Cultura e

letramento
digital
Entrevista:
Mônica Daisy
Vieira Araújo
Introdução
A sociedade está inserida em uma realidade tecnológica, em constante
transformação. No contexto educacional não é diferente: as metodologias e
as práticas pedagógicas se modificaram - e continuam mudando - de modo a
contemplar ferramentas digitais como instrumento de apoio ao ensino.

A cultura digital vai além do uso de aparelhos tecnológicos, uma vez que
contempla todos os elementos relacionados ao uso da tecnologia, como
comportamentos, valores e hábitos. Já o letramento na cultura digital
corresponde ao ensino das práticas da leitura e escrita nesses dispositivos.

Nesse sentido, é importante que a cultura e o letramento digital sejam

introduzidos no plano de ensino escolar, promovendo a aprendizagem da cultura
digital desde a infância. Conversamos sobre o tema com a Professora Doutora
Mônica Daisy Vieira Araújo, coordenadora do Núcleo de Estudos Sobre Cultura
Escrita Digital (NEPCED/CEALE), em uma entrevista que você confere a seguir.

Boa leitura!

Aula do curso de extensão Uso de Tecnologias

Digitais: Práticas de leitura e escrita digital FaE/UFMG
Na sua opinião, qual a importância
de se introduzir a cultura digital
na educação?
Vivemos em uma sociedade na qual
a cultura digital está presente em
nosso dia a dia. Acordamos com o
despertador do smartphone que
possui o toque que escolhemos
na playlist do próprio dispositivo
ou que baixamos a música ou
que criamos o áudio com nossa
voz gravada. Ao longo do dia, se
precisamos comprar um produto,
assistir a um filme, viajar, estudar
ou sair para algum local da cidade
utilizamos a tecnologia digital.
Ou seja, nosso modo de viver, na
atualidade, está imerso na cultura
digital e isso traz implicações não
somente nas ações que fazemos
com o uso dos dispositivos digitais
e da Internet, mas, em especial, nos
nossos comportamentos e valores
relacionados a essa nova cultura.
Aula do curso de extensão Uso de Tecnologias Digitais:
Práticas de leitura e escrita digital FaE/UFMG
Lembro de uma escola de
Educação Infantil que realizei
uma pesquisa, em Belo
Horizonte, que as professoras
me perguntavam como utilizar
o laboratório de informática
com as crianças de dois
anos. Na época disse a elas
que é necessário pensar a
cultura digital para além dos
dispositivos digitais e da
Internet. Ademais, quando
relataram que as crianças
brincavam de tirar selfie com
os bloquinhos de madeira,
questionei se não poderia ser o
momento de elas perguntarem
para as crianças quem
realmente queria tirar a foto
e quem gostaria que as fotos
fossem postadas iniciando, de
forma simples, o debate acerca
da privacidade e da ética na
cultura digital.
Por isso gosto muito de reforçar a
importância do termo cultura digital
em vez de tecnologia digital, pois
nossa relação com as tecnologias
digitais está além do uso dos
dispositivos digitais, abrangendo
elementos culturais como
comportamentos, valores, atitudes
e hábitos que definem os usos
que fazemos desses dispositivos.
Desse modo, a escola, como o
espaço privilegiado de ensino das
novas gerações, não pode se furtar
de promover a aprendizagem da
cultura digital desde a primeira
infância, pois fora da escola a
sociedade está imersa na cultura
digital. A escola é o locus do ensino
do letramento digital, considerado
como o ensino das práticas de
leitura e de escrita digital, pois essa
cultura é, essencialmente, uma
cultura onde lemos e escrevemos
o tempo todo. Já a alfabetização
digital é menos importante, já que
as crianças aprendem desde muito
pequenas no espaço doméstico a
utilizar os dispositivos digitais, ligar
e desligar, acessar determinado
aplicativo entre outras habilidades
relacionadas ao conhecimento
da tecnologia. A escola deve
desenvolver a alfabetização
digital ao mesmo tempo que o
letramento digital, de modo que
os alunos possam ter um uso da
tecnologia digital mais consciente e
diversificado da cultura digital.
Como o professor pode introduzir a As características da
tecnologia digital nas suas práticas cultura digital, tais como
de sala de aula? a hipertextualidade, a
multimodalidade, a convergência
A primeira ação do professor deve
de conteúdo, a colaboração e o
ser relacionar o conteúdo ensinado
compartilhamento de informação,
em sala de aula com os usos que
não são utilizadas e perde-se
o aluno fará com as tecnologias
a oportunidade de inovação
digitais. O professor precisa
pedagógica.
compreender que a tecnologia
