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Gerenciais e
Liderança
Guia de Crescimento
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES
GERENCIAIS E LIDERANÇA
Maio/2016
© 2013. Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Minas Gerais – SEBRAE
2016. Adaptado e impresso pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Minas Gerais – SEBRAE
INFORMAÇÕES E CONTATOS
Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais – SEBRAE
Unidade de Educação e Empreendedorismo
Av. Barão Homem de Melo, 329, Nova Granada – CEP 30.431-285 - Belo Horizonte - MG.
Telefone 0800 570 0800 Home: www.sebrae.com.br/minasgerais
CAPÍTULO 1
AS COMPETÊNCIAS DO LÍDER............................................................................................................................................. 8
1.1 - A PESSOA JÁ NASCE LÍDER OU PODE SE TORNAR LÍDER?............................................................................................. 9
1.2 - GERENTE PRECISA SER LÍDER? LÍDER PRECISA SER GERENTE? .................................................................................. 10
1.3 - A NECESSIDADE DE SER UM GERENTE-LÍDER.............................................................................................................. 13
1.4 - AS COMPETÊNCIAS DO GERENTE-LÍDER....................................................................................................................... 14
1.5 - POR QUE O AUTOCONHECIMENTO É FUNDAMENTAL?................................................................................................ 20
1.6 - O LÍDER E A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL....................................................................................................................... 22
1.7 - A IMPORTÂNCIA DE CONSTRUIR RELAÇÕES DE CONFIANÇA COM AS PESSOAS...................................................... 25
1.8 - ÉTICA NO EXERCÍCIO DA LIDERANÇA............................................................................................................................ 27
1.9 - O LÍDER NO PAPEL DE GESTOR DAS MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS........................................................................ 30
CAPÍTULO 2
A EQUIPE DE TRABALHO E A LIDERANÇA NA PRÁTICA............................................................................................... 34
2.1 - O QUE SÃO EQUIPES E O PAPEL DO LÍDER NA FORMAÇÃO DAS EQUIPES................................................................... 35
2.2 – O PAPEL DO LÍDER COMO MOTIVADOR DA EQUIPE..................................................................................................... 40
2.3 - LIDERANÇA SITUACIONAL.............................................................................................................................................. 43
2.4 - OBSTÁCULOS AO EXERCÍCIO DE LIDERANÇA................................................................................................................ 46
2.5 – O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO E A LIDERANÇA....................................................................................................... 49
2.6 - COMO APRIMORAR SUA HABILIDADE DE COMUNICAÇÃO?........................................................................................ 54
2.7 - COMO PRATICAR UMA ESCUTA ATIVA?......................................................................................................................... 55
2.8 - FATORES QUE INTERFEREM NO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO.................................................................................. 56
2.9 - O PAPEL DO LÍDER NA GESTÃO DE CONFLITOS............................................................................................................. 66
2.10 - LIDERANÇA SIMULTÂNEA DE DIFERENTES GERAÇÕES: VETERANOS, BABY-BOOMERS, X,Y, Z............................... 72
2.11 - A LIDERANÇA, ASSÉDIO MORAL E BULLYING............................................................................................................. 76
2.12 - LIDERANÇA EMPREENDEDORA.................................................................................................................................... 80
2.13 - O PAPEL DO LÍDER NA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E NA GESTÃO DO CLIMA ORGANIZACIONAL............ 82
CAPÍTULO 3
PAPÉIS GERENCIAIS DA LIDERANÇA............................................................................................................................... 86
3.1 - O PAPEL DO LÍDER NO PLANEJAMENTO EMPRESARIAL............................................................................................... 87
3.2 - O LÍDER E A TOMADA DE DECISÃO................................................................................................................................ 90
3.3 - A GESTÃO DO DESEMPENHO DA EQUIPE – FEEDBACK E FEEDFORWARD................................................................... 93
3.4 - O PAPEL DO LÍDER NO DESENVOLVIMENTO DA EQUIPE............................................................................................... 99
3.5 - DELEGAÇÃO .................................................................................................................................................................. 102
3.6 - GERENCIAMENTO DE REUNIÕES PRODUTIVAS........................................................................................................... 107
Guia de Crescimento
serão alcançados. para a eficácia e desenvolver as pessoas.
Cada vez mais é exigido das empresas o É preciso, no atual contexto, conscienti-
estabelecimento de relações sólidas de zar-se de que as situações não são mais
confiança com seus colaboradores, de tão previsíveis e estruturadas como eram
modo a estimular o comprometimento até pouco tempo atrás e que o sucesso 7
de todos com os objetivos comuns, for- não depende apenas da competência de
AS COMPETÊNCIAS
DO LÍDER
Neste capítulo, você conhecerá as principais competências que transformam pessoas
comuns em líderes de sucesso. Não é tarefa fácil liderar uma equipe. As pessoas pos-
suem valores pessoais, objetivos, características e personalidades diferentes, por isso
uma equipe nunca é como a outra. Entretanto, qualquer que seja sua equipe, há um
ponto em comum para se tornar um líder eficaz: é preciso conhecer as competências
fundamentais para o bom exercício da liderança.
A partir do conhecimento dessas competências é necessário olhar para dentro de si e
questionar-se: em que estágio me encontro e qual competência preciso desenvolver?
É por meio dessa reflexão e da disposição para o desenvolvimento pessoal que você
será reconhecido e legitimado pela equipe como um líder. Mas lembre-se: este é um
processo de desenvolvimento contínuo, pois a excelência sempre estará um pouco
mais à frente.
Antes de respondermos essa questão, propomos uma reflexão sobre o texto a seguir,
Guia de Crescimento
escrito pelo teólogo João Libânio em seu livro Introdução à vida intelectual1 :
Voltemos à metáfora do barco criada por João Libânio, citada acima. O barco equivale
às equipes que estamos liderando, o vento é o ambiente externo, a vela significa as
habilidades inatas, aquelas que impulsionam o barco enquanto há vento e o remo
traduz o esforço para continuar navegando na ausência do vento. Enquanto o vento
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está favorável, o barco vai em frente. Entretanto, as condições climáticas podem mu-
dar de uma hora para outra e o vento cessa. Neste momento, mesmo aqueles que já
nasceram com o dom da liderança precisarão utilizar o remo dos conhecimentos e das
habilidades desenvolvidas para continuar conduzindo o barco ao seu destino. Quanto
mais competências são adquiridas sobre como navegar, menos peso terão os remos
10 que manterão seu barco navegando.
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
Então respondemos à pergunta do título desse item: Todos podemos ser líderes.
Alguns se tornarão líderes mais rapidamente, outros irão necessitar de mais tem-
po de capacitação, porém ambos precisarão investir permanentemente em seu
autodesenvolvimento.
Tudo indica que as palavras “gerente” e “líder” representam dois lados de uma mes-
ma missão. Veja a seguir uma comparação entre as características do gerente e do
líder:
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pensamento racional.
Na posição de comando de uma equipe, o O líder, por sua vez, faz com que as pes-
gerente organiza as etapas de realização soas acreditem que são capazes de rea-
de trabalho, distribui tarefas, acompanha lizar, demonstrando autêntico interesse
cada etapa, identifica eventuais falhas, em seu desenvolvimento, sendo honesto 11
corrige os rumos quando há necessida- e sincero em seus feedbacks e criando
de e provê os meios adequados para que vínculos decorrentes da confiança recípro-
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No ambiente das pequenas e microempresas, terá sucesso aquela que for conduzida
por gerentes que incorporem em si as características de um líder, ou de líderes “ma-
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
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A empresa de sucesso é aquela na qual os que exercem cargos de coman-
do de equipes são capazes de compreender os papéis de gerente e de líder
como interdependentes e complementares.
Se você é um líder reconhecido pela equipe, mas não aplica técnicas gerenciais ade-
quadas, haverá o risco de não obter os resultados planejados. Se você é um excelente
gerente, mas não consegue influenciar as pessoas para que se unam em torno de
objetivos comuns, certamente não alcançará os resultados. O novo momento da reali-
dade empresarial exigirá que você invista permanentemente no desenvolvimento das
competências de líder e de gerente.
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pela experiência. As habilidades significam tudo o que a pessoa consegue fazer a partir
do conhecimento adquirido. As atitudes estão relacionadas ao comportamento do in-
divíduo e têm a ver com alguns aspectos de sua personalidade. Ou seja, a competên-
cia é percebida como o estoque de recursos que o indivíduo detém e que, dentro do
ambiente organizacional, deve ser compatível com as exigências do cargo que ocupa.
Conhecimentos Atitudes
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• Manter-se atualizado. atividades e gerir processos. • Assumir
• Comunicar-se com clareza e comportamentos
objetividade. assertivos.
É uma competência relacionada ao saber que pode ser adquirido em escolas, cur-
sos, livros, etc. ou por meio da experiência. O saber torna a pessoa capaz de realizar
análises mais profundas, ter argumentos sólidos, julgar com mais propriedade e ter
capacidade de discernimento. Está centrado na capacidade de raciocínio da pessoa.
Compreender os processos Ter domínio sobre o ciclo completo das atividades que geren-
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
de trabalho cia.
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Organizar, distribuir Alocar adequadamente as pessoas na realização das atividades
atividades e gerir de acordo com suas competências, acompanhar, aferir resulta-
processos. dos e redirecionar quando for necessário.
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DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
Conhecer-se profundamente para conhecer suas qualidades e defici-
Buscar o autoconhecimento ências e definir os aspectos que precisa desenvolver para aprimorar-
-se no papel de líder e gerente.
