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Escola Secundária

Alfredo da Cruz Silva

[Escolher a data]

Setembro - 2013
CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

ADILMA_FREY LDA

Guia do Professor e
do Aluno
Texto de Apoio
ADILSON FREIRE com a
Colaboração das Professoras HELOISA FORTES E DULCELINA SANTOS
2013

Biologia 11º Ano de Escolaridade

Nesta pequena ficha consta todos os conteúdos


programáticos que vão ser abordados no 11º ano;
conteúdos esses, que além de serem essenciais na formação
dos alunos, tem grande pertinência na actualidade. O seu
tratamento exige um esforço não só no aspecto científico,
mas também no componente pedagógico. Neste sentido o
Guia do Professor e do Aluno pretende ser uma ajuda no
trabalho e na aprendizagem a desenvolver ao longo do
ano. Gostaria que tirassem o máximo de partido do
material apresentado. Ele constitui uma base de trabalho
que, depois de analisada, pode ser adaptada ao perfil de
cada um.
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Localização Da Informação Genética

O conceito de informação genética é muito amplo, porém, resumidamente, pode-se considerar


toda e qualquer informação obtida a partir de sequências gênicas, cariótipo, produtos
gênicos e até análise de características hereditárias. Essas informações podem ser obtidas a
partir de amostras biológicas de um indivíduo, de uma família, ou de um grupo de pessoas (ex.
etnias).

Todas as informações genéticas de um indivíduo estão contidas em seus genes, são hereditárias
e únicas, ou seja, não existem duas pessoas que apresentem informações genéticas idênticas,
excepto gêmeos monozigóticos (gêmeos idênticos).

O homem e muitos outros eucariontes originam – se através de uma única célula denominada
de OVO ou ZIGOTO (células resultantes da fusão de gâmetas masculino e feminino).
Como qualquer célula Eucariótica, o ovo é constituído por citoplasma e por um núcleo.

 Em qual destas partes (citoplasma ou núcleo) se encontra localizada a informação


genética?

Para encontrar a resposta adequada para esta questão, foram realizadas uma serie de
investigação, entre as quais destaca – se:

 Experiência de Joachim Hammerling (com as algas Acetabulária) - 1930;

 Experiência de Gurdon (com Anfíbios);

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Experiências de Hammerling (acetabulária)


Hammerling utilizou nas suas experiências uma alga clorófita do género Acetabularia,
unicelular mas de grandes dimensões (cerca de 2 cm), constituída por uma base, onde se
encontra o núcleo e donde saem rizóides, um caulículo e um “chapéu”, cuja forma varia com a
espécie. Nesta experiência foram utilizadas duas espécies: Acetabulária mediterrânea com
“chapéu” de bordo liso e Acetabularia crenulata com “chapéu” de bordo rendilhado.

 Situação A – foi separada o “chapéu” da base e do caulículo em exemplares de ambas


as espécies e os pedaços foram colocados em meio nutritivo. Os “chapéus” e os caulinos
mantiveram – se vivas algumas semanas mas não regeneram, mas ambas as bases

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regeneraram uma célula inteira e com o seu “chapéus”. Concluiu-se que o núcleo é o
responsável pela manutenção da vida, regeneração e crescimento da célula.

 Situação B – procedeu-se o transplante do núcleo da base da alga para a parte central.


Verificou-se que a parte central provida de núcleo regenerava o conjunto de alga.
Concluiu-se que o núcleo comanda a forma do corpo do indivíduo.

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 Situação C – Procedeu – se o transplante de núcleos de Acetabularia mediterrânea


para Acetabularia crenulata e vice-versa . Verificou-se que se regenerava uma nova
alga com “chapéu” semelhante à do portador do núcleo. Concluiu-se que o núcleo
comanda qualquer citoplasma a regenerar a parte da célula que falta segundo as suas
ordens.

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Experiências semelhantes foram realizadas com amibas, sendo os resultados igualmente


conclusivos:

Dado que todas estas experiências foram realizadas com seres unicelulares, surge a questão:
podem estas conclusões ser generalizadas a seres multicelulares?

Experiências de Gurdon

Este cientista utilizou nas suas experiências células e organismos, o núcleo comanda o
anfíbios da espécie Xenopus laevis, uma metabolismo, crescimento e regeneração.
espécie onde por vezes surgem indivíduos
albinos.

Recolheu ovos de rã normal e destruiu-lhes Biologia 11º Ano de Escolaridade


o núcleo com radiação U.V. Transplantou
para esse citoplasma anucleado um núcleo
retirado de uma rã albina. O
desenvolvimento desse ovo originou uma rã
albina.

Com estas experiências confirmaram-se os


resultados com organismos unicelulares,
podendo-se generalizar que, em todas as

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Natureza Química do material Genético. Experiência de Griffith

Esclarecidas as dúvidas da localização, na célula, da informação genética, uma nova questão


surgiu:

 Qual é a estrutura nuclear portadora dessa informação genética?

Experiência de Griffith

Em 1928, Griffith, observou os Diplococus pneumoniae (bactérias que provocam pneumonia).


