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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – Introdução.................................................................1

CAPÍTULO 2 – Educação Clássica....................................................3

CAPÍTULO 3 – Charlotte Mason......................................................8

CAPÍTULO 4 – Montessori..............................................................12

CAPÍTULO 5 – Unschooling............................................................16

CAPÍTULO 6 – Escola-em-Casa......................................................20

CAPÍTULO 7 – Unidades de Estudo...............................................24

CAPÍTULO 8 – Educação Eclética..................................................28

CAPÍTULO 9 – Conclusão................................................................32
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Muitos relatórios demonstram que alunos de homeschooling ultrapassam os demais estudantes em tes-
tes padronizados, escrita, leitura e interpretação de texto e lógica. Estudos mostram que eles têm desempenho
acima da média em universidades e colaboram com suas comunidades. Porém nem toda
educação domiciliar é a mesma.

Uma das maiores vantagens dessa modalidade de ensino é também seu maior
desafio: as muitas opções.

Com a correnteza de alternativas, veio uma enxurrada de opções. O homeschooling de fato disparou
um terremoto no universo da educação.[1] e inundou as opções do mercado de educação com um verdadeiro
tsunami de metodologias, currículo, editoras, projeto, etc. Hoje, tanto novatos quanto
veteranos na área acham que o mar de opções é esmagador.

Para ajudar a reduzir a sua pesquisa, nós oferecemos um panorama dos principais métodos de homes-
chooling. Conforme você lê esses resumos, pense sobre qual parece mais interessante para você e sua família.
Cada um deles possui links de pesquisa precedidos por uma avaliação informal feita para ajuda-lo a definir se
determinada opção se adequa ou não a você.

O homeschooling pode ser tão tradicional quanto programas de “escola-em casa”, em que estudantes
aprendem em casa o mesmo conteúdo que os alunos da escola local. Ou, pode ser tão radical quanto uma edu-
cação “Unschooling”, em que as lições são explorações dirigidas a cada estudante sem que haja dever
de casa ou testes. Esperamos que este guia ajude a pesar suas opções e encontrar o método de homeschooling
que melhor se adequa a você e sua família.

RESUMO

Existem, basicamente, sete principais abordagens de homeschooling [2]:

Clássica, Charlotte Mason, Montessori, Unschooling, Escola-em-casa, Unidades de estudo, e Métodos


de educação ecléticos.

Cada uma delas será introduzida daqui em diante com considerações sobre seus benefícios e desvan-
tagens. Em seguida, uma breve amostra de avaliação que descreve as personalidades mais indicadas para cada
método. Se o método realmente lhe despertar interesse e parecer se encaixar à sua realidade, mergulhe a fundo
por meio da lista de pesquisa, que leva a guias de ensino, currículos e cooperativas de homeschooling pertinen-
tes ao método.

Tenha em mente que há intersecções consideráveis em vários destes modelos educacionais, o que sig-
nifica que há amplo espaço, se necessário, para compartilhar e pegar emprestadas ideias de outros estilos. Pro-
fessores de educação domiciliar frequentemente misturam métodos e materiais livremente.

Mas, a fim de evitar uma crições desagradáveis, é, com certeza mais proveitoso ganhar expertise e co-
nhecimento dos materiais de aula e dos métodos antes de juntá-los entre si.

TRADUÇÃO

Este conteúdo é uma tradução(e adaptação) do artigo “Homeschooling: Which Model Is Right for
You?” do site thebestschools.org. A grande maioria dos links de referências redirecionam para conteúdos em
inglês. Caso queira sugerir ajustes, atualizações ou correções neste material, entre em contato pelo e-mail ajor-
nada.educacao@gmail.com.
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O Método Clássico é o mais popular dentre os estilos de homeschooling. Ele se alimenta da sabedo-
ria de práticas testadas e medições que datam desde a Grécia e Roma Antigas. Nos casos de modelos bíbli-
cos clássicos (conhecidos como “Abordagem Principal”), as raízes remetem a tempos ainda mais antigos, aos
conceitos judaicos do Antigo Testamento. Os típicos modelos clássicos de homeschooling empregam “Great
Books” (Adler, Hutchins e Van Doren) e uma estrutura de “Trivium Aplicado” (Wise-Bauer). Isso significa que
o “cânone” dos Grandes Livros (clássicos e obras-primas) tem um faturamento superior, conforme estudan-
tes adquirem, juntos à língua, fatos e informações no Ensino Básico, pensamento lógico e crítico no Ensino
Fundamental, e retórica e expressão pessoal no Ensino Médio. O Método Clássico frequentemente incorpora
aprendizados gregos e latinos, embora não sejam obrigatórios. A educação bíblica clássica também enfatiza
fortemente estudos bíblicos e treinamento de cosmovisão de mundo bíblica.

Os temas são, tanto quanto o possível, entrelaçados num plano de leitura cronológica, assim, os estu-
dantes adquirem várias disciplinas historicamente situadas. Dessa forma, eles são preparados para entender
as consequências sobre as ideias ao longo do tempo. Esse método difere do ensino escolar convencional e de
outros métodos de homeschooling (Unschooling, Unidades de estudo e Escola em Casa), que tendem a “saltar”
de tópico em tópico ou que reservam História como uma disciplina à parte.

Outra característica proeminente do método Clássico é o uso de diálogos socráticos. Os diálogos so-
cráticos adotam discussões e debates robustos por meio de questões abertas, encorajando estudantes a irem
além da mera “compreensão” ou “treinamento de habilidade” a fim de atingirem entendimentos enriquecedo-
res acerca do mundo e de si mesmos. (Ver também TheWellTrainedMind.com e “Definition for Classical Ed”
(Definição para Educação Clássica, em tradução livre).

Benefícios

A educação clássica oferece vários benefícios, o que a torna um dos mais populares métodos de educa-
ção domiciliar da atualidade. Esse método também tem a reputação de ser o mais prestigiado dentre os méto-
dos de homeschooling, conhecido por produzir pequenos gênios que são melhores leitores que muitos adultos.
Apesar de esses prestígios carregarem suas desvantagens (ver abaixo), o método não é tão caro quanto a Escola
em Casa (a menos que seja uma Escola em Casa Clássica).

Comprovação: Esse perfil foi testado ao longo do tempo e comprovado por ser usado de várias manei-
ras por mais de mil anos.

Grandes Livros: O foco nos Grandes Livros traz um senso de prestígio conforme os estudantes se fami-
liarizam com algumas das ideias e conversas mais influentes e importantes ao longo da história e do mundo, e
eles fazem isso por meio do estudo de livros que deveriam estar na lista de leitura de todos.

Leitura: Leitura tem alta prioridade nesse método. Estudantes do perfil clássico são tipicamente bons
leitores e familiarizados com textos canônicos da história da civilização ocidental.

Aprendizado de Língua: Dependendo da categoria de aprendizado clássico, o espaço é moldado para


diferentes línguas clássicas e modernas. A Abordagem Principal (educação bíblica clássica) pode ensinar he-
braico ou grego. Educação Clássica tradicional treina estudantes em latim e grego clássico. Educação clássica
moderna pode usar quaisquer dessas línguas, assim como inglês, espanhol, francês, alemão ou outra língua da
atualidade.

Lógica e Pensamento Crítico: O trivium reforça um lugar especial para o aprendizado de lógica. Ainda
que seja ensinado como lógica aristotélica clássica, como pensamento crítico, ou pensamento paralelo e volta-
do à solução de problemas, o ponto é que a educação clássica reforça uma das habilidades mais negligenciadas
na educação formal pública, ou até mesmo privada: a lógica.

lexia.[3]Adaptável: Esse método pode servir praticamente qualquer estudante, até mesmo estudantes com dis
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Comparado com escolas públicas e privadas, esse método é muito mais adaptável, no entanto, não é tão flexível
quanto Unschooling.

Rigoroso e Sistemático: Enquanto alguns métodos são fluidos e voltados para o estudante, a educação
clássica pode incorporar essa liberdade enquanto mantém uma espinha dorsal de rigor acadêmico e escopo
sistemático. Os professores não são restringidos à abordagem indireta e não adaptável, mas podem usar essas
estratégias se quiserem. Inclusive, há variados textos, cronogramas e programas de aprendizado recomendados
para que familiaresprofessores possam se assegurar de que cumprem todas as competências chave.

Escolhas: Devido à popularidade do método clássico, há vários programas de estudo e materiais dispo-
níveis prontos para uso.

Rede de contatos: O método clássico dispõe de algumas das redes mais amplas e ativas, incluindo gru-
pos, encontros e associações.

Desvantagens

Ainda que o método clássico tenha muitas potências, nenhum método é perfeito. Há algumas pondera-
ções que devem ser feitas antes de se comprometer com o método clássico. Também é importante lembrar que
cada uma das desvantagens pode ser mitigada ou resolvida com um pouco de habilidade por parte do familiar
ou professor.

Problema de Leitura: Alguns estudantes e professores podem achar o volume de leitura muito difícil ou
contraproducente. Por exemplo, estudantes podem perder a paixão pela leitura por precisarem ler mais rapi-
damente e de maneira mais rasa do que gostariam. Ou os professores podem sentir-se tentados a implementar
livros que estão no nível de leitura do estudante, mas são movidos por temas e problemas muito mais sofistica-
dos do que o esperado. Além disso, o volume de leitura típico de escolas clássicas coloca em xeque estudantes
com dificuldade de leitura. Esse problema pode ser superado, mas continua sendo uma dificuldade.

Negociação de Tempo: O denso foco em livros e leitura toma tempo de outras áreas de estudo. Para
alguns estudantes, ler pode ser uma atividade que consome muito tempo. E, para alunos mais habilidosos em
outras áreas, suas potencialidades podem sofrer prejuízos ou estagnar devido à pressão do calendário de leitu-
ras.