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Expressar seus sentimentos e percepções de maneira sincera e
Assumir comportamentos direta, no momento oportuno e mantendo o respeito à pessoa do
assertivos colaborador. É basear-se em fatos e dados e não em julgamentos do
comportamento dele.
der o que se passa interiormente, e esse processo torna os líderes mais assertivos e
autoconfiantes. Tudo isso está profundamente conectado com o que externamos por
meio de nossas palavras, atitudes e ações, e impacta os relacionamentos pessoais
com os membros da equipe.
20
sempre por aquelas que se identificam consigo sem se deixar influenciar por outras
pessoas nem por ideais contrários aos seus princípios. Desse modo, gerimos melhor
nossos próprios conflitos, aprendemos a nos respeitar e passamos também a respei-
tar e entender melhor as outras pessoas.
Segundo passo
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Tenha humildade para aceitar que temos pontos fortes e fracos, assumimos
atitudes e tomamos decisões corretas, mas já falhamos em muitas ocasiões.
Tenha coragem para reformular suas crenças e valores a partir de uma auto-
crítica sincera. Dessa forma criaremos a base para nossa evolução pessoal
que fará surgir em nosso íntimo, o desejo de mudar, aprimorar, desenvolver e
21
evoluir. Mas não adianta apenas ter o desejo. Se não o transformarmos logo
em “querer”, será algo passageiro e voltaremos ao nosso estado inicial, inva-
Terceiro passo
Examine seus desejos com atenção e maturidade para que eles se transfor-
mem em vontades e estas se transformem em atitudes concretas. Dessa
maneira, o que efetivamente nos fará evoluir é o impulso para a realização,
que é alimentado pelo pensamento lógico e sustentado pela racionalidade.
Realizar os desejos de evoluir com base no que realmente queremos se tor-
nará algo permanente e consolidará nosso desenvolvimento pessoal.
No livro “O Monge e o Executivo” o autor James Hunter2 cita que quando ficamos
arraigados aos nossos padrões mentais ocorre uma paralisia em nossas vidas, en-
quanto o mundo se transforma de modo cada vez mais rápido. Ficamos cegos a essas
mudanças e travamos nosso processo de crescimento. Nossas crenças e valores
precisam ser conhecidos, questionados, avaliados e revistos, se quisermos nos
tornar líderes autênticos. Nas equipes, cada pessoa possui suas crenças e valores,
e somente o líder que se conhece será capaz de compreendê-los. Essa compreensão
tornará o líder mais atento às necessidades das pessoas e mais disposto a auxiliá-las
em seu desenvolvimento pessoal e profissional.
O líder nunca conseguirá controlar tudo o que se passa no mundo exterior, mas
tem plena capacidade de transformar tudo o que está dentro dele.
Para o líder, a inteligência emocional é um fator crucial para melhorar seu desempe-
nho. Os sentimentos que temos são uma poderosa fonte de informações para nosso
crescimento pessoal. Compreender as próprias emoções possibilita melhor compre-
ensão das emoções das outras pessoas, facilitando a interação e proporcionando um
O psicólogo Daniel Goleman3, criador desse conceito, sustenta que qualquer líder
deve usar a inteligência emocional para impulsionar mudanças e realizações. Contro-
lar e dominar os impulsos negativos emocionais como ansiedade, frustração, raiva e
tristeza faz com que as pessoas tenham foco para incorporar o autoconhecimento, a
autoconsciência e a empatia, gerando grandes benefícios para a qualidade de sua vida
pessoal e impulsionando sua produtividade. Goleman desenvolveu um modelo para o
desenvolvimento da inteligência emocional, baseado em cinco áreas-chave. São elas:
1ª.- Autoconhecimento
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Conhecer-se e saber quais são suas emoções, aprimorando a consciência de si pró-
prio.
›› Faça um diário de suas emoções. Registre ao final do dia os fatos que ocorre-
ram, quais as emoções que sentiu e como lidou com elas. Analise os momentos
em que suas emoções foram exageradas.
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›› Procure conhecer a percepção dos outros sobre você. Pergunte a outras pesso-
as sobre seus pontos fortes e fracos e receba as opiniões sem discutir. Não há
2ª. - Autogestão
Uma vez conhecidas suas emoções é o momento de exercitar o controle delas, es-
3ª. - Motivação
Identifique seus próprios valores; essa é a chave para compreender o que realmente
o motiva e produz em você o desejo de realizar algo. O cérebro capta esse desejo e
se programa para alcançar um objetivo que seja significativo para você. Para conhecer
melhor e identificar seus valores, a leitura do seu diário é indispensável. Nele você
conseguirá identificar os momentos em que se sentiu realizado ou descobrir as coisas
que valoriza. Não tenha pressa, pois essa reflexão demanda tempo.
4ª. - Empatia
Guia de Crescimento
Nada tem mais poder nos relacionamentos de qualquer natureza do que a confiança.
Construir e manter confiança é a base para alcançar resultados compartilhados com
benefícios para todas as partes. A confiança é o requisito fundamental e indispensável
a qualquer pessoa e muito mais para os líderes. Ninguém segue uma pessoa em que
não confia. Se a confiança for colocada em dúvida, todos os demais aspectos do rela-
cionamento estarão comprometidos.
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A credibilidade é o principal elo das relações humanas. A construção de sua credibilida-
de está fundamentada na percepção das pessoas que o cercam, com base em quatro
aspectos:
1 – Integridade 25
A intenção refere-se ao seu propósito, à sua razão para querer fazer alguma coisa. Esse
querer deve lhe impulsionar para buscar o benefício mútuo em seus relacionamentos.
Significa que você realmente se importa que as pessoas ganhem e sejam vencedoras.
Em seguida, é preciso que o seu comportamento demonstre às pessoas que você age
com verdadeiro interesse por elas.
3 – Capacitações
Para que as pessoas possam realizar suas tarefas com eficácia é imprescindível que
sejam capacitadas. As pessoas capazes são confiáveis e inspiram confiança. Se o líder
não buscar seu contínuo aprimoramento e desenvolvimento pessoal, poderá colocar em
risco sua credibilidade. Lembre-se de que o líder sempre será a referência da equipe.
4 – Resultados
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›› Seja franco ao falar e demonstre sempre respeito pelos outros. Fale de modo claro
e transparente. Faça com que todos compreendam quais são suas expectativas.
›› Seja leal às pessoas. Promessas devem ser sempre cumpridas.
›› É sua função corrigir os erros. Menos erros, melhores resultados.
›› Nunca perca o foco nos resultados.
›› Aperfeiçoe-se sempre.
›› Enfrente sem medo as situações difíceis. Compartilhe também as más notícias.
Se você se esquivar dessas situações, parecerá desonesto.
›› Pratique a responsabilidade
›› Sempre escute primeiro, sem defesas, sem justificativas, sem impor seu próprio
pensamento. Se quiser que as pessoas confiem em você, confie nelas primeiro.
A influência do líder sobre a equipe é construída a partir das suas atitudes. A consoli-
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dação da liderança ocorre quando o líder é reconhecido pelo seu papel de gestor moral
da equipe. Para ser um gestor moral é preciso ser uma pessoa moral. Ser um gestor
moral se refere ao modo com que o líder utiliza a autoridade de sua posição para in-
fluenciar comportamentos éticos nas pessoas que lidera. Ser uma pessoa moral é
ser coerente, praticando no dia a dia valores como respeito às pessoas, honestidade,
confiabilidade, cumprimento das leis, imparcialidade nos julgamentos, justiça e trans- 27
parência de suas intenções. Equipes éticas são lideradas por pessoas éticas, cujo
O desenvolvimento das relações interpessoais entre o líder e sua equipe está asso-
ciado ao comportamento ético do líder. Os valores éticos de um líder são diariamente
observados pelos colaboradores e refletem de modo intenso no comportamento da
equipe. Nessas equipes os conflitos tendem a ser produtivos, há maior colaboração,
a comunicação é mais assertiva e o ambiente é livre de boatos ou fofocas, pois o líder
municia a equipe com informações verdadeiras.
Veja como construir a ética nas equipes:
Respeito às Respeito à
Empatia
pessoas Legislação
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Suas
Reconheça. preferências
Você não é pessoais
perfeito e nem Humildade Imparcialidade não podem
melhor que interferir nas
ninguém. relações com a
equipe.
28 Justiça Integridade Coragem
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
K.M.R. é a líder da equipe de vendas em loja que vende roupas finas. Sua gran-
de rede de contatos faz com que a loja seja uma referência para as pessoas dis-
postas a pagar um preço mais elevado para adquirir um produto de “marca”. As
vendedoras da equipe, observando o comportamento de K.M.R., descobriram
que, discretamente, ela está levando escondido em sua bolsa algumas peças
de roupa para casa aos finais de semana e devolvendo-as na segunda-feira.
Uma delas fotografou no celular o momento em que K.M.R. colocava uma rou-
pa na bolsa e depois a fotografou devolvendo-a à loja. As normas existentes da
loja preveem que qualquer colaborador que for pego fazendo isto será imedia-
tamente demitido.
Guia de Crescimento
Para não criar conflitos, resolvem não falar nada e nem denunciar K.M.R. ao
dono da loja, mas também passam a fazer o mesmo, uma acobertando a outra
para não ficar evidente o problema.
Certo dia, K.M.R. descobre que as vendedoras estão agindo dessa forma, con-
voca uma reunião e ameaça a todas com demissão se essa situação se repetir.
Nessa reunião, a vendedora que fotografou apresenta as fotos tiradas de K.M.R. 29
30 O líder precisa perceber a necessidade de mudar e agir prontamente. Para isso é preci-
so ter consciência da vulnerabilidade da empresa em face das transformações do am-
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
biente externo, manter-se informado e monitorar todos os fatores que possam afetar
a empresa. Em seguida, precisará avaliar o potencial de reação da empresa, avaliando
sua estrutura organizacional, as competências dos colaboradores, verificando neces-
sidades de atualização tecnológica e de capacitação dos colaboradores, questionando
a cultura organizacional existente, analisando seu planejamento financeiro, as estraté-
gias de marketing e vendas, etc. Desse modo será possível formular estratégias para
efetuar e gerir as mudanças necessárias.
