessoa que está regrando, de modo que é difícil realizar uma prova
dessas.
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas
o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento,
sob pena de decadência.
Doutrina
• Cláusula de garantia é causa obstativa de decadência e como cláusula contratual, pela qual o
alienante acoberta a idoneidade da coisa, é complementar da garantia obrigatória e legal, a que
responde. Não exclui, portanto, a garantia legal.
• Trata-se, como se vê, de consagração jurídica de um dever de probidade e boa-fé, tal como
enunciado no artigo 422. Não é por estar amparado pelo prazo de garantia, que o comprador deva
se prevalecer dessa situação para abster-se de dar ciência imediata do vício verificado na coisa
adquirida”.
13.10. Vícios e consumidor. CDC, art. 18. Aqui se inicia sobre os vícios redibitórios do CDC. No
CDC esses produtos também têm uma garantia contra vícios. No qual no CDC tem uma regra no seu
art. 6º no que diz respeito a prova, pode haver a inversão do ônus da prova. Ou seja, ao invés do
sujeito provar que ele teve a ciência, a outra parte tem que comprovar que o sujeito já tinha ciência
do vício quando adquiriu o produto.
Art. 6º – São direitos básicos do consumidor:
VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências.
Art. 18 – Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem
solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou
inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o
consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
A chave do artigo é de que respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que
os tornem impróprios ou inadequados ao consumo. Ou seja, sempre que o consumidor compre
alguma coisa que tem vicio ele tem o direito a reclamar algumas coisas. Primeiro porque esse vício
não é um vicio redibitório, mas que pode ser um vicio aparente.
Por exemplo, se comprasse um carro, e este apresentasse um risco no pára-choque, aqui se falaria
em vício redibitório segundo o CCB ou não? Não, porque este vício é um vicio aparente, então traria
esta questão com base no CDC. Porque o CDC fala de vícios de qualquer natureza.
§ 1º – Não sendo o vício sanado no prazo máximo de 30 dias, pode o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:
I – a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
perdas e danos;
III – o abatimento proporcional do preço.
Primeira coisa a fazer é apresentar o produto de volta ao fornecedor e pedir a reparação, conforme
refere o § 1º do art. 18 do CDC, sendo esta a regra. Por isso que as associações de consumidores
promovem ações para coibir determinadas práticas abusivas, neste caso são as ações coletivas. No
qual são ações civis públicas para discutir essa política de consumo, para determinar a aplicação de
sanções no cumprimento de regras que regulamentem essa política de consumo, porque o
consumidor é muito vulnerável a essas práticas abusivas.
§ 2º – Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo
anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de
adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação
expressa do consumidor.
§ 3º – O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1º deste artigo sempre que,
em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade
ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
§ 4º – Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1º deste artigo, e não sendo
possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo
diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do
disposto nos incisos II e III do § 1º deste artigo.
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Se caso a troca do produtor for por uma de preço superior aquela que apresentou o defeito, o
consumidor deverá pagar a diferença do preço, e caso for troca por um produto de preço inferior ele
terá direito a restituição do valor pago, sem haver prejuízos para nenhuma das partes.
§ 5º – No caso de fornecimento de produtos "in natura", será responsável perante o consumidor o
fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor.
§ 6º – São impróprios ao uso e consumo:
I – os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
II – os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos,
fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas
regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
III – os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam.
13.10.1. Substituição das peças ou reparação da coisa no prazo de 30 dias (CDC, art. 18,
§1°). Convenção (material) do prazo. Mínimo 07 dias e máximo 180 dias este prazo poderá ser
protelado desde que convencionado entre as partes (CDC, art. 18, §2°).
§ 1º – Não sendo o vício sanado no prazo máximo de 30 dias, pode o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:
I – a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
perdas e danos;
III – o abatimento proporcional do preço.
§ 2º – Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo
anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de
adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação
expressa do consumidor.
13.10.3. Prazo decadencial: 30 dias para os bens não duráveis e 90 dias para os bens duráveis.
Início do prazo na entrega ou término da execução dos serviços. (CDC, art. 26). Reclamação ou
inquérito obsta a decadência (§2° do art. 26 do CDC).
Art. 26 – O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:
I – trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produto não duráveis;
II – noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produto duráveis.
§ 1º – Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do
término da execução dos serviços.
§ 2º – Obstam a decadência:
I – a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e
serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;
II – (VETADO).
III – a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
13.10.4. Vícios ocultos: inicia o prazo quando ficar evidenciado o defeito (§3° do art. 26 do CDC).
§ 3º – Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar
evidenciado o defeito.
