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INTRODUÇÃO

Neste trabalho, abordaremos a matéria relacionada com a históriado sistema fiscal


moça mbicano postindependência. Trata-se de umbreve excursus histórico que
apresentará as três grandes re formas dosistema tributário moçambicano face à
realidade social que Moçambique percorreu desde a independên cia até aos nossos
dias. Não se trata de um enfoque histórico cabal, mas breves trechos queelucidarão
a primeir a grande Reforma Tributária de 1978, a segundade 1987 e a terceira de
2002, segundo a nomenclatura de Dr. Ibraimo Ibraimo, contudo sem querermos sair da
linha do nosso professor, Dr.Teodoro Waty que apre senta seis Reformas,
designadamente as de1978, 1982, 1987, 1997, 1999 e 2003, porém, todas elas serão
eng lobadas naquelas três supracitadas.

Em breve trecho, a Reforma de 1978 visava uma adequação aosprincípios


constitucionais do recém-criado Estado moçambicano, comoo de justiça social,
próprio do Socialismo (art. 13 CRPM) e à qu alidade do pessoal profissional
existente. Também consta o problema dodeclínio das receitas pro vindas da
Contribuição Industrial e do Impostode Consumo; a de 1987, em função da
implementação do Programapara a Reabilitação Económica, consequência da Reforma
anterior quepermitiu o enfraquecimento d a colecta e a consequente agravante,que
resultou do mercado paralelo, vulgo candonga que tinhade bilitado e tornado
ineficaz o Sistema Fiscal até então vigente. Aqui,revitalizou-se a política dos
impost os directos. Durante este período,duas situações ocorreram: a introdução no
Sistema Fiscal de ImpostosAutárquicos pel Lei 11/97 de 31 de Maio e a Introdução do
IVA(Imposto sobre Valor Acrescentado) e do ICE (Impo sto sobre Consumo Específicos)
e; a última Reforma que só apresenta diferença de datas(2002 e/ou 2 003) em função
dos autores supracitados, mas mesmoconteúdo, refere-se à aprovação da Lei Base do
Si tema Tributário(15/2002 de 25 de Junho). Nesta, estabelecem-se as bases para
aimplement ação do novo Sistema de Tributação do rendimento,obedecendo a princípios
de unidade e progressividade, as g arantias e obrigações do contribuinte e
Administração. Queremos, desde já, referir que seguiremos a linha orientadora doDr.
Ibraimo Ibrai mo por apresentar de forma sintética as três Reformase, ainda, por a
sua síntese não pôr em causa as diversas Reformas queocorreram até a última, a de
2002. Apesar disso, não prescindiremosda refe rência bibliográfica do Dr. Waty.
Para a elaboração deste trabalho recorremos a livros e entrevistacom pessoas que
viv eram a época postindependência e sentiram opulsar das Reformas ocorridas,
principalmente a de 1987.
Seguiremos uma metodologia que facilitará a leitura deste opúsculo. Desde já, o
nosso tema tratará de abordar o sistema fiscal dandoenfoque à primeira Ref orma
(I), à segunda Reforma (II) e à terceiraReforma (III). Não se trata do cúmulo de
toda a história do direito fiscal post-independência, mas uma ilustração das
situações que ocorreram até aúltima Reforma
O SISTEMA FISCAL MOÇAMBICANO PÓS-INDEPENDÊNCIA

A proclamação da Independência total e completa de Moçambique ea adopção do


socialismo em 1977 trouxe uma grande virada para osistema fiscal que se pretendia
de justiça social. Por assim dizer, como era de esperar em contradição com o
sistema anterior, tornou-seinadequado com o sistema fiscal colonial que não se
baseava nosprincípios de justiça social, o que implicava um a tributação
pesadasobre os rendimentos de trabalho, cujas taxas eramconsideravelmente elevadas.
Só para ilustrar, até à data daindependência, as estatísticas mostram que 82% do
valor dasdespes as era financiado pelas receitas fiscais. Ademais, a saída dos
portugueses originou um declínio naAdministração fiscal em termos d e pessoal
qualificado, queda naprodução de bens, sabotagem nas empresas privadas e indústrias
or aexistentes e um assalto às propriedades privadas. Em resultado desta situação
nefasta, os impostos vindos ou quedependiam destes organismos ficaram de ce rto
modo inexistentes,porquanto estes mesmos impostos dependiam de lucros das
indústriase s ociedades ou empresas comerciais. Assim, a queda da produção
industrial causou igualmente a quedanas cobranças em impost os de produção e de
consume, daí aimpossibilidade de manter as receitas ora atingidas (entenda-se n
otempo colonial, ou antes da independência).