Como o líder deve conduzir os processos de mudança?
Apresentamos aqui os oito passos descritos por Kotter5 em seu livro “Liderando mu-
danças”, adaptados à realidade das Pequenas e Microempresas.
Guia de Crescimento
2º Passo - Crie alianças
5 KOTTER, J.P. Liderando mudanças. Elsevier: São Paulo. 2ª. Ed. 2013
4º. Passo – Comunique sua visão para todos
O líder deve aproveitar todas as oportunidades para falar da visão que sustenta o pro-
cesso de mudança. É fundamental referir-se a ela durante as reuniões, apresentações,
nos e-mails e avisos internos. Faça cartazes e afixe em locais visíveis a todos, crie
uma frase de efeito e a escreva em todas as comunicações internas. Faça com que
as pessoas percebam que você é o maior entusiasta da mudança. Os líderes devem
se tornar um exemplo vivo do tipo de mudança que desejam realizar. Segundo Kotter,
“Nada compromete um programa de comunicação mais rapidamente do que as ações
inconsistentes da liderança”.
madores de opinião não engajados no processo de mudança. Mude tudo que possa
comprometer seriamente a visão. Adotar uma postura de diálogo honesto e franco é
indispensável.
Tais vitórias fornecem provas de que o empenho ou os sacrifícios que as pessoas vêm
fazendo estão produzindo resultado. Crie um canal de comunicação permanente para
informar aos colaboradores as conquistas obtidas durante o processo de mudança.
É natural que o líder encontre resistências explícitas ou nos bastidores. Portanto é mui-
to importante que as conquistas sejam claramente comunicadas. Se o líder possui cre-
dibilidade e os resultados estão começando a aparecer, com o tempo as resistências
serão minimizadas. O mais importante nessa fase é não desistir. Sempre que o líder
desiste antes da efetivação da mudança, sua competência e credibilidade poderão ser
questionadas.
Guia de Crescimento
vimento das pessoas e promover um ambiente de confiança mútua, a empresa irá
conseguir minimizar os impactos das mudanças do ambiente externo e terá sucesso
também na implantação de mudanças internas.
33
Observando os passos descritos por Kotter, fica evidente que os principais
A EQUIPE DE
TRABALHO E A
LIDERANÇA NA
PRÁTICA
A prática da liderança pressupõe a aplicação das competências abordadas no capítulo
anterior. Conhecer as competências é uma etapa fundamental em seu processo de
desenvolvimento, porém é preciso aplicá-las no dia a dia, diante das inúmeras situa-
ções em que é requerida uma efetiva atuação do líder.
Neste capítulo, serão abordados importantes aspectos relacionados ao papel da lide-
rança e de que maneira a forma de atuação do líder afeta a produtividade das equipes e
o grau de satisfação de cada um dos membros em pertencer a essa equipe. No decor-
rer dos textos há muitas recomendações para que você possa transpor para a prática
os conceitos abordados neste capítulo. Sempre que precisar, recorra a este guia. O
seu processo de desenvolvimento não pode parar.
Uma verdadeira equipe pode ser definida como uma reunião de pessoas com as se-
guintes características:
Guia de Crescimento
Características O que significa
Possuem competências Trocam informações, desenvolvem novas ideias, ampliam o co-
complementares: nhecimento coletivo, solucionam problemas, crescem juntos.
A - Missão e objetivos:
B - Interdependência:
Dessa forma, as equipes são construídas por pessoas que estão efetivamente com-
prometidas com os objetivos comuns e têm consciência plena de que não irão alcan-
çá-los sozinhos. Observe o quadro a seguir:
Corporação Equipe
ALTA
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cionais.
Bando Grupo
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
BAIXA ALTA
Missão / Objetivos
1 BATITUCCI, M.D. Equipes 100% - O novo modelo do trabalho cooperativo no 3º. milênio. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2002.
Equipe:
Os membros possuem alto envolvimento com a missão e plena consciência das rela-
ções de interdependência. Praticam um trabalho cooperativo e colocam a empresa na
rota da excelência. Efeito: ótimos resultados e satisfação de todos os membros.
Grupo:
As pessoas estão focadas nos objetivos comuns, porém ainda trabalham como se
não precisassem da competência de outras pessoas para atingir esses objetivos. A
tendência é que os resultados alcançados percam a vinculação com os objetivos da
empresa como um todo. Efeito: os resultados não são uniformes. Alguns alcançarão
as metas e outros não. Esse fato causará um desequilíbrio no grau de satisfação dos
membros.
Corporação:
Guia de Crescimento
As pessoas mantêm um alto grau de interdependência, porém são voltadas para a
obtenção de ganhos para elas próprias, pois não estão focadas nos objetivos esta-
belecidos pela empresa. Nessa configuração os resultados serão incompatíveis com
as necessidades da organização. Efeito: a empresa como um todo não é beneficiada
pelos resultados, mas as equipes terão a impressão de ter alcançado as metas. Nessa 37
equipe os colaboradores terão grau de satisfação elevado enquanto a empresa perde.
Não é tarefa fácil juntar um grupo de pessoas e transformá-lo em uma equipe eficaz
pois é preciso lidar com variados aspectos relacionados às pessoas. Um dos maiores
erros cometidos pelos líderes é centrar sua avaliação no conhecimento e nas habili-
dades, deixando em segundo plano os aspectos relacionados ao caráter das pessoas
que estarão em sua equipe. É o caráter de cada um que irá determinar suas atitudes
dentro da equipe e que as tornarão conscientes das relações de interdependência e
dos objetivos compartilhados.
Portanto, ao selecionar pessoas para formar suas equipes o líder deve avaliar:
6 – Solucionar conflitos buscando obter, por meio deles, novas ideias e al-
ternativas para aprimorar os resultados da equipe.
Lembre-se das seguintes premissas:
›› Ser líder é influenciar pessoas para que trabalhem com entusiasmo em torno de
um objetivo em comum. Seu exemplo é a maior influência.
›› Mantenha uma comunicação franca e aberta que lhe dê a liberdade para sugerir
mudanças de comportamento.
›› Não tenha receio em contribuir com o desenvolvimento profissional dos cola-
boradores. Faça o que for possível para aprimorar conhecimentos e habilidades
deles. No entanto, esteja consciente de que alguns precisarão eventualmente
ser desligados para o bem de toda a equipe.
›› E, finalizando, pare de reclamar de sua equipe. Foi você mesmo que a formou.
Jeremias é dono de uma marcenaria que fabrica móveis sob medida e tem 10 cola-
boradores. A equipe é bem integrada, todos se relacionam bem e raramente precisa
Guia de Crescimento
intervir para solucionar algum conflito.
Como as encomendas estão crescendo, ele resolveu que iria contratar mais dois cola-
boradores para o setor de produção. Para agilizar o processo, pesquisou discretamen-
te em seus concorrentes e identificou os profissionais que desejava. Ele queria que
os novatos já entrassem em condições de produzir e por isso precisava trazer pessoas
39
experientes.
Ofereceu remuneração melhor e conseguiu contratá-los. Como eles já eram experts
Ao final do primeiro mês depois da admissão dos dois, observou que a produção
caiu e que a equipe estava se desentendendo com muita frequência. Nem parecia
a mesma equipe de antes. Numa conversa com os mais antigos, identificou que os
novatos, apesar de serem ótimos profissionais, tinham uma postura muito diferente
do restante da equipe. Criticavam sua nova empresa, desmereciam os auxiliares, não
cumpriam horários e tinham baixo comprometimento com o resultado da equipe. Isso
provocou uma reação negativa na equipe, pois os mais antigos passaram a boicotar os
dois novos colaboradores.
Qual foi o erro cometido por Jeremias? Como ele pode solucionar esse problema?
A competência de um líder é avaliada não só pelos resultados que sua equipe produz,
40 mas também pelo modo com que ela os obtém. Não basta apenas alcançar metas. É
preciso que as pessoas convivam em um ambiente de respeito, colaboração, integra-
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
ção e motivação. Uma liderança eficaz ocupa-se com a evolução dos seus liderados e
com a motivação que eles sentem em trabalhar e conviver com esse líder.
Guia de Crescimento
4 – Reconheça a competência e delegue. É altamente motivador o ato de
transferir autoridade às pessoas para que elas definam como realizar determina-
da tarefa, pois isso produz um reflexo positivo em sua autoestima. No entanto, é
necessário ter alguns cuidados no processo de delegação, conforme você verá
no capítulo Delegação – item 3.5. 41
debates.
Você não quer perder o Régis, mas também precisa que todos os demais colabora-
dores da equipe estejam motivados.
Guia de Crescimento
formas de liderar.
Entendendo as variáveis:
Comportamento de É quando o líder precisa estar próximo das pessoas, empenhando-se em dar
apoio, estimular e encorajar seus liderados por meio de uma comunicação
relacionamento bilateral, escutar ativamente e apioar seus esforços.
ALTO
E3 E3
COMPARTILHAR PERSUADIR
COMPORTAMENTO DE RELACIONAMENTO
ES
TIL
OT
RE
OIO IN
AP AM
O EN
TIL TO
ES
ESTILO DIR E
LEGAÇÃO
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DE
Ç
O
O
L
E STI Ã
44
DELEGAR DETERMINAR
E4 E1
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
M4 M3 M2 M1
MATURIDADE DOS LIDERADOS
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O foco da liderança é alto no relacionamento e alto na tarefa e é aplicado a pessoas
com maturidade entre baixa e moderada. Adota-se para os liderados que ainda não
têm as competências apropriadas, mas apresentam boa disposição para assumir res-
ponsabilidades e confiança em suas ações. Nesse estilo é fundamental adotar um
comportamento diretivo, mas ao mesmo tempo reforçar a disposição e o entusiasmo 45
das pessoas.
