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COLÉGIO ESTADUAL “ANTONIO GARCEZ NOVAES”

ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO e PROFISSIONAL


RUA: PERDIZES Nº 910 - FONE (FAX): (43) 3252-6225

Aluno (a): ___________________________________ nº.: ___ 2º ano _____


Aluno (a): ___________________________________ nº.: ___
Profª.: Bruna Vidal
ANÁLISE DE DOCUMENTO HISTÓRICO
1) Análise de fontes primárias:
Fonte 1: O trecho a seguir foi escrito por Mahommah Gardo Baquaqua, um africano nascido onde hoje
é o Benin e trazido para Pernambuco como escravo em 1847. Depois de conseguir a liberdade, ele
escreveu um livro do qual retiramos o fragmento a seguir:
“Fomos arremessados, nus, porão adentro, os homens apinhados de um lado, e as mulheres de outro.
O porão era tão baixo que não podíamos ficar de pé, éramos obrigados a nos agachar ou nos sentar no
chão. Noite e dia eram iguais para nós, o sono nos sendo negado devido ao confinamento de nossos
corpos. Comida e bebida eram escassos na viagem, havendo dias em que os escravos não ingeriam
absolutamente nada. Houve um pobre companheiro que ficou tão desesperado pela sede que tentou
apanhar a faca do homem que nos trazia água. Foi levado ao convés, e eu nunca mais soube o que lhe
aconteceu. Suponho que tenha sido jogado ao mar”.
VIEIRA, Leonardo. Historiadores traduzem única autobiografia escrita por ex escravo que viveu no Brasil. Rio de Janeiro, 2014.

Fonte 2
Observe com
atenção o
desenho de um
navio de 1830 de
um navio
especializado no
tráfico de
escravos.

a) Qual assunto é o texto?


b) Segundo o autor, como era o tratamento dispensado aos escravos no navio negreiro?
c) Reflita e opine: o fato de o autor ter viajado em um navio negreiro como escravo torna o seu
relato mais confiável? Justifique.
d) Agora observe a imagem (fonte 2) com atenção: ela reforça ou nega a descrição feita por
Baquaqua na fonte 1? Justifique.

2) Análise de fonte secundária: Africanos escravizavam africanos?


Os africanos não escravizavam africanos, nem se reconheciam então como africanos. Eles se viam
como membros de uma aldeia, de um conjunto de aldeias, de um reino e de um grupo que falava a
mesma língua, tinha os mesmos costumes e adorava os mesmos deuses. Quando um chefe entregava
a um navio europeu um grupo de cativos, não estava vendendo africanos nem negros, mas uma gente
que, por ser considerada por ele inimiga e bárbara, podia ser escravizada.
O comércio transatlântico de escravos era controlado pelos grandes da terra, pelos poderosos da
Europa, da África, das Américas. Fazia parte de um processo de integração econômica do Atlântico,
que envolvia a produção e a comercialização, em grande escala, de açúcar, algodão, tabaco, café e
outros bens tropicais, um processo no qual a Europa entrava com o capital, as Américas com a terra e
a África com o trabalho, isto é, com a mão de obra cativa.
Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos, 2008.

1) O autor concorda que “africanos” escravizavam outros “africanos”? Quais argumentos ele
apresenta para defender sua tese?
2) Interprete: O comércio transatlântico era controlado pelos “grandes da terra”.
3) Reflita e opine: Você concorda ou discorda do autor? Produza um pequeno texto dissertativo-
argumentativo expondo sua visão.

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