Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1.Introdução
O oxigénio é um tratamento para a hipoxia e não para a dispneia. Tem sido demonstrado
que o oxigénio não tem efeito na dispneia em doentes não hipoxémicos.
De acordo com as recomendações da British Thoracic Society (BTS) de 2008, a
medição da saturação de oxigénio através de oximetria de pulso, deve ser considerada o
5º sinal vital e registada juntamente com a Fi O2 e o respectivo sistema de fornecimento,
no processo do doente.
Assim, é recomendado que a oximetria de pulso deve estar disponível em todos os
locais onde se usa O2 de emergência.
2.Prescrição de O2
3.Recomendações
1
Na titulação do oxigénio é recomendado que se espere, pelo menos, 5 min antes
de novo ajuste quer para valores superiores ou inferiores.
Iniciar oxigenoterapia com cânula nasal a 2-6 l/min (de preferência) ou máscara
facial simples a 5-10 l/min.
Se doente sem risco de insuficiência respiratória hipercapnica, com saturação
<85%, iniciar tratamento com máscara com reservatório a 15 l/min.
O valor de saturação de O2 inicial recomendado é de 94-98%.
Se não houver disponibilidade de oximetria, manter a recomendação anterior até
estar disponível um oxímetro ou GSA.
Mudar para máscara com reservatório se não se atingirem os valores desejáveis
de saturação (e assegurar que o doente é avaliado por um médico sénior).
Se doente com DPOC ou outros factores de risco para insuficiência respiratória
hipercapnica, ter como objectivo saturação de 88-92%, dependendo de GSA. Se
PaCO2 normal, ajustar para 94-98% (excepto se história de insuficiência
respiratória hipercapnica com necessidade de ventilação) e repetir GSA após 30-
60 min.
Antes de termos uma GSA, usar máscara de Venturi a 4 l/min tendo por
objectivo saturação de 88-92% para doentes com factores de risco para
hipercania mas sem história prévia de acidose respiratória.
2
Ajustar o objectivo para 94-98% se PaCO2 normal (excepto se antecedentes de
ventilação invasiva ou não invasiva) e repetir GSA 30-60 min depois.
Se antecedentes de acidose respiratória, o objectivo da saturação deve ser o
registado no cartão de alerta, se o doente o possuir. Estes doentes devem ter a
sua própria máscara de Venturi. Na ausência deste cartão mas se antecedentes de
insuficiência respiratória e uso de ventilação invasiva ou não invasiva, começar
o tratamento com máscara de Venturi a 28% a 4l/min, no pré hospitalar ou
máscara de Venturi a 24% a 2-4l/min em meio hospitalar tendo por objectivo
inicial uma saturação de 88-92%, enquanto se aguarda pelos resultados de
gasimetria urgente.
Se saturação permanecer abaixo de 88% apesar de máscara de Venturi a 28%,
mudar para cânula nasal a 2-6l/min ou mascar facial simples a 5l/min tendo por
objectivo uma saturação de 88-92%. Todos os doentes de risco com cartão de
alerta, ventilação invasiva ou não invasiva prévia ou saturação <88% na
ambulância, devem ser tratados com a máxima prioridade.
Se o diagnóstico é desconhecido, o doente tem mais de 50 anos, é fumador de
longa data, tem história de dispneia crónica para pequenos esforços como andar
em plano e não tem outra causa conhecida para a dispneia deve ser tratado como
tendo DPOC para efeito destas recomendações. Doentes com DPOC também
usam termos como bronquite ou enfisema e por vezes erradamente “asma”. À
chegada ao hospital deveria ser medido, se possível, o FEV1 e, esta medição,
deveria ser repetida, pelo menos uma vez, antes da alta hospitalar em todos os
casos suspeitos de DPOC.
Os doentes com grande probabilidade de terem DPOC grave ou outra doença
que possa causar insuficiência respiratória hipercapnica devem ser triados com
urgência e submetidos a GSA à chegada ao hospital.
A GSA deve ser repetida 30-60 min (ou se houver deterioração clínica) mesmo
que a PaCO2 inicial seja normal.
Se a PaCO2 está alta mas o pH é ≥7.35 ([H+] ≤ 45 nmol/l), o doente tem,
provavelmente, hipercapnia de longa duração; manter o objectivo de saturação
de 88-92%. A GSA deverá ser repetida 30-60 min depois para despistar subida
da PaCO2 ou descida do pH.
Se o doente tem hipercapnia (PaCO2 >45 mmHg) e acidose (pH é <7.35 ([H+] >
45 nmol/l), considerar VNI, especialmente se a acidose persistir por mais de 30
min apesar da terapêutica adequada.
Na maioria dos doentes, após estabilização, a máscara de Venturi pode ser
substituída por cânula nasal a fluxos baixos (1-2l/min).
3
3.4.Situações nas quais os doentes necessitam de monitorização apertada
mas em que a oxigenoterapia não é necessária a não ser que o doente tenha
hipoxemia
4
Outras situações em que a GSA poderá ser útil como por exemplo uma descida
inesperada de 3 % ou mais da Sat. O2.
Nos doentes a fazer ventilação não invasiva, sempre que esta é interrompida
para alimentação ou nebulização, deve ser colocada cânula nasal e O2 a um
débito inferior em 1L.
Quando os doentes necessitam de FiO2 iguais ou inferiores a 35%, passar a
cânula nasal, se estiverem com máscara, excepto se houver prescrição médica a
contraindicar o seu uso.
FiO2 = 24% => 1l/min
FiO2 = 28% => 2L/min
FiO2 = 31% => 3L/min
FiO2 = 35% => 4L/min
Nas deslocações dos doentes a oxigenoterapia deve ser mantida, com os mesmos
parâmetros, incluindo monitorização e acompanhamento quando a situação
clínica o aconselhar.
5.1.Humidificação
A humidificação só é necessária:
o Para débitos de oxigénio iguais ou superiores a 5l/min
o Em todos os doentes a fazer O2 por traqueostomia e tubo endotraqueal
o Se o doente refere desconforto ou secura de mucosas
5
5.2.Nebulização
6.Bibliografia