Não há um estilo que seja mais eficiente do que outro. A eficiência está na apli-
cação adequada do estilo de liderança. É o acerto na aplicação de um estilo de
liderança que o torna mais eficiente. O estilo adequado do líder é um grande
impulsionador da motivação da equipe, pois aumenta sua capacidade de influen-
ciar positivamente seus liderados e contribui para que eles desenvolvam seus
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talentos e potencialidades.
O desafio está em saber como aplicar cada estilo, com quais pessoas e em quais
circunstâncias. Ninguém nasce líder. Por isso, é fundamental o desenvolvimento
dos conhecimentos sobre liderança que se transformarão em habilidades que
46 o tornarão capaz de analisar cada situação, cada pessoa, cada objetivo, e assim
discernir qual estilo utilizar. Todos os estilos têm prós e contras quando utilizados
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
de forma errônea
A cada dia, seja por conta do ambiente externo, ou por eventuais deficiências inter-
nas, o papel dos líderes vem se tornando mais complexo e difícil. Alguns obstáculos
precisam ser ultrapassados e vencidos para que as equipes se mantenham motivadas
e produtivas. Não há outro caminho para o líder senão manter-se preparado para iden-
tificar as barreiras e saber como se posicionar diante de cada uma delas. Manter-se
preparado significa aprimorar suas competências pessoais e profissionais para o exer-
cício de seu papel.
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2 - A palavra move, o exemplo arrasta.
Essa frase é conhecida desde a antiguidade e continua muito atual. Tudo o que você
fala ou recomenda às pessoas pode ter o poder de causar alguma transformação ne-
las. Entretanto, você colocará tudo a perder se suas atitudes não forem coerentes com
suas palavras. Somente o seu exemplo é capaz de motivar as pessoas. Na liderança
de sua equipe, comece a praticar e talvez nem seja preciso falar. As equipes tendem 47
a seguir o líder.
5 - Visão imediatista.
As competências das pessoas de uma equipe que hoje produz excelentes resultados
não garantem a continuidade desses resultados para sempre. A Empresa está sujeita
a impactos externos que podem causar muitas mudanças em seu planejamento para
o futuro. É preciso estar atento ao hoje mas, ao mesmo tempo, capacitar as pessoas
para um cenário futuro, conforme o planejamento estratégico da empresa. As compe-
tências de hoje podem não ser adequadas para o amanhã.
Guia de Crescimento
Guia de Crescimento
tar a atividade e delegue. Ser um super-homem o tempo todo vai lhe causar estresse
e comprometer até mesmo sua vida pessoal.
50
EMISSOR
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
Quem dá origem
à comunicação
MENSAGEM
O que se deseja
transmitir
CANAL DE
COMUNICAÇÃO
COMUNICAÇÃO
BEM SUCEDIDA
O emissor dá origem ao processo de comunicação. Emite uma mensagem que é
enviada através de um canal de comunicação para fazer a mensagem chegar até o
receptor. É fundamental que a mensagem seja integralmente compreendida pelo re-
ceptor. Em seu processo de interpretação da comunicação recebida ele poderá solici-
tar mais informações sobre a mensagem. O emissor deverá prestar todos os esclare-
cimentos necessários e aferir que a mensagem foi compreendida. A comunicação só
pode ser considerada bem-sucedida se não restar ao receptor qualquer dúvida sobre o
significado da mensagem que o emissor desejou transmitir. Como se vê, a comunica-
ção implica na plena interação entre quem comunica e quem recebe a comunicação.
Essas etapas constituem o que chamamos de “Processo de Comunicação”.
A comunicação é uma via de mão dupla na qual transitam emissor e receptor. Qual-
quer problema futuro decorrente de um processo de comunicação mal feito, será
responsabilidade de ambos.
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gistrar essa comunicação por escrito ou utilizando mecanismos de áudio, vídeo, foto-
grafia ou qualquer outro, que permita resgatar a mensagem quando necessário. Esse
cuidado será fundamental para evitar que, após algum tempo, ambos esqueçam o que
já foi comunicado anteriormente.
51
Guia de Crescimento
A comunicação é uma competência essencial da liderança e praticamente separa os
bons dos maus líderes. É por meio de uma comunicação clara que os líderes de suces-
so conseguem influenciar os membros de sua equipe a trabalharem com entusiasmo
para alcançar um objetivo comum. As relações de confiança, tão essenciais para a
construção de relacionamentos interpessoais autênticos, têm sua origem na eficácia
da comunicação. Não há como confiar em um líder que coloca barreiras na comuni- 53
cação com as pessoas. Relações de confiança nascem da comunicação, portanto, se
• Seja sempre você mesmo, não é preciso inventar histórias para convencer
seus colaboradores. Não tenha receio de ser verdadeiro. O líder também pos-
sui momentos de angústias, incertezas e nem sempre acerta em suas deci-
sões. Fale sinceramente de como conseguiu contornar esses obstáculos.
• Se você não possui uma boa habilidade para comunicar-se, busque ajuda
para desenvolvê-la. Nunca deixe de se informar sobre o papel da comunica-
ção no exercício da liderança. Leia bons livros sobre o assunto, converse com
líderes de sucesso e, se necessário, faça algum curso.
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• Assegure-se das informações que irá comunicar. Não fale de objetivos que
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
• Confie nas pessoas e seja confiável. Isso fará com que elas deem crédito à
sua informação e aumentará as chances de elas se sentirem motivadas a se
engajarem no mesmo propósito.
• Independente do meio que você utilizar para se comunicar, mostre que você
está presente, aberto e disposto a compartilhar, ouvir, receber críticas e
sugestões. As pessoas necessariamente precisam acreditar nisto para que
sua comunicação provoque as reações que deseja.
2.7 - Como praticar uma escuta ativa?
Guia de Crescimento
pretou é realmente aquilo que seu interlocutor quis comunicar. Se necessário,
peça esclarecimentos de maneira educada e objetiva.
• Impor sua ideia só porque você é líder causará inibição no seu interlo-
cutor.
• Receba a mensagem como uma contribuição, mesmo que ela traga algu-
ma crítica ou opinião discordante da sua. Interromper o diálogo por causa disso
passa impressão de arrogância e prepotência, bloqueando novos contatos.
2.8 - Fatores que interferem no processo de comunicação
Atualmente a comunicação pode transitar por diversos meios, em função das evolu-
ções tecnológicas desenvolvidas nas últimas décadas. No entanto, mesmo com essa
diversificação, nada substitui as pessoas, independente do meio que elas utilizam para
transportar suas informações. Alguns fatores pessoais podem causar sérios “ruídos
na comunicação” e são responsáveis por uma enorme fatia dos problemas organiza-
cionais, tanto na execução de tarefas quanto na relação entre as pessoas. Os ruídos
no processo não são os únicos responsáveis pela ineficácia da comunicação.
1. Percepção;
2. Comportamentos no processo de comunicação;
3. Inferência.
1 – A percepção
Guia de Crescimento
a ele por meio dos nossos cinco sentidos: visão, audição, olfato, tato e paladar. Pesso-
as diferentes podem ver a mesma situação e interpretá-la de maneiras diferentes, de-
pendendo do modo como percebem seus interlocutores, e essas percepções do que
vemos podem estar inteiramente equivocadas. A percepção que temos sobre algo é
influenciada por aspectos pessoais, aprendizagens, experiências individuais e de pro-
jeções que às vezes agregamos ao que estamos vendo. É importante termos cautela 57
ao afirmar que algo que estamos percebendo é uma verdade absoluta. É preciso fazer
Muitas vezes acreditamos a vida inteira em algo que percebemos, mas que não cor-
responde à verdade. Podemos conhecer pessoas em momentos tensos ou mesmo
de desequilíbrio pessoal e carregarmos de forma injusta essa percepção por muito
tempo. E é nesse ponto que nascem os preconceitos e julgamentos imprecisos. O
que devemos evitar é o julgamento sem qualquer critério ou sem a confirmação da
verdade. Há pessoas que jamais conseguem reverter uma impressão negativa.
Na condição de líder, é fundamental buscar a verdade dos fatos. Muitas carreiras bri-
lhantes podem ser interrompidas e ótimos colaboradores podem deixar a empresa
apenas por que o líder tem preconceitos e faz julgamentos precipitados. Essas per-
cepções advindas dos pré-julgamentos tanto podem ser individuais ou coletivas, por
exemplo: acreditamos que determinada pessoa não é digna de confiança porque um
dia ela se mostrou descontrolada. Ou desacreditamos de todos os advogados porque
tivemos uma experiência negativa com um deles. Tal modo de pensar acaba inter-
ferindo em nossa forma de agir. Nossos preconceitos influenciam a forma com que
vemos pessoas e situações. No papel de líder, é fundamental rever a própria forma de
perceber os fatos e as pessoas e analisar o quanto ela está impactando nas relações
interpessoais ou nos processos de comunicação.
Veja a seguir os fatores que influenciam diretamente a nossa percepção e que podem
afetar os processos de comunicação:
• Percepção Seletiva:
Tudo o que faz com que uma pessoa, um evento ou um objeto se sobressaia,
eleva consideravelmente a possibilidade de que seja percebido. No entanto, não
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• Projeção
A projeção é a tendência em ver as outras pessoas de acordo com o que nós pró-
prios somos, em vez de como elas realmente são. É quando colocamos a culpa
nos outros pelos nossos problemas ou dificuldades ou atribuímos nossas emo-
ções a outras pessoas. Isso ocorre porque a pessoa, não conseguindo lidar com
a sua própria adversidade, atribui ao outro um problema que ele próprio possui.