13.10.5. Quando se refere aos danos causados pelos produtos, leva-se em conta o art. 27 do
CDC, em que prescreve dentro do prazo de 05 anos a pretensão a reparação pelos danos causados
pelo produto ou serviço.
Por exemplo, o recall, pode ser uma decisão da montadora. Isso ocorre para evitar uma ação
coletiva dos consumidores, no qual a montadora optou por fazer o recall.
Art. 27 – Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do
produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir
do conhecimento do dano e de sua autoria.
14. Evicção: é a perda da coisa por sentença judicial (ou ato administrativo) que atribui o bem
a outra pessoa, por direito preexistente ao contrato. (CC, art. 447).
Se os vícios redibitórios são vícios ocultos inerentes a coisa, então a evicção é a garantia ao direito,
desse direito que me foi permitido é um direito apto a produzir os efeitos da transferência. Quando a
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pessoa sabe que tem uma pessoa que possa vir a reclamar a propriedade daquele bem, no qual ele
está vendendo, mas está alienado. Sendo o domínio daquela coisa, e o domínio anterior a
transferência para a minha pessoa, no qual ele perde o bem e se dá a evicção. Então a evicção é a
garantia do direito.
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda
que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
Doutrina
• A evicção é a perda ou desapossamento da coisa por causa jurídica, determinante e preexistente
à alienação, reconhecida por decisão judicial e em favor de outrem, verdadeiro detentor do direito
sobre o bem. Tem o mesmo escopo teleológico de proteção ao adquirente, como acontece nos vícios
redibitórios (defeito de qualidade), referindo-se, porém, a um defeito jurídico relativo ao negócio
celebrado.
• O instituto compreende uma relação tríplice conflituosa, envolvendo o evictor (terceiro prejudicado
e reivindicante), o evicto (adquirente lesado e vencido) e o alienante, responsável pela transmissão
do bem ou direito reivindicado e que responde pelos riscos da evicção. Com efeito, o evicto tem
ação contra o alienante, na forma dos arts. 450 e 455 do CC. A evicção é total (Art. 450 do CC),
parcial (perda não expressiva, com direito à indenização correspondente) ou, ainda parcialmente
considerável (Art. 455 do CC).
• Conforme a jurisprudência, o direito de demandar pela evicção não supõe, necessariamente, a
perda da coisa por sentença judicial, admitindo-se, a tanto, os atos administrativos: “Evicção.
Apreensão de veículo pela autoridade administrativa. Precedentes da Corte. 1. Precedentes da Corte
assentaram que a ‘existência de boa-fé’, diante dos termos do art. 1.107 do Código Civil, não afasta
a responsabilidade pelo fato de ter sido o veículo negociado apreendido pela autoridade
administrativa, não sendo exigível prévia sentença judicial”.
14.1. Quem aliena deve garantir o uso e o gozo da coisa, protegendo o adquirente contra os
defeitos ocultos do direito ou no direito referindo-se a evicção, porque quando se fala em
defeitos ocultos da coisa está referindo-se aos vícios redibitórios. Deve garantir que o seu
título seja bom o suficiente, não existindo mais ninguém com direito sobre o objeto do contrato.
Por exemplo, o sujeito comprou um livro, que veio com uma pagina em branco, dependendo da
relação é um vicio redibitório ou um vício do CDC.
E o sujeito pega esse livro e negocia com outra pessoa, mas só que o dono desse livro não é ele,
mas ele tem que garantir que este bem que está passando para a outra pessoa, no qual o direito de
transferência é garantido, e ela pode garantido o domínio e a propriedade, e a posse desse bem
plenamente. E a garantia da evicção é uma garantia quanto ao direito, ou seja, é a plenitude do
direito garantido.
Enquanto que os vícios redibitórios é a garantia da coisa, da funcionalidade da coisa. Sendo esta a
principal diferença entre vícios redibitórios e evicção.
14.4. O vício no título do alienante deve ser anterior ou concomitante à alienação – formalização do
negócio. (ver TJRS AC 71002306124, AC 70035139914, AC 71002647675). Esses acórdãos serão
exemplos utilizados na prova
Por exemplo, é quando uma pessoa compra um bem alienado, e o outro sujeito sabendo da venda
do veiculo, entra com uma ação de busca e apreensão e com uma liminar conseguiu a apreensão do
veiculo. Esse ato que vai retirar de circulação o veiculo apreendido é uma sentença judicial que
provoca o descobrimento da evicção. Pertence a coisa, por um direito mais forte ao anterior, é a
chamada evicção.