E constatou que esta espécie se apresentava sob duas formas distintas:

 Bactérias do tipo S (Smooth = Liso) revestida por uma cápsula rica em glícidos;

 Bactérias do tipo R (Rough = Rugoso) desprovido de cápsula.

Experiências com bactérias injectados em ratos

 Situação A – bactérias da forma R (sem cápsula) são injectadas em ratos. Os ratos


sobrevivem saudáveis pois o seu sistema imunitário destrói as bactérias – não causam
pneumonia;

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 Situação B – bactérias da forma S (com cápsula) foram injectadas em ratos, causam


pneumonia e morte dos ratos;

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 Situação C – bactérias da forma S mortas pelo calor são injectadas em ratos. Os ratos
sobrevivem saudáveis pois não existe agente infeccioso;

 Situação D – uma mistura de bactérias da forma S mortas pelo calor e bactérias da


forma R vivas é injectada em ratos. Os ratos morrem!?! Ao analisar o sangue dos ratos
mortos nesta experiência, Griffith encontrou bactérias vivas do tipo S e R. A única
explicação possível para esta situação seria que algo das bactérias S mortas tinha
passado para as bactérias R vivas, transformando – as de forma a que conseguissem
formar cápsula - tornando - se patogénicas.

Das experiências realizadas por Griffith (com as bactérias Diplococus pneumoniae) chegou –
se a conclusão de que:

 As bactérias capsuladas eram patogénicas: injectados em ratos, provocaram – lhes a Biologia 11º Ano de Escolaridade
morte por pneumonia. E as bactérias descapsuladas eram inofensivas, por isso não lhes
provocaram a morte

 Que da mistura das bactérias capsuladas mortas com as bactérias descapsuladas vivas ao
serem injectadas nos ratos sãos provocaram a morte dos mesmos;

OBS: Griffith não soube explicar (dentro da sua experiência) a transformação de bactérias não
capsuladas e não virulentas em bactérias capsuladas e virulentas – Principio Transformante.
A natureza desse princípio transformante manter – se - ia desconhecida até que novas
experiências foram realizadas.

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Experiência de Avery e dos seus Colaboradores (A descoberta do principio transformante)

Em 1944, Avery fez a sua experiencia usando também bactérias pneumococus. A sua
experiência permitiu – lhe demonstrar pela primeira vez a substância transformante capaz de
alterar o património genético das bactérias.

Para o experimento, cultivou bactérias lisas, matou-as pelo calor e triturou-as. Separou os seus
constituintes químicos (glícidos, lípidos, proteínas e DNA) e analisou de modos separados.
Depois adicionou em cada constituinte, bactérias do tipo R e, seguidamente, injectando - as em
ratos, observou que apenas os ácidos nucleicos transformavam as bactérias rugosas em
lisas patogénicas.

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Conclusão:

 O DNA é a única substância capaz de transmitir as características hereditárias de um ser


para outro, ou seja, só o DNA é capaz de provocar a transformação de bactérias
pneumococus descapsuladas vivas em bactérias capsuladas vivas através do carácter
hereditário.
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Experiência de Alfred e Marta (1952)

Em 1952 estes cientistas (Alfred e Marta) realizaram experiências e utilizaram como objecto de
estudo, um dos bacteriófagos (fagos) (vírus que parasitam as bactérias) mais estudados,
conhecidos por Vírus T2.

Os vírus são agentes infecciosos. Vivem e multiplicam no interior das células que parasitam,
sendo por isso considerado – parasitas intracelulares.

Basicamente os vírus são constituídos por uma cápsula rica em proteínas e uma molécula de
ácidos nucleícos que podem ser DNA ou RNA

OBS: Eles utilizaram os Vírus T2 porque eram simples e de fácil cultivo em laboratório.

 Será o DNA ou as Proteínas a substancias responsável pela transmissão dos caracteres


hereditárias?

Para fazer essa experiência eles levaram em conta dois pressupostos:

 Que na cabeça existe o DNA e Proteína;

 DNA – possui fósforo e Proteínas – enxofre;

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Tendo em conta esses pressupostos dividiram os vírus em dois lotes distintos (A e B).

A. (lote) – Continha fósforo radioactivos que incorporaram no DNA dos vírus ali
cultivados;

B. (lote) – Continha enxofre radioactivos que incorporaram no Proteínas dos vírus ali
cultivados;
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Em seguida e separadamente adicionaram – se em cada um desses lotes de vírus uma cultura de

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bactérias E. Coli.
1º Momento: Houve a ligação dos vírus às bactérias;

2º Momento: Injecção do DNA dos vírus nas bactérias;

3º Momento: Separação das bactérias das cápsulas dos vírus;

4º Momento: A radioactividade só existe numa das fracções.

OBS: No lote A, a radioactividade ficou no meio interior das bactérias e no lote B, a


radioactividade só apareceu no meio exterior as bactérias. Estes resultados levaram estes
cientistas a concluir que apenas o DNA dos vírus penetram nas células infectadas e para
terem mais certezas foram feitas novas experiencias só com o DNA para comprovar a
conclusão tirada.