A PRIMEIRA REFORMA TRIBUTÁRIA DE 1978

A necessidade de garantir o funcionamento dos sectores sociais,nomeadamente a saúd


e e a educação trouxe para o Estadomoçambicano a problemática dos meios para
assegurar a realizaçãodas receita s para os objectivos de justiça social traçados
(ossupracitados), cuja exequibilidade não pas sa de simples sonho, mas
deconcretização. Desde logo, o sistema clamava por uma Reforma. Reforma que
seconcretizou em Feve reiro de 1978, que se basearia nos princípios depolítica
fiscal definidos na Resolução 5/77 da Assembleia P opular (AP) que incluía taxas
progressivas e outras medidas que visavam a prossecução da justiça social.
A RESOLUÇÃO 5/77 DA ASSEMBLEIA POPULAR

O princípio da legalidade e a observância das normas constantes daConstituição


evidencia vam uma profunda razão para a Reforma (Cfr.Art. 13 CRPM), pois dispunha
que o rendimento e a propriedadeprivada estavam sujeitos a impostos progressivos,
fixados segundo oscritérios de justiça soc ial.
Ainda, a Resolução supracitada, enquadrava os impostos adoptadosna política
orçamental d o país assentes na política económica da ideologia concebida, virada à
solução de problemas socia de todo opovo, na defesa da soberania e numa economia
centralmenteplanificada em que o s ector público tinha papel preponderante
naarrecadação de receitas do Orçamento Geral do Estado.

FINS DA REFORMA

Os objectivos que a Reforma visava assentavam, em suma, naarrecadação de receitas


co m base numa fórmula que fizesse face àsexigências orçamentais. Analiticamente
destaca-se: - simplificação do processo de captação do rendimento dasempresas,
retendo-o no processo de circulação de mercadoriase facturação de serviços; -
manutenção da contribuição industrial e do Imposto - Complementar apenas como
impostos correctivos; - fusão das diversas formas de tributação do Rendimento
doTrabalho num só imposto, estab elecendose taxas progressivasnos termos da
Constituição vigente. - agravamento das taxas dos impostos sobre o lucro das
Empresas; - simplificação da legislação fiscal em vigor.

A Reforma foi materializada pelos Decretos do Conselho deMinistros, que tinham p


rerrogativas para definir as bases da políticafiscal. (art. 44 al. d) CRPM), DC.
nos 2/78 que aprovava o Códig o doImposto de Circulação e 4/78 que introduzia
alterações do Código dosImpostos sobre Rendimentos. O Imposto do Consumo, que
agravava a contribuição dos produtossupérfluos em detrimento dos produtos de
primeira necessidade foialterado pelo Decreto-Lei 27/76. Dentro dos moldes da
Resolução 5/77 da AP introduziu-se o Impostode Reconstrução Naciona l (IRN) com
tendências a ser temporário,Imposto de Circulação e, por fim, foi revisto e
alterado o Código dos Impostos sobre o Rendimento. Todavia, esta Reforma funcionou
eficazmente até 1983 com reflex no PIB que passou de 9% em 1976 para 16% em 1983.
Porém, em 1984, o PIB baixou para 13%, o que demonstrou ainadequação do sistema
adopta do à realidade da época. Tal situaçãodeveu-se porque o sistema estava
concebido para vigorar numambie nte de paz e segurança social onde o mercado
oficial fossecontrolado pelo Estado. A não ser assim , dos estudos feitos em 1986,
notou-se que o estado detinha 30% do controlo tributário emdetrimento dos 70
% que escapavam, debilitando deste modo aeconomia nacional e tornando o sistema
fiscal cada vez m ais ineficaz. Aliás, houve muita indiferença nos contribuintes
para com o fisco,pois a cobrança não incidia sobre o mercado paralelo, vulgo
candonga , daí os prejuízos enunciados, que não satisfaziam os objectivos
preconizad os na Resolução 5/77.
Ainda, o agravamento das receitas públicas e a inadaptação das receitas fiscais à
econom ia prejudicou o Estado na aceleração progressiva do PIB. Quer dizer, a
redução da distribuição das riquezas pelo Estado por via dos impostos era notável
por seguintes causas: graves distorções na estrutura económica e comercial;
inadequação do sistema tributário que não incidia sobre o mercado paralelo;
progressiva deterioração da economia por causa da guerra.

