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Índice
1. Introdução ........................................................................................................................... 1
2. Objectivos ........................................................................................................................... 2
3. Metodologia ........................................................................................................................ 2
4. Definição de conceitos........................................................................................................ 3
7. Conclusão ......................................................................................................................... 10
1. Introdução
Considerando-se, portanto, a importância de tais estudos para a área de ensino de línguas, com
o presente trabalho, tenho por objetivo fazer uma breve apresentação de algumas teorias de
aquisição de segunda língua. Dando um enfoque à teoria também considerada de base inatista
como a de Chomsky, proposta por Krashen.
O Modelo Monitor, proposto por Stephen Krashen em 1978, é uma das primeiras propostas de
aquisição de L2 do período pós-behaviorista e a que mais provocou debate na área até o
presente momento. Originalmente chamada de Modelo Monitor, é também conhecido como
Hipótese do Insumo (Input Hypothesis) e, mais recentemente, como Hipótese da Compreensão
(Comprehension Hypothesi). Krashen adota a noção do dispositivo de aquisição de linguagem
e organiza seu Modelo através de 5 hipóteses sobre a aquisição de L2.
Contudo, o trabalho de pesquisa tem como abordagem o Modelo do Monitor proposto por
Stephen Krashen, onde irá se centrar na Hipótese do Monitor uma das 5 hipóteses do Modelo.
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2. Objectivos
2.1. Objectivo geral:
Reflectir sobre hipótese do Monitor.
3. Metodologia
Para a elaboração do presente trabalho, recorreu-se numa primeira fase, ao método de pesquisa
bibliográfica, que consistiu nas consultas bibliográficas que versam sobre a temática em estudo,
e em seguida usou-se os métodos analítico e comparativo, que consistiu na análise e
comparação da informação obtida nas diversas obras e, por fim, seguiu-se à compilação da
informação seleccionada.
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4. Definição de conceitos
Para Cunha e Cintra, a língua é um “sistema gramatical pertencente a um grupo de indivíduos.
Meio através do qual uma coletividade se expressa, concebe o mundo e age sobre ele. É a
utilização social da faculdade da linguagem”.
Rocha Lima (2003: 05) refere-se à língua como “um sistema: um conjunto organizado e
opositivo de relações, adotado por determinada sociedade para permitir o exercício da
linguagem entre os homens”. Trata-se aqui de meio através do qual os seres humanos realizam
a sua faculdade de linguagem.
Grosjean (1982, p. 232) expõe que Macnamara (1967a) considera um indivíduo bilíngue,
aquele que possui ao menos uma habilidade linguística (ler, escrever, ouvir e falar) no menor
grau que seja na segunda língua.
Grosjean (2010, apud Limberguer, 2012, p. 69), por sua vez, define que “bilíngues são aqueles
que usam uma ou mais línguas (ou também dialetos) nas suas vidas”. Percebemos com essas
várias definições que, algumas delas são mais inclusas, aceitam que o indivíduo consiga apenas
se comunicar em outra língua que não a materna.
Um modelo, por sua vez, descreve os processos que fazem parte de um fenômeno e, idealmente,
descreve como esses processos interagem.
Multilinguismo é o ato de usar ou promover o uso de vários idiomas, seja por uma pessoa
individual ou por uma comunidade de pessoas.
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5. O Modelo do Monitor
Com papel fundamental no desenvolvimento dos estudos e pesquisas de ASL (Aquisição de
Segunda Língua), o linguista norteamericano Stephen Krashen é responsável pela criação do
modelo teórico conhecido como Modelo do Monitor. Embora Schütz (2014) afirme que a teoria
de Krashen seja amplamente conhecida e aceita pelos estudos do ensino de segunda língua,
Callegari (2006) reconhece que ainda são poucos os estudos, principalmente em língua
portuguesa, que abordam o modelo proposto pelo teórico. Além disso, a autora ainda apresenta
as críticas de Barry McLaughlin (1987) à teoria de Krashen, fato que contradiz, de certo modo,
as proposições de Schütz (2014).
Não são poucas as críticas a essas concepções. Para McLaughlin (1987:21,24) a hipótese é
falha desde o início uma vez que Krashen não define claramente os termos “aquisição”,
“aprendizagem”, “consciente” e “subconsciente”, tornando assim impossível determinar
exatamente o que seriam “língua adquirida” e “língua aprendida”. Além disso, embora Krashen
relate algumas pesquisas feitas com aprendizes de língua estrangeiras, McLaughlin questiona
a metodologia empregada na comprovação de que determinadas estruturas foram “adquiridas”.