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Conclusão: Ambas as experiências mostram que:

 Em todo o mundo vivo é o DNA que constitui o suporte universal das informações
hereditárias, por isso a sua molécula é conhecida como molécula da hereditariedade.
 Só em certos vírus, que não possuem o DNA, é que o RNA contem essas informações.

Importância Biológica Do DNA

A sigla DNA significa ácido desoxirribonucleico.

DNA foi descoberto em 1869, pelo bioquímico Suíço Johann Friedrich Miescher. De início
não deram nenhuma importância a esta descoberta por se considerar que se tratasse de uma
molécula simples e sem grandes funções. Mas, contudo, esta descoberta só veio a ganhar
importância quando Griffith realizou a sua experiência e tirou as tais conhecidas conclusões.

Actualmente sabe – se que:

 O DNA constitui o suporte universal das informações genéticas, salvo em alguns vírus
desprovidos do DNA é que o RNA contem essas informações;

 Assegura a permanecia e a individualidade de cada ser;

 É responsável pela transferência das informações hereditárias de uma geração para a


próxima produção e controle de proteínas;

 Também desempenha um papel importante na determinação da estrutura e Biologia 11º Ano de Escolaridade
funcionalidade das células;

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Ácidos Nucleicos – são polímeros formados por um elevado número de unidades básicas –
Nucleótidos. São assim chamados porque foram descobertos pela 1ª vez no núcleo da célula.

Nucleótidos - unidades básicas constituintes dos ácidos nucleicos.

Tipos dos Ácidos Nucleicos

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Estruturas do DNA

Em 1953, Watson e Crick propuseram um molécula estrutural em que o DNA era formada por
duas cadeias antiparalelas de nucleótidos, enroladas em hélice -“ Modelo de hélice dupla”.

Cada nucleótido é constituído por um radical fosfato (P), uma molécula de pentose (açúcar com
5 átomos de C) e uma base orgânica azotada.

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Estrutura do Nucleótido

As bases orgânicas são: adenina (A), timina (T), citozina (C), guanina (G) – DNA.
Essas bases têm formas complementares. A adenina é complementar de timina (no DNA) ou a
uracilo (no RNA), a citosina é complementar de guanina.

Ex: A = T e G = C.

Nota: DNA estão formada por duas cadeias antiparalelas em direcções opostas (5-3;3-5). As
bases azotadas estão ligadas umas as outras por ligações de ponte de hidrogénio, onde:

 Adenina (A) liga – se a Timina (T) por duas pontes de hidrogénios;

 Citozina (C) liga – se a Guanina (G) por três pontes de hidrogénios;

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 As bases do DNA apresenta quatro tipo de combinações (A=T;T=A;C=G;G=C)

Mecanismo de Replicação do DNA

As características que são transmitidas de geração em geração encontram - se codificadas na


sequencia dos nucleótidos do DNA.

Uma das características do DNA é a sua capacidade de auto - reprodução, isto é fazer duas
copias iguais entre si e iguais a molécula original de modo a transmiti - la de geração em
geração.

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A replicação do DNA ocorre segundo um Mecanismo Semiconservativo em que:

 As duas cadeias da molécula original do DNA (na presença de enzimas) afastam -se
devido a ruptura das ligações de hidrogénio que unem as bases.

 Cada uma dessas cadeias serve de molde a formação de uma cadeia complementar,
utilizando os nucleótidos que se encontram livres na célula.
 Assim forma simultaneamente duas cadeias do DNA de acordo com as regras das bases
complementares. E a nova cadeia formada é a réplica perfeita da cadeia original.

Modelo Semiconservativo – pelo facto de permanecer, em cada uma das novas moléculas,
uma cadeia polinucleotidica da molécula original.

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A Expressão da Informação Genética

Relação entre CARACTERÍSTICAS, PROTEÍNAS e GENE

Gene - é a unidade fundamental da hereditariedade.

GENE → PROTEÍNA → CARACTERÍSTICAS

A informação genética (contida nos genes) leva a síntese de proteínas, as quais são responsáveis
à manifestação das características genéticas do ser vivo.

Genes podem ser:

 Estruturais – responsáveis pela mensagem para a síntese de proteínas.


 Genes responsáveis pela síntese de RNA de transferência e RNA ribossomático.
 Genes reguladores – são responsáveis pelo controlo das actividades dos outros genes.

Genoma - conjunto de genes correspondente a informação genética de um indivíduo. O


genoma humano possui de 30 a 50 mil genes englobando 2825 milhares de pares de bases.
OBS: A grande diversidade em cada espécie é determinada pela grande diversidade de
combinações genéticas.

Código Genético

Existe diversidade de proteínas e estes diferem - se no número, sequência e tipos de


aminoácidos que constituem as suas cadeias.

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É a informação genética contida no DNA é que indica a ordem da colocação dos aminoácidos.
E essas informações se encontram em forma de código e os símbolos são as bases dos
nucleótidos.