As consequências deste sistema não tardaram, pois dificultavam acaptação de


excedentes g erados pelos agentes económicos, factor quefez com que do lado da
procura aumentasse cada vez mais o dinheiroe do lado da oferta, os preços oficiais
não correspondessem o valor daoferta. Por cons eguinte, assistiuse ao nascimento da
candonga. Neste período, importa referir a queda da matéria cole ctável e
ocrescimento excessivo dos lucros, rendimentos de transacçãotributáveis das pessoas
singulares no m ercado oficial. De todo o exposto, em função das situações
demonstradas,impunha-se nos fins de 1986, a a lteração do sistema tributário e
amoralização do Direito fiscal, sendo este instrumento fundamenta l do conjunto das
normas do Direito Financeiro e a reactivação das leisuniversais da economia que se
c ircunscreviam no domínio dos preços, câmbios, salários, créditos e outros. Desta
feita, uma nova Reforma se exigia para repor a situação à normalidade.

A SEGUNDA REFORMA DE 1987

Dadas as circunstâncias da guerra e a preocupação em minimizaros seus efeitos para


mel horar o estado da economia nacional foilançado em 1987 o Programa de
Reabilitação Económica (PRE). Este programa consistia numa série de acções nas
áreas de formação dospreços, de taxa de câmbio, alteraçã ca e legislação fiscal
eoutras estruturais e administrativas, visando melhorar a eficiência do agentes
económicos, aumentar o abastecimento e a produção e ajudar a restabelecer o
equilíbrio financeiro. Por assim dizer, a Reforma implicava a revogação da
Resolução5/77, cujos princípios já não ucionavam os problemas da altura, pelaLei
3/87 que fixava novos princípios em que deveria as sentar o sistemafiscal de modo
a: - aumentar a elasticidade das receitas em relação ao crescimento do PIB;
- alargar a base tributária. Porém, mantiveram-se os seguintes Impostos: sobre o
Rendimentode Trabalho, sobre L ucro de Empresas, sobre as Transacções e sobre
oConsumo e Importação, e alterou-se: - a amplitude e a base de incidência dos
impostos sobre oconsumo e importação, com ob jectivo de captar para o Estadode
forma selectiva os proveitos anormais que em condições denovo s preços e salários e
encontravam nas mãos de umnúmero reduzido de cidadãos;
- a gravosidade do imposto sobre transacções imposto decirculação repercutindo
sobre o consumidor, obrigou apartilhar com o Estado uma porção maior dos lucros
realizadospe lo sector comercial; - a redistribuição da tributação dos rendimentos
do trabalhofazendo com que: os trabalhadores do estado ficassem isen tos,a
adaptação das taxas não desvirtuasse o significado doaumento salarial; - o imposto
complementar que passou a incidir sobre os rendimentos de trabalho; - a sujeição
das empresas estatais ao regime geral dos impostos; - o IRN, passando a designar-se
Imposto de capitação e; Criou-se o calendário fiscal que introduziu o sistema de
cobranças antecipadas em lu gar de sistemas de correcção. Em 1988, completou-se a
Reforma adoptando-se algumas medidas adicionais no domínio aduaneiro. (DC 20/78).