Inflexibilidade: Comparado com o ensino convencional, qualquer método de homeschooling é mais


adaptável, incluindo o Método Clássico. Mas, comparado a outros métodos, ele tende a ser menos flexível. O
Método Clássico de Wise-Bauer é construído num entendimento particular de desenvolvimento do estudante
(o “Trivium Aplicado”), uma recomendação clássica para disciplinas (o trivium e o quadrivium) e currículo
cronológico.[4] Ensinar História, por exemplo, fora da ordem cronológica ou lógica para o Ensino Médio trai-
ria tais princípios.

Aprendizado Menos Experimental/Interativo: Apesar de a educação domiciliar ser confiável por ofere-
cer um aprendizado muito mais experimental e interativo do que escolas públicas ou privadas, em geral, esse
método emprega mais “trabalho de mesa”, leitura e aprendizagem mecânica do que outros métodos de apren-
dizado caseiros, como o Unschooling ou Montessori.

Impraticabilidade: Pode ser levantada a questão de que as línguas grego e latim não são práticas para
os estudantes modernos.

O método Clássico pode ser para você se...



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• Você ama a ideia de estudar os livros mais influentes já impressos em inglês, os “Grandes Livros”.
• Você geralmente não se impressiona com tantos novos métodos “enredados” e teorias psicológicas
infantis, que ainda não têm muito tempo de reconhecimento ou não são amplamente comprovadas.
• Você preza por lógica e pensamento crítico e quer garantir que seu estudante tenha foco nessas áreas.
• Você acredita que História deve ser contada como uma narrativa e gostaria de ver diferentes áreas do
conhecimento alinhadas historicamente em ordem cronológica.
•Você quer que seus estudantes aprendam línguas estrangeiras, até mesmo as línguas clássicas, como
grego e latim. Em vez de muitos testes e provas, você prefere diálogos guiados logicamente e exercícios de pen-
samento abstrato.
• Você não quer “reinventar a roda”, quer apenas um modelo de educação que funcione.

Fontes

Como mencionado anteriormente, há oceanos de informação sobre educação clássica. Familiares e


professores podem achar diversos programas de ensino e redes de relacionamento para enriquecer sua “sala de
aula” clássica. Ao mesmo tempo, não tenha medo de buscar fontes externas, de outros métodos e editoras não
clássicas. A maior parte da educação domiciliar “clássica” é na realidade muito eclética, apenas com ênfase na
metodologia clássica.

• Susan Wise Bauer e Jessie Wise, The Well Trained Mind: A Guide to Classical Education (A Mente
Bem Treinada: Um Guia para a Educação Clássica, em tradução livre), 3rd ed (3ª edição). (Norton, 2009).
• WellTrainedMind.com
• ClassicalChristianHomeschooling.org

Os materiais de Susan Wise Bauer, em coautoria com sua mãe Jessie Wise, são provavelmente o melhor
ponto de partida, assim como seu site. Eles guiam o leitor pela teoria básica da educação clássica (moderna) e
dão conselhos diretos e recomendações para conduzir uma educação escolar em casa clássica desde a pré-es-
cola até o terceiro ano do Ensino Médio. Cada capítulo tem programa de ensino e recomendação de material
que as autoras ou criaram ou usaram extensivamente.

O site ClassicalChristianHomeschooling.org se alinha totalmente ao método Wise-Bauer, mas é mais


alinhado à visão cristã em suas recomendações.

• Dorothy Sayers, “The Lost tools of Learning,” [Speech] (As Ferramentas Perdidas do Aprendizado
[Discurso], tradução livre) Oxford Univ., 1947.
• Robert Harris, “On the Purpose of Liberal Arts Education” (No Propósito da Educação de Artes
Liberais, tradução livre) por VirtualSalt [Online], 14 de março de 1991.
• Peter Kreeft, “What is Classical Education?” (O que é Educação Clássica?, tradução livre) [Online]
(Memoria Press, 2009).
• Ravi Jain e Kevin Clark, The Liberal Arts Tradition: A Philosophy of Christian Classical Education
(A Tradição das Artes Liberais: Uma Filosofia da Educação Clássica Cristã, em tradução livre) (Classical Aca-
demic Press, 2013).

Veja o discurso marcante de Dorothy Sayers “The Lost tools of Learning” produzido para um longo
artigo sobre o Método Clássico. Esse artigo é citado em todo o universo do homeschooling como uma crítica
inovadora às técnicas de ensino convencionais e um chamado ao homeschooling. Esse artigo responde ao tra-
dicional ensino de “perfil fabril” com uma ênfase nas artes liberais clássicas. Depois disso, você pode ler o de-
senvolvimento do tema das artes liberais no artigo de Robert Harris, “On the Purpose of Liberal Arts Educa-
tion” (. Esse artigo de 1991 atualiza o debate sobre uma maneira mais moderna de resolver os problemas vistos
por Sayers em 1947. O livro Liberal Arts Tradition de Jain e Clark adentra o método Wise-Bauer utilizando
um método “holístico” e de artes liberais. Esse texto é recomendado a familiares-professores que já têm conhe-
cimento mínimo do método clássico moderno, mas gostariam de aprofundar e enriquecer o entendimento da
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da tradição das artes liberais nas entrelinhas, remetendo às eras antigas e medievais.

Programas de Ensino e Materiais de Ensinos

• Great Books List (Wise-Bauer)


• Great Books of the Western World (Adler & Van Doren)

No coração do método clássico está a lista dos Grandes Livros. Esses Grandes Livros são reconhecidos
pelo tempo, comprovadamente reconhecidos como contribuições importantes para grandes debates ao longo
da história das civilizações ocidental e global. Ambas as listas são organizadas cronológicamente, sendo a lista
de Wise-Bauer comprimida em 100 livros, enquanto a de Adler-VanDoren é muito mais longa. A maior parte
desses livros está em domínio público e pode ser encontrada gratuitamente em livrarias (ou a preços baixos em
sebos).
• ClassicalCurriculum.com
• PeaceHillPress.com
• VeritasPress.com
• Progeny Press
• Institute for Excellence in Writing
• Critical Thinking Company

Redes e Grupos

Como árias famílias praticantes de educação domiciliar utilizam o método clássico, há múltiplas redes
compatíveis para se encaixar e muito provavelmente uma na sua região. Dois sites que vão ajuda-lo a encontrar
suporte são as páginas de comunidades em Classical Conversations e páginas de Fóruns em WellTrainedMind.
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Baseado nos ensinamentos do século 19 da pioneira em homeschooling Charlotte Mason, esse método
de educação domiciliar cristã utiliza curtos períodos de estudo, normalmente 15 a 20 minutos no máximo para
estudantes do nível básico, e 45 minutos no máximo para os de Ensino Médio.

Esses períodos são combinados com caminhadas pela natureza, revistas de natureza, arquivos históri-
cos e muita prática de observação, memorização e narração. Leitura tem um papel importante nesse método,
sobretudo biografias, clássicos e outros “livros vivos (por exemplo histórias com heróis, lições de vida e im-
portantes debates éticos e sociais). Esse método sacrifica palestras e especialidades e, em troca, ganha uma
criança direcionada a abordagens de observação que são adequáveis ao orçamento, amplamente flexíveis e que
permitem que as crianças descubram e aprendam no seu próprio passo. Ver também: SimpyCharlotteMason.
com e Amblesideonline.org.

Benefícios

De certa forma, o método Charlotte Mason (CM) toma as melhores partes dos métodos Clássico, Uni-
dades de estudos e até mesmo Unschooling para trazer uma metodologia comprovada e dirigida ao estudante.
Além disso, geralmente é menos custosa do que os métodos Escola-em-casa ou Clássico. Ainda assim, é mais
estruturada que o Unschooling ou Montessori. O método Charlotte Mason tem várias características que o
distinguem, fazendo-o uma alternativa popular para a educação domiciliar contemporânea.

Caminhadas na Natureza: Quem disse que a ciência precisa ser cara e complicada? Desde o fundamen-
tal, CM tem estudantes aprendendo observação, processamento, memorização e criatividade por meio das
caminhadas. Dessa maneira, o coração da ciência é sustentado pelo amor pela natureza e pela exploração ativa.

Diário de Bordo: Estudantes utilizam diários e arquivos mais do que provas e testes.

Testado ao Longo do Tempo: Ainda que não seja tão antigo quanto o método Clássico, o método Char-
lotte Mason tem um histórico rico e de sucesso, abrangendo mais de 100 anos.

Baixo Custo: Maior parte dos materiais do método Charlotte Mason não tem custo, está disponível
para download ou é gratuito. O método foi criado por uma babá de período integral e uma tutora que visavam
desenvolver capacidades em outras mulheres na mesma posição a como ensinar com baixo custo.

Base Cristã: Para famílias homeschoolers que desejam implementar um treinamento bíblico sólido, o
método Charlotte Mason historicamente tem um aprendizado de modelo cristão e os materiais e sites geral-
mente refletem uma consciência cristã para abordarem o aprendizado. Histórias e estudos bíblicos e formação
de caráter cristãos são características proeminentes da educação CM.

Não Profissionais: Alguns métodos aparentam ser muito profissionais, requerendo essencialmente um
certificado de professor para ser adequadamente implementado. Isso é o caso do ensino Montessori, por exem-
plo. Mas a metodologia Charlotte Mason é bem adequada a professores não profissionais, especialmente no
ensino básico e fundamental.

Orientado para o Básico: As caminhadas pela natureza e a escrita livre de diários se adequam bem a estudantes
jovens que aprendem muito de maneira tática e com movimentos orientados. Assim, componentes de ciências
e matemáticas para CM são mais potentes para estudantes do ensino básico.