digital é apenas mais um suporte
de leitura e de escrita que poderá
ser utilizado em sala de aula para Possibilidades de inserção das
qualquer conteúdo. Começar pelo tecnologias digitais para a
criação de uma cultura digital em
uso de aplicativos, sites de busca, sala aula:
plataformas de conteúdos, entre
outros ambientes e gêneros digitais,
comumente utilizados pelo professor Propor produções coletivas de
e pelos seus alunos, é uma forma de gêneros textuais diversos com uso
criar ações pedagógicas que vão do Google Docs;
despertar um interesse na turma e
terão uma repercussão imediata nos Utilizar de recursos semióticos
usos cotidianos da tecnologia digital para a produção ou análise de
pelos estudantes. diversas propostas de atividades
digitais mais ou menos multimodal;
Quando o uso da tecnologia digital
fica restrito a atividades que
Promover pesquisas em sites de
são apenas uma remediação do
busca de conteúdos que estejam
impresso, ou seja, são iguais às
disponíveis em formatos diversos
que os alunos poderiam fazer no
e depois realizar debates acerca
papel, ou ao uso de jogos digitais
das mudanças de recepção desses
que não foram testados e avaliados
conteúdos;
pelos professores antes da aula, ou
mesmo quando os alunos ficam sem
a mediação do professor durante o Promover a produção e a leitura de
jogo, o uso da tecnologia digital se literatura digital.
torna pouco produtivo.
Podemos perceber que o uso de
tecnologias digitais em sala de aula
não requer atividades mirabolantes
e difíceis de se fazer com um
dispositivo digital disponível ou trinta.
Mas o que é essencial é o professor
relacionar o conteúdo curricular
com os conceitos oriundos da
cultura digital para conseguir propor
práticas pedagógicas realmente
digitais. Outro aspecto importante
Digitais: Práticas de leitura e escrita digital FaE/UFMG
que o professor precisa considerar
ao criar propostas de ensino com
tecnologia digital é buscar conhecer,
como diz David Bartoon e Carmen
Lee, as tecnobiografias dos alunos.
Isso significa conhecer suas práticas
na cultura digital, mas, em especial,
qual o nível de consciência sobre
os usos e o que pensam sobre
seus usos. Essas informações
darão suporte para propostas
pedagógicas mais assertivas.
Aula do curso de extensão Uso de Tecnologias
Qual a importância da formação de profissionais da educação a
continuada para o professor, estudantes de graduação e pós-
sobretudo no que diz respeito graduação de várias áreas de
à inserção da cultura digital na formação. O que quero explicitar,
educação? com essa nossa experiência, é
que é recente o interesse dos
Considero não só a formação
professores por essa temática de
continuada, mas, também, a
formação e que estamos criando
formação inicial de extrema
ações para atendê-lo. Sabemos
importância para que o
que a Base Nacional Comum
professor ou a professora possa
Curricular impulsionou o interesse
compreender o que fazer com
dos professores para os estudos
essa nova cultura em sala de aula
sobre a cultura digital, pois nela há
e, ainda, para podermos avançar
mais de 35 habilidades referentes à
em práticas pedagógicas de fato
cultura digital e que os professores
digitais, não apenas digitalizadas.
não aprenderam a trabalhar na
Estamos em um momento que
formação inicial.
considero inicial de oportunidades
de formação de professores em
torno da cultura digital. Os cursos
de graduação em licenciatura,
em sua maioria, não possuem
disciplinas obrigatórias que Preparamos um
contemplem essa temática e a material sobre a
oferta de formação continuada estrutura da Base
ainda é recente. Coordeno o Núcleo
de Estudos Sobre Cultura escrita
Nacional Comum
Digital, o NEPCED, na Faculdade Curricular:
de Educação da UFMG e temos
ofertado desde o ano passado
um curso de extensão que busca
promover a reflexão teórica e
metodológica sobre o uso das
tecnologias digitais em sala de
aula. A procura pelo curso vem
aumentando: na primeira edição, no
ano passado, tivemos quase 200
inscritos e neste ano foram quase BAIXAR INFOGRÁFICO
400 pessoas com perfis diferentes,
Mas quero ressaltar que o
professor e a professora deverão
priorizar formações que discutam
os aspectos conceituais e
culturais que permeiam o uso das
tecnologias digitais, pois aspectos
relacionados à alfabetização digital
considero pouco relevantes. Afinal,
o avanço tecnológico é muito
rápido e, em geral, as crianças
chegam na escola com a expertise
para o manuseio dos dispositivos
digitais e da Internet.