Por exemplo: o líder tem o costume de tratar os colaboradores com agressivida-
de. Quando eles se irritam, o líder acusa os colaboradores de serem agressivos
com ele. Na verdade, é o próprio líder que pode estar projetando sua dificuldade
em controlar suas emoções e, por isso, diz que o outro é quem está com esse
problema.
• Profecia autorrealizada
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não acredita que o colaborador seja capaz de executar um serviço de qualidade
e o trata com indiferença, a tendência é que o colaborador não se esforce para
fazer melhor, confirmando a expectativa do líder. Desse modo, quando o líder
espera ou acredita que algo irá acontecer e age como se esta previsão fosse real,
ela acontecerá.
59
• Efeito de Halo - Generalização
pai de dois filhos, bem recomendado pelos empregadores anteriores, sem nada
que o desabonasse. Na entrevista final Marisa constatou que Ernesto era uma
pessoa de modos afáveis, demonstrando muito equilíbrio e coerência em tudo o
que falava. Só havia um problema: ele morava no Bairro Pedreiras.
Por causa disto, Marisa contratou a segunda opção, com receio de que Ernesto,
apesar de todas as qualidades, também fosse como “todos” os demais que mo-
ram naquele bairro.
• O comportamento agressivo
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uma comunicação realizada com gritos, palavrões, brigas físicas, agressividade
nos gestos, forma de olhar e falas carregadas de cinismo, ironias e sacarmos, ou
até mesmo momentos de silêncio profundo denotando total ausência, desrespei-
to, indiferença e hostilidade às situações vivenciadas. A pessoa que se comporta
de forma agressiva considera-se, na maioria das vezes, superior aos demais,
pois transmite desinteresse pelos sentimentos e posicionamentos alheios. Tem 61
dificuldade em ouvir, faz julgamentos e avaliações precipitadas e demonstra raiva
• Comportamento assertivo
A inferência é uma dedução, percepção ou intuição que toma como base o julgamento
do próprio indivíduo e não em fatos que possam ser aferidos e comprovados. Pode
ser tomada como verdade e geralmente causa enormes impactos no processo de
comunicação. Observem a situação apresentada a seguir e como ela foi interpretada
por duas pessoas diferentes:
Situação:
Joaquim todos os dias passa por uma rua às 7:30h indo a pé para o trabalho. Nesta
semana ainda não passou. Vejam como a situação foi interpretada por João e Maria,
que todos os dias o viam passando:
Joaquim ainda não passou para ir ao trabalho. Ainda não vi o Joaquim hoje.
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Deve ter dormido muito e acordou tarde. Será que ele teve algum problema em casa?
Se não acordou na hora é porque deve ter ido Se não passou esta semana, deve estar com
para alguma farra ontem. algum familiar internado.
Joaquim não larga a boemia nem depois de Fiquei sabendo que a mulher tem muitos 63
casado. problemas de saúde.
Situação real: Joaquim passou a ir de carona com um novo colega que passa em fren-
te à sua casa para ir ao trabalho.
Com este exemplo, observamos que uma mesma situação pode ter várias interpreta-
ções e significados, dependendo de quem a observa. As conclusões finais de João e
Maria foram tomadas sem qualquer embasamento nos fatos reais, apenas em suas
próprias crenças e valores. Isso torna erradas ambas as conclusões. Esse processo é
chamado de “Escada da Inferência”.
A “Escada da Inferência” foi criada por Cris Argyris (1990) e tem o objetivo de auxiliar
as pessoas a perceberem a maneira como veem o mundo. A partir dos fatos que ob-
servam, adotam uma percepção seletiva, selecionando os dados que lhes interessam,
adicionando sentidos pessoais e culturais a esses dados, fazendo suposições com
base nos sentidos que atribuíram a esses dados, tirando conclusões a partir dessas
suposições, adotando crenças acerca do mundo e praticando ações baseada nessas
crenças.
As crenças adotadas ficam arraigadas nas pessoas e elas, na próxima vez que ob-
servarem algum fato, serão influenciadas na maneira com que selecionam os dados,
porque as crenças passam a ser consideradas como verdade.
Eu ajo baseado
7º Degrau em minhas
crenças.
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Eu faço pressupos-
4º Degrau
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
tos baseados no
significado.
Eu adiciono
3º Degrau significado cultural
e pessoal.
Nossas crenças
afetam quais os
dados iremos
selecionar da
Eu seleciono próxima vez.
2º Degrau “dados” do que
eu acredito.
Fonte: Cris Ag
Esse processo é tão rápido que as pessoas sequer percebem que percorreram esses
degraus. O problema nesse tipo de raciocínio ocorre quando essas supostas “verda-
des” são passadas a outras pessoas como sendo a verdade absoluta e ganham adep-
tos. A inferência é a causa de variados problemas nos processos de comunicação,
tem a capacidade de afetar os relacionamentos interpessoais e pode causar grandes
desequilíbrios nas equipes.
A inferência é a “mãe” de todas as fofocas e boatos que circulam pelos corredores das
empresas e geralmente origina inúmeros conflitos interpessoais.
Guia de Crescimento
que relatem os fatos que observaram, e depois analisem as formas pelas
quais selecionaram determinados dados. Por que esses? Qual era a situa-
ção? Quais fatos reais embasam sua interpretação?
- Questionar a forma com que articularam os dados, ou seja, como cons-
truíram seu raciocínio para chegar a essa conclusão.
- Esclarecer para a equipe o que há de realmente verdadeiro no boato 65
(caso possua essa informação) ou simplesmente fazer cessar o boato o
A melhor atitude de um líder é não acreditar no óbvio. Um fato, por mais óbvio que
pareça, só é comprovado por meio de evidências reais. Em um mundo em que as
pessoas se orgulham de ser realistas, não existe nada mais realista do que um pro-
cesso decisório baseado em fatos reais e não em interpretações ou “achismos”. Um
processo baseado em fatos economiza tempo, energia mental e emocional, tanto do
líder quanto da equipe.
2.9 - O papel do líder na gestão de conflitos
A história nos revela que desde o início da humanidade os conflitos exercem impor-
tante papel na evolução das sociedades e no desenvolvimento dos sistemas familiar,
social e político e dentro das organizações. Dependendo da forma como são adminis-
trados podem se tornar prejudiciais ao bom relacionamento entre as pessoas e, por
outro lado, podem ser fontes geradoras de ideias novas, mediante a exploração de
outros pontos de vista. Na visão positiva, o conflito é um processo no qual as partes
envolvidas se dispõem a considerar a visão do outro, reconsiderar os próprios posi-
cionamentos e ambas procuram adotar uma ação adequada e produtiva, buscando a
melhor solução para o conflito.
Para que o líder possa realizar uma gestão positiva dos conflitos é preciso compreen-
der como a maioria dos conflitos surge no ambiente de trabalho. Vejam as principais
causas:
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Dependência excessiva.
Recursos restritos. Pessoas “lutampara
66 Há pessoas que dependem dos colegas
obter mais recursos tipo material de
para conseguirem realizar seu trabalho.
trabalho, espaço físico. verba
Com o tempo isso pode irritar o outro.
orçamentária, atenção da chefia, etc.
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
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vos como:
1 – Enfrentamento:
O grau em que uma parte envolvida no conflito busca a satisfação dos seus
próprios interesses.
2 – Cooperação
Medição do grau em que uma parte envolvida no conflito tenta satisfazer os
interesses da outra parte.
enfrentamento
Muito
68 Estilo Estilo
Enfrentamento
Competição Colaboração
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
Estilo
Compromisso
enfrentamento
Estilo
Pouco
Estilo
Evitação Acomodação
Cooperação
Veja a descrição dos estilos e em quais situações utilizá-los:
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fugir do conflito. Deixa as coisas como estão
Evitação apostando na perda de intensidade do conflito.
O importante é não se
É usado quando há conflitos triviais ou quando
manifestar para ninguém
não há chance de nenhuma das partes ganhar.
se machucar.
Veja a seguir as mais importantes atitudes que irão contribuir efetivamente para o su-
cesso na administração de conflitos:
em sua origem.
- Manter as equipes informadas sobre os objetivos e a missão da empresa
e fazer com que cada um compreenda de que modo seu trabalho contribui
com a organização.
- Prevenir e esclarecer boatos, levando à equipe informações objetivas e
70 verdadeiras.
- Realizar reuniões periódicas, permitir que as pessoas questionem e expo-
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
Guia de Crescimento
71
Atualmente é comum encontrar nas empresas equipes formadas por pessoas de vá-
rias gerações e o desafio do líder é compreender o que isso significa e aprender a
lidar com muitos e diferentes comportamentos, valores, pensamentos e modos de
agir. Para compreendermos melhor os reflexos que essa mistura de gerações causa
nas empresas é fundamental falarmos sobre as características de cada geração. Cada
geração reflete um modo de pensar e agir diferente e mantém estreita relação com a
evolução social, política e tecnológica ocorrida nas últimas décadas. Essas diferentes
gerações foram agrupadas com as seguintes nomenclaturas e peculiaridades:
Seus valores e
Geração Características
pressupostos
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Eu sou “dono do meu nariz”. Comunicativos, criativos, flexíveis.
Geração Y Valorizam liberdade, vida confortável, Esperam ser promovidos no primeiro ano de
sucesso financeiro, independência trabalho.