Amistoso a Unidade de Estudo e Clássico: CM trabalha bem com Unidades de Estudo por conectar
tematicamente temas possíveis de diferentes áreas. Por exemplo, veja o histórico dos livros de trabalho de Sim-
plyCharlotteMason. Eles são construídos como uma única família de estudo que entrelaça a Bíblia, Geografia
e História. CM é também muito compatível com a Educação Clássica. Com poucos ajustes, como planos de
leitura cronológicos e uma estrutura aplicada trivium, um homeschooling Charlotte Mason pode servir igual-
mente a uma educação Clássica, contendo as características-chave de cada método.
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Desvantagens

A metodologia Charlotte Mason não é cem por cento perfeita. Familiares-professores que buscam o
método CM fazem bem em se lembrar de certas preocupações e em se prepararem para compensá-las.

Ensino Fundamental e Médio: Desde que esse método foi originalmente desenhado no século 19 por
Charlotte Mason para babás e tutoras a fim de preparar estudantes até a 6ª série, ele não se fez muito necessário
para o fim do Fundamental e do Ensino Médio. Famílias homeschoolers CM são comumente fortes no Ensino
Básico e início do Fundamental, oferecendo uma riqueza de recursos, mas são geralmente mais fracas ao abor-
darem o nível do Ensino Médio. Por isso, o homeschooling CM frequentemente busca material para o Ensino
Médio fora desse escopo, trazendo fontes de outros métodos para cobrir essa lacuna.

Moldura Cristã (seria uma desvantagem apenas para famílias não cristãs): A orientação cristã desse
método é uma faca de dois gumes. As fontes são direcionadas a um perfil demográfico cristão e para configu-
rações de educação domiciliar cristã. Isso já está previsto nas fontes e no planejamento de ensino entrelaçados
com uma visão de mundo cristã e planos de estudos bíblicos. Mas, para educação domiciliar não-cristã e so-
bretudo educação domiciliar secular, o método Charlotte Mason pode deixar o familiar-professor batalhando
para encontrar recursos não-cristãos ou religiosamente neutros.

Matemática e Ciência: Charlotte Mason não é tão “fraco” em matemática e em ciência, é geralmente
neutro em estudos mais avançados nessas áreas. Para suprir essa necessidade, os pais-professores podem utili-
zar materiais de fontes alternativas e adaptá-los à metodologia CM (curto período, foco em narratividade, com
exemplos de “livros vivos” ou podem aderir a um método eclético e utilizar materiais externos à sua própria
maneira.

Estilo Antiquado: Para alguns familiares-professores e estudantes, essa metodologia pode não ser tão
contemporânea o suficiente para se adequar às suas necessidades. Diferentemente do ensino clássico, CM não
é uma estrutura comum para escolas privadas ou escolas vinculadas a igrejas, então há menos editoras pu-
blicando materiais atualizados sobre CM. Você não encontrará nenhuma menção a computadores, celulares,
YouTube, jogos online, televisão ou qualquer tecnologia baseada em tela nas matérias centenárias e nos livros
de filosofia educativa do método Charlotte Mason. É claro, cada professor ou professora pode atualizar seu
próprio material, mas essas atualizações podem parecer que estão “coladas” a metodologias antigas.

O método Charlotte Mason pode ser para você se...

• Você prefere que seus estudantes aprendam por meio de histórias, biografias e outras “literaturas vi-
vas” a livros puramente conteudistas.
• Você quer que seu estudante leia diariamente a Bíblia e tenha uma boa memória nas Escrituras.
• Você precisa operar num orçamento zero ou próximo a isso.
• Você valoriza caminhadas na natureza e tempo de descoberta ao ar livre.
• Você prefere que seu estudante tenha diários e arquivos no lugar de provas e testes.
• Você quer que seu estudante tenha múltiplas escolhas sobre o que e como estudar.
• Você valoriza a narrativa e deseja que seu estudante reconte histórias, conte suas próprias e aprecie
perfis de aprendizado narrativos.
• Você acredita que exercícios de leitura devem ser praticados com os “Grandes Livros” tanto quanto o
possível.

Fontes

• AmblesideOnline.org
• SimplyCharlotteMason.com
• CharlotteMasonHomeschooling.com
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A metodologia Charlotte Mason é muito popular e tem uma boa quantidade de seguidores. Esses três
sites, sobretudo o primeiro e o segundo, são os mais prolíficos e compreensivos do ramo. Educadores do perfil
Charlotte Mason precisam estar em contato próximo com AmblesideOnline e com SimplyCharlotteMason
para se atualizarem nos desenvolvimentos de modelos e implementações. Comparado a SimplyCharlotteMa-
son, o site AmblesideOnline parece ser direcionado a educação CM de orçamento zero.

• Catherine Levison, Charlotte Mason Education, new edition, (Educação Charlotte Mason, nova
edição, em tradução livre) (Beverly Hills, CA: Champion Press, 2000).
• Catherine Levison, More Charlotte Mason Education (Mais Educação Charlotte Mason, em tradu-
ção livre) (Beverley Hills, CA: Champion Press, Ltd., 2001).
• Karen Andreola, A Charlotte Mason Companion: Personal Reflections on the Gentle Art of Learning
(Na Companhia de Charlotte Mason: Reflexões Pessoais sobre a Sutil Arte do Aprendizado, em tradução livre)
(Charlotte Mason Research and Supply Company, 1998).

Muito livros-guia servirão bem para orientar você sobre como prosseguir com o método Charlotte
Mason. Os primeiros dois devem ser lidos em ordem. Primeiro, leia Charlotte Mason Education (Educação
Charlotte Mason), depois More Charlotte Mason Education (Mais Educação Charlotte Mason). O primeiro
é de leitura curta e fácil, com 104 páginas, e serve como ponto de partida. O segundo tem um texto mais lon-
go (208 páginas), mais profundo e com mais instruções para responder questões que você pode ter depois de
implementar o método. O livro seguinte, de Karen Andreola, oferece outra voz para a mesma causa e é ainda
mais profundo (384 páginas). É claro, você pode ter um apanhado do método checando os websites citados
para artigos como “What is the Charlotte Mason method?” (O que é o método Charlotte Mason) em Simply-
CharlotteMason.

Planejamento de Ensino e Material de Ensino

• Simply Charlotte Mason Store


• Ambleside Online Planejamento de Ensino
• Simply Charlotte Mason Curriculum Guide
• Living Books Press
• Institute for Excellence in Writing
• Critical Thinking Company

SimplyCharlotteMason e Ambleside oferecem planejamento de ensino CM, assim como oferecem cro-
nogramas, materiais de planejamento, materiais para serem impressos para a turma e guias curriculares para
cobrir implicações do ensino.

Living Books Press é sobretudo uma editora voltada ao método Charlotte Mason. Já Institute for Ex-
cellence in Writing é outra boa fonte para as configurações Clássica, CM e até Escola-em-casa. A Critical
Thinking Company é uma excelente fonte para materiais de matemática e lógica que, acima de tudo, tem um
material que pode ser dividido em segmentos de 15 a 20 minutos, adequados aos períodos letivos do método
Charlotte Mason.

Redes e Grupos

Além dos fóruns em SimplyCharlotteMason, há também Charlotte Mason In Community, uma rede de
familiares-professores do método Charlotte Mason que compartilham dicas e fontes para seu homeschooling.
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Cunhado no século 20 pela física e educadora italiana Maria Montessori (1870-1952), esse método
cresceu a partir de seus trabalhos psicológicos com crianças com necessidades especiais. Esse método é uma
abordagem humanista focada no estudante que utiliza movimentos livres, um tempo largo não estruturado
(até 3 horas), classes com várias séries e planejamentos de ensino individualizados e baseados em interesses[5].
Os professores lecionam indiretamente, utilizando múltiplos métodos de manipulação (objetos táticos, como
ferramentas e brinquedos) e dando ao estudante um espectro de opções a escolher. Ver: Montessori.edu e
AmericanMontessoriSociety.

Benefícios

Esse método é talvez a inclusão mais questionável da lista, não pela sua eficiência. Esse método tem
comprovação como um modelo amigável e humanístico à criança. O problema é que a educação Montessori é
frequentemente negligenciada como um método de educação em casa. É normal que escolas do método Mon-
tessori empreguem muitos móveis, construções e materiais táteis para fazer de suas salas de aula playgrounds
inventivos. Ironicamente, nos próprios diários de Maria Montessori, ela descreve uma sala que de várias for-
mas reflete um ambiente de escritório em casa. Dessa maneira, o método Montessori é bem adequado para o
ensino caseiro. No entanto, vários artigos que listam os métodos de homeschooling simplesmente tiram da lista
o método Montessori.[6] Montessori, porém, merece ser incluído por ser voltado a jovens aprendizes e focado
nas crianças, ainda que não tenha alcançado os mesmos níveis de popularidade que outros métodos atingiram.

Primário: O método Montessori incorpora as descobertas da psicologia das crianças muito novas e é
facilmente adaptável a elas, que precisam tocar, pegar, se mexer e jogar ao longo do processo de aprendizado.

Amigável a Necessidades Especiais: O método Montessori foi originalmente implementado para tratar
crianças incapacitadas ou com deficiências mentais. Montessori achou tão eficaz que replicou o método para
outros perfis de estudantes.

Amigável a Gênios: Quase todo responsável acredita que seu filho ou filha é um gênio, mas o método
Montessori permite que estudantes realmente extraordinários em suas habilidades trabalhem no seu próprio
ritmo e tenham seu planejamento de estudos adaptados a seus interesses particulares e suas necessidades. Isso
garante que os estudantes acima da média acelerem seu processo, mais do que uma sala de aula convencional
permitiria.

Físico: Montessori chama a atenção de muitas famílias e educadores por usar táticas de interações
físico-corporais. Essa abordagem não apenas é benéfica para as crianças de forma geral, mas também alguns
estudantes respondem melhor a esse tipo particular de ensino. As Inteligências espaciais e táticas costumam ser
deixadas de lado em salas de aula convencionais, mas essas virtudes são valorizadas na educação Montessori.