14.5. A evicção ou a perda pode dar-se por sentença judicial ou por apreensão por
autoridade administrativa através de ato administrativo, em que se atribui o bem à outra
pessoa por direito pré-existente ao contrato, conforme art. 447 do CCB.
Essa procuração será nula porque foi antes da formação desse contrato. Sendo nulo este ato ele
acaba implicando restritivamente na formação desse contrato.
De modo que a evicção é a perda do direito da coisa por um direito mais forte. E se considera a
evicção a garantia do pleno direito do direito bom.
E dependendo das circunstancias o sujeito que perdeu tem o direito as perdas e danos, indenização
do contrato. Porque esse veículo não poderia ter sido transmitido, no qual ele tem uma restrição
legal, que é o direito anterior.
14.6. A exclusão da responsabilidade por evicção para atingir a sua plenitude deve
conjugar que o adquirente sabia do risco da evicção ou fora informado. (CC, art. 449).
Aqui também se adota a regra do pacta sunt servanda, sendo a mesma regra empregada no vicio
redibitório.
Que dizia para entregar no estado em que se encontra, conforme refere o art. 449 do CCB. Em que
o vendedor não assume os vícios para a evicção não garante a evicção, desse modo ele não restitui
o preço e não pagará a indenização neste caso.
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito
o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele
informado, não o assumiu.
Doutrina
• O dispositivo limita a cláusula de isenção excludente de responsabilidade do alienante aos efeitos
indenizatórios, não excluindo a sua obrigação de devolver o preço pago. Ocorrente a evicção, o
adquirente (evicto), não obstante a cláusula tem direito de receber o preço que despendeu pela
coisa evicta, seja porque, insciente do risco ou dele conhecendo, não o assumiu. Caso o tenha
assumido, materializa-se a renúncia do evicto ao direito que lhe é assegurado.
• A não-repetição do preço por assunção do risco pelo evicto enseja que este venha anuir com os
riscos, importando cláusula de renúncia. Entende João Alves da Silva que “a obrigação de restituir o
preço só desaparece, quando o adquirente teve conhecimento do risco e expressamente o assumiu,
como cláusula lícita que é”.
• A jurisprudência tem consagrado: “Civil. Evicção e indenização. Cumulação. Possibilidade. Ainda
que seja irrelevante a existência ou não de culpa do alienante para que este seja obrigado a
resguardar o adquirente dos riscos da evicção, toda vez que se não tenha excluído expressamente
esta responsabilidade, nada impede que o adquirente busque o ressarcimento também com base na
regra geral da responsabilidade civil contida nos arts. 159 e 1.059 do Código Civil”.
15. Extinção contratual: o contrato extingue-se pelo seu cumprimento, em que houve a entrega
da coisa certa pela coisa incerta, automaticamente a obrigação se extingue, sendo essa a regra.
As exceções em que existem causas de extinção do seu contrato sem o seu cumprimento, que por
um motivo anterior ou na sua formação.
Por exemplo, quando fizemos um contrato e se verifica nesse contrato que não estão presentes os
elementos subjetivos para a realização desse contrato.
Esse contrato é resolvido ou pode ser declarado nulo de maneira “ex-tunc”, ou seja, porque o efeito
é lá na formação do contrato, então ele retroage até a sua formação e pode ser extinto por motivo
anterior ou na sua formação.
Podendo ser por motivo superveniente que se dá à sua formação. Sendo:
1. por falta dos elementos essenciais do negócio. Que tem por elementos:
- os elementos subjetivos que é a capacidade legal da pessoa, ou a capacidade legal de negociar.
- elementos com consentimento, que são os chamados vícios do consentimento.
- elementos objetivos, no qual a coisa não poderia ser vendida. Como por exemplo, negociar
herança de pessoa viva, mas que depois de aberto a sucessão pode esta ser negociada.
- elementos formais: por exemplo, uma compra e venda que não cumpriu seus elementos formais,
como um contrato com valor superior a 30 salários mínimos, de compra e venda, verbal, não pode
ser realizado, porque ele precisa da forma, ou seja, tem que ser escrito, conforme refere o art. 107
e art. 108 do CCB.
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei
expressamente a exigir.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios
jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre
imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
- prova dos contratos: Tem o art. 227 do CCB que refere que tem que ser por escrito e que não
admite prova testemunhal os contratos de valor inferior a 10 vezes o salário mínimo.
Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite nos negócios
jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao tempo em
que foram celebrados.
Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível
como subsidiária ou complementar da prova por escrito.