1. IMPOSTOS ADOPTADOS PELA REFORMA DE 1987

Com a Reforma de 1987, o sistema fiscal da RPM passou a integrar: Impostos Directos
e Impostos Indirectos dos quais se destacam:

A) DIRECTOS: - Contribuição industrial, incidente sobre os lucros da actividade


Comercial; - Imposto sobre os Rendimentos de Trabalho, Secção A e B; Secção A:
incidente sobre remunerações; Secção B: incidente sobre o valor da produção e dos
serviços. - Imposto Complementar, incidente sobre o rendimento global depessoas
singulares , rendimento de aplicação de capitais(singulares e colectivos) e sobre
rendimento de trabalhoinde pendente.

B) INDIRECTOS, OU SOBRE DESPESAS - Imposto de Circulação, com incidência sobre


todos os bens e serviços; - Imposto de Consumo, incidente sobre produtos nacionais
e importados; - Direitos Aduaneiros; - Outros impostos cuja situação concreta o
justificasse como a sisa, imposto do selo , o imposto sucessório, etc.
2. EFEITOS DA REFORMA

Em concordância com os objectivos da elasticidade das receitas emrelação ao


cresciment o do PIB, o nível da fiscalidade alterou a situaçãoaté então existente,
passando-se da tributação que a ngia osprodutos transaccionados no mercado não
oficial. Assim, os impostosde consumo pa ssaram a ter relevância deveras decisiva e
eficaz.Contudo, os mesmos significavam maior sac rifício do rendimento
daspopulações.

Entretanto, a adequação do sistema de liquidação e cobrança e acorrecção do


calendário fisc mo antecipação da cobrança daContribuição Industrial através da
tributação das mais-valias nas tações e da Contribuição Industrial provisória
possibilitaram aarrecadação em tempo útil dos impostos devidos, atestando
osresultados benéficos de uma escalonação dos impostos no tempo e noespaço dada a
pontualidade com que as obrigações fiscais passaram aser cumpridas. Isto aten uou o
índice de evasão e contribuiu para acorrecção monetária da dívida fiscal, permitiu
uma maior eficá ia dascobranças e elevou as receitas dos orçamentos provinciais.

Em jeito de conclusão, extrai-se que a lei 3/87 contribuiu para oaumento das recei
tas fiscais e para a reposição de alguns princípiosque orientam as leis do mercado.
Dado que as posições diverg em emfunção da preferência de um ou outro sistema, não
nos cabe aquitomar posições sobre a per eição ou não de um sistema. Este sistema
vigorou até 31 de Dezembro de 2002, altura em quecomeçou a funcionar o novo sistema
aprovado pela Lei 15/2002 de 26de Junho, conhecida pela sigla LBST5.

A TERCEIRA REFORMA DE 2002

A terceira Reforma teve como prenúncio a introdução do IVA comosubstituição do


imposto de circulação que apesar de ter constituídogrande fonte de receita para os
cofres do E stado fomentava o mercadoinformal e aumento dos preços dos produtos
produzidos internamente;e introd ução do Imposto de Consumo de Produtos Específicos
(ICE) quesubstituía o Imposto de Consumo, que pelas características dava azoao
contrabando e evasão fiscal6. Estes novos impostos visavam alargar da base
tributária, reduzir acarga fiscal no conjunto da tributação directa, aumentar o
nível dasreceitas fiscais, modernizar o sistema de i mpostos e
racionalizar osistema de benefícios fiscais.

Como ficou dito, nem toda a legislação fiscal colonial foi revogada,restando para
ta l tudo o que não fosse contrário à Constituição de1975. Por assim dizer,
assistiu-se a uma reformulação da tributação,substituindo também a matéria do
Código dos Impostos sobre oRend nto de 1987.
Nesta reforma de 2002, estabeleceram-se as bases para aimplementação do novo
sistema

de tributação do rendimento (Impostosobre Rendimento de Pessoas Singulares - IRPS e


Imposto sobreRendimento de Pessoas Colectivas - IRPC) com carácter
progressivo.Ainda, fora m constituídos os princípios de organização tributaria
nopaís, as garantias e as obrigações tributárias do ontribuintes e daAdministração
fiscal, os procedimentos básicos de liquidação ecobrança de impostos, o reg me
geral de infracções tributárias,introduz-se a tributação das empresas pelo seu
rendimento real.

