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Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL

Curso Enfermagem

Por: ALEXANDRE OTILIO

DRENAGEM LINFÁTICA DO MEMBRO SUPERIOR

Os vasos linfáticos do membro superior dispõem-se em coletores linfáticos


profundos e superficiais. Os coletores linfáticos profundos, menos numerosos,
acompanham os feixes vasculo nervosos em toda a extensão do membro
superior, em direção à região axilar, sendo que na altura do cotovelo, podem
existir um ou dois linfonodos supratrocleares, que recebem linfáticos aferentes
oriundos da região anterior do antebraço e cotovelo. Entretanto, a drenagem
preferencial se dá para a axila, para onde convergem também os vasos linfáticos
superficiais. Os vasos linfáticos profundos possuem dois coletores radiais
profundos, no nível da palma da mão, acompanhando a artéria radial e se
anastomosam na altura da prega do cotovelo. Também existem dois coletores
ulnares profundos que sobem ao longo dos vasos ulnares até a prega do
cotovelo. Os coletores interósseos anteriores e posteriores se unem aos outros
coletores no nível do cotovelo. A partir desses coletores, nascem dois ou três
coletores umerais, sendo que no terço médio do braço, um ou dois ramos dos
gânglios epitrocleares podem se reunir a esses coletores umerais, assim como
alguns ramos musculares.

Os ramos epitrocleares constituem uma via de suprimento no caso de


interrupção da rede linfática, podendo aumentar em quantidade, pois existem
algumas vias não funcionais que, conforme a necessidade, passam a atuar como
vias de suprimento. Outra hipótese seria a inversão do fluxo linfático, passando da
rede profunda à rede superficial para ajudar o esvaziamento da rede profunda
(Leduc, 2000). Os coletores linfáticos superficiais espalham-se por todo o tecido
supra-aponeurótico, acompanhando a veia superficial radial, mediana e ulnar, em
direção ao oco axilar. Estão distribuídos harmoniosamente por toda a superfície
do membro, sendo, contudo, mais densos nos dedos e na face palmar da mão,
explicando a maior freqüência de edemas na face dorsal da mão em relação à
face palmar. Os coletores interósseos anteriores e posteriores percorrem o
antebraço e, em seguida, o braço, coletando a linfa trazida pelos capilares. A
drenagem é feita principalmente pela face antero-interna do antebraço e braço,
passando pelos gânglios supratrocleares, atingindo finalmente a região axilar
(Leduc, 2000).

Na região axilar, os linfonodos dispõem-se em grupos, dos quais três são


distais em relação a dois outros.

 Grupos distais: faz parte o grupo lateral, localizado atrás da veia axilar,
recebendo os vasos linfáticos do membro superior; o grupo peitoral, na
borda inferior do músculo pequeno peitoral, acompanhando as veias
torácicas laterais e drenando a maior parte da mama; e o grupo posterior
ou subescapular, acompanhando a veia subescapular e recebendo os
linfáticos procedentes do ombro e da região escapular.

 Grupo interpeitoral (Rotter): situados em torno da artéria acromio torácica e


dos seus ramos peitorais em frente a fascia clavipeitoral, recebendo a linfa
das partes centrais dos quadrantes superiores da mama e drenando para o
grupo apical.

 Grupo central: dos linfonodos situados no grupo distal, partem vasos que
convergem para o grupo central, constituindo o maior grupo, e estando
situado próximo da base da axila.

 Grupo apical: localiza-se no ápice da região axilar, recebendo os vasos


oriundos do grupo central, ou vasos linfáticos laterais, onde os vasos
eferentes se unem para a formação do tronco subclávio (Garrido, 2000).

Os grupos axilares também podem ser divididos sob o ponto de vista


topográfico cirúrgico, em três níveis:

 Primeiro nível axilar: localizados a partir da margem medial do músculo


subescapular, tendo como limite à margem lateral do músculo pequeno
peitoral.
 Segundo nível axilar: localizados na região abaixo do músculo pequeno
peitoral.

 Terceiro nível axilar: localizados a partir da margem medial do músculo


peitoral menor, tendo como limite o músculo subclávio, considerando o
ápice da axila em termos de dissecção cirúrgica (Leme, 1994).

DRENAGEM LINFÁTICA DA MAMA

Os vasos linfáticos da mama são bastante numerosos, tanto


superficialmente, como no parênquima glandular. Os linfáticos superficiais formam
parte de um plexo que drena a linfa de toda a área superior da região ântero-
lateral da parede torácica. Os linfáticos do parênquima glandular originam-se
numa rede perilobular seguindo os canais galactóforos em direção às vias axilar,
mamária interna e infraclavicular transpeitoral, indo esta última em direção à
cadeia supraclavicular (Garrido, 2000).

Os linfáticos da mama chegam a axila através de dois troncos coletores


oriundos do plexo subareolar: o lateral, que recebe colaterais da metade superior
da mama e segue acompanhando a borda do músculo pequeno peitoral; e o
medial, formado por vasos procedentes da parte mediana e inferior do plexo
subareolar, descendo através de uma curvatura na concavidade superior,
contornando a aréola. Esses dois coletores vão em direção aos linfonodos
axilares da mama, onde terminam no grupo axilar ou central. (Garrido, 2000).
Embora as vias laterais e mediais sejam responsáveis pela maior parte da
drenagem linfática da mama, há duas outras vias que vão diretamente aos
linfonodos do ápice da axila (subclávios), que são: via transpeitoral, que recebe
linfáticos do plexo retromamário; e a via retropeitoral, nem sempre existente,
compreendendo dois a três coletores de drenagem do quadrante súpero-medial
da mama onde, ocasionalmente, observam-se linfonodos. (Garrido, 2000).Uma
outra via de drenagem pode ser feita para a região axilar contralateral, através da
cadeia mamária interna, que drenaria a região medial da mama, consistindo um
sítio secundário de drenagem linfática da mama (Leme, 1994).

Referências: BERGMANN, Anke. Prevalência de linfedema subsequente a tratamento


cirúrgico para câncer de mama no Rio de Janeiro. [Mestrado] Fundação Oswaldo Cruz,
Escola Nacional de Saúde Pública; 2000. xiv, 142 p.

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