Altamente Adaptável: Devido ao aparente “desligamento” do educador Montessori, os estudantes po-


dem escolher a partir da lista de opções, assim podem seguir suas áreas de interesse por longos ou curtos perí-
odos, como desejarem.

Nutre Arte e Criatividade: Uma vez que esse método facilita a tomada de decisões, ele enfatiza intera-
ções físico-táticas e tem sua duração variável, jovens artistas podem ver nas aulas Montessori o ambiente ideal
para desenvolverem suas obras. Criatividade e capacidade de invenção são riquezas nesse método.

Turmas Reduzidas: Até mesmo as “escolas convencionais” Montessori prezam por turmas reduzidas,
então elas são naturalmente adequadas a aplicações caseiras, em que familiares-educadores preveem trabalho
com poucos estudantes por vez e podem investir mais generosamente nas instruções individualizadas para
cada criança.

Desvantagens
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Montessori é adequada para vários estudantes, mas tem algumas desvantagens.

Certificado de Professor (Licenciatura): Uma das desvantagens mais óbvias é que o método Montessori
é um método oficial e completo, com treinamento de turmas e certificação. Tecnicamente, antes de começar
sua educação domiciliar, você precisa de um certificado de instrutor Montessori. Sabendo disso, esse problema
pode facilmente ser sanado. Familiares-educadores podem apagar o título “Montessori” e ainda assim usar seus
princípios. No entanto, é mais recomendado que procurem o certificado para garantir a sua execução correta.

Modelo Casa-Escola: O método Montessori, até então, não é comum a educações domiciliares, mas é
acima de tudo utilizado em escolas privadas e, algumas vezes, em públicas. Em outras palavras, continua sendo
uma alternativa de “casa-escola”, mais do que uma “educação domiciliar”. Isso não seria um problema se não
fossem as poucas opções de fontes e redes.

Ensino Fundamental e Médio: Esse método parece funcionar melhor para estudantes mais jovens e é
pouco usado fora do Ensino Primário.

Desestruturado: Essa metodologia aberta pode parecer desestruturada, não rigorosa e pouco estimu-
lante a alguns estudantes que precisam de desafios externos, competições, regras e ordens impostas.
Humanismo: Esse método é modelado numa visão humanista da criança.[5] Se essa não é a sua visão ou não
se adequa a seu estudante, esse modelo pode não funcionar para você.

O Método Montessori pode ser para você se...

• Você vê os estudantes como tábulas rasas e não quer que entrem em formas valorizadas por algumas
escolas tradicionais.
• Você pretende se certificar no método Montessori ou convidar professores certificados para que trei-
nem você ou compartilhem seus afazeres de educação caseira.
• Você tem um estudante com dificuldades médias a graves de aprendizados, com deficiência ou com
uma habilidade e talento muito acima da média.
• Você confia no estudante de forma geral para direcionar seu próprio aprendizado, dando a ele uma
estrutura pequena e muita liberdade.
• Você quer que seu estudante tenha oportunidades de aprendizado imersivo, físico e tático.

Fontes

• Maria Montessori, The Montessori Method (O Método Montessori, em tradução livre) (Frederick A.
Stokes Company, 1912).
• Maria Montessori, An Absorbent Mind, Revised Ed. (Uma Mente Absorvedora, Ed. Revisada, em
tradução livre) (Holt Paperbacks, 1995)
• Maria Montessori, Dr. Montessori’s Own Handbook (Manual Próprio da Dra. Montessori, em tra-
dução livre) (Frederick A. Stokes Company, 1914).
• Tim Seldin, How To Raise an Amazing Child The Montessori Way (Como Criar um Criança Incrível
Por Meio do Método Montessori, em tradução livre) (DK, 2006).

Para a educação Montessori, os aspirantes a educadores podem ir direto à fonte. Maria Montessori
tem vários manuais para escolher. Tim Seldin também tem livros populares e contemporâneos sobre o méto-
do. Seus livros podem ser a fonte mais importante, já que são mais atuais e direcionados ao ensino doméstico.
Os livros de Maria Montessori são referências de autoridade, mas podem parecer datados ao, por exemplo,
discutirem psicologia infantil como um novo campo de estudo, como era em sua época.

• American Montessori Society


• International Montessori Index
• Living Montessori Now
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A American Montessori Society Headquarters é um bom lugar para pesquisar sobre educação Mon-
tessori. Não é apenas repleta de artigos e links para materiais, mas você também pode se tornar um membro
da sociedade e conquistar seu diploma por meio de seus cursos e conferências. Já The International Montes-
sori Index tem mais ferramentas e recursos e ainda lista uma grande quantidade de Escolas Montessori pelo
mundo. Você pode procurar o contato para achar uma escola em que possa observar, investigar e aprender
diretamente a partir de professores e administradores Montessori. Por fim, Living Montessori Now é um site
pessoal de Deb Chitwood, veterana da educação Montessori. Ela oferece muitas fontes práticas e não tecnicis-
tas para orientar sobre o método.

Planejamento de Ensino e Materiais

• American Montessori Society – Family Support Materials (Materiais de Suporte à Família)


• Montessori-Pierson Publishing Company
• Michael Olaf – Montessori Store (Loja Montessori)
• EdVid—Montessori Educational Videos (Vídeos Educativos Montessori)
• JMJ Publishing & Livable Learning – Hope4ME printables

Há muitas publicadoras para escolher. Mas, tenha atenção, uma vez que o método Montessori é pri-
mariamente voltado ao modelo de casas escolares (por exemplo, escolas privadas e públicas), os materiais
podem ter um alto custo. Podem ser muito caros ou ter uma base de item-por-item. Você precisará fazer uma
pesquisa ou ser criativo (por exemplo, fazer o seu próprio) para ter materiais que se adequem ao orçamento
de uma educação caseira. Felizmente, mesmo dentro do modelo convencional, no entanto, há alguns materiais
recomendados para uso em casa. Isso porque o método Montessori sempre teve muitas interseções com a edu-
cação domiciliar. Hope4Me printables (material que pode ser impresso) é um bom lugar para começar. JMJ
publishing/Livable Learning (grupo editorial) tem outros materiais disponíveis. EdVid é único por oferecer
materiais em vídeo.

Redes e Grupos

Há muitos grupos e redes disponíveis. Esses dois sites, o North American Montessori Teachers Associa-
tion e o Local Groups at American Montessori Society, são boas portas de entrada para o universo Montessori.
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Amplamente baseada no trabalho do pioneiro em educação domiciliar John Holt, o Unschooling é uma
forma livre voltada ao estudante, não convencional e individualizada. Os planos de aprendizagem e estudo são
projetos focados nos interesses dos estudantes, com prioridade em formas experimentais, baseadas em ativida-
des e aprendizado conforme o estudante evolui. O Unschooling é constituído por alguns métodos rigorosos e
sistemáticos de ensino quanto às habilidades básicas de leitura, escrita e aritmética e costuma ser administrada
com uma ampla variedade de tecnologia e materiais, frequentemente sem testes ou avaliações convencionais.
O Unschooling permite que os familiares-professores questionem quase tudo acerca do ensino convencional,
seja público ou privado, e até mesmo da educação domiciliar. Nesse modelo, familiares-professores tendem a
ser mais facilitadores do que leitores, instrutores ou professores “convencionais”. Ver também: JohnHoltGWS.
com e Unschoolrules.com.

Benefícios

O Unschooling é provavelmente o método mais único dos listados aqui. Como difere muito dos méto-
dos Escola-em-Casa e Clássico, pode parecer estranho e pouco prático. No entanto, com uma mente aberta e
um instinto aventureiro, familiares-professores podem achar grandes benefícios nesse perfil e podem descobrir
um meio mais orgânico de estabelecer relações familiares e estimular a personalidade da criança.

Adaptabilidade: Esse é o método disponível de maior flexibilidade. Pessoas que seguem esse formato
podem se sentir desconfortáveis em chamar o Unschooling de método, já que é tão maleável às necessidades e
aos interesses únicos de cada estudante e professor.

Movido pela Paixão: O Unschooling permite que os estudantes explorem academicamente suas paixões
– como skate, baleias, confecção de bolos, jardinagens, arsenal medieval, cultura africana ou artes marciais –,
então seus estudos se alinham aos seus interesses.

Estrutura Elástica: Familiares-professores podem direcionar a educação de maneira elástica, fornecen-


do as estruturas mínimas para que os estudantes trilhem seu percurso de aprendizado.

Multidimensional: Enquanto o ensino convencional e alguns outros métodos de homeschooling são


bidimensionais, focando quase que exclusivamente num aprendizado raso de leitura, o Unschooling favorece
experiências, completude e interação, fatores que podem enriquecer o aprendizado. O Unschooling costuma
incorporar leituras, mas adiciona camadas de experiência ao promover encontros vívidos e acesso a diferentes
pontos de vista e formas de aprender (por exemplo, múltiplas inteligências).

Dignifica a Diversidade: Trata cada estudante como ser único e criativo. O Unschooling está para o
ensino convencional assim como o artista freelancer está para a produção industrial. Esse método saboreia a
expressão de criatividade individual para uma reunião de fatores eficientes.

Relação Familiar Modificada: O Unschooling se encaixa bem à paternalidade. Ambas são flexíveis, am-
bas se adaptam a cada criança e ambas investem no desenvolvimento da criança de acordo com suas persona-
lidades e dons. O Unschooling adiciona essencialmente uma dimensão intencionalmente educional à missão
familiar.

Desvantagens

As desvantagens são essencialmente o outro lado da moeda, ou melhor, dos benefícios. Familiares-pro-
fessores que seguem esse perfil verão que eles podem desafiar as expectativas. Alguns podem precisar fazer
ajustes ao longo do percurso para garantir a flexibilidade do método para que ele não se desdobre em uma
experiência educacional ruim.