Palestra de apresentação do curso curso de extensão Uso de

Tecnologias Digitais: Práticas de leitura e escrita digital FaE/UFMG
No que diz respeito à alfabetização, construção da criança sobre o que
como ela tem se transformado ao a escrita representa e como ela é
longo dos últimos anos? representada. Nesse momento os
métodos de alfabetização ficaram
A história da alfabetização é
em segundo plano. Segundo Magda
permeada por idas e vindas em
Soares, houve uma “desinvenção”
torno de teorias e metodologias
da alfabetização, termo utilizado
de ensino. Vou fazer uma
pela autora para caracterizar
explanação, muito breve, para
esse momento histórico que
problematizarmos o uso do
desconsiderou os aspectos
suporte, tema desta entrevista.
específicos da alfabetização
O aspecto teórico-metodológico
em detrimento do processo de
do ensino do sistema de escrita
aprendizagem. Esse movimento
alfabético passou por diversas
pendular, ora voltado para as
modificações, juntamente com
especificidades da alfabetização
as concepções de aprendizagem
ora voltado para a aprendizagem,
subjacentes aos métodos de
ganhou, nas últimas décadas, um
alfabetização. Ao longo da história
maior equilíbrio.
verificamos a valorização de um em
detrimento de outro mais novo, em De forma paralela a essa
um processo de alternância entre polarização, estão presentes no
o que era considerado tradicional debate sobre alfabetização os
ou inovador. Porém, todos materiais didáticos utilizados
buscaram uma concepção teórico- para o ensino da apropriação do
metodológica que conseguisse sistema de escrita alfabético.
alfabetizar as crianças com Abecedários, cartilhas, livros
mais eficiência. didáticos, apostilas e mais
recentemente o debate se voltou,
A mudança desse paradigma, no
também, para o suporte digital.
qual o aprendiz estava em segundo
Teclados, telas sensíveis ao toque
plano, se modifica com os estudos
e todos os elementos presentes
de Piaget, a partir da psicologia
na cultura digital vêm se tornando
cognitiva, na década de 1980. O
objetos de pesquisa com o intuito
processo de aprendizagem do aluno
de conhecer as repercussões do
ganha destaque e compreende-se
uso de tecnologias digitais no
que a apropriação do sistema de
processo de alfabetização.
escrita se dá por um processo de
Como a tecnologia digital pode ser
explorada como aliada do processo
de alfabetização?
Em uma pesquisa realizada por mim e
por colegas da Universidade, durante
três anos, com crianças dos anos
Iniciais do Ensino Fundamental em
processo de alfabetização, criamos
várias atividades digitais e utilizamos
jogos digitais de alfabetização
disponíveis livremente na Internet. Em
uma das atividades que propomos,
em colaboração com a professora
regente, as crianças fizeram um
ditado em sala de aula, atividade
muito comum em turmas de
alfabetização, e depois foram para
o laboratório de informática fazer o
ditado, com as mesmas palavras, no
programa de edição de texto.
Nosso objetivo era verificar as
modificações que o suporte traria
para o processo de alfabetização.
Verificamos que as crianças
observaram diferenças referentes à
escrita das palavras. Elas citaram,
por exemplo, que não precisava de
borracha, não deixavam marcas
do erro no papel, quando erravam
uma letra não precisavam apagar a
palavra toda, se a palavra estivesse
errada ficava sublinhada. As crianças
perceberam as diferenças da escrita
nos dois suportes e isso contribuiu
para o processo de alfabetização
ao permitir que refletissem sobre o
sistema de escrita alfabético.
Esse exemplo demonstra o quanto
a tecnologia digital pode favorecer
o ensino inicial da leitura e da
escrita. É claro que, nesse exemplo,
o uso do recurso digital é ínfimo
se compararmos com atividades
digitais que possam utilizar a
realidade aumentada, simulações
ou programas mais sofisticados
que, em pouco tempo, estarão
mais acessíveis nas escolas. Mas é
possível percebermos que
a tecnologia digital pode ser, sim,
aliada do professor no ensino do
sistema de escrita alfabético.
Qual a repercussão da
multimodalidade, presente na
cultura digital, para o processo de
alfabetização e letramento?
A multimodalidade é entendida
como os vários recursos semióticos,
como som, imagem estática e em
movimento, gestos e texto verbal,
entre outras formas de linguagem,
que podemos utilizar para transmitir
uma informação. O termo vem
sendo utilizado com frequência nos
últimos anos, mas ele não é novo,
afinal, sempre existiram. Utilizamos
os recursos multimodais em obras
literárias, filmes, histórias em
quadrinhos, entre outros objetos da
cultura letrada. Até mesmo na época
que tínhamos apenas a oralidade
para difundir a cultura utilizávamos
vários recursos semióticos. No
entanto, o que aconteceu foi uma
expansão das possibilidades de uso
dos recursos multimodais com o
advento da cultura digital. Se antes
utilizar som, imagem em movimento
e texto verbal em uma mesma obra
literária era difícil, hoje isso é feito
facilmente até por uma criança com
algum aplicativo em um spmartphone.
Alguns pesquisadores vêm buscando
conhecer a repercussão que os
recursos multimodais provocam
no processo de alfabetização e
no desenvolvimento de habilidades
de leitura e de escrita. Os estudos
ainda são recentes e incipientes para
que possamos fazer afirmações,
mas eles sugerem que o uso de
recursos semióticos pode provocar
alertas cognitivos que evidenciam
determinados aspectos da língua.
Como exemplo, vamos considerar
a criança que está em um nível de
apropriação do sistema de escrita no
qual ela já sabe que para se escrever
utilizam-se letras ou que está um
pouco mais avançada. Ao utilizar
cores diversas para escrever uma
palavra no computador ela poderá
perceber que existem diferenças
entre as letras ou que, na sua
hipótese de escrita, faltam letras e
ela não tinha percebido. Imaginem se
além das cores diferentes cada letra
tiver um movimento?
Esses exemplos simples são
para que o professor possa
compreender como os recursos
semióticos podem auxiliar as
crianças a se alfabetizarem. Cada
recurso semiótico traz consigo
um significado para o texto -
entendendo texto para além do
verbal - e esses recursos agregados