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Doutrina
• Testemunha instrumentária: Testemunha instrumentária é a pessoa que se pronuncia sobre o
teor do instrumento público ou particular que subscreve. Nas obrigações oriundas de atos ilícitos,
qualquer que seja seu valor será permitida prova testemunhal.
1.1. Nulidade absoluta – é quando inexiste elemento essencial ou violação à ordem pública.
Considera-se nulidade absoluta fazer uma venda ou ascensão de herança de pessoa viva, este
contrato é absolutamente nulo. E que ele possa ser declarado nulo de maneira “ex-tunc”. Ou seja,
ele retroage até o momento da formação do contrato.
Isso tudo se considera antes da formação do contrato.
E hoje o principal fundamento legal para revisão dos contratos bancários, tem como base o art. 51,
IV do CDC.
Se esta nulidade for sanável, postulando está clausula e mantiver o contrato é então possível fazer
isso.
De modo que “ex-tunc” é a restituição do estado anterior, ou seja, é devolver o valor e devolver a
coisa. E o “ex-nunc” é aquele contrato que nunca retroage, e o “ex-tunc” é aquele contrato que
retroage. Da mesma forma se aplica isso na ação de controle de constitucionalidade, no qual quando
o controle declara a lei abstrata como inconstitucional, a regra que quando a lei abstrata é
considerada inconstitucional os efeitos são o “ex-nunc”, em que a lei vale até o momento que ela é
declarada inconstitucional, declarada nula e nunca seus efeitos retroage. Agora no controle difuso,
incidental e inter-partes, recorre-se a justiça e diz que esta situação apresenta uma
inconstitucionalidade, e o juiz tem o poder difuso de declarar a inconstitucionalidade, no qual ele
declarando o efeito pode ser “ex-tunc”, ou seja, retroage desde aonde se sucedeu a relação.
E tributaria: quando apenas impostas pelo descumprimento da obrigação tributária ela retroage
quando ela for mais benéfica. Se o sujeito tiver que pagar uma multa de 21% porque não cumpriu o
tributo, agora se esta for minorada para 10%, os efeitos retroagem, ou seja, os efeitos são “ex-
tunc”.
1.2. Nulidade parcial – em que o restante do contrato pode ser cumprido ou convalidado,
conforme refere os art. 184 e art. 170 do CCB.
E hoje todo o controle da nulidade do contrato se concentra aqui. Então sempre que for possível a
nulidade concentrada em uma clausula, deve ser feita.
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o
fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.
Doutrina
• Conversão do ato negocial nulo: A conversão acarreta nova qualificação do negócio jurídico.
Refere-se à hipótese em que o negócio nulo não pode prevalecer na forma pretendida pelas partes,
mas, como seus elementos são idôneos para caracterizar outro, pode ser transformado em outro de
natureza diversa, desde que isso não seja proibido, taxativamente, como sucede nos casos de
testamento. Assim sendo, ter-se-á conversão própria apenas se verificar que os contratantes teriam
pretendido a celebração de outro contrato, se tivessem ciência da nulidade do que realizaram. A
conversão subordinar-se-á à intenção das partes de dar vida a um contrato diverso, na hipótese de
nulidade do contrato que foi por elas estipulado, mas também à forma, por ser imprescindível que,
no contrato nulo, tenha havido observância dos requisitos de substância e de forma do contrato em
que poderá ser transformado para produzir efeitos.
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o
prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das
obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
É esta a regra que rege a nulidade parcial ou absoluta de um contrato. Em que se somente uma
parte do contrato for nulo conserta o restante.
Na ação de revisão antes do CCB de 2002, o sujeito entrava e dizia que o contrato que fez com o
banco que prevê a clausula de 2% ao mês é nula, de modo que todo o contrato deve ser nulo. E
veio se consolidando na jurisprudência a possibilidade de nulidade parcial, ou seja, somente a parte
que refere sobre os juros, que culminou essa posição nesta regra do art. 184 do CCB, desse modo
mantendo assim o contrato e excluindo a clausula.
Doutrina
• Nulidade parcial de um negócio: A nulidade parcial de um ato negocial não o atingirá na pane
válida, se esta puder subsistir autonomamente, devido ao princípio utile per mutile non vitiatur.
• Nulidade da obrigação principal: A nulidade da obrigação principal implicará a da acessória,
por exemplo, a nulidade de um contrato de locação acarretará a da fiança, devido ao princípio de
que o accessorium sequitur suum principale.
• Nulidade da obrigação acessória: A nulidade da obrigação acessória não atingirá a obrigação
principal, que permanecerá válida e eficaz. Se numa locação for anulada a fiança, o pacto locatício
subsistirá.