Reacionário: Enquanto a Unschooling oferece uma alternativa valiosa para outros métodos, o termo
“Não-escola” gera muitas reações. Isso não é surpresa. Se você ler os livros de John Holt ou Clark Aldrich, você
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perceberá essa conotação. O Unschooling reage contra as limitações e falhas de outros métodos de ensino. Isso
não é algo necessariamente negativo. No entanto, leva o risco de aparentar negação na sua visão mais superfi-
cial, como se optar por se afastar dos erros de outros métodos fosse garantia de não cometer erros paralelos ou
em outro segmento. Familiares-professores precisam tomar cuidado se não estão apenas reagindo a modelos
convencionais e deixando de aproveitar suas potencialidades.

Falta de Estrutura: Estudantes podem precisar de mais rigor e estrutura do que esse (não)método pro-
vê. O Unschooling permite que os facilitadores implementem estruturas adicionais onde for necessário, mas
pode não ser ordenado ou monitorado o suficiente para alguns estudantes.

Humanismo: Sob a perspectiva da Unschooling está a visão humanística da criança.[5] Esse humanis-
mo pode ser um bom corretivo contra os modelos de educação mecânicos e industriais. Porém, se você não
está de acordo com essa filosofia de pensamento, então você pode acabar questionando o método educativo de
“livre fluidez” e “direcionamento ao estudante”.

Lacunas de Conhecimento: O Unschooling pode ser pouco sistemática para abarcar conteúdo. Esse pa-
drão dá margem para lacunas de conhecimento e pode deixar que estudantes deixem de adquirir competências
fundamentais para o futuro.

Redundante: Familiares-professores podem estar “reinventando a roda”. Ao rejeitar a educação de for-


ma geral, tentam novos percursos para os mesmos problemas antigos que a escola tenta responder. Algumas
vezes, a “moda antiga” representa uma sabedoria que não deve ser facilmente descartada.

O Unschooling pode ser para você se...

• Você é cético em relação ao método convencional/tradicional.


• Você acredita que as salas de aula basicamente ensinam alunos a estarem em sala de aula.
• Você acredita que boa parte do conteúdo escolar é informação inútil que será rapidamente esquecida.
• Você acredita que o aprendizado é melhor, mais rico e permanente quando alinhado às necessidades
e interesses mais imediatos.
• Você confia no estudante para saber o que é melhor para si, dando a ele pouca estrutura e muita liber-
dade.
• Você ou seu estudante tendem a pensar de maneira empreendedora, a tentar novas formas e ferra-
mentas, a aprender sobre assuntos distantes e pouco relacionados entre si e gostam de inventar coisas desde o
esboço.
• Seu estudante já tende a criar projetos de aprendizado para si mesmo como aprender os nomes de
dinossauros, memorizar estatísticas de futebol, fazer palavras-cruzadas ou cozinhar.

Fontes

• UnschoolRules.com
• JohnHoltGWS.com
• John Holt & Pat Farenga, Teach Your Own: The John Holt Book of Homeschooling, (Ensine a Si
Mesmo: O Livro de John Holt sobre Educação Caseira, em tradução livre) 1st Paperback Ed. (De Capo Press,
2003).
• Clark Aldrich, Unschooling Rules: 55 Ways to Unlearn What We Know About Schools and Redis-
cover Education (Regras da Não-escola: 55 Maneiras de Desaprender o que Sabemos Sobre Escola e Redesco-
brir a Educação, em tradução livre) (Greenleaf Book Group, 2011).
• Mary Griffith, The Unschooling Handbook: How To Use The Whole World As Your Child’s Class-
room, 2d ed. (O Manual da Não-escola: Como Usar o Mundo como Sala de Aula do seu Filho, 2ª ed., em tra-
dução livre) (Three Rivers Press, 1998).
• Oliver Demille, A Thomas Jefferson Education: Teaching a Generation of Leaders for the 21st Cen-
tury. (Uma Educação de Thomas Jefferson: Ensinando uma Geração de Líderes do Século 21, em tradução
livre) TJedOnline.com 2009.
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O Unschooling é conhecido por ser o método mais confuso e menos familiar. Sabendo disso, ele não é
tão complicado. É apenas uma filosofia de educação diferente quando comparada com a ideia padrão de “esco-
la”. Antes de mergulhar nesse método, familiares-professores fariam bem em ter uma cópia dos livros de John
Holt e Clark Aldrich. Holt explica a teoria por trás do Unschooling e Aldrich oferece curtos e claros axiomas
para ajudar a formatar sua “Não-escola”. Outros sites e fontes podem ajudar a angariar conhecimento sobre o
método. O último livro listado, Thomas Jefferson Education, é uma recomendação popular dentro e fora do
universo do Unschooling. Esse texto usa a prática educativa de Thomas Jefferson como modelo de treinamento
de liderança para o Unschooling. Os princípios-chave são “liderança pelo exemplo” e “inspire, não exija”, que,
juntos, criam uma orientação baseada no aprendizado por exemplos.

Planejamento de Ensino e Fontes de Ensino

• “The Master List of Unschooling Resources” de WeedemAndReap


• JohnHoltGWS.com – List of Unschooling Blogs (Lista de blogs de Não-escola)
• Unschoolers.com – Free Resources (Fontes gratuitas)
• Thomas Jefferson Education

As fontes de Unschooling variam bastante porque quem segue esse método pode usar basicamente
qualquer ferramenta para seu plano de ensino. Esse método permite que familiares-professores encontrem
oportunidades onde outros podem ter achado muito trivial ou não acadêmico para valer o estudo. Podem se-
guir o currículo convencional de maneiras atípicas ou extrair lições e projetos de ensino a partir de atividades
extracurriculares. Com isso em mente, já que o Unschooling pode ser tão pouco convencional e contra intuiti-
va, quem o segue é aconselhado a seguir guias de prática de ensino para se familiarizar com o método. Poucos
são os que cresceram já com o pensamento adequado aos termos de Unschooling, então seu instinto pode
puxá-lo de volta aos modelos convencionais. Felizmente, variados sites de Unschooling oferecem uma gama de
recursos, geralmente a baixo ou nenhum custo, e podem fornecer uma orientação informal sobre como fazer
do mundo sua sala de aula.

Redes e Grupos

Trabalhar em equipe é importante em áreas de risco, assim como com o Unschooling. Há vários grupos
em circulação. Sinta-se livre para extrair amostras de muitos deles. Às vezes, são conhecidos por serem indi-
vidualistas, então é importante que você experimente antes de se fechar a um único grupo ou método de Uns-
chooling. Cada um destes quatro site oferecem um leque de opções para você: Family Unschoolers Network,
Unschoolers.com – Support Groups, Unschooling in the World e Unschool Meetups.
21
Outro modelo popular de educação escolar em casa é a Escola-em-casa ou Educação Caseira “Tra-
dicional”. Diametralmente oposta ao Unschooling, Escola-em-casa é basicamente o mesmo que uma escola
pública ou particular, mas implementada em casa. Esse tipo de educação é baseado em currículos completos,
geralmente retirados do planejamento anual de uma escola, e por isso pode até mesmo coincidir com o de uma
escola comum. Escola-em-casa pode ser feita independentemente e totalmente administrada por um familiar-
-professor. No entanto, é normal que seja exercida por um professor-facilitador de alguma escola administrada
online, seja pública ou privada (paga). Ainda que tendam a ser caros e acompanhados de um currículo pre-
viamente elaborado, familiares e professores podem utilizar materiais para compor o currículo gratuitamente
como: Tufts or the Open Education Consortium. Ver também: HomeSchoolDiner.com e K12.com.

Benefícios

Os benefícios da Escola-em-casa tendem a rodear sua convencionalidade e facilidade de acesso. En-


quanto o Unschooling e Montessori divergem das expectativas de uma educação tradicional, a Escola-em-casa
permite que a família educadora divida o tempo com atividades reconhecidas do modelo de educação tradi-
cional e que ao mesmo tempo privilegiam os benefícios de uma educação baseada em casa.

Convencional: A Escola-em-Casa é facilmente compreendida nos mesmos termos de uma educação


convencional. Nem todos que se interessam por educação escolar em casa pretendem “revolucionar” todo o
sistema de educação ou pretendem jogar fora todos os métodos e estratégias das salas de aula convencionais. O
método Escola-em-Casa é convencional à sua própria maneira, assim pode atrair famílias que não pretendem
“reinventar a roda” (da educação).

Padrões Formais: Aulas e planejamento de ensino da Escola-em-Casa são tipicamente alinhados com
os padrões letivos orientados pelo Estado e pelo governo. Assim, familiares já sabem do que necessitam os
estudantes, geralmente com categorias padronizadas e mensuráveis que se adequam às suas necessidades para,
futuramente, estarem aptos a se candidatar ao vestibular.

Escolhas: Há muitos planejamentos pré-preparados, ano por ano, prontos para usar. O mercado edu-
cacional está carregado de escolas visando mais estudantes, mesmo à distância por meio do ensino online. Isso
quer dizer competição, que significa uma gama de oportunidades a recorrer.

Acompanha Escolas Públicas e Privadas: Os estudantes se mantêm no mesmo ritmo dos estudantes de
colégios convencionais. Ao seguir os padrões governamentais de educação, estudantes de ensino domiciliar
têm a garantia de que seu aprendizado é comparável ao ensinado nas escolas tradicionais. Com o modelo Es-
cola-em-Casa, os familiares podem até mesmo adquirir os mesmos livros que as escolas utilizam.

Favorável a Períodos Curtos: Algumas necessidades do ensino domiciliar são de curta duração, assim
os estudantes podem facilmente reingressar nas escolas tradicionais após um período em casa. Esses períodos
podem acontecer quando estudantes estiverem em locais distantes ou experienciando situações de vida atípi-
cas, como consequência de um cronograma de trabalho (como esporte, atuação etc.), ou como resultado de
algum ferimento ou doença. Escola-em-casa permite que os estudantes impactados invistam um semestre ou
um ano fora de sala de aula e, na volta, não estejam defasados.

