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Capítulo 8: O brinquedo, sua evolução e seus possíveis significados. IN: AFFONSO, R.M.L.

Ludodiagnóstico. Porto Alegre: ArtMed, 2012.

Em seguida, elabore um texto que contemple:

 O significado da sala lúdica;


 Manutenção da sala lúdica;
 Manejo dos materiais da sala lúdica;
 O significado e os cuidados da caixa de brinquedos;
 Confeccione uma tabela (Com duas colunas, no mínimo) que contenha o tipo de
brinquedo e seu significado;
 Relação das cores com o afeto;
 Observações a respeito do material gráfico.

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O significado do brinquedo pode ser m tema polêmico, na medida em que


nenhum psicoterapeuta ou profissional da saúde considera os significados dos
brinquedos como algo estático e imutável. Além disso, o estudo do significado
do brinquedo envolveria necessariamente estudar na sua evolução no contexto
das diversas culturas, daí a grande polemica quando ele se direciona a dar
significados específicos e determinados brinquedos. Uma pesquisa sobre a
significação dos jogos pode também ser feita segundo um referencial evolutivo
especifico, como propõe Aberastury (1991).
O significado do brinquedo com base nas diversas manifestações da
criança em atendimentos psicoterapêuticos e nas sessões de ludodiagnóstico e
em observações de comportamentos de crianças. É importante ressaltar que são
possíveis significações, nem sempre constatadas pelo terapeuta em todas as
crianças, considerando que cada uma delas tem a sua história especifica de
significações, além da influência cultural e social do brinquedo, já descritas.
Vejamos alguns possíveis significados da sala de atendimento, na qual
todo esse processo será desenvolvido. A sala de atendimento é o espaço onde
o terapeuta deve propiciar à criança um ambiente favorável a manifestação de
sua afetividade, seus conflitos e suas angustias.
As paredes da sala de atendimento podem significar o corpo do terapeuta
e de quem cuida da criança, logo, também o corpo materno, que tanto pode ser
protetor coo ameaçador, ou, ainda, alvo de pesquisa.
Segundo autores da teoria piagetiana, as significações são construídas a
partir da troca com o meio e já a partir dos reflexos. Tais significações vão ser
integradas a símbolos, signos significantes e que contribuíram na construção dos
conceitos.
O teto da sala pode estar relacionado à proteção que a criança espera
receber do terapeuta e a capacidade de reflexão da mesma. Por isso, tanto as
paredes como a sala como um todo podem ter este mesmo significado de
proteção ou de um espaço ansioso, dependendo da vivencia da criança.
O chão da sala pode apresentar diversos significados. Geralmente está
associado ao contato com a realidade, é o que da base sustentação. Um outro
significado para o chão é de um comportamento regressivo ou de regressão. Na
sala de atendimento é importante que o terapeuta coloque uma mesa para
trabalhar com a criança, mas, se ela o chamar para fazer a atividade no chão,
não há problemas. O convite deve sempre partir da criança e não do terapeuta,
para que este não estimule a regressão na criança. O significado da regressão,
na escolha do chão, a este estado precoce pode se relacionar ao apego afetivo
da criança ao corpo materno.
Deixar o atendimento com a sala desarrumada desestabiliza
emocionalmente a criança. Pode ter o significado de ter destruído a figura de
proteção, ou a destruição projetada no terapeuta pode voltar-se contra ela, daí a
importância de deixarmos claro no contrato com a criança eu devemos deixar a
sala tal qual encontramos, mas, nesses casos difíceis, somos nós, terapeutas,
que temos que exercer tal função daquele que resguarda, cuida, valoriza e
respeita o material e os conteúdos vivenciados pela criança através dos
materiais, evitando esses sentido de que a figura de proteção foi atacada, daí a
dificuldade e todos os cuidados com o manuseio do material lúdico pelo
terapeuta.
O armário significa simbolicamente os conteúdos femininos, a
feminilidade, representando o modelo da figura materna. É o objeto que serve
para guardar e proteger os materiais da criança, logo também é considerado com
o símbolo do útero materno.
Esses cuidados em relação ao armário tem o sentido de guardar e