podem facilitar a construção do
sentido, criar maior engajamento na
leitura e na escrita ou, como alguns
estudos vêm indicando, dispersar a
criança no ato da leitura.
Temos muito a pesquisar para
que possamos utilizar melhor a
multimodalidade em favor tanto do
processo de apropriação do sistema
de escrita quanto da formação de
leitores e escritores.
Quais são as peculiaridades da
leitura literária digital?
A leitura literária digital é
compreendida como a leitura de
literatura digitalizada, aquela que
é apenas uma transposição do
impresso ou que possui apenas
alguns recursos digitais, como
um som quando um personagem
aparece ou quando o personagem
se movimenta de um lado para o
outro na tela, mas o texto verbal
continua sendo o recurso modal mais
relevante. Gosto muito de dizer, de
forma a tentar simplificar o conceito,
que a literatura digitalizada é aquela
que podemos imprimir. Já o outro
tipo é a leitura de literatura digital
que é criada no suporte digital
para ser lida no mesmo suporte. Ela
possui elementos da cultura digital
como a hipertextualidade, o uso de
recursos multimodais, os programas
de computação e mídias em redes, a
colaboração e o compartilhamento.
Estamos na terceira geração da
produção de literatura digital que
utiliza as redes sociais como um
espaço de produção e de difusão
das obras. No Brasil, a literatura
digitalizada ainda é a mais difundida:
temos alguns sites gratuitos de
bibliotecas digitais, como por
exemplo, o Domínio Público, e as
editoras lançam as obras nas
versões digitalizada e impressa. Já
a difusão das obras de literatura
digital ainda é muito restrita e o
gênero de literatura digital mais
difundido no Brasil são as fanfictions,
obras literárias criadas por fãs.
Autores como Marcelo Spading,
Sergio Caparelli e Samir Mesquita
têm suas obras digitais disponíveis
em sites pessoais, mas que são
pouco ou nada conhecidos pela
escola e pelos alunos. Além disso, há
sites e aplicativos que disponibilizam
obras digitais, algumas pagas outras
gratuitas, como a Storymax.
Realizei minha pesquisa de
doutorado com leitores jovens que
realizavam leitura literária digital
com frequência e os resultados
apontaram que suas práticas
de leitura literária digital são
realizadas por meio de diversos
sites, blogs, aplicativos, sala
de bate-papo e uma rede de
sociabilidade literária na Internet,
que compartilha informações
sobre a leitura literária digital e
possibilita a difusão das obras.
Verifiquei que para cada tipo
de leitura literária digital, seja
literatura digital ou digitalizada,
existem formas de busca e de
acesso nos ambientes digitais
que as disponibilizam. Para cada
ambiente digital que disponibiliza
obras literárias digitais são
necessários procedimentos
específicos para que o leitor jovem
consiga localizar as obras de seu
interesse. Ressaltam-se nesse novo
contexto de práticas de leitura
literária novos comportamentos e
gestos dos leitores que carregam
sua biblioteca para qualquer lugar
sem ter que carregar peso. O tipo
de dispositivo digital modifica
o comportamento de leitura: se
estiver lendo no computador o
leitor pode se distrair com outras
ações ou no smartphone ele pode
se concentrar mais.
Não podemos deixar de levar em
consideração que as práticas de
leitura literária digital não são
homogêneas e permanentes.
Elas devem ser analisadas levando
em consideração o perfil dos
leitores e o período temporal
no qual estão sendo realizadas.
As práticas literárias digitais de
hoje, provavelmente, não serão
as mesmas daqui há um ano. E
quanto à previsão, trágica, do fim
do livro impresso, acredito em uma
diminuição, mas não no seu fim.
Não acredito em rupturas, afinal
a história da cultura escrita nos
mostra que as modificações de
materialidade promovem muitas
permanências nas práticas de
leitura e de escrita.
Como a leitura literária digital pode as instituições de formação de
contribuir para a formação de leitores têm mais uma opção de
novos leitores? leitura disponível. E como temos no
Brasil uma população com acesso
A leitura literária digital permite
a dispositivos digitais móveis (pois,
que um número maior de pessoas
conforme apontam os dados do
possa ter acesso a obras literárias.
IBGE, temos mais smartphones
Na pesquisa Retratos de Leitura
do que pessoas no Brasil) está
do Brasil de 2016 aparecem dados
garantido à maior parte da
referentes à leitura em dispositivos
população um dispositivo digital.
digitais e, pela primeira vez,
É claro que precisamos ampliar
informações a respeito da leitura de
o acesso à Internet no país, mas
fanficions pelos leitores pesquisados.
mesmo assim as possibilidades de
Isso indica que estamos aumentando
realizarmos leitura literária já são
o número de leitores que realizam
mais acessíveis do que antes da
práticas de leitura de literatura
cultura digital. Existem algumas
digital e digitalizada no país. Temos
empresas que vêm oferecendo
acesso gratuito, pela Internet, a
uma biblioteca digital para as
obras que estão em domínio público,
instituições de ensino e até para
a obras que são disponibilizadas
toda uma cidade, como é o caso do
gratuitamente, a trechos de
Uruguai, onde todos os cidadãos
obras recém-lançadas que o leitor
podem acessar livremente vários
pode ler um ou dois capítulos e
títulos, dos clássicos aos best-
comprar impressa ou digitalizada
sellers, além de outros materiais de
e, desafiando os direitos autorais,
leitura como revistas, audiolivros e
algumas obras são compartilhadas,
jornais. Todas essas possibilidades
na íntegra, na Internet. Precisamos
de acesso à leitura literária digital
de acesso a materiais de leitura para
contribuem para que possamos
que possamos nos tornar leitores
formar leitores. Como a tecnologia
e estamos diante de um momento
digital, por si só, já atrai a nova
histórico no qual o acesso a obras
geração, os mediadores de leitura,
literárias está muito mais facilitado.
como professores e pais, podem
O interessante da leitura e devem utilizar mais esse recurso
literária digital é que o leitor e para promover a leitura literária.
Quer entender
melhor como
a tecnologia e
as ferramentas
digitais podem
complementar
o ensino?