Nascidos de 1980
pessoal aliada ao trabalho em equipe, Convivem em redes sociais.
a 1995 lealdade a si mesmos e aos relaciona- Facilidade em descobrir novas tecnologias.
mentos. São autoconfiantes. Comunicam-se por meio eletrônico.
Querem mais flexibilidade no trabalho.
Estão atentos ao meio ambiente e causas 73
sociais.
Vivem por muitos anos na companhia dos
- Nas empresas, cada geração é motivada por valores diferentes. Se não hou-
ver compatibilidade ou, no mínimo aceitação dos valores organizacionais, dificil-
mente o colaborador irá se identificar com a empresa. Esta situação pode tornar-
-se uma fonte geradora de conflitos. Portanto, faça um processo de recrutamento
74 e seleção que lhe permita averiguar este aspecto.
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
Desde que seu pai se aposentou, há quatro anos, Carla assumiu a gestão da loja
de roupas e artigos de cama, mesa e banho. A loja foi fundada no início da déca-
da de 1990, conta com 14 empregados, sendo que seis deles estão na empresa
desde que seu pai fundou a loja. Assim que Carla iniciou sua gestão, promoveu
uma renovação no quadro de colaboradores e a loja possui hoje oito empregados
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com idade abaixo de 25 anos.
Os mais velhos reclamam que perderam o espaço para os novos e que isto é
uma ingratidão da empresa para com aqueles que dedicaram quase trinta anos
à loja.
Os mais novos acham que os antigos são inflexíveis, que não sabem usar o com-
putador, que resistem a qualquer novidade e que deviam mesmo é aposentar-se. 75
Entretanto, quase 70% das vendas das lojas ainda são concretizadas pelos mais
• O líder deve compreender que cada geração possui diferentes valores, cos-
tumes e realidades.
• Se os colaboradores da nova geração aprendem mais rápido, são hábeis na
utilização das tecnologias e ágeis na execução das tarefas, eles precisam apren-
der como aplicar essas habilidades em seu trabalho para obter resultados melho-
res. Nesse ponto entra a experiência dos mais velhos.
• Se os colaboradores da geração passada são mais experientes, mas resis-
tem ao avanço irreversível das novas tecnologias, eles precisam compreender
que atualmente não há mais como fugir dessa realidade. Nesse ponto entra o
conhecimento e a habilidade dos mais novos.
• Conflitos podem ser produtivos por meio da integração da experiência dos
mais velhos com a capacidade criativa dos mais novos. O líder deve manter sem-
pre um canal de comunicação aberto para ouvir ambas as gerações e comparti-
lhar o melhor de cada uma.
• Independente da geração a qual pertençam os seus colaboradores é funda-
mental que a empresa possua critérios de gestão únicos, aplicáveis a todas as
situações. Estes critérios darão sustentação às decisões da liderança e criarão
um sentimento de justiça e imparcialidade, tão importantes para a consolidação
das relações de confiança, seja qual for a geração a que pertençam os colabora-
dores.
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76 O assédio moral
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
O líder deve cumprir o seu papel com base no respeito e estímulo ao colaborador,
apontando suas falhas não com o intuito de humilhá-lo ou rebaixá-lo perante os demais
membros de sua equipe. Ao contrário, qualquer intervenção, correção ou advertência
deve ter como objetivo o desenvolvimento pessoal e profissional do colaborador. As
relações de trabalho nos dias de hoje não comportam mais a figura do “chefe carras-
co”, que causa temor nas pessoas devido à forma rude com que conduz a equipe e por
fazer julgamentos sobre sua pessoa ou sua capacidade. Este modo de agir, além de
antiquado, encontra hoje uma crescente repressão nas esferas judiciais e legislativas.
O bullying
Guia de Crescimento
O bullying é uma palavra inglesa, que se incorporou à nossa realidade nos últimos anos
e se refere a qualquer tipo de atitude física ou verbal agressiva, praticada sem motiva-
ção clara, de maneira intencional e repetitiva, provocando angústia, tristeza, dor e às
vezes depressão, e tem o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa privando-a da
capacidade de se defender, baseando-se em uma relação desigual de forças ou poder.
77
O bullying pode ocorrer de forma direta, quando uma pessoa o pratica diretamente à
78
Nas pequenas e microempresas, valendo-se da proximidade existente entre os co-
laboradores e seus líderes, é possível construir relações de confiança sólidas. Essas
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
Texto adaptado por Daniel César Pereira com base no artigo de Marcela Angra, em:
Guia de Crescimento
http://www.administradores.com.br/noticias/carreira/nao-e-brincadeira-como-o-bullying-corporativo-destroi-profis-
sionais-e-Empresas/94988/
Empreender é algo que pode ser realizado individualmente, quando alguém resolve
se dedicar e se comprometer com a construção do seu próprio negócio. No entan-
to, há também o intraempreendedorismo, ou empreendedorismo interno, que ocorre
quando um colaborador aplica sua energia e suas competências para contribuir com
inovações e boas ideias para a empresa em que trabalha. Uma empresa com cultura
empreendedora acredita que todos os colaboradores sejam capazes de propor e reali-
zar mudanças, com a premissa de que qualquer forma de inovar é válida e precisa ser
considerada.
Guia de Crescimento
Um líder com características de empreendedor interno, além de contribuir para o su-
cesso das empresas, transmite aos colaboradores o espírito da inovação, estimulan-
do-os a encontrar melhores formas de agir e fazer as coisas acontecerem. Para que
isto ocorra é necessário que o líder não se aproprie das ideias e iniciativas dos mem-
bros de sua equipe, atribuindo a si próprio a autoria das mesmas. Se isto ocorre, as
pessoas são desmotivadas e sua energia criativa é enfraquecida. É necessário que o 81
estímulo ao empreendedorismo interno seja internalizado por todos, líderes e colabo-
De que modo o líder pode se tornar um empreendedor interno e criar uma cultura
empreendedora em sua equipe? Veja abaixo algumas sugestões:
com ideias inovadoras e aplicáveis. Tais recompensas não precisam ser ne-
cessariamente prêmios em dinheiro. Há muitas outras formas de reconhe-
cimento que elevam a autoestima das pessoas.
As pessoas passam grande parte do dia no ambiente de trabalho. Tudo o que acontece
nesse ambiente causa algum tipo de impacto que pode afetar seu comportamento,
sua produtividade, seu bem-estar e sua motivação. Ao afetar sua motivação, tanto
pode lhes causar satisfação, estimulando sua produtividade, como deixá-lo desinteres-
sados e sem energia para o seu trabalho, comprometendo os resultados da empresa.
Seguindo esse raciocínio muitas empresas vêm investindo na melhoria da qualidade
de vida das pessoas no ambiente de trabalho.
Qualidade de vida no trabalho é um conjunto de fatores que influencia a percepção de
cada colaborador sobre seu ambiente de trabalho e determina o seu nível de satisfa-
ção com a empresa e sua motivação para o trabalho. Os principais fatores são:
Engana-se o empresário que pensa que a qualidade de vida no trabalho é somente dis-
Guia de Crescimento
ponibilizar um ambiente físico agradável, recursos de excelente qualidade e um bom
plano de saúde corporativo. Esses fatores sozinhos não têm a capacidade de motivar
os colaboradores. Certamente são importantes e devem ser considerados, mas a mo-
tivação só virá se seus líderes praticam o respeito às pessoas, valorizam, reconhecem
e recompensam seus esforços, elogiam e interessam-se pelo seu desenvolvimento.
São os fatores imateriais que motivam e elevam o grau de satisfação dos colaborado- 83
res com a empresa.
84
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
Recomendações para o líder que deseja criar um clima organizacional favorável e pro-
porcionar qualidade de vida aos colaboradores:
Guia de Crescimento
petitiva.
PAPÉIS
GERENCIAIS DA
LIDERANÇA
No início deste curso, demonstramos que os papéis de gerente e de líder são inter-
dependentes e complementares. A liderança é fortalecida por meio da aplicação de
técnicas gerenciais adequadas e de critérios uniformes para a gestão de pessoas.
Neste capítulo apresentaremos técnicas que, se aplicadas convenientemente, serão
capazes de tornar o exercício da liderança mais eficaz, consolidando seu papel de líder
e de gerente. É importante reforçar que as pessoas de sua equipe são impulsionadas
pela motivação e esta mantém uma profunda relação com o grau de satisfação que
elas sentem em trabalhar na empresa. A satisfação é consequência da confiança no
líder, a qual é reforçada pela sua capacidade de gerenciar processos e desenvolver
pessoas.
Guia de Crescimento
Imagine que você está se preparando Nas empresas, vivemos situações se-
para realizar uma viagem de automóvel melhantes, mas... você está disposto a
87
a partir de sua cidade para chegar a ou- gerir seu empreendimento como quem
tra a 1200 km de distância. Você irá com joga na loteria? Se sua resposta for não,
Guia de Crescimento
3 - Planejamento Operacional .Estabelece objetivos detalhados e específicos para cada
processo
.São planos de ação a serem executados pelos colaboradores
Planejar é uma atividade cíclica. Ainda que o empresário execute corretamente todo
o ciclo de planejamento, muitos fatores podem inviabilizá-lo. O processo de planeja- 89
mento deve ser contínuo, os planos precisam ser monitorados e revisados sempre
As rápidas transformações nos cenários externo e interno exigem que o líder se posi-
cione de maneira decisiva para fazer a escolha mais eficaz, diante da realidade de sua
empresa. Administrar um negócio é sinônimo de tomar decisões e isso faz parte da
rotina de trabalho do líder.
A tomada de decisões implica em optar por uma alternativa para solucionar um proble-
ma ou situação dentro de uma determinada circunstância. Não há uma fórmula pronta
que possa ser aplicada em todos os casos, mas é fundamental que sejam analisados
todos os aspectos que envolvam o problema, bem como suas consequências para
que o gestor possa optar pelo caminho mais adequado.
