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4-Janeiro-2011
No mesmo dia, António envia a Bento uma proposta negocial expressa, nos
termos do art.º 217.º do Cód. Civil, demonstrando a vontade inequívoca de contratar e
sendo completa , acresce ainda que sendo o automóvel o objecto mediato do presente
negócio jurídico e nos termos do art. 205.º do Cód. Civil este é um bem móvel,
porquanto não se aplica o art. 875.º do cód. Civil, pelo que o presente negócio jurídico
não carece de forma especial, assim ao abrigo do disposto no art. 219.º do cód. Civil,
estamos perante uma declaração negocial recipienda, a qual nos termos do art. 224.º, n.º
1 do Cód. Civil tornou-se eficaz assim que chegou à esfera jurídica de Bento, uma vez
que o meio utilizado por António foi uma mensagem de texto, e o tempo médio da
mesma chegar ao destino é de cerca de 5 min., e uma vez que foi feita a pessoa ausente,
nos termos da al. c) em consonância com al. b), do n.º 1, do art. 228.º do Cód. Civil, a
proposta tinha a validade de 5 dias e 10 minutos, nos quais Bento dispunha de um
direito potestativo sobre António, e este último encontrava-se num estado de sujeição à
formação do contrato.
Acresce que, António pode responder pelos danos causados, nos termos do art.
227.º do Cód. Civil, uma vez que a proposta negocial que fez a Bento ainda estava
válida, pelo que não devia ter colocado a oferta ao público no sítio de internet, agindo
assim com culpa in contrahendo, ou seja violando os princípios da boa-fé.
Face ao antecedentemente exposto, o direito de propriedade do automóvel é de
Carlos.