Como o uso
pedagógico da
tecnologia pode
complementar
o ensino
BAIXE O E-BOOK
Gostou do
material?

COMPARTILHE COM
SEUS COLEGAS!
Confira outros
conteúdos
relacionados
Identificando pontos fortes
e fracos dos alunos com
ferramentas digitais

BAIXE O E-BOOK

Entrevista com Henrique Porto:

A formação do aluno para o
século XXI

ASSISTA À ENTREVISTA

Tecnologia na educação: Como

garantir mais motivação em
sala de aula?

LEIA O ARTIGO

VISITE A PÁGINA DE MATERIAIS EDUCATIVOS DA PAR

VISITE O BLOG DA PAR

A par é uma Plataforma Educacional parceira das escolas. Acreditamos
na rede, na força do vínculo e no seu poder transformador. Junto com
a gente, cada escola poderá individualizar sua proposta pedagógica
a partir do seu contexto e da sua história. A par é diferente porque
une conteúdo didático excepcional, suporte integral e tecnologia para
facilitar o processo e alcançar resultados.

Ser par é ser parte. É amparar. É compartilhar.

É saber que educar é nossa missão de todo dia. É nosso presente. E é

também o único jeito de mudar nosso futuro.

SAIBA MAIS SOBRE A PAR

www.somospar.com.br