proteger os matérias, respeitando a individualidade de cada criança. No caso do
ludodiagnóstico, esse sentido pode ainda não estar estabelecido, mas procuro
manter o mesmo box quando faço uma segunda hora lúdica diagnostica e
recomendo que as crianças utilizem a mesma caixa lúdica, na falta do armário.
Esse cuidado se justifica porque, ao interagir com os materiais, a criança
expressa suas vivencias, logo, chegar numa segunda hora lúdica com outros
matérias ou com materiais quebrados por outra crianças pode te um sentido de
invasão, desrespeito e falta de cuidados na relação afetiva.
A caixa lúdica é o lugar no qual são guardados os materiais e brinquedos
e pode representar o lugar, o continente onde estão os conteúdos do eu da
criança. Crianças psicóticas não suportam guardar os materiais na caixa, talvez
porque o eu ainda não esteja totalmente estruturado.
Podemos também interpretar a caixa lúdica como a estrutura psíquica da
criança com os seus conteúdos egoicos, ou ainda como o representante dos
conteúdos egoicos, a estrutura que está em contato com o mundo externo. E a
maneira de como a criança encontra a caixa lúdica é a maneira como a criança
está cuidando de si mesma.
É importante que o terapeuta tenha a caixa lúdica para guardar os
materiais e cuide dela, porque, com o decorrer do tratamento, a criança atribuirá
diversos significados a caixa, porque esta pode representar o seu eu ou mundo
interno. Quem mexe n eu da criança na psicoterapia é ela mesma, e nunca o
terapeuta, portanto, quem abre a caixa lúdica é a criança, mas este não é o caso
num ludodiagnóstico. Assim, poderíamos também dizer que esse significado do
eu não teria sentido num atendimento ludodianóstico, o que também pode ser
verdade. Entretanto, temos que estar atentos a todas essas significações,
independentemente de ser a primeira ou segunda sessão lúdica, ou mesmo as
sessões do atendimento psicoterapêutico.
Mediante a descrição do significado da caixa lúdica, destacaremos o
significado dos materiais e brinquedos nela contidos. Vamos utilizar o termo
materiais e não brinquedos, porque nós psicólogos não brincamos com a
criança, e sim conversamos com, portanto, são materiais que não tem esse
sentido lúdico de divertimento. São os instrumentos que favorecem a projeção
da criança, daí os cuidados com eles.
No manuseio de pais, guaches, peças de montar e outros materiais
coloridos podemos encontrar significados também para o uso das cores. As
cores se dividem em primarias e secundarias. As primarias são azul, amarelo e
vermelho. No uso das cores primarias, pode-se observar que a criança está em
contato com os recursos primitivos de sua personalidade. As cores secundarias
são aquelas mais refinadas, elaboradas com a mistura de duas ou mais tintas
(por exemplo, laranja, verde e violeta), podendo significar que a criança utiliza
os recursos amadurecidos de sua personalidade.
Existe também as cores extratensivas ou intratensivas. As primeiras
podem estar relacionadas à impulsividade e são representadas à impulsividade
e são representadas pelas cores amarelo e vermelho. As intratensivas podem
estar associadas à depressão, aos impulsos sem controle e que precisam ser
controlados, sendo representadas pelas cores azul, marrom e preto.
É importante haver a cor branca no conjunto dos lápis de cor, porque esta
pode significar distanciamento, isolamento, ou seja, não representa
agressividade nem afeto, é uma cor neutra, logo, pode estar relacionada ao
mecanismo de defesa da negação do conflito ou dos problemas que afetam a
criança, típicos de uma personalidade neurótica, que além de encobrir nega os
afetos.
O preto pode representar a destruição ou mistura de todas as cores, pode
estar relacionado à repressão dos afetos de conflitos não resolvidos, tristeza ou
depressão.
As cores frias, como azul, marrom, preto e roxo, estão relacionadas ao
controle dos afetos. Por outro lado, o verde, com suas características secundária,
mistura de azul e amarelo, indica uma personalidade mais amadurecida em
relação ao controle dos afetos, podendo estar relacionado à sociabilidade e à
capacidade de contato, enquanto o azul, cor primaria, pode sentido de seguir
normas aceitas de maneira ansiosa.

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