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código oral e código escrito

O código é um conjunto de signos e regras que permitem a construção da mensagem e a


comunicação com os outros.
A nossa comunicação com os outros implica, com frequência, mensagens linguísticas que
podem apresentar uma realização oral ou uma realização escrita. Para se possuir e
dominar efectivamente uma língua é necessário dominar tanto o código oral como o
escrito, a nível de compreensão e de expressão. E não basta a articulação de sons nem a
sua representação gráfica. É necessário penetrar no seu íntimo, conhecer as estruturas
linguísticas, saber interpretar o que é comunicado e estar apto a transmitir a mensagem
de acordo com o interlocutor.

A oralidade é o ponto de partida elementar de todo o processo de comunicação. Na


oralidade, o pensamento e as ideias podem expressar-se com mais liberdade e
desenvoltura, muitas vezes beneficiando da interacção colectiva com os outros e da
possibilidade de recurso a outras linguagens que ampliam o sentido do que se pretende
comunicar.
Na escrita, a situação de produção do discurso é mais formal e envolve uma estrutura
linguística mais elaborada. O sujeito que escreve tem de, continuamente, retomar o
texto, reorganizá-lo e refazê-lo, criando ou sugerindo contextos para que se entenda.
Na oralidade, os vários elementos que se ligam à melodia e modulação da voz e à
construção da frase são importantes para a captação do sentido de um enunciado.
Enquanto, na escrita, a pontuação pode alterar o sentido da frase, a entoação e a pausa
podem fazer o mesmo no texto oral. Assim podemos escrever, com sentidos diferentes,
«o António disse: O Pedro não vem» ou «o António – disse o Pedro – não vem». Na
realização oral estas frases teriam uma entoação e pausas próprias.
Na compreensão do discurso oral é importante atender ao significado da frase, mas não
se podem desprezar os recursos da acentuação, da entoação, da pausa ou qualquer outro
que implique a sintaxe ou a expressividade do mesmo. É necessário observar que, no
discurso oral, ao contrário do discurso escrito, se recorre mais às exclamações, à
repetição das palavras, às onomatopeias, às frases curtas e inacabadas, às rupturas de
construção, às formas contraídas, à supressão de certas construções...
Se o oral utiliza fonemas (sons vocais ou signos sonoros), o escrito utiliza os grafemas
(signos gráficos).
Recorrendo aos factores da comunicação e aos intervenientes do processo comunicativo
podemos apontar as principais diferenças entre as duas realizações:

No Código Oral:
O emissor serve-se da voz. O receptor usa o ouvido. O emissor e o receptor trocam
informações de modo imediato. Mensagem com frases curtas. Emissor e receptor situam-
se num mesmo contexto. Pausas constantes. Entoação, acentuação de intensidade.
Repetições. Predomínio da coordenação e de construções gramaticais nada rigorosas.
Desvios sistemáticos. Truncamento frásico. Contracção de palavras.

No Código Escrito:
O emissor serve-se da escrita. O receptor utiliza a vista. O emissor e o receptor trocam
informações de modo mediato. Mensagem com frases mais longas pela necessidade de
referência à situação em que se desenrola. Emissor e receptor não se situam no mesmo
contexto. O emissor descreve o contexto situacional. Pontuação para facilitar a
interpretação e traduzir certas marcas de oralidade. Uso mais frequente da subordinação
e da construção gramatical rigorosa.

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