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Técnicas de Expressão Oral e Escrita

Conceitos gerais:

Comunicação:
 Processo de transmitir a informação de uma pessoa para outra.
 Porém a comunicação só é possível se houver compreensão.
 Se uma pessoa transmitir uma mensagem e esta não for compreendida pela outra
pessoa, a comunicação não se efectou.

Linguagem:
 Todo o sistema de sinais que serve de meio e comunicação entre os indivíduos.
 Pra existir uma linguagem basta atribuir-se um valor convencional a determinado sinal.

Língua:
 Define-se como um sistema gramatical pertencente a um grupo de indivíduos.
 A língua é o meio porque ela concebe o mundo que a cerca.
 É a expressão de consciência de uma colectividade.
 A criação da sociedade não muda, pelo contrário, deve estar sempre em constante
evolução, paralela à do organismo social que a criou.
 É a utilização social da faculdade da linguagem.

Fala ou linguagem falada:


 É constituída por uma complexidade de processos, de mecanismos, de meios
expressivos.
 A linguagem falada é a mais frequente forma de manifestação da linguagem e
concretiza-se no discurso, ou seja, na realização verbal do processo de comunicação.

Discurso:
 É a língua no acto, na execução individual.
 Cada indivíduo tem em si um ideal linguístico, portanto procura extrair do sistema
idiomático de que se serve as formas do enunciado que melhor lhe exprimam o gosto e
o pensamento.

Estilo:
 Termo referente à escolha que o indivíduo guiado pelo seu ideal linguístico.
 Portanto, cabe ao indivíduo que entre os diversos meios de expressão que lhe oferece
o rico repertório de possibilidades que é a língua.
Processo de comunicação:

É, há cerca de 2,5 milhões de anos, graças ao primeiro homo, que se esboçam os primeiros sinais
de civilização.

Era dos símbolos e dos sinais:


 Principiou-se há aprox. 90.000 anos;
 A comunicação socorria-se de gestos, sons e outros sinais padronizados;
 O processo era severamente condicionado pelas dificuldades de codificação
descodificação e memorização;

Era da fala:
 Iniciou-se há mais ou menos 35.000/ 40.000 anos;
 Surge a linguagem verbal associada a uma especialização psicofisiológica e cognitiva do
ser humano, pois depois do homem de Cro Magnon, o ser humano apresentava-se apto
tanto para a produção de linguagem verbal como para a sua percepção e compreensão;

Sistema nervoso central:


Processa centralmente a informação

Sistema nervoso periférico:


Encarrega-se da produção motora da informação recebida do sistema nervoso central e da
transmissão para o sistema nervoso central, dos impulsos ou estímulos percecionados na
periferia.

O surgimento da fala propiciou o desenvolvimento humano. Nesta era surgiu a arte rupestre que
serviu de transmissão e armazenamento da informação. Isto prenunciou o surgimento da escrita.

Era da escrita
 Começou cerca de 4.000- 3.500 a.C.
 Possibilitou que se acumule saber fora do corpo;
 Só a significação padronizada das representações pictóricas dá lugar à escrita. A mais
antiga língua humana escrita conhecida é a escrita cuniforme;
 Foram os sumérios quem primeiro transformou sons em símbolos;
 As primeiras representações gráficas eram pictóricas, ou seja, eram uma tentativa de
copiar a imagem real registando-a tal como é vista;
 Surgem os primeiros símbolos, que representam concei tos não totalmente explícitos, e
cada vez mais vão exigir um certo conhecimento prévio para serem significativos;
Era da impressão
 Arranca com Gutenberg no século XV;
 Com Gutenberg e a inovação da prensa, que permitiu o lançamento da impressão e veio,
consequentemente, facilitar a reprodução dos documentos escritos, operarem-se
mudanças na forma como é desenvolvida e preservada a cultura.

Era da comunicação de massas


 Nesta era a comunicação tem como alvo o grande público. Assim, numa sucessão,
surgem os jornais, o cinema, a rádio e a televisão;

Era da informação
Actualidade

 Também apelidada “era dos computadores” tem, neste meio de comunicação e no


acesso que este garante à World Wide web, o seu funcionamento. É a era que permite
ao individuo comunicar em permanência e no imediato com o mundo.