O SISTEMA TRIBUTÁRIO DE 2002

A última Reforma introduz alterações profundas na estrutura dosimpostos e coloca


princíp ios que foram deixados à parte pelas duasanteriores Reformas designadamente
de 1978 e 1987 de forma a alcançar melhor eficiência de execução face à realidade
da época querquanto `a capacidade t ica do pessoal administrativo quer
doscontribuintes. A lei 15/2002 introduz técnicas modernas de tributação e
consagraos princípios de genera lidade, da justiça material, da eficiência
esimplicidade do sistema, requisitos necessários para um sis tema fiscalideal7.
Ainda, revoga a Lei 3/87 de 19 de Janeiro e a Lei 8/88 de 21 deDezembro.

Uma outra inovação consistiu na materialização dos princípios e nafixação de regras


de inte etação e integração de lacunas da mesma,no tratamento dos elementos da
relação jurídico tributária,conceituação de substituição fiscal e de retenção na
fonte, garantiasdos contrib tes, apresentação das formas de extinção
daresponsabilidade tributária, das modalidades de cobr ança dosimpostos e do
conceito de infracção tributária (arts. 5, 6, 11 e 12, 17,32, 37 e 41 todos da
LBST). Ainda mais, introduz uma alteração na tributação directa, passandodo
clássico modelo cedul ar para um modelo de tributação deRendimentos.
TIPOS DE IMPOSTOS DA ÚLTIMA REFORMA

O sistema tributário integra impostos nacionais e autárquicos. De todo resulta que


o s impostos do sistema fiscal nacional classificam-se em directos e indirectos e
actuam da seguinte man eira:

TRIBUTAÇÃO DIRECTA (art. 57 LBST), Actuam com base em: - IRPS; e - IRPC.

TRIBUTAÇÃO INDIRECTA (art. 66 LBST), actuam com base em: imposto sobre a despesa;
IVA; ICE; e Direitos Aduaneiros

O sistema de impostos sobre a despesa compreende o Imposto sobre o Valor Acresce


ntado e o Imposto sobre Consumos Específicos. O sistema tributário inclui ainda
outros impostos e taxa s específicas nomeadamente: Contribuição Predial;
Contribuição de Registo; Imposto de Turismo; Imposto sobre os Combustíveis;
Impostos específicos sobre a produção de petróleo e prospecção e exploração mineira

Contudo, a LBST manteve os seguintes impostos das Reformas anteriores: Imposto d o


selo, sobre sucessões, sisa, especial sobre o jogo, IRN, sobre veículos. A
terminar, de referir que esta Lei trouxe grandes inovações e modernizou o sistema
fiscal moçambicano por quanto adopta princípios universais do direito fiscal e está
virado para a justiça social.
Autoridade Tributária em Moçambique

O ano de 2006 foi de desafios particulares para a administração tributária, comum


proc esso importante de mudanças no contexto do estabelecimento daAutoridade
Tributária Moçambicana (ATM) no i nício do ano, visando ofortalecimento e
modernização dos órgãos encarregues da execução daspolíticas trib a e aduaneira,
que visam a consolidação de um sistema fiscaljusto e equilibrado, privile giando o
crescimento económico sustentado. Osestatutos orgânico e do pessoal da ATM foram
aprovados a mea dos do ano,mas o início formal do seu funcionamento foi somente
efectivo aquando datomada de posse do seu presidente, em Novembro de 2006. Este
processocondicionou de certa forma a tomada de decisões est ratégicas e
operacionais,que foram atrasadas em relação aos planos. Em linhas gerais, a
Autoridade Tributária de Moçambique, que tem na manga oseu plano Estratégico
20082010, e o grande objectivo de simplificação dosprocedimetos do processo de
tributação em Moçambique, aponta que asreceitas tributárias em moçambique
constituem cerca de 15% do total do PIBem Moçambique, com uma previsão de
incremento de 0.5% ao ano. Nospaíses da região austral de áfrica, as receitas
tributárias representam 19 a 20%do PIB. Num País cujo número de contribuintes é de
cerca de 630.000, ainda há umtrabalho a se fa zer para o alargamento da base
tributária pois destes 630.000uma parte são contribuintes indivi duais e outra são
o contribuintes colectivos.Estes números num país com cerca de 20 milhões de
habitantes são bastanteinsignificantes e um dos desafios do Governo na área fiscal
é a inversão deste cenário e o alargamento da base tributária, ou seja, inscrever
maiscontribuintes detro do sist ema.