Desvantagens

Se a Escola-em-Casa compartilha as potências da escola convencional, ela também divide as fraquezas.

Alto Custo: Embora haja algumas opções pouco custosas ou até gratuitas desse método, geralmente a
educação Escola-em-casa é tão cara quanto uma escola privada. Esse tipo de ensino é pensado para ser vendido
em pacotes e costurado ao longo dos anos, indo desde o Primário até o Ensino Médio. Então, por exemplo, os
livros didáticos são inúteis sem a orientação dos professores e o gabarito, e nenhum deles vai ter efeito se os
estudantes não tiverem trabalhado os conteúdos e temas dos anos anteriores.
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Sistema Fechado: Já que a Escola-em-casa funciona sobretudo em métodos escolares fora do ambiente
de colégio ou em salas de aula online, estudantes dessa modalidade estão retidos na linha de ensino que a insti-
tuição oferece. O estudante não pode simplesmente “sair” de uma disciplina, exercício ou lição. Isso, no entan-
to, pode ser suprimido se o familiar-professor e a instituição estiverem totalmente de acordo com a mudança
de foco estudantil.

Esgotamento: É comum que familiares-professores desse método sofram de esgotamento. Quando fa-
miliares não estão dispostos ou não têm condições de bancar uma escola privada dentro de casa, eles podem
tentar replicar esse método por conta própria, administrando sozinhos o currículo inteiro de uma escola pri-
vada. Mas isso é arriscado, pois esse tipo de colégio costuma ter entre 5 e 8 professores diferentes por turma.
Na maior parte dos casos, a educação escolar carrega o peso de depositar em uma só pessoa a função dos pro-
fessores de todas as disciplinas. Em outros casos, o esgotamento acontece porque os familiares-professores não
puderam destinar tempo e energia o suficiente para reforçar a educação da criança, já que o ensino à distância
ainda não substitui completamente a experiência de uma escola tradicional. De maneira simples, familiares-
-professores terão um papel único no trabalho de lecionar em casa, ainda que usem o “escola numa caixa”
(pacote curricular completo) ou trabalhem por meio de escolas online.

Números Desfavoráveis: Turmas de colégios convencionais podem ter até 35 alunos. Quando o cur-
rículo escolar é transferido diretamente das escolas para o ensino domiciliar, o familiar-professor é levado a
tentar encaixar atividades e exercícios a um número muito menor de estudantes. Essa carga de trabalho extra
pode aturdir o parente e esfacelar as vantagens do ensino em casa.

Inflexível: Com a Escola-em-casa, você poderá encontrar materiais muito formais e inflexíveis, focados
em livros didáticos e não no estudante.

Consumidor de Tempo: Esse método pode consumir muito tempo, consistindo em 8 horas por dia de
dedicação aos estudos por cinco dias semanais, comparado a 4 a 5 horas por dia de outros métodos de homes-
chooling.

O método Escola-em-casa pode ser para você se...

• Você não tem interesse em “reinventar a roda”. Você está satisfeito em usar as ferramentas e métodos
do ensino convencional ainda que a escola pública ou particular local não seja a ideal para seu estudante.
• Você prefere trabalhar com planejamento de ensino certificado por pessoas da área, preferivelmente
professores veteranos com cartas de recomendação.
• Você prefere um planejamento de ensino que cubra a previsão governamental.
• Você prefere não construir seu planejamento fragmentado. Ao contrário, prefere pacotes pré-molda-
dos, com materiais para um ano completo, ainda que esses materiais sejam mais caros.
• Você está disposto a colocar muito tempo e recurso (incluindo financeiro) na educação em casa.
• Você pretende reintroduzir seu estudante em um colégio convencional no futuro.
• Você quer tirar seu estudante da escola convencional mantendo-o alinhado intimamente com suas
experiências escolares anteriores.

Fontes

• Homeschooling 911 – School-At-Home Method (Método Escola-em-casa)


• Public School Review – Homeschooling Compared with Public Schooling (Educação escolar em casa
comparada com educação pública)

Já que esse método é basicamente uma sala de aula pré-fabricada importada para sua casa, ele pode
não precisar de muito “direcionamento” como os outros métodos pedem. A filosofia de educação é específica
de cada tipo de planejamento ou colégio, então é interessante que você estude o planejamento de colégios que
você considera pertinentes. Com isso em mente, não seria de todo ruim ter uma breve introdução sobre o mé-
todo. As duas indicações acima são bons lugares para começar.
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Planejamento de Ensino e Materiais de Ensino

• Abeka books
• Saxon Curricula
• Houghton Mifflin - Homeschool
• Rod and Staff Bible Based Curricula
• Sonlight Curriculum
• Institute for Excellence in Writing
• K12.com

A maior força do método Escola-em-casa está na variedade de planejamentos pré-montados disponí-


veis. Há muitas outras opções além dessas. Essa seleção é um bom exemplo da riqueza de materiais para edu-
cações caseiras tradicionais.

Redes e Grupos

A Homeschool Legal Defense Association (HLDA) tem links para grupos de apoio aprovados pela
HLDA. A HLDA é uma das melhores fontes para encontrar apoio na sua área. Lembre-se também que ensino
online e à distância costumam ter grupos de familiares, fóruns, conferências de familiares-professores e vários
experts que você pode consultar conforme se aproxima do universo da educação de crianças.
25
Unidades de estudos são planos de aprendizados relacionados por temas, em que os estudantes vão
estudar o mesmo evento ou objeto pela perspectiva de cada disciplina. Por exemplo, podem estudar Egito em
Geografia, o livro do Êxodo em interpretação de texto, teoria da evolução humana fundada no Egito nas aulas
de Ciências, e pirâmides e triângulos nas aulas de Geometria e Trigonometria. Essas disciplinas podem ser uni-
das ou divididas de acordo com a necessidade. Unidades de estudo podem ser pensadas como um instrumento
dentro de outro, mais compreensível com a combinação da metodologia educacional do método Eclético (ver
próxima sessão sobre método Eclético). Por isso, Unidades de estudos são comuns junto a Charlotte Mason,
Unschooling e, às vezes, com o método Clássico. Ver também: https://unitstudy.com/ e “Unit Study Approach”.

Benefícios

Unidades de estudo geralmente não demandam muito mais do que disciplinas interseccionais. Assim,
Unidades de estudo acabam sendo muito versáteis para transformar lições em projetos multifacetados e em
exercícios que integram e engajam diferentes interesses de estudantes e perfis de aprendizagem.

Divertido: Unidades de estudos ensinam se divertindo. Em vez de estudar a Guerra Civil como uma
lista de datas e nomes, estudantes podem jogar um jogo de tabuleiro baseado na Guerra Civil, montar esquetes,
peças e releituras de peças, ou mesmo investir em diálogos socráticos e debates a partir de cartas e documentos
da época da Guerra Civil. As oportunidades são infinitas.

Direcionado ao Estudante: Unidades de estudos montam planejamentos de estudos bem direcionados


aos estudantes, ensinando-os responsabilidade e autoconsciência ao longo de seu processo de formação.

Completude: Ao se relacionar com o aprendizado de maneira holística e com disciplinas inter-relacio-


nadas, estudantes podem crescer mais “conectados” com o senso de conhecimento.

Reforça Disciplinas Fragilizadas: Utilizando esse método, familiares-professores podem incorporar


disciplinas que frequentemente afastam os estudantes. Com isso, Unidades de estudo incentivam estudantes a
trabalhar e tomar gosto por suas áreas mais fracas, já que potencializam as disciplinas mais fortes.

Parceria: Esse método usa bem a formação de grupos, assim como Charlotte Mason, Clássico e Uns-
chooling.

Desvantagens

A metodologia de Unidades de estudo tem muitos benefícios, mas ela tem suas desvantagens. A maior
parte delas pode ser sanada ao utilizar parte do método Eclético e unindo também Charlotte Mason e Unida-
des de estudo como um único caminho educativo.

Incompleto: O termo “Unidades de estudo” tende a se referir ao planejamento de estudo mais do que a
uma filosofia única de ensino. Não há um grupo de ideias unificadas que expliquem a “abordagem geral” para
esse método. Quais são os objetivos? Como são conectadas as áreas do conhecimento de forma que tudo que
é importante é abarcado? Quais são as competências mais importantes e em que ordem? Não há uma fonte
única e clara para responder questões desse gênero. Os familiares-professores são deixados para “descobrir” à
sua própria maneira.

Dependente de Currículo: Unidade de estudo pode ser muito dependente de um currículo escolar.
Mais do que com outros métodos, essa metodologia não tem um modelo universal que garanta a cobertura dos
temas mais importantes. Portanto, uma educação em Unidades de estudo pode ter um currículo escolar muito
amplo, mais do que outros métodos. Além disso, alguns planejamentos educacionais podem abandonar áreas
de conhecimento inteiras, deixando para os familiares-professores a responsabilidade de antecipar e compen-
sar tal lacuna.
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Lacunas de Conhecimento: Unidades de estudos são conhecidas por deixarem lacunas de conheci-
mento maiores. Por agrupar as áreas tematicamente de acordo com objetos e eventos, o risco constante de uma
disciplina (como matemática ou química) ser insuficientemente abordada é amplamente ignorado.

Lógica Interna: Outra objeção vem de Susan Wise Bauer. Ela alega que Unidades de estudo são confli-
tuosas, pois cada disciplina tem sua “lógica interna” e lógicas diferentes podem não encaixar umas às outras.
As áreas de humanas como linguagens, história, filosofia ou geografia casam muito bem em uma unidade de
estudo, mas matemática e ciências podem levar o estudante a outra direção. Esses últimos contribuem para a
construção de um conhecimento sistemático e com pré-requisitos. Caminhar ao redor ou utilizar uma estru-
tura histórico-cronológica pode se adequar às disciplinas de humanas, mas são práticas arriscadas para com-
petências matemáticas. Desse modo, Unidades de estudo pode funcionar melhor em estudos sistemáticos em
sequência, a fim de garantir que nenhuma área saia prejudicada.