Emissor, mensagem e receptor:

Emissor:
Sujeito que envia a mensagem, a fonte de
comunicação.

Na interação verbal, ele é, pois o responsável


pela enunciação e é referenciado pelo deítico
“eu”, que designa quem diz, no acto de
comunicação.

Recetor:
É aquele que recebe a informação transmitida. Na interação verbal, ele é, pois, a pessoa a quem
é dirigida a enunciação e que participa nela, o participante da comunicação que interpreta o
discurso do locutor e deteta as suas intenções comunicativas.

Ouvinte:
É aquele que, no decurso do processo da comunicação verbal, recebe e compreende os
enunciados produzidos pelo locutor, não sendo participante directo na interação verbal.

Mensagem:
Diz respeito à informação que é transmitida pelo emissor e recebida e compreendida pelo
recetor.

Código:
É o sistema de símbolos que, por uma convenção preestabelecida, se destina a representar e
transmitir uma mensagem entre a fonte e o destinatário.
Signo:
É o produto de uma associação da mente humana entre um conceito (ou ideia) e uma imagem
acústica. O signo, para os linguistas, resulta da conexão entre o significado e significante.

Significado:
É a representação mental de um objecto ou da realidade social em que nos situamos,
representação essa condicionada pela formação sociocultural que nos cerca.

Significante:
Constituí a parte sensível do signo linguístico, em oposição ao significado, que é inteligível. O
significante é a imagem acústica do signo.

Referente:
Diz respeito ao objecto da realidade extra-linguística, inserido num determinado contexto
situacional, e que é referido pelos intervenientes do processo de comuni cação. Assim, o
universo de referência consiste no contexto geral em que se encontra integrado o conjunto de
entidades, processos, qualidades referenciadas no ato enunciativo.

Canal:
É o meio físico (vibração do ar, papel, ondas hertzianas, etc…) através do qual circula a
mensagem e que permite o contacto entre os participantes do processo de comunicação.

Contexto:
Diz respeito ao ambiente que envolve a situação de comunicação.

Contexto situacional:
Permite ao locutor e ao interlocutor o conhecimento e interpretação do sentido do enunciado.

Contexto verbal:
Constituído por elementos dentro do próprio enunciado, remete para a uma série de unidades
significativas (palavras, ou elementos fónicos) que estão inseridos na comunicação verbal.

Saber compartilhado:
Engloba o conjunto de saberes, conhecimentos, crenças, valores, sistemas de representação e
avaliação do mundo, memória de discursos produzidos que o locutor dá como partilhado pelo
interlocutor num ato concreto de interação discursiva.
Ruídos e facilitadores da comunicação:
Ruído:
É a perturbação dentro do processo de comunicação. É identificado na comunicação humana
como o conjunto de barreiras, obstáculos, acréscimos, erros e distorções que prejudicam a
compreensão da mensagem no seu fluxo. Isto significa que nem sempre aquilo que o emissor
deseja informar é precisamente aquilo que o recetor decifra e compreende.

 Barreiras tecnológicas (problemas técnicos de causa natural ou artificial)


 Barreiras de linguagem (gírias, regionalismos, dificuldades de ve rbalização, dificuldades
ao escrever, gaguez, etc)
 Barreiras psicológicas (seletividade, egocentrismo, timidez, preconceito, descanso, etc.

Facilitadores da comunicação:
Procuram garantir uma perda mínima da informação contida numa determinada mensagem.
 Sistema sociocultural;
 Atitudes;
 Conhecimentos;
 Capacidade e habilidades;
 “Feedback” ou informação de retorno;

Tipos de comunicação:

A comunicação radicada na palavra denomina-se comunicação verbal.

 Comunicação oral: ordens, pedidos, conversas, debates, discussões, etc;


 Comunicação escritas: cartas, telegramas, bilhetinhos, letreiros, cartazes, livros,
folhetos, jornais, revistas, etc.