Vantagens:

. Alargamento da base tributária -este é o objectivo primordial da Autoridade


Tributár ia moçambicana, sendo que deste modo engajar-se á totalmente em aumentar o
número de cont ibuintes no sistema fiscal moçambicano; . Reduzir a dependência
externa do país através do alargamento da base tributária será poss l, reduzir a
necessidade de recorrer a fontesexternas para financiar a cobertura da s despesas
orçamentais do país,visto que a principal fonte serão os impostos colectados dentro
país ; . Reduzir a fuga ao Fisco a autoridade tributária é uma instituição dedicada
exclusivame nte a cobrança de receitas fiscais no país, e destemodo pode dedicar-se
e conseguir regist
os que comprovem, ou não, acontribuição dos cidadãos moçambicanos; . Educação
fiscal à população um dos principais constragimentos a obtenção das receitas fi ,
pode ser o facto de os próprioscontribuintes não perceberem o funcionamento. A
autor idade tributáriamoçambicana pode minimizar este facto, visto que
instalouestabelecimentos que permitem os contribuintes obterem maisinformação sobre
o sistema fiscal moçambicano;
. Mudança do cenário fiscal moçambicano o alargamento da base tributária (impostos
directo s) poderá permitir a inversão do cenário fiscal . moçambicano que está
dependente da tributação indirecta. . Melhorias no controle e desembaraço aduaneiro
. Desvantagens: . Aumento dos níveis de corrupção fiscal um dos principais
problemas apontandos pelos contribuintes e reconhecidos pelas
autoridadescompetentes é a cor rupção que existe neste sector. Assim, a
existênciadesta autoridade, se não estiver bem direccionada pode te r efeitos
inversos.
CONCLUSÃO

A tributação é um das principais formas de obter receitas que irão compor


oorçamento e gar antir o cobrimento das despesas. A tributação inclui osimpostos,
as taxas e as contribuições esp eciais. No entanto entes estas três formas de
tributação, o imposto é de longe a maisimportante, uma vez que constitui uma
prestação coativa e períodica, sem anecessidade de uma contrapartida dir ecta.
Moçambique possui um sistema de tributação baseado na tributação indirecta,ou seja,
a maio r fonte das receitas fiscais provêm dos impostos indirectos. Noentanto é de
se notar que esta não é uma situação desejável, visto que grandeparte dos recursos
fiscais estão nos rendimentos dos cont ribuintes. Assim, estesistema fiscal baseado
na tributação indirecta demonsta a ineficiência do mesmo. Assim, como forma de
reverter a situação foram implementadas reformasfiscais no país q ue culminaram com
a criação da Autoridade Tributária emMoçambicana. Esta traria importantes
modificações ara o sistema fiscal moçambicano. Deste modo, constitui vantagem o
facto da existência desta autoridade permitiro al argamento da base tributária,
redução da dependência externa e mudançasno sistema fiscal moçambicano. O principal
problema relacionado coma existência desta autoridade segundoos contri buintes e
reconhecido pela própria é um eventual crescimento da corrupção fiscal. Concluindo,
diremos que este trabalho contribuiu bastante para enriquecer a noss a percepção de
todo um conjunto de arsenal que compõe a história da fiscalidade pós independência
de Moçambiqu e.

Não se trata do cúmulo da matéria, mas um percurso pela história do direito


tributário moça bicano. Desde já, com o conhecimento da história e dos seus
princípiosfundantes podemos ir mai s longe, progredindo e recuperando o que foi
perdido, segundo as palavras dos latinos his toria magistra vita est.
BIBLIOGRAFIA

1. WATY, T. A., Introdução ao Direito Fiscal, W&W Editora, Maputo, 2004 2. IBRAIMO,
I., O Direito e a fiscalidade, Um Contributo para o Direito Fiscal Moçambicano,
Maputo, s.a. 3. CRPM de 1975 4. CRM de 2004 5. LBST 6. Lei das Finanças
autárquicas.

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