Para o crítico, é muito difícil (ou praticamente impossível) para um falante de língua estrangeira
reconhecer se, ao elaborar uma sentença, valeu-se de seu conhecimento gramatical da língua
(rule) ou de uma intuição (feel). Não existem, segundo este pesquisador, mecanismos que
consigam detectar essa sutil diferença.
Outro ponto que merece atenção é o que se refere aos dados coletados por Krashen. A maioria
de suas pesquisas baseia-se apenas na produção (grifos nossos) de aprendizes de uma LE, o
que faz com que Romeo (2003) questione:
Uma estrutura pode ser considerada “adquirida” quando não há erros de compreensão? Ou
deveria considerar-se adquirida quando há um certo nível de precisão na produção?
Como Krashen não apresenta uma definição do termo “língua adquirida”, não é possível saber
se essa expressão se refere a níveis de compreensão, de produção ou aos dois. Além disso,
esbarra-se na questão metodológica que envolve todo do modelo de Krashen. McLaughlin
ressalta que ainda não existem evidências empíricas que possam comprovar a existência e o
funcionamento dos dois mecanismos (aquisição e aprendizagem).
A aquisição da segunda língua para Ligthbown & Spada (1999) dá-se da mesma maneira que
adquirimos a primeira língua, e para isso é necessário amostras da língua que entendemos. Já
aprendizagem, de acordo com Almeida Filho, “significa saber as regras, ter consciência delas,
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poder falar sobre elas, exigindo, portanto, um esforço consciente.” Desta forma, a aquisição
tem haver em “saber” usar a língua enquanto a aprendizagem fala “sobre” a língua. Krashen
considera a aquisição como um processo mais importante, pois para ele somente adquirindo
uma língua é que teremos fluência nela. (Ligthbown & Spada, 1999)
Assim, a aquisição se daria em um ambiente de imersão do sujeito que deseja desenvolver uma
nova língua. Seria o caso de pessoas que buscam por experiências fora do seu país de origem.
A aprendizagem, por sua vez, é o processo que se dá dentro de uma sala de aula, onde se tem
pequenas amostras da língua e mais ênfase em regras gramaticais.
Por isso que existem indivíduos que dominam uma segunda língua sem conhecerem nenhuma
regra gramatical, enquanto existem outros que conhecem e dominam essas regras, mas não
conseguem expressar-se, pois se preocupam muito em usar corretamente as regras que
aprenderam.
Existem teorias que propõe que somente crianças seriam capazes de adquirir uma nova língua,
mas para a hipótese em questão, um indivíduo adulto é capaz de adquirir uma língua assim
como uma criança, e são capazes de se tornarem fluentes como nativos, sem nenhum
conhecimento sobre regras. Para isso, seria então o caso de imersão. Contudo, para Krashen é
possível que mesmo dentro da sala de aula o professor proporcione e trabalhe de maneira que
o aluno adquira a língua.
6. A hipótese do Monitor
Na hipótese do monitor, Krashen (1985) propõe uma inter-relação entre os processos de
aquisição e aprendizagem ao explicar a influência deste último sobre o primeiro (SCHÜTZ,
2014). Nesta hipótese, a noção consciente de regras gramaticais adquiridas na aprendizagem
tem a função de operar como uma espécie de editor (o monitor) durante a produção dos
enunciados, corrigindo-os em caso de desvio.
“A hipótese do monitor reforça que nossa habilidade em produzir enunciados em outra língua
é fruto de um conhecimento inconsciente e que o conhecimento consciente tem como função
o monitoramento.
Esse conhecimento consciente serve para editar, ou seja, fazer correções no output antes das
produções escritas ou orais. Esse foco na forma visa à precisão gramatical.”
Segundo Krashen em Ligthbown & Spada (1999) os aprendizes usam o modelo somente
quando estão focados em ser corretos, o que contribuiria para a escrita e não para a fala. Desta
forma, saber as regras só ajudaria a melhorar o que foi adquirido.
Krashen (1982) citado por Figueiredo (1995, p. 51) aponta que o monitor só é posto em prática,
se três formas forem cumpridas: tempo, para que o indivíduo possa pensar sobre as regras
conscientemente e usá-las de maneira efetiva; foco na forma, para que o monitor seja usado
de melhor maneira possível o tempo por si só não é suficiente, é necessário concentrar-se na
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forma ou correção e por terceiro, conhecimento de regras, que de acordo com Krashen citado
em Figueiredo (1995, p. 51), “esta pode ser uma exigência terrível”, pois os alunos nem sempre
aprendem todas as regras gramaticais existentes na segunda língua.