Dependente: Por esse método ser incompleto (como explicado), ele precisa de uma estrutura teórica
complementar, como a Clássica, Unschooling ou Charlotte Mason.

O método Unidades de estudos pode ser para você se…



• Você se incomoda que professores e escolas mantenham as disciplinas separadas quando, no mundo
real, áreas do conhecimento estão intrincadas feito espaguete.
• Você quer que seu estudante observe as ideias por diferentes perspectivas.
• Você prefere entendimento mais aprofundado a um acúmulo de informações.
• A ideia de estudar o mesmo evento por meio de diferentes áreas do conhecimento lhe apetece.
• Você pretende construir o currículo de seu aluno desde o esboço, custe o que custar.
• Você quer liberdade para você e seu estudante acerca do que estudar.

Fontes

• Homehearts – The Unit Study Approach


• UnitStudies.com
• Lori Pickert, Project Based Homeschooling: Mentoring Self-Directed Learners (Educação Escolar
Caseira Baseada em Projetos: Mentoria Voltada a Aprendizes, em tradução livre) (CreateSpace, 2012).
• Valerie Bendt, Unit Studies Made Easy (Unidades de Estudos Facilitadas, em tradução livre) (Bendt
Family Ministries, 2004).
• Susan Wise Bauer, “Thoughts on Unit Studies” (Reflexões sobre Unidades de Estudo, em tradução
livre) (WellTrainedMind, N.D.).
• Gail Kappenman, “What is a Unit-Study?” (O Que é Unidade de Estudo?, em tradução livre) (Cros-
swalk.com, 2009).

Unidades de estudo são partes populares de várias técnicas de educação domiciliar, seja como méto-
do primário ou como complementar à educação Eclética (ver próxima sessão). Manuais de professores desse
método geralmente são instruções de “como fazer” para empregar em seu próprio programa de Unidades de
estudo e para selecionar os materiais adequados. Não espere materiais elaborados para explicar o método de
maneira destrinchada. Esse modelo é antes de tudo uma ferramenta curricular, não um método completo de
educação. Ainda assim, é uma boa prática para quase todos os familiares-professores (independentemente do
método utilizado) conhecer as obras de Bendt, Unit Studies made Easy, ou Pickert’s Project Based Homescho-
oling. Tais manuais são poderosos complementos para quaisquer métodos de educação domiciliar.

Planejamento de Ensino e Materiais de Ensino

• Unit Studies by Amanda Bennet


• Konos.com
• DIY Homeschooler – Free Unit Studies (Unidade de estudo gratuita)
• Eclectic Homeschool Online – Create Your Own Unit Studies (Crie sua própria unidade de estudo)
• Donna Young – Unit Study Planner (Planejador de unidade de estudo)
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Unidades de estudo variam desde planejamentos elaborados pré-moldados até kits de faça você mesmo
disponibilizados online. Unidades de estudo são realmente distintos do método tradicional de homeschooling,
já que familiares podem literalmente construir todo um currículo a partir das experiências cotidianas, atrações
locais e materiais disponíveis em casa. Para alguns, essa abertura é amedrontadora, mas, para outros, é essa
aventura de descoberta que faz a educação escolar tão atrativa. Espíritos independentes provavelmente vão se
interessar pelos materiais gratuitos de faça você mesmo, como o artigo “Create your Own Unit Studies”. Aque-
les que confiam mais em materiais pagos podem checar a Unidade de estudo pré-moldada de Amanda Bennet
ou o Konos Unit studies.

Redes e Grupos

Unidades de estudo são frequentemente compatíveis com outros perfis de educação domiciliar, então
você pode mesclar tais redes utilizando os links disponibilizados em Charlotte Mason, Unschooling, Clássico
etc. Você também pode encontrar fãs das Unidades de estudo dentro da educação Eclética (a seguir). Se nada
se aplicar, você poderá encontrar uma rede, um grupo ou um encontro por meio da Homeschool Legal Defense
Association – Homeschool Support Groups (Grupos de Apoio à Educação Domiciliar).
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Unidades de estudos são planos de aprendizados relacionados por temas, em que os estudantes vão
estudar o mesmo evento ou objeto pela perspectiva de cada disciplina. Por exemplo, podem estudar Egito em
Geografia, o livro do Êxodo em interpretação de texto, teoria da evolução humana fundada no Egito nas aulas
de Ciências, e pirâmides e triângulos nas aulas de Geometria e Trigonometria. Essas disciplinas podem ser uni-
das ou divididas de acordo com a necessidade. Unidades de estudo podem ser pensadas como um instrumento
dentro de outro, mais compreensível com a combinação da metodologia educacional do método Eclético (ver
próxima sessão sobre método Eclético). Por isso, Unidades de estudos são comuns junto a Charlotte Mason,
Unschooling e, às vezes, com o método Clássico. Ver também: https://unitstudy.com/ e “Unit Study Approach”.

Educação domiciliar Eclética, também chamada de educação domiciliar “Relaxada”, é o método mais
popular de ensino em casa. A razão para sua popularidade é óbvia. Familiares que ensinam em casa amam
compartilhar suas ideias e fontes por diferentes metodologias, pois seu foco não é um método propriamente
dito ou exaltar determinado currículo. O objetivo principal é educar a criança e cada criança é única. Homes-
chooling Eclético é tipicamente voltado à criança, com recursos e baseada não apenas em currículos. Ela não
tem nenhuma lealdade a um método específico e tende a tratar as opções curriculares como um buffet em vez
de um pedido restrito. Familiares-professores podem mesclar quaisquer combinações de outros métodos e re-
cursos. Esse é o modelo mais flexível de todos. Você pode preferir uma sala de aula Clássica por alguns dias da
semana enquanto reserva o restante para atividades baseadas no perfil Charlotte Mason, como as caminhadas
pela natureza. Ou pode aderir a ideologias da Unschooling para as artes liberais, ao mesmo tempo que investe
fortemente em aulas de matemática rigorosas do tipo Escola-em-Casa. Uma das características em ascensão do
modelo Eclético é sua “hibridização”, que combina parte da escola domiciliar com parte do ensino tradicional
(público ou privado). Ver também: Eclectic-Homeschool.com e EclecticHomeschool.org.

Benefícios

Em termos simples, quando você implementa bem a educação domiciliar Eclética, você pode aprovei-
tar os benefícios de cada método ao mesmo tempo.

Adequado a Educadores Maduros: Você não precisa ser um excelente professor para entender o que
funciona ou não funciona para seu estudante. Esse método permite que você faça ajustes conforme necessários.
Para fazê-los, é preciso de um pouco de conhecimento junto à integridade de flexibilizar o que for preciso sem
abrir mãos dos tópicos não negociáveis.

Flexibilidade: Como explicado acima, esse é o método mais flexível que há. Ele permite que se mistu-
rem e casem as melhores partes de cada método para o que melhor se encaixar a você e a seu estudante.

Fontes: O método Eclético é o que mais tem recursos disponíveis, já que materiais de outros modelos
também são úteis para esse perfil.

Popularidade: Esse método é a opção padrão. Como resultado, não é difícil achar redes, grupos ou en-
contros para acompanhar ao longo da jornada de educação caseira.

Desvantagens

Os benefícios desse método são vários, mas sempre que combinar diferentes métodos e fontes há risco
de junto, importar suas desvantagens ou criar novos empecilhos. Se esse método parece chamativo para você,
tenha certeza de ter estudado os demais métodos para ter noção das potências e fraquezas que acompanham
cada um. Esse método deve ser usado de maneira tática.

Muitas opções: Ter um excesso de flexibilidade e de recursos pode parecer que é aberto além da conta,
com opções opressivas.

Más combinações: Poder misturar mostarda com sorvete não significa que você deve fazê-lo. Nem to-
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dos os métodos de ensino caseiro e materiais mesclam bem entre si.

Pior dos dois mundos: Misturar teorias educacionais conflitantes pode render o “melhor dos dois mun-
dos”, mas se não for feito corretamente pode acabar trazendo o “pior dos dois mundos”.

Muito precipitado: Os professores do método Eclético podem acabar descartando estratégias educa-
cionais bem planejadas antes de entender por que certas metodologias funcionam da maneira que funcionam.
Bons professores do perfil Eclético precisam de um entendimento sólido das demais metodologias para empre-
gá-las, assim não desperdiçam bons recursos por abrir mão delas tão cedo.

O método de Educação Eclética pode ser para você se…

• Você se interessa por misturar e combinar diferentes estilos.


• Você é o tipo de pessoa que “aprende conforme evolui” e está confortável com a responsabilidade de
trazer planejamentos de aprendizado diferente para o mesmo ambiente de ensino.
• Você não consegue decidir entre dois ou mais métodos.
• Você se sente “preso” se tiver que escolher apenas um perfil de ensino caseiro.
• Você achou pelo menos dois planejamentos de ensino e recursos que deseja muito implementar, mas
eles não encaixam em um único perfil de educação domiciliar.
• Você suspeita de métodos que soam ideais em teoria, porque acredita que eles provavelmente não
funcionam no mundo real sem apoio de fontes externas.

Fontes

• EclecticHomeschool.org
• Eclectic-Homeschool.com
• TheHomeschoolMom.com – Eclectic Method
• Jeanne Faulkner, “Instead of Curriculum” (Em Vez do Currículo, em tradução livre) (TheHomes-
choolMom.com, 2013)
• Amber Oliver, The Relaxed Art of Eclectic Homeschooling (A Relaxada Arte da Educação Escolar
Domiciliar, em tradução livre) (Self-published, 2012).
• Kelly Crawford, Think Outside the Classroom: A Practical Approach to Relaxed Homeschooling
(Pense Fora da Sala de Aula: Uma Abordagem Prática para a Educação Escolar Domiciliar Relaxada, em tra-
dução livre) (CreateSpace, 2014).