38
1.3. Anulabilidade – em que os vícios de consentimento, como regra, implicam na anulabilidade,
sendo eles: dolo, coação, culpa, incapacidade relativa, e o erro. De modo que corrigindo o vício
este contrato pode ser mantido.
2. Clausula Resolutória – conforme refere os art. 474 e art. 475 do CCB. No qual poderia resolver
o contrato mais perdas e danos, ou resolver o contrato mais abatimento no preço, ou poderia ficar
com a coisa mais perdas e danos, assim se denomina essa a clausula resolutiva.
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação
judicial.
Doutrina
• O contrato se resolve pela cláusula resolutiva expressa, diante de obrigação não adimplida de
acordo com o modo determinado. A cláusula expressa promove a rescisão de pleno direito do
contrato em face do inadimplemento. Aplica-se, segundo a doutrina, o princípio dies interpellat pro
homine.
• Quando não houver sido expressa a cláusula resolutiva, o contratante prejudicado deverá notificar
a parte inadimplente acerca da sua decisão de resolver o contrato em face da inadimplência do
outro. E ínsita a todo pacto bilateral a cláusula resolutória tácita.
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir
exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
Doutrina
• O contratante cumpridor de suas obrigações tem, no dispositivo, duas alternativas para opor-se ao
inadimplemento do outro: resolver o contrato ou exigir-lhe o cumprimento contratual, uma vez
cabível a execução coativa mediante a tutela especifica. Em qualquer dos casos, haverá a
indenização por perdas e danos, o que difere da simples conversão da obrigação insatisfeita em
indenização tratada pelo art. 633, caput do CPC e condicionada ao descumprimento do preceito.
Mesmo implementada a obrigação, cumulam-se as perdas e danos, o que constitui inovação
saudável.
AULA 07 – 17.09.2010
4. Onerosidade Excessiva – Conforme art. 478 e art. 479 do CCB sobre a (Teoria da Imprevisão) e o
art. 51, IV do CDC (CDC)?
5. Resilição –
5.1. Unilateral: Conforme art. 473 do CCB.
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera
mediante denúncia notificada à outra parte.
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito
investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois
de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
• A resilição unilateral é meio de extinção da relação contratual, admitida por ato de vontade de
uma das partes, em face da natureza do negócio celebrado, terminando o vínculo existente por
denúncia do contrato, mediante notificação. É permitida nos contratos em que a lei expressa ou
implicitamente a reconhece, a exemplo do mandato (art. 682, I), onde a resilição efetua-se por
revogação do mandante (arts. 686 e 687) ou por renúncia do mandatário (art. 688), do comodato,
do depósito e dos contratos de execução continuada por tempo indeterminado, como sucede por
denúncia imotivada nos contratos de locação.
• A resilição unilateral pode ter seus efeitos postergados quando, protraindo o desfazimento do
negócio, condiciona-se a prazo, nos casos em que uma das partes houver feito investimentos
consideráveis para a sua execução, ou seja, os seus efeitos apenas serão produzidos depois de
transcorrido lapso temporal compatível com a natureza e o vulto daqueles investimentos realizados.
Equivale ao aviso prévio contratual, como medida legal de proteção, preventiva de conseqüências,
ante o eventual exercício de direito potestativo à ruptura abrupta do contrato, garantindo-se prazo
compatível ao proveito dos investimentos consideráveis feitos para a execução do contrato,
atendidos o vulto e a natureza deles.
6. Morte –
15.1. Extinção do contrato, sem cumprimento, por causa anterior ou na sua formação:
15.1.1. Não cumprimento dos requisitos subjetivos (capacidade ou livre consentimento),
objetivos (CC, art. 104, II) e formais (CC, art. 107).
15.1.2. Nulidade absoluta (ex tunc) falta elemento essencial ou violação de norma de ordem
pública.
15.1.3. Nulidade parcial, pode ser exercido o contrato no restante (CC, art. 184) ou conversão
em válido (CC, art. 170).
15.1.4. Anulabilidade (imperfeição na vontade): erro, dolo, coação.
15.2. Cláusula resolutiva: expressa ou tácita. Sinalagmático resolução tácita ou implícita (CC, art.
474 e 475).
15.3. Arrependimento: expressamente previsto no contrato, implica na arras penitenciais, com a
perda do sinal ou sua devolução em dobro, mais indenização suplementar (CC, art. 420).
15.2. Causas supervenientes à formação do contrato – são aquelas que ocorrem após um
determinado ato, ou seja, após a conclusão do contrato.
AULA 08 – 01.10.2010
AULA 09 – 08.10.2010