Quando a comunicação não se suporta na palavra, mas ocorre pela troca de sinais: olhar, gesto,
postura, mímica, denomina-se comunicação não-verbal.

 Comunicação por mímica: gestos das mãos, o corpo ou da face, as caretas;


 Comunicação pelo olhar;
 Comunicação pela postura: o modo como nos sentamos o corpo inclinado para trás ou
para a frente, até mesmo a posição dos pés;
 Comunicação por gestos: pode ser voluntária mas também pode ser involuntária.

Canais de comunicação:

Canais verticais:
Podem ser descendentes (de cima para baixo) e referem-se à comunicação entre o superior e
os subordinados, veiculando ordens ou instruções. Podem ser ascendentes (de baixo para cima
e referem-se à comunicação entre o subordinado e o supervisor, veiculando informações a
respeito do trabalho executado.

Canais horizontais:
Referem-se às comunicações laterais entre dois órgãos (dois departamentos, duas secções) ou
dois cargos (dois gerentes, por exemplo) no mesmo nível hierárquico.

Línguas e comunidades linguísticas:


Principais grandes famílias linguísticas:
 Uralo – Altaico ou Euro Asiático
 Camito – semítico ou Afro- asiático
 Dravídico
 Asiático do Sueste
 Africano
 Ameríndio
 Indo-Europeu

Indo-Europeu:
 O Indo-Europeu é uma família de línguas formada por dez grupos, integrados, por sua
vez, por centenas de idiomas que ocupam um elevado espaço geográfico, demográfico,
económico e cultural ;
 Conserva uma memória escrita muito remota (Sânscrito, Grego, Latim) e utiliza vários
alfabetos (latino, grego, cirílico, árabe).

Existe o grupo oriental, ocidental e o românico.

O grupo das línguas românicas tem origem no latim, que surgindo na península
itálica, se instalou em todo o mundo romanizado, durante o império romano, e num processo
ininterrupto de intercomunicação linguística, se transformou e se individualizou num conjunto
de novas línguas
História da língua portuguesa
 A partir do ano 409, o contacto com os povos germânicos – Alanos, Vândalos e Suevos
– que invadem a Península Ibérica deixou vestígios linguísticos no léxico e, sobretudo,
na onomástica.
 A batalha de Guadalete, em 711, assinala o começo do domínio muçulmano na
Península e marca também o início do contacto linguístico
 A história da língua portuguesa e, muito especialmente, a configuração do seu espaço
geográfico estão geneticamente ligadas à reconquista cristã da Península Ibérica.

 Ao condado Portucalense, parte dos Reinos de Leão e Castela, é concedida autonomia


administrativa, em 1095, pelo casamento, com o Conde D. Henrique, da filha de Afonso
III, Dona Teresa.
 Afonso Henriques, gerado desse casamento, depois de reivindicar a sua independência
contra a tutoria da mãe em 1128, na batalha de São Mamede, seria o primeiro rei de
Portugal, autoproclamado, em 1139, reconhecido por Afonso IV, em 1143, e confirmado
pelo Papa Alexandre III, em 1179.
 A reconquista, agora sob a bandeira portuguesa, alarga-se progressivamente e acaba
por se completar no reinado de Afonso III, o quinto dos monarcas portugueses, o
primeiro deles a promover ativamente a escrita em vernáculo, a partir de 1255. D. Dinis,
além de poetar em Português, incentivou a oficialização da língua.
 Mas viria da crise de 1383-1385, quando o adversário se denunciava, claramente, por