Código genético – “ dicionário” que permite a célula traduzir a linguagem do DNA em


linguagem proteica.

Código genético - é a relação entre a sequência de bases no DNA e a sequência


correspondente de aminoácidos, na proteína.

Para codificar um aminoácido é necessário um código de três letras (nucleótidos) consecutivas


os quais constituem um Tripleto (a mais pequena unidade da mensagem genética).

Tripleto – é a mais pequena unidade da mensagem genética.


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NOTA: Cada tripleto do RNAm constitui um Codão e cada codão representa um aminoácido
correspondente a síntese proteica.

Codão – é um tripleto do RNAm.

Decifração do Código Genético

A colocação dos aminoácidos nas cadeias polipeptídicas não é comandada directamente pelo
DNA , mas sim pelo RNA mensageiro.

OBS: As diferentes unidades do código genético são decifradas a nível das moléculas de RNA.

Características do Código Genético

Depois de vários estudos os cientistas obtiveram dados suficientes para caracterizar o código
genético.

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O quadro que se segue traduz essas características

Mecanismo da Síntese Proteica

Síntese Proteica – é um fenómeno relativamente rápido (proteínas complexas produzidas em


apenas alguns minutos) e muito complexo (intervenção de vários agentes), que ocorre no
interior das células (ocorre a nível dos ribossomas no citoplasma).

A passagem da linguagem nucleotidica do DNA em linguagem proteica compreende três


fases:

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 Transcrição da informação genética;

 Migração dessa informação do núcleo para o citoplasma;

 Tradução em proteínas.

Transcrição da Informação Genética

Transcrição – consiste na síntese de um RNAm a partir da leitura da informação contida numa


molécula do DNA.

A síntese de RNA mensageiro faz – se com intervenção de um complexo enzimático chamado


RNA – polimerase.

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Realização da Transcrição

 1º Ligação da RNA polimerase a locais específicos do DNA, no núcleo;


 2º Rompimento das pontes de hidrogénio e separação das cadeias do DNA;
 3º Ligação de nucleótidos livres a uma das cadeias do DNA, que funciona como molde,
no sentido 5´ → 3´, formando – se o RNAm;
 4º Libertação do RNAm sintetizado;
 5º Restabelecimento das pontes de hidrogénios e da estrutura do DNA

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O RNA - polimerase possui as seguintes funções:
 Reconhecer no DNA “ sinais genéticos” que permitem iniciar e terminar a síntese de do
RNAm;
 Abrir a molécula de DNA nas ligações que unem as duas cadeias;
 Realizar a polimerização dos nucleótidos do RNAm por complementaridade com as
bases dos nucleótidos do DNA.

OBS: O RNAm transcrito é, tal como o DNA, mas no entanto com várias diferenças (função,
bases, cadeia e estrutura).
Ex: Se a sequencia do tripleto do DNA a ser transcrito for ATA, CCG, AAA, TAC, a sua
transcrição no RNA será UAU, GGC, UUU, AUG.

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Maturação das moléculas de RNAm

Antes de abandonar o núcleo o RNAm sintetizado sofre um processamento ou maturação, onde


algumas porções são removidas (intrões) e outras não (exões).

Por acção de uma enzima os exões se ligam entre si, formando um RNAm maturado – RNA
pré-mensageiro. E no final da sua maturação, migra – se para o citoplasma, onde vai participar
na síntese proteica.

 Intrões – sequências de nucleótidos sem significado na síntese proteica.

 Exões - sequências de nucleótidos que especificam aminoácidos.

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Migração Da Informação Genética

É a exportação do RNA sintetizado no núcleo da célula para o citoplasma e dessa forma


participara na síntese da proteínas que ocorre no citoplasma.

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Tradução Da Informação Genética

Tradução – transformação da mensagem contida no RNAm, numa cadeia polipeptídica.

Neste processo intervêm:

 RNAm – contem a informação genética;

 Ribossomas – sistemas de leituras;

 RNAt – transportam os aminoácidos para as ribossomas;

 Enzimas – são responsáveis pelo controle das reacções da síntese;

 ATP – fornecedor da energia responsáveis pela síntese;

Na tradução o RNAm fixa – se inicialmente na subnidade menor de um ribossoma, de modo


que os dois primeiros codões fiquem sobre essa subnidade.

O RNAt apresentam – se cadeias de 75 a 80 ribonucleotideos que funcionam como interpretes


da linguagem do RNAm a linguagem das proteínas.

O processo da tradução encerra – se com três etapas:

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Reprodução – Continuidade Da Vida

Reprodução – é a capacidade que os seres vivos têm de originar outros seres vivos portadores
de uma informação genética semelhante à dos progenitores.

«A reprodução não é essencial para a vida dos indivíduos, mas é essencial para a vida e
sobrevivência da espécie.»

A reprodução pode ser:


 Reprodução Assexuada – é um tipo de reprodução que permite a formação de novos
indivíduos a partir de um só progenitor, sem que haja a intervenção de células sexuais -
gâmetas. Deste modo, não há fecundação e, consequentemente, não ocorre formação
do zigoto.