Guia de Crescimento
sa maneira, o gerente irá ganhar tempo pois decidirá apenas sobre as exceções
ao invés de gerenciar a mesma regra todos dias.
›› Tomar decisões seguindo apenas sua intuição pressupõe um risco maior. Ge-
ralmente a intuição é decorrente de experiências anteriores ou de impressões
registradas em nosso inconsciente que, naquele momento, afloram como sen-
do a melhor alternativa. É preciso ter cuidado, pois nem sempre a situação que
ocorre hoje está dentro de um mesmo contexto do passado. É recomendável,
em todas as situações, fazer uma análise bem detalhada dos fatores envolvidos
e das prováveis consequências da decisão.
SITUAÇÃO OU
PROBLEMA
92 FAÇA AS
HÁ SIM
HÁ SIM
PRECISAM SER SIM ADEQUAÇÕES
ALTERNATIVAS? ALTERNATIVAS? ALTERADOS? NECESSÁRIAS
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
REDEFINA OS
DECIDA ANALISE A APLIQUE O CRITÉRIO
CRITÉRIOS
SITUAÇÃO E FORMULE
ALTERNATIVAS
ANALISE
IMPACTOS IMEDIATOS
E FUTUROS
COMPARE AS
DECIDA
ALTERNATIVAS E
HÁ
OPTE PELA MELHOR ALTERNATIVAS?
Importante:
Se você tiver delegado tarefas, funções ou obrigações a outro colaborador,
deixe claro o nível de autonomia para tomar decisões. Se você tiver con-
cedido total autonomia, oriente-o pontualmente quando necessário. Se a
autonomia for parcial, esclareça quais decisões podem ser tomadas por ele
e em quais situações a decisão deverá ser sua.
Guia de Crescimento
3.3 - A gestão do desempenho da equipe – Feedback e Feedforward
Gerenciar o desempenho da equipe é uma tarefa indelegável do líder e pode ser con-
siderada a ferramenta que mais contribui para o desenvolvimento dos colaboradores.
É por meio desse processo que se consegue acompanhar, avaliar e identificar qualida-
des e deficiências e contribuir efetivamente para o crescimento pessoal e profissional 93
de cada membro da equipe.
Avaliação
Guia de Crescimento
Reunião de feedback
Elaboração de planos
de desenvolvimento
Fase preparatória
94
seus resultados e atitudes no exercício de suas atribuições. Informe quais são os pa-
drões de qualidade, prazos de entrega, etapas do processo, quantidades e todas as
demais informações sobre o trabalho. Se for necessário forneça instruções escritas
contendo os procedimentos operacionais a serem observados. Reforce os valores or-
ganizacionais, enfatize a importância de compatibilizar suas atitudes pessoais com os
padrões estabelecidos pela empresa. Enfoque aspectos relacionados ao convívio com
os demais colaboradores ou ao contato com clientes e fornecedores.
Guia de Crescimento
com o colaborador. Não fique desconfortável diante dessa situação. O fato de ter havi-
do mudanças nas expectativas não significa que o líder esteja perdido ou não saiba o
que fazer. Se as prioridades mudaram é necessário reformular as metas anteriormente
ajustadas.
Importante: tudo o que for negociado deve ser registrado e aceito por ambas as par- 95
tes. É um ritual necessário para simbolizar o compromisso mútuo com o desenvolvi-
Fase de desempenho
É a fase que deve ser realizada após o período de acompanhamento e consiste em:
A reunião de feedback é uma via de mão dupla na qual deve prevalecer uma relação
de confiança mútua. Do mesmo modo que o desempenho do colaborador está sob
análise, o gerente deve estar preparado para ouvir dele suas observações e sugestões
para também aprimorar seu desempenho no papel de gerente e de líder.
Guia de Crescimento
Feedforward é olhar para frente, com foco na otimização do potencial de cada colabo-
rador, e monitorar seu desenvolvimento. Significa que o líder deverá dar ideias e orien-
tações ao colaborador visando aperfeiçoar suas competências. Parte-se do princípio
que não há condições de mudar o passado, mas podemos alterar o futuro.
97
É o líder agindo concretamente no desenvolvimento do colaborador por meio de um
›› Estabeleça um foco. O que pode ser mudado ou aprimorado para contribuir com
o desenvolvimento do colaborador?
›› O feedforward não tem apenas o objetivo de eliminar aspectos negativos. Iden-
tifique os pontos positivos. Como manter essas qualidades? Qual o próximo
passo em direção à excelência?
›› Explore o potencial. Quais as outras qualidades ainda inexploradas que podem
ser maximizadas em prol do desenvolvimento do colaborador?
›› Concentre-se nas oportunidades e nas soluções. Em qual atividade ou local da
empresa o potencial do colaborador pode ser explorado e desenvolvido?
›› Monitore o desenvolvimento. Faça intervenções quando for necessário para re-
tomar o caminho do crescimento.
›› Acredite que as pessoas possam mudar. Algumas pessoas se escondem por
detrás de uma convicção de que “eu sou assim e não consigo mudar”. A ação do
líder deve levá-lo a refletir sobre o que ele pode ou deve ser.
›› Mais colaboração do que crítica. Mais orientação do que julgamento.
›› Elaborar um plano de ação com ações pontuais e factíveis é imprescindível.
Nunca julgue as pessoas. Seja duro com o problema e suave com as pessoas. Nunca
perca de vista o foco principal: desenvolver pessoas.
Não há um padrão. Deve ser definido de acordo com a necessidade de cada empresa.
Ciclos muito longos, por exemplo, maiores que seis meses, podem fazer com que am-
bos, gerente e colaborador, percam o foco nas expectativas inicialmente estabeleci-
das, comprometendo a qualidade e a adequação dos planos de ação. Ciclos muito cur-
tos, por exemplo, mensais, podem dificultar a avaliação do grau de desenvolvimento
do colaborador, pois algumas mudanças necessitam de um prazo de maturação maior.
Para as pequenas e microempresas o ideal é que sejam realizados três ou quatro ci-
clos anuais. No entanto, o acompanhamento do líder pode requerer sua intervenção a
qualquer momento, independente da data estipulada para a avaliação.
Não é necessário que as avaliações dos colaboradores ocorram todas no mesmo pe-
ríodo. Tanto as pessoas quanto as metas individuais estabelecidas podem requerer di-
ferentes períodos de maturação. O que irá definir o ciclo ideal para a empresa é o grau
da necessidade de desenvolvimento pessoal e profissional dos seus colaboradores.
Guia de Crescimento
3.4 - O papel do líder no desenvolvimento da equipe
jam sintonizadas com essa missão e auxiliá-las para que assumam uma postura
de maior comprometimento com os resultados que serão alcançados por todos.
• Se o líder não conhece as pessoas de sua equipe ele não constrói uma
equipe.
É absolutamente necessário descobrir potenciais e aptidões até então ocultos,
definir as necessidades de capacitação, compreender as atitudes das pessoas.
Quando o líder desconhece as competências dos colaboradores é alto o risco de
delegar de maneira errada.
Ação do líder: mapear e identificar as competências de cada membro da equipe,
organizá-las de modo que elas se complementem e se transformem em eficácia
e bons resultados.
Janete trabalha na empresa há oito anos e nos últimos dois anos ocupa o cargo
de vendedora. Ela vem se destacando pelos resultados que alcança e pela sua
habilidade no relacionamento com os clientes e demais colegas de trabalho. Em
função disto, no último ciclo de gestão de desempenho você resolveu promover
Janete para ocupar o cargo de Supervisora de Vendas.
Guia de Crescimento
De que modo você solucionaria este problema hoje?
Delegação é transferir certas tarefas, funções e obrigações para outra pessoa, em ge-
ral de um superior para um colaborador. Quem recebe a delegação possui autoridade
para realizar e concluir o trabalho ao seu modo, mas a pessoa que delega permanece
com a responsabilidade pelos resultados. A importância maior da delegação é o fato
de obter resultados por meio do esforço compartilhado. Isto fortalece as equipes e
estimula as pessoas ao desenvolvimento profissional e pessoal.
Não há dúvida de que um líder deve saber delegar, pois afinal não existem super-ho-
mens, ou seja, ainda que o líder saiba como executar todas as tarefas executadas por
sua equipe, ele não terá tempo suficiente para realizá-las nem será igualmente com-
petente em todas.
Como definir o que pode ser delegado para outras pessoas? Faça um raciocínio sim-
ples baseado no diagrama a seguir:
Guia de Crescimento
Guia de Crescimento
• Certifique-se de que a pessoa a quem você irá delegar possui as compe-
tências requeridas para a execução daquela atribuição. Avalie seus conheci-
mentos e habilidades e, se necessário, capacite a pessoa por meio de trei-
namentos específicos para dotá-la de informações e conhecimentos sobre
as tarefas que necessitará realizar e da meta que deverá alcançar. Analise
se suas atitudes demonstram comprometimento, dedicação e vontade de 103
se desenvolver.
• Mais tempo para realizar suas atribuições gerenciais, tais como: planejar,
acompanhar, avaliar desempenho, traçar metas e objetivos, treinar, orien-
tar, coordenar recursos financeiros e materiais, buscar novos mercados e
métodos de produção, estreitar seus laços com fornecedores e clientes,
dentre outros.
• Fortalecimento das relações de confiança com as pessoas de sua equipe,
contribuindo concretamente para o comprometimento e a motivação da
equipe.
• Melhoria dos processos de comunicação e tomada de decisão.
• Mais eficácia na administração dos conflitos.
• Fortalecimento do seu papel de agente do desenvolvimento pessoal e pro-
fissional dos membros de sua equipe.