falar outra língua, o maior contributo para a


institucionalização da Língua Portuguesa.
 A Casa de Avis assumiria, depois, a língua como instrumento de defesa, de identificação
e de afirmação nacional.
 O acesso à escrita confere à Língua Portuguesa uma auspiciosa iniciação histórica, entre
o final do séc. XIII e o início do séc. XIII.
 1214 É a era do primeiro manuscrito, materialmente conservado e veridicamente
datado, como um texto português – o Testamento de Afonso II. Em 1415, com a
expedição a Ceuta, inicia-se um processo de transumância e transcendência da Língua
Portuguesa.
 A expansão portuguesa coincidiu com o início e a divulgação da tipografia. No final do
séc. XV, instalam-se os primeiros prelos em Portugal, modificando o comércio linguístico
e o curso da história da língua.
 A multiplicação do texto impresso constitui um factor de normalização da escrita, de
vulgarização do acesso à leitura e de alargamento da interação normativa e
homogeneizadora da língua.
 A publicação das primeiras gramáticas e a alfabetação do corpus lexical da Língua
Portuguesa é a da segunda metade do séc. XVI.
 Em 1641 surge, em Portugal, a imprensa periódica.
 Entre os séculos XVIII e XX, pelas ruas e nas escolas, a tendência é para a democratização
da escrita e da leitura. Desde o seu surgimento, o Português foi ainda a língua de
incontáveis monumentos literários.

Comunidade linguística portuguesa:

 A comunidade linguística portuguesa é vasta, espalhada por todos os continentes e a


língua ocupa o quarto lugar, entre as mais usadas no mundo.
 O Português é a língua nacional de Portugal e do Brasil, limitada pelas fronteiras de cada
um destes Países.
 É ainda língua oficial em Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Guiné-
Bissau e Timor-Leste. Em Macau, foi utilizado até este território ser integrado na China
em 1999; atualmente é considerado língua oficial, a par do Chinês, por um período de
50 anos, a partir da data da integração.
 Algumas comunidades de emigrantes mantêm a Língua Portuguesa como veículo de
cultura longe das fronteiras de Portugal. Existem falantes de Língua Portuguesa em
núcleos de emigrantes, que continuam a utilizar o Português como língua materna e os
seus descendentes o aprendem-no como língua estrangeira.
Acordo ortográfico

 A definição de regra escrita vem desde a Idade Média, altura em que havia na escrita
um comportamento ecóico*¹ relativamente à informação oral.

 No Renascimento, o Latim e Grego, serviram de fontes para o refinamento e


organização das regras de escrita – é concedido à etimologia um papel fulcral.
*¹ - Ecói co s i gni fi ca que a s pa l a vra s era m s oa da s como eco.

 Já em pleno Século XX, o combate ao analfabetismo, conjugado com a necessidade de


fixar ortografias, promove a norma de 1911.
 Houve, em 1945, uma tentativa de Acordo. Os pressupostos teóricos que vigentes; à
data, aproximavam-se já do novo Acordo Ortográfico.

 O novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, foi aprovado em 1990 por


representantes de Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné -Bissau, Moçambique e
São Tomé e Príncipe, contando com a presença de observadores da Galiza. Foi
promulgado pelo Presidente da República em 1991. Contém um preâmbulo e quarto
artigos.

 Data de 1991 a Retificação do Acordo – um adiamento produzido para a correção de


algumas imprecisões do texto.

 Em Julho de 1998, em Cabo Verde, é feito o 1.º Protocolo Modificativo, com a eliminação
da data definida inicialmente para a entrada em vigor do Acordo.

 O 2.º Protocolo Modificativo é de julho de 2004, em S. Tomé e Príncipe, determinado a


adesão de Timor-Leste e fazendo depender a aprovação do Acordo de três dos membros
da CPLP e não da sua totalidade.
 O novo Acordo Ortográfico entrou em vigor em Janeiro de 2009. Mas, até 2012,
decorreu um período de transição, durante o qual ainda se pôde utilizar a grafia
anterior.

Segundo publicação em Diário da República, ficou determinada a aplicação do Acordo


Ortográfico da Língua Portuguesa no sistema educativo no ano letivo de 2011/2012, e a partir
de 1 de Janeiro de 2012, ao Governo e a todos os serviços, organismos e entidades da
dependência do Governo, bem como à publicação do Diário da República. A mesma Resolução
do Conselho de Ministro (nº8/2011, publicada na 1.ª série do Diário da República, de 25 de
Janeiro de 2011) adota, ainda, o Vocabulário Ortográfico do Português, produzido em
conformidade com o Acordo Ortográfico, e o Conversor Lince como ferramenta de conversão
ortográfica de texto para a nova grafia.

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