Hipótese do monitor – o monitor é o mecanismo acionado pelo aprendiz para editar sua
produção linguística, pois utiliza conhecimentos aprendidos para modificar as elocuções
produzidas a partir do conhecimento adquirido, podendo ser acionado antes ou depois de a
elocução ser efetivamente produzida. Para que tal mecanismo seja acionado pelo aprendiz é
preciso que haja tempo suficiente, que o foco seja na forma e não no significado e que ele saiba
a regra que precisa ser acionada (ELLIS, 1994 [1985]) . É possível que o aprendiz utilize
conhecimento adquirido, mas esse tipo de edição seria feito através de “perceção”. Haveria,
então, três tipos de usuários do monitor (MITCHELL e MYLES, 1998): os sub-usuários que
não se importam com os erros cometidos; os super usuários que não gostam de errar e que
estão constantemente chocando sua produção; os ótimos utilizadores do monitor que o usam
apenas nos momentos apropriados, ou seja, quando não vai interferir na comunicação.
Para Schutz (2002), Os efeitos deste monitoramento sobre pessoas com diferentes
características de personalidade serão vários. Pessoas que tendem à introversão, à falta de
autoconfiança, ou ao perfeccionismo, pouco se beneficiarão de um conhecimento da estrutura
da língua e de suas irregularidades. Pelo contrário, no caso de línguas com alto grau de
irregularidade (como o inglês) poderão desenvolver bloqueio que compromete a
espontaneidade devido à consciência da alta probabilidade de cometerem erros. Pessoas que
tendem à extroversão, a falar muito, de forma espontânea e impensada também pouco se
beneficiarão de aprendizagem, uma vez que a função de monitoramento é quase inoperante
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[...]. Os únicos que se beneficiam de aprendizagem são as pessoas [...] que sabem aplicar a
função de monitoramento de forma moderada.
De fato existem alunos que somente começam a produzir sentenças próprias (tanto orais quanto
escritas) quando têm absoluta certeza que elas estão completamente de acordo com as regras
(gramaticais, fonéticas, ortográficas, morfossintáticas etc.) que aprenderam.
Esses aprendizes normalmente passam por um período de silêncio muito longo e têm muita
dificuldade de se expor em atividades orais durante as aulas. Embora o período de silêncio
afete todos os alunos, o foco excessivo na forma pode aumentar significativamente esse período
em alguns alunos. A preocupação com a correção linguística pode gerar insegurança e
frustração, além de um discurso menos fluido (ou seja, a produção é constantemente
monitorada). Por outro lado, há aqueles que raramente se corrigem ou mantêm o foco na forma
ao produzir sentenças. Essa postura faz com que o aluno apresente mais fluência e atinja
melhores níveis de desempenho oral, mas dificulta a correção linguística. Portanto,
possivelmente alcançará melhores resultados o aluno que souber dosar a utilização do Monitor.
Se bem seja difícil controlar o uso do Monitor, ou seja, utilizá-lo adequadamente, é
aconselhável que o professor, após observação acurada de seus alunos, detecte quais são os que
utilizam raramente o monitor e proponha práticas que exijam certo conhecimento formal da
língua. Por outro lado, ao reconhecer alunos que utilizam o Monitor em demasia, o professor
pode preparar atividades que favoreçam o uso espontâneo da língua alvo, o improviso e a
necessidade de uma linguagem mais fluente
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7. Conclusão
Este trabalho foi pensado a partir da perspectiva sobre supostos teóricos do ensino de línguas.
A partir disso, remetemos nossa pesquisa à segunda língua, e apresentamos as teorias de
aquisição expondo as de forma que encontrássemos qual delas explicaria, de melhor forma,
como se dá o desenvolvimento de uma segunda língua. Falamos inclusive, sobre hipótese do
monitor ela é desenvolvida na teoria do autor Krashen, Proposto na década de 1980, o Modelo
do Monitor se fundamenta em cinco hipóteses. Nesta o autor propõe uma inter-relação entre os
processos de aquisição e aprendizagem ao explicar a influência deste último sobre o primeiro.
Nesta hipótese, a noção consciente de regras gramaticais adquiridas na aprendizagem tem a
função de operar como uma espécie de editor (o monitor) durante a produção dos enunciados,
corrigindo-os em caso de desvio, No entanto, para que este mecanismo funcione, são
necessárias duas condições: i) o falante precisa querer corrigir-se e ii) o falante deve conhecer
as regras da língua estrangeira.
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8. Referências bibliográficas
CALEGARRI, M. O. V. Reflexão sobre o modelo de aquisição de segundas línguas de Stephen
Krashen – uma ponte entre a teoria e a prática em sala de aula. Campinas: Trab. Ling. Aplic,
2006.
KRASHEN, S. The Input Hypothesis: issues and implications. 4.ed. New York, Longman.
1985
MITCHELL, R.; Myles, F. Second Language Learning Theories. London: Arnold Publishers,
1998.