Guia de Crescimento
• Para ele próprio:
• Para a equipe:
• Para a empresa:
A desculpa O antídoto
“Já que a responsabilidade do
É impossível o líder fazer tudo sozinho. Se elaborar um
sucesso e do fracasso é minha,
eficiente plano de acompanhamento, controlando as
melhor que eu mesmo faça e
ações delegadas em pontos-chave, a efetividade dos
assim garanto a efetividade final resultados pode ser até melhor que a sua.
dos resultados”.
“Eu posso fazer isso melhor”. Claro que pode. Mas é necessário que você faça?
Guia de Crescimento
Liberte-se. Delegar significa abrir mão do operacional
“Quero manter contato com o para executar as verdadeiras atribuições de liderança.
trabalho”. Com o pouco tempo que tem ainda pensa em “manter
contato” com o trabalho operacional?
Fazer reuniões é uma ação gerencial de grande importância e exerce um papel funda-
mental nos processos de comunicação dentro da empresa. É uma ótima oportunidade
que os líderes têm para fortalecer o contato com os membros de sua equipe e conso-
lidar as relações de confiança por meio de uma comunicação direta, objetiva e direcio-
nada para a melhoria da empresa. Entretanto, podem se tornar graves ofensores da
produtividade de sua equipe se não forem bem programadas e conduzidas. A reunião
vai proporcionar aos que dela participam terem acesso a informações importantes da
empresa, a possibilidade de trocar experiências e conhecimentos, como também de
tomarem decisões de forma conjunta, fazendo com que todos se sintam participantes
dos processos da organização.
As reuniões podem ser realizadas com a presença física dos participantes ou virtual-
mente, de acordo com a disponibilidade dos participantes e da estrutura disponível na
empresa. Atualmente há inúmeros meios de comunicação à distância, apoiados em
tecnologias que permitem a transmissão de voz e imagens, que proporcionam aos
líderes maior flexibilidade e agilidade para compartilhar informações. A mobilidade e
a internet são ferramentas essenciais nesse processo, pois permitem ao líder encon-
trar-se com sua equipe à distância com a mesma eficácia, além de ser mais simples
Guia de Crescimento
do que deslocar todos os profissionais para uma sede física apenas para realizar uma
reunião. No entanto, qualquer que seja a modalidade de reunião que o líder irá reali-
zar, devem ser adotados os mesmos padrões e os mesmos cuidados para que esse
evento se transforme em produtividade e aprimore os relacionamentos na empresa.
ESTIMULA A
FORTALECE O PROCESSO
COOPERAÇÃO ENTRE OS
DE COMUNICAÇÃO
COLABORADORES
FAZ CIRCULAR
INTEGRA PESSOAS INFORMAÇÕES
IMPORTANTES
Há vários motivos que podem estar relacionados com a natureza de cada pessoa, po-
rém, o principal motivo está no líder. Ele convoca a reunião, toma decisões junto com
o grupo e depois não realiza um acompanhamento das decisões que foram tomadas
durante a reunião. As pessoas são mobilizadas, ocorrem os debates, vários assuntos
são decididos e após a reunião, muitas vezes, nada acontece. A impressão geral é de
que todos tiveram o seu tempo roubado e, na próxima reunião, os assuntos debatidos
anteriormente voltam à tona na tentativa de que haja finalmente um novo posiciona-
mento sobre eles e aí fica a pergunta: será que esse é mesmo um assunto relevante?
O resultado da má utilização das reuniões é desastroso e essa descrença pode acarre-
tar prejuízos às equipes e às empresas, obscurecendo seus aspectos positivos.
Guia de Crescimento
109
dos.
• Se decidir por realizar uma reunião virtual, por meio dos
equipamentos de comunicação disponíveis dos participantes
e da empresa, informe com precisão o horário em que todos
Defina o local e o horário. os convocados deverão estar preparados para se conectar.
• Reunião precisa ter hora para começar e hora para termi-
nar. Com essa informação os participantes podem programar
110
sua participação.
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
1 3
primente cada partici- evitem conversas
pante. Agradeça a paralelas ou assuntos que
presença de todos. não tenham sido previstos.
Apresente os Inicie a reunião
participantes que os apresentando os
2 4
outros não conhecem. objetivos e a pauta.
Isso o ajudará a ambi-
entá-los.
Guia de Crescimento
Escolha uma Estimule a
pessoa para regis- participação de
5 7
trar ideias, sugestões, todos, mas sem forçar.
decisões e deliberações.
6 8
reunião com firmeza Agradeça a partici- 111
mas respeite as ideias pação. Na reunião presen-
discordantes. cial, peça que assinem a lista
9 11
alguém gostaria de programado. Se for
acrescentar algo, mas necessário mais tempo,
respeite o tempo previsto. solicite a concordância dos
participantes.
10 12
2º. Passo – Conduza eficazmente a reunião
3º. Passo – Acompanhamento pós-reunião
• Após a reunião, os registros feitos devem ser consolidados em uma ata, indepen-
dente se a reunião foi presencial ou virtual, para ser remetida a todos os participan-
tes.
• É fundamental realizar o acompanhamento das decisões e das ações que foram
estabelecidas. O acompanhamento consiste em verificar periodicamente se as
deliberações estão sendo devidamente aplicadas do modo e no prazo que foram
acordadas na reunião. A qualquer sinal de que elas não estejam sendo observadas,
o líder poderá exigir que cumpram o compromisso que foi aprovado e assinado por
eles. Essa fase é muito importante para confirmar o sucesso e a eficácia de uma
reunião.
Guia de Crescimento
112
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
3.7 - O líder e a gestão pessoal para fazer seu tempo render mais.
Guia de Crescimento
finais de semana.
Se você se identifica com uma ou mais dessas situações saiba que elas são sintomas
de um problema frequente de muitos líderes: Má gestão e organização do seu tempo.
Para todas as pessoas o dia tem 24 horas, mas para algumas o dia parece ser mais
longo, pelo volume de atividades que conseguem realizar. Para outros, parece que o
dia sempre é curto, pois nunca conseguem realizar tudo o que precisava ser feito. Se o
tempo é igual para todos, a diferença está no modo com que as pessoas se organizam
para que seu tempo seja suficiente para realizar tudo o que realmente necessita. Nes-
se tópico iremos abordar algumas técnicas que auxiliarão o líder a ganhar mais tempo,
não ampliando-o, pois isto não é possível, mas gerindo melhor seus compromissos
para que eles “caibam” dentro do tempo que cada um tem.
• Reuniões sem um propósito claro. Se as reuniões não são bem planejadas elas
consumirão mais tempo que o necessário. Consulte o capítulo anterior para tornar
suas reuniões realmente produtivas.
Guia de Crescimento
• Pessoas que lhe envolvem em um assunto que não tem a ver com você. Rapida-
mente você perceberá se o assunto é relevante e se não o for, diga com clareza
que precisa retornar ao que estava fazendo.
114
• Não delegar tarefas é outro fator que irá consumir seu tempo em demasia. Se você
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
precisar decidir cada etapa de um processo, será interrompido várias vezes ao dia.
Adotar corretamente a delegação fará com que você tenha mais tempo para se
concentrar no que realmente é importante.
Ao conseguir evitar as situações que consomem seu tempo, passe a adotar medidas
para administrar melhor suas inúmeras atividades.
Nem tudo o que gostamos de fazer é o que temos que fazer. É indispensável mapear
com objetividade tudo o que é necessário fazer, independente de você gostar ou não.
Nossa tendência é começar sempre pelo que nos dá mais prazer ou que é mais fácil,
que dominamos mais ou que nos faz ser mais reconhecidos. Esqueça. O fundamental
é que você priorize as atividades segundo uma análise criteriosa de sua importância e
sua urgência.
Veja as definições:
Guia de Crescimento
Importante
3 1
Mais
115
Importante
2
Menos
4
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
Menos Urgente Mais urgente
Depois de analisar as atividades ou problemas sob essa ótica, faça a distribuição entre
os quatro quadrantes citados acima e observe no diagrama a seguir quais as atitudes
recomendadas:
Exemplos: Exemplos:
Importante
-Fofocas -Telefonemas
-E-mails ou mensagens -Algumas reuniões
engraçadas -Interrupções
-Correspondências
ELIMINE DELEGUE
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- Problemas não previstos devem ser analisados sob a ótica das prioridades. Al-
guns problemas precisam de solução imediata e outros podem ser solucionados
depois. Certifique-se de que o problema foi completamente resolvido. Proble-
mas não solucionados ou mal resolvidos sempre voltam com mais força.
- Procrastinação é quando você deixa para depois algo que precisaria ser solucio-
nado hoje. Se você sempre deixa para amanhã, o amanhã nunca chega. Quem
tem esse hábito, está sujeito a ter estresse, sensação de culpa, queda do nível
de seus resultados e constrangimento diante da equipe por não ter feito em
tempo o que deveria ser feito. Portanto diga sempre não à procrastinação para as
atividades importantes, mesmo que não sejam as que você gosta de fazer.
- Mantenha o foco nas tarefas importantes até finalizá-las por completo. Não
deixe para amanhã o que você definiu como a prioridade de hoje. Ao deixar algo
importante para amanhã, esta tarefa se tornará urgente nos próximos dias e irá
lhe trazer complicações para sua administração pessoal no futuro.
Administrar o próprio tempo não é uma técnica e sim um comportamento. Não
há uma fórmula mágica nem qualquer aplicativo que solucione o problema se
você não decidir mudar suas atitudes para melhorar seu planejamento pessoal.
Guia de Crescimento
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DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA
DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES GERENCIAIS E LIDERANÇA Guia de Crescimento
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REFERÊNCIAS
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