A natureza da educação escolar em casa Eclética incorpora todos os materiais de outros métodos. Mas
eles nem sempre combinam entre si tão bem, então continua sendo importante pesquisar técnicas de educação
domiciliar Eclética à sua própria maneira. Os três sites iniciais são boas fontes. O artigo de Jeanne Faulkner,
“Instead of Curriculum”, mergulha nas formas livres de aprendizado não curricular (muito semelhante ao
Unschooling). Os textos de Amber Oliver e Kelly Crawford também são recomendáveis para leitura.

Planejamento de Ensino e Materiais de Ensino

• A2Z Homes Cool


• Learning Style Test (Teste de Estilo de Aprendizado)
• Time4Learning – Eclectic Homeschool Page
• The Great Courses (Os Grandes Cursos)
• Eclectic-Homeschool.com – Reading List

Educadores Ecléticos adoram desenvolver suas próprias lições a partir de materiais de casa, sites locais
e experiências do mundo real, mas também podem utilizar planejamentos de estudo formais para garantir que
as disciplinas mais importantes estejam cobertas. Para que essa flexibilidade não seja atordoante, é uma boa
saída fazer o “Learning style test”, assim você pode entender a linguagem única que seu estudante precisa para
o aprendizado. Se ele ou ela ama dança ou música, por exemplo, essas predileções podem guiar sua busca. Você
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também pode implementar o conhecimento de professores de salas de aula por meio do programa The Great
Courses.

Redes e Grupos

Como um educador Eclético, você provavelmente estará apto a encontrar familiares educadores que
pensem como você em algum dos links disponíveis. Mas esses links são uma “ampla rede” para seus propósitos.
Afinal, se você leciona misturando os métodos Clássicos e Unschooling, você pode querer frequentar redes de
ambos os métodos. Várias opções de rede podem ser encontradas em Homeschool.com – Support Groups and
State Supported e Local Homeschool Networks.
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A essa altura, você já deve estar preparado para mergulhar em seu próprio homeschooling. Se estiver,
visite o site da Aned para compreender o aspecto jurídico da educação domiciliar no Brasil e obter consultoria
jurídica para sua família. Se você não se sente seguro quanto ao homeschooling, sem problemas. A maior parte
das fontes podem ser usadas em outros contextos, como ensino para jovens e adultos ou crescimento intelec-
tual próprio.

O homeschooling está ganhando voz no universo da educação. Sua explosão carrega uma mensagem
que vai muito além de casas e lares, exigindo que educadores de todos os cantos estejam atentos.

Notas

1. Coalition for Responsible Homeschool Education, “A Brief History of Homeschooling,” (Aliança


para uma Educação Escolar Caseira Responsável, em tradução livre) (Coalition for Responsible Homeschool
Education, N.P., N.D.), para. 1-5, acessado a 7 de junho 2016 via http://www.responsiblehomeschooling.org/
homeschooling-101/a-brief-history-of-homeschooling/.

2. Há outros métodos além desses sete. Mas, esses parecem ser os mais amplamente reconhecidos e
populares.

Um método deixado de lado nessa lista é o Waldorf. Baseado no trabalho de Rudolph Steiner, esse
método direcionado ao estudante que engloba as artes liberais evita livros didáticos e telas (televisão, compu-
tadores e celulares) para abrigar uma educação holística que nutra os estudantes de corpo, mente e alma. A
educação primária foca em atividades e experiências, enquanto o Ensino Fundamental foca em descobertas e
o Ensino Médio, em encontrar seu lugar no mundo. Você pode encontrar mais sobre esse método em: Waldor-
fHomeschoolers.com. Ainda que esse método tenha muitos seguidores, ele continua menos popular do que
os abordados anteriormente. Além disso, esse método está repleto de ideias religiosamente e cientificamente
controversas (um suposto líder “cult”) e fortemente amarrado a uma filosofia duvidosa e à “antroposofia”. Por
essas razões ele não foi incluído.

Outros métodos são deixados de lado por já estarem incluídos em outros métodos da lista. Por exem-
plo, Homeschool.com lista “inteligências múltiplas” como um método à parte. Essa abordagem tenta se dire-
cionar ao perfil particular de aprendizado do estudante e, talvez, à maneira preferida de o professor ensinar.
Mas grande parte dos modelos já se adequam a tais adaptações, sem comprometer suas características funda-
mentais. Inclusive, os familiares-professores fariam bem em aprender sobre “inteligências múltiplas”, para que
possam direcionar esse conhecimento em benefício do estudante.

Outros “métodos” às vezes mencionados são “Educação domiciliar por Vídeo/DVD” e “Educação do-
miciliar via Internet”. Esses não são incluídos por serem sistemas de fornecimento em vez de um método pro-
priamente dito. Uma educação Clássica, por exemplo, pode ser ministrada por meio de um currículo baseado
em DVDs, salas de aula online ou uma rede de famílias integradas, mas continua sendo uma educação Clássica,
já que não há mudanças na sua estrutura fundamental para acomodar esse tipo de fornecimento.

3. A educação Clássica tem a reputação de ser trilhada por alunos com algum “dom” de colégios pre-
paratórios de elite. É famosa por sua ênfase nos Grandes Livros. Isso significa que há muita leitura, mas estu-
dantes disléxicos são geralmente maus leitores, que podem acabar se sentindo desestimulados. Suas paixões
por aprender correm o risco de serem esmagadas por uma montanha de livros. Mas o método homeschooling
Clássico admite adaptações para que o programa possa desenvolver as habilidades da criança. Isso pode signi-
ficar que as expectativas para linguagens artísticas sejam ajustadas para um uso maior de elementos auditivos,
visuais e narrativos para remover exercícios que causem um desestímulo indevido. Isso pode ser implementa-
do por meio de métodos especializados de leitura como a abordagem Orton-Gillingham. Muitos familiares-
-professores acharam que a educação Clássica se encaixou bem aos seus estudantes disléxicos e permitiu que
usassem acomodações razoáveis para eles (assim como qualquer familiar-professor deveria fazer). Uma fonte
valiosa para educação caseira de disléxicos é HomeschoolingWithDyslexia.com. Há muitas outras histórias de
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sucesso a serem vistas, como no testemunho de SandboxToSocrates. Você também pode considerar adquirir
o Simply Classical: A Beautiful Education for Any Child (2013) (Simplesmente Clássico: Uma Educação Bela
para Qualquer Criança, em tradução livre); esse livro de Cheryl Swope foi pensado para agregar praticamente
qualquer criança, sobretudo com necessidades especiais, ao método Clássico.

4. Antes do surgimento do movimento clássico moderno, o “trivium” e o “quadrivium” originalmente


se referiam a três ou quatro disciplinas dentre as sete artes liberais clássicas. Para o trivium: gramática, lógica e
retórica; para o quadrivium, astronomia, geometria, música e aritmética. As áreas do trivium foram precurso-
ras do quadrivium. Ou seja, é preciso que primeiro se saiba ler, escrever, pensar e falar bem antes de se compro-
meter com as ciências (astronomia), as artes (música), a matemática (aritmética) e as engenharias (geometria).
Embora muitos desses termos e ideias remetam a raízes gregas, parece que essa estrutura educacional de artes
liberais é na verdade um produto da Idade Média. Ver: Otto Willmann, “The Seven Liberal Arts.” The Catholic
Encyclopedia. (“As Sete Artes Liberais” A Enciclopédia Católica, em tradução livre) Vol. 1 (Robert Appleton
Company, 1907), acessado a 9 de junho 2016 via http://www.newadvent.org/cathen/01760a.htm.

Enquanto isso, o movimento clássico moderno como representado por Susan Wise-Bauer segue o que
pode ser chamado de trivium “aplicado” (ver texto inkado, “Definition for Classical Education” (Uma Defini-
ção para a Educação Clássica, em tradução livre) para. 2). No movimento clássico moderno, as disciplinas de
gramática, lógica e retórica são tradadas como três estágios do desenvolvimento do aprendizado: o estágio da
gramática primária, os estágios da lógica fundamental e o estágio da retórica (ou argumentação) do Ensino
Médio. Curiosamente, pode-se seguir ambos os métodos Clássicos concomitantemente. O trivium das artes
liberais e o trivium aplicado são compatíveis se o educador quiser enxertar aulas de argumentação no Ensino
Básico ou Fundamental.

5. “Humanista” se refere à Psicologia Humanista (por exemplo, Carl Rogers), que se preocupa com a
criança como um todo e é profundamente interessada em sua perspectiva para a formação própria de um senso
de si, de um “eu”. A psicologia humanista, aplicada a crianças, entende que a criança é “basicamente boa”, com
capacidades latentes e potenciais inatos de saúde, completude e maturidade. Nessa tradição, espera-se atenção
dos professores aos desejos e interesses que a criança expressa, já que ela provavelmente sabe melhor do que
o professor o que ela precisa e está pronta para aprender no momento. Ver: S.A. McLeod, S. A. “Humanism,”
(SimplyPsychology.org, 2015), acessado a 13 de junho 2016 via www.simplypsychology.org/humanistic.html.

6. Artigos que descrevem métodos de educação caseira geralmente excluem o método Montessori. Veja,
por exemplo, os seguintes artigos: “Five Homeschooling Styles” (Cinco Perfis de Educação Escolar Caseira, em
tradução livre) de SimplyCharlotteMason, “Five Different Approaches to Homeschool” (Cinco Abordagens
Diferentes para a Educação em Casa, em tradução livre), de Heather Sanders, e “How to Homeschool” (Como
Ensinar em Casa, em tradução livre), de Kris Bales. Outros sites, no entanto, incorporam o modelo Montessori
em suas respectivas listas como Homeschooling.com e Confessions Of A Homeschooler (Confissões de Um
Educador Domiciliar, em tradução livre).

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