 Reprodução Sexuada – é um tipo de reprodução em que os novos indivíduos se forma


a partir da união de duas células reprodutoras ou gâmetas.

Importância da reprodução
 Permitindo a formação de novos indivíduos;

 Assegura a perpetuação das espécies e, consequentemente, a continuidade da vida no


nosso planeta;

 É através da reprodução que o material genético é transmitido de geração em geração,

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umas vezes mantendo as características, outras produzindo algumas alterações;

Reprodução Assexuada (Características)


 É uma reprodução em que intervêm um único progenitor;
 Não é acompanhada de fecundação;
 Há uma diversidade de processos, de acordo com as espécies;
 Não há junção do material genético, provenientes de indivíduos diferentes;
 Os descendentes são geneticamente idênticos ao único progenitor;
 É frequente nos seres unicelulares (bactérias, protozoários, algas e fungos) e
pluricelulares simples (hidra, corais e anelídeos). Ocorre também em seres bastantes
evoluídos (alguns cordados);
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Processos De Reprodução Assexuada

 Bipartição Cissiparidade ou Divisão Binária – consiste na formação de dois


indivíduos por divisão da célula mãe em duas partes iguais, cada parte cresce e atinge a
dimensão do progenitor.

Ex : Ocorre em amibas (unicelulares) e planária (pluricelulares).

 Gemulação ou Gemiparidade – é um processo caracterizada pela formação de um


gomo ou gémula lateral no progenitor, que desenvolve – se e origina um individuo
idêntico ao anterior.

Ex: Ocorre em leveduras (fungos unicelulares) e animais do grupo cnidários (hidras,


anémonas do mar ou corais).

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 Esporulação – processos em que a reprodução ocorre com a formação de células


reprodutoras especiais (esporos) que em condições favoráveis germinam originando
indivíduos jovens.

Os esporos são pequenos e leves o que facilita a sua disseminação pelo vento ou
insectos, tem uma parede resistente que os protege da dissecação.

Ex: Ocorre nas bactérias, fungos, algas, musgos, fetos, e plantas produtoras de flores.

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 Fragmentação – é um processo em que um ser parte em dois ou mais fragmentos e cada


parte desenvolve – se e formam novos seres iguais ao progenitor.

A separação do fragmento pode ocorrer espontaneamente ou por acção dos agentes


externos (vento, chuva, marés, homem, etc.)

Ex: Estrela-do-mar.

 Partenogénese – é a reprodução por desenvolvimento embrionário de um óvulo não


fecundado que entra em processo de segmentação, originando um novo indivíduo. Este
tipo de reprodução assexuada ocorre nas abelhas (, pulgões, nalguns peixes, anfíbios,

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répteis. Nas abelhas, cada óvulo fecundado origina uma fêmea; os machos ou zangões
são originados por partenogênese.

 Multiplicação Vegetativa – é um tipo de reprodução em que uma parte da planta


(folhas ou rebentos) ou a própria planta (tubérculo, rizoma, bolbo, estolho) se destacam
e regeneram uma planta completa.

Ex - Ocorre nas plantas tais como: batateira., lírio, morangueiro, alho, etc.

Além do seu processo natural, o homem aproveita a multiplicação vegetativa para propagar as
espécies, para alimentação ou embelezamento, através da mergulhia, alporquia e enxertia.

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Processos Artificiais da Multiplicação Vegetativa

 Estacaria – consiste na constituição de uma planta a partir de um pequeno fragmento


(ramos ou rebentos).

 Mergulhia - nestes processos um ramo flexível é enterrado no solo, deixando a


extremidade de fora. Na zona em contacto com o solo cria a raiz, podendo cortar a
ligação com a planta mãe e transplanta –lo.

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 Alporquia – consiste em envolver uma porção de terra húmida á volta do ramo de uma
planta. O ramo em volto cria a raiz, sendo depois transplantados.

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 Enxertia – consiste em ajustar fortemente um ramo ou um rebento (enxerto) de uma


planta seleccionada por uma ou outra das suas qualidades a uma outra planta enraizada
(cavalo ou porta enxerto) da mesma ou de espécies diferentes.

Divisão Celular

Divisão Celular – é o processo que ocorre nos seres vivos, através do qual uma célula,
chamada célula-mãe, se divide em duas (mitose) ou quatro (meiose) células-filhas, com toda a
informação genética relativa à espécie.

As células possuem uma propriedade muito importante que é a capacidade de se dividirem.

Por divisão celular, uma célula mãe dá origem a duas células filhas.

 Nos seres unicelulares a divisão celular corresponde a reprodução.


 Nos seres pluricelulares, por divisão, as células se multiplicam e permite o crescimento

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dos seres e a regeneração de células destruídas (naturalmente ou acidentalmente).

Importância Da Divisão Celular


A divisão celular permite:

 Reprodução;
 Crescimento e manutenção da integridade física do indivíduo;
 Assegurar a continuidade da vida na Terra.

OBS: A célula é constituída pelo núcleo e citoplasma, geralmente o núcleo é o primeiro a


dividirem – Mitose, em seguida o citoplasma – Citocinese.

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Ciclo Celular

Conjunto de transformação (processo continuo e dinâmico) de natureza cíclica que decorre


desde a formação de uma célula até a sua divisão (ao momento em que, ela própria, por divisão,
origina duas células filhas)

Etapas Do Ciclo Celular


O ciclo celular ocorre em duas fases fundamentais: a Interfase e a Fase Mitótica.

 INTÉRFASE – é o período compreendido entre o fim de uma divisão e o início da Biologia 11º Ano de Escolaridade
divisão seguinte.

A Interfase compreende três períodos designados por G1, S e G2.

 G1, Fase Pós – Mitótico ou Pré – síntese (duração 5 a 10 horas)

 Sucede imediatamente a uma mitose;


 Ocorre intensa actividade biossintética (proteínas e RNA);
 Crescimento de componentes celulares;
 Duplicação de centríolos;
 Não há síntese do DNA;

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 S ou Síntese de DNA (duração 6 a 8 horas)

 Ocorre a auto – replicação de DNA;


 Associação dessas moléculas a respectivas proteínas;
 Cada cromossoma passa a ser constituído por dois cromatídios ligados por
centrómero.

 G2, Pré - Mitótico ou Pós – síntese (duração 4 a 5 horas)

 Começa com o fim da duplicação do DNA e termina com o inicio da mitose.


 Fim da duplicação do cromossoma;
 Síntese de biomoléculas (proteínas) necessárias à divisão.

Cromossomas – são estruturas muito complexas situadas no núcleo das células dos seres vivos.
Suporte da informação genética.

Cromatídio - é cada um dos dois filamentos de DNA formados pela duplicação de um


cromossomo durante a fase S da divisão célula.

Centrómero – zona de união de dois cromatídios.

OBS: Em algumas células (musculares e neurónios) a interfase dura toda a vida sendo suspensa
na fase G1, antes da síntese do DNA. Esse estágio é denominado de G0. Geralmente as células

Biologia 11º Ano de Escolaridade


não se dividem nesse estágio.

Importância Biológica Da Mitose


Mitose – é um processo da divisão nuclear.

Na fase mitótica podem considerar – se duas etapas:

 Mitose ou Cariocinese – divisão do núcleo.

 Citocinese – divisão do citoplasma.

Tradicionalmente a mitose é constituída por quatro fases: Prófase, Metáfase, Anáfase e


Telófase.

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29
CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

 Prófase – é a fase mais longa da mitose.


 Os filamentos dos cromatídios enrolam – se tornando cada vez mais curtos e
grossos.

 O núcleo aumenta de volume;

 Os dois pares dos centríolos começam a afastar – se para os pólos diferentes,


formando entre eles o fuso acromáticos;

 Ocorre a fragmentação da membrana nuclear e desaparecimento dos nucléolos e


termina - se a prófase.

 Metáfase – é a fase mais curta da mitose.

 Encurtamento máximo dos cromossomas;

 Os centríolos atingem os pólos;

 Os cromossomas e os centrómeros vão – se colocar no equador formando a placa Biologia 11º Ano de Escolaridade
equatorial,

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30
CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

 Anáfase – fase bastante rápida.

 Duplicação dos centrómeros;

 Ascensão (migração) polar dos cromossomas filhas para os pólos, por acção das
fibras do fuso acromático;

 Telófase – fase de longa duração.

 Reorganização do núcleo das células filhas;

 Reaparecimento da membrana nuclear e dos nucleolos;

 Os cromossomas tornam – se cada vez mais compridos e finos;

 Desaparecimento dos fusos acromáticos e desenrolamento da cromatina;

Biologia 11º Ano de Escolaridade


 A célula fica constituída por dois núcleos e termina a mitose;

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31
CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Citocinese – é o processo da divisão citoplasmática.

 No fim da anáfase e telófase, dá – se alteração no citoplasma. Ocorre a estrangulamento


no citoplasma até – se separarem as duas células filhas.

Importância da Mitose

 Permite propagar com fidelidade o programa genético.

 Nos seres unicelulares a mitose já possui o papel da reprodução em si, uma vez que gera
dois seres idênticos a partir de um.

 Nos seres pluri ou multi celulares, a mitose possui três funções básicas e são elas:

o Crescimento corpóreo

o Regeneração de lesões

o Renovação dos tecidos

Reprodução Sexuada. Noção da Meiose e as suas Fases.

Características da Reprodução Sexuada

 Há intervenção de gâmetas e consequentemente a fecundação;

Biologia 11º Ano de Escolaridade


 A divisão celular tem como base a meiose;

 Há variedade na descendência;

 Há junção do material genético;

Comparação entre os gâmetas das plantas e dos animais

Gâmetas Órgãos produtores das Gâmetas

Masculino Feminino Masculino Feminino

Animais Espermatozoide Óvulo Testículos Ovários

Plantas Anteroide Oosfera Anterídios Oogónios ou Arquegónios

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32
CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

NOTA:

 Nos seres vivos muito simples as gâmetas são iguais e desta forma são designado –
Isogamia e a reprodução diz – se Isogâmica.

 Na maioria dos seres vivos as gâmetas são distintas – Anisogamia e a reprodução diz –
se Anisogâmica.

Estratégias da Reprodução Sexuada

 Unissexualismo – (espécie dióica) reprodução exige a contribuição de dois indivíduos,


um de cada sexo.

 Hermafroditismo – (espécie monóica) um só individuo consegue autofecundar – se e


originar descendentes.

Meiose – processo da divisão nuclear que permite a formação de células haploides a partir de
células diploides.

Células Haploides – (n) células que possuem apenas um par de cromossomas homólogos.

Células Diploides – (2n) células que possuem n pares de cromossomas homólogos ou 2n


cromossomas.

Cromossomas Homólogos – cromossoma portador do mesmo conjunto de genes, tem a mesma


forma e estrutura.

Biologia 11º Ano de Escolaridade

Na Meiose ocorre duas Divisões Sucessivas:

 1ª Divisão

 Prófase I – é uma fase de longa duração, inicia – se com uma fraca


especialização cromática.

 Os cromossomas homólogos, cada um constituído por dois cromatídios,


emparelham -se formando díadas cromossomático ou bivalente –
processo de Sinapse;

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33
CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

 Acontece o fenómeno de crossing – over (troca de segmentos entre os


cromossomas homólogos);

 Formação de quiasmas (ponto de cruzamento entre os cromossomas


homólogos);

 Os homólogos começam a separar – se a partir do centrómero;

 Termina – se com a formação do fuso acromático e o desaparecimento da


membrana nuclear e o nucléolo;

 Metáfase I

 Termina a formação do fuso acromático;

Biologia 11º Ano de Escolaridade


 Os bivalentes (cada um formado por um par de cromossomas) colocam –
se na zona equatorial e com os centrómeros dos homólogos voltados para
pólos opostos;

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34
CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

 Anáfase I

 Dá – se a ascensão polar;

 Segregação dos homólogos – os homólogos separam – se, dirigindo – se


cada um para o seu pólo (são puxados pelos fusos acromáticos).

 Telófase I

 Inicia – se quando os cromossomas atingem os pólos das células;

 Reaparecimento dos núcleos, nucleolos e invólucro nuclear;

 Há formação de dois núcleos (cada um deles tem a metade do nº de


cromossomas do núcleo inicial.

 Pode ocorrer a citocinese com formação de duas células filhas. Mas em

Biologia 11º Ano de Escolaridade


muitos casos essa divisão só ocorra após a 2ª divisão nuclear;

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35
CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

 2ª Divisão

 Prófase II (é mais rápido que em I, e por vezes pode não ocorrer passando de
Telófase I para Metáfase II)
 Aparecimento de cromossomas,
 Desaparecimento do núcleo e a cariótica;
 Duplicação dos centríolos que se dirigem para os pólos formando o fuso
acromático.

 Metáfase II

 Os cromossomas dispõem com os centrómeros na zona equatorial;

 Anáfase II

 Ascensão polar dos cromatídeos;


 Separação dos cromatídeos irmãos puxadas pelas fibras do fuso
acromático

 Telófase II

 O fuso acromático desaparece, forma – se o invólucro nuclear,


 Dá – se a citocinese formando – se quatro células filhas haplóides.

Biologia 11º Ano de Escolaridade

Prófase II Metáfase II Anáfase II Telófase II

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CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Meiose e Variabilidade Genética

A reprodução sexuada garante uma grande variabilidade genética nos indivíduos. A meiose é
um dos processos que contribuem para essa variabilidade, permitindo a recombinação dos
genes provenientes dos progenitores, dando misturas imprevisíveis de caracteres na
descendência.

OBS: As 4 células filhas resultantes da meiose são aparentemente iguais e geneticamente


diferentes.

 Aparentemente iguais, porquê?

 Cada um desses núcleos tem um cromossoma de cada par de homólogo;


 Têm a mesma forma;
 Têm a mesma localização;
 Têm a mesma dimensão;
 Têm igual localização do centrómero.

Geneticamente diferentes, porquê?


 Segregação Independentemente dos Cromossomas na ANÁFASE I;
 Recombinações genicas;
 Crossing - over (crossing-over aumenta extraordinariamente o número de

Biologia 11º Ano de Escolaridade


recombinações genicas);

OBS: O número de combinações é tanto maior quanto maior for o número de pares homólogos

Em geral o nº possível de Combinações é calculado pela seguinte fórmula:

n – é o número de pares de homólogos;


2n

Ex: Tomando a espécie humana que tem 23 pares de cromossomas homólogos.

223 = 8,4 Milhões de tipos de gâmetas diferentes. O que é extremamente impossível que um
gâmeta tenha apenas cromossomas de origem materno ou paterno.

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37
CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Importância Genética Da Meiose. Diferença entre Mitose e Meiose

Importância Genética da Meiose

 Permitem manter o número de cromossomas inalterável;


 Contribui para a variabilidade genética das espécies através do fenómeno de crossing –
over;.

Diferença Entre Mitose E Meiose

MITOSE MEIOSE

 Uma só divisão nuclear.  Envolve duas divisões nucleares

 De um único núcleo resultam dois  De um núcleo diplóide resultam 4


núcleos. núcleos haplóides.

 Na prófase os cromossomas  Ocorre emparelhamento dos


homólogos não emparelham. cromossomas homólogos.

 Não ocorre o crossing – over entre  Ocorre o crossing – over entre os


os cromossomas homólogos cromossomas homólogos

 O plano equatorial é definido  O plano equatorial é definido por


pelos centrómeros de todos os quiasmas.
cromossomas.

 Na anáfase os centrómeros  Na anáfase I os centrómeros não se


dividem-se e sobem para os pólos dividem e os cromatídeos irmãos não

Biologia 11º Ano de Escolaridade


um cromatídeo de todos os se separam. Sobem aos pólos
cromossomas. cromossomas com estrutura dupla, ou
seja, cada um com os seus dois
cromatídeos.

 As células resultantes possuem  As células resultantes possuem apenas


igual constituição cromossomática um cromossoma de cada par de
da célula mãe. homólogos.

 A 2ª divisão decorre nos moldes da


mitose

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CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Diferença Entre Reprodução Sexuada E Assexuada

REPRODUÇÃO ASSEXUADA REPRODUÇÃO SEXUADA

 Um só progenitor.  Dois progenitores (excepto nos


hermafroditas).

 Não há formação de gâmetas, nem  Há formação de gâmeta e ocorre a


fecundação. fecundação.

 O seu processo celular de base é a  Ocorrem os dois processos celulares-


mitose. Nunca ocorre meiose. mitose e meiose.

 Os descendentes são idênticos entre  Os descendentes diferem entre si e


si e ao progenitor. relativamente aos progenitores.

 Apenas ocorrem nas plantas,  Ocorre na maioria das espécies


microrganismos e em animais com animais, em plantas, em fungos e
um baixo nível de diferenciação protistas. Mesmo em alguns
tecidular. Está ausente em animais procariontes conhecem-se fenómenos
mais desenvolvidos. sexuados.

 Permite uma rápida multiplicação  A produção da descendência é mais


das espécies, produzindo inúmeros lenta, obtendo-se um menor número
descendentes em pouco tempo. de indivíduos.

Estudo Estatístico Da Transmissão Dos Caracteres Hereditários

Biologia 11º Ano de Escolaridade


Genética (do grego genno; fazer nascer) é a ciência dos genes, da hereditariedade e da
variação dos organismos. Ramo da biologia que estuda as leis de transmissão das
características biológicas de geração para geração.

História Da Genética

A história da genética pode ser dividida em três períodos:

o 1º Período – Mendel e o seu trabalho com as ervilhas, trabalhando com as ervilheiras


considerou a existência dos factores hereditários e estabeleceu os princípios básicos
que serviram de alicerce a todos os conhecimentos da genética moderna – Leis de
Mendel.

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39
CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

o 2º Período – Morgan e outros cientistas usando Drosophila melanogaster confirmou os


princípios estabelecidos por Mendel, e localizou os genes nos cromossomas. Ele
estabeleceu a Teoria Cromossomática da Hereditariedade.

o 3º Período – O aprofundamento dos conhecimentos da Bioquímica permitiu a


separação e o estudo dos constituintes celulares:

 Com a realização das suas experiencias Avery e seus colaboradores


identificaram DNA como material genético responsável pela transmissão das
características hereditárias – marcando assim o início da genética moderna ou
genética molecular.

 Mais tarde surgiu a engenharia genética em que passaram a transferir os genes


de umas células para outras, as quais ficam geneticamente modificados. Isso só
foi possível no início dos anos 70 quando Hamilton Smith descobriu a primeira
enzima de restrição capaz de “cortar o DNA em sítios específicos”.

Experiência De Mendel

Gregor Johann Mendel nasceu em 22 de qual realizou durante oito anos, várias
Julho 1822, em Heinzendorf, na Áustria. experiências, cujo os resultados foram
Era filho de pequenos fazendeiros e, apesar apresentados a Sociedade de História

Biologia 11º Ano de Escolaridade


de bom aluno, teve de superar dificuldades Natural de Brunn, sob o titulo
financeiras para conseguir estudar. “Experimentos com Plantas Híbridas”

Após ter sido ordenado monge, em 1847,


Mendel ingressou na Universidade de
Viena, onde estudou matemática e ciências
por dois anos. Ele queria ser professor de
ciências naturais, mas foi mal sucedido nos
exames.

Nas suas experiências, Mendel, escolheu


como material biológico as ervilheiras-de-
cheiro do género Pisum sativum. Com o

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40
Híbridos – descendentes que resultam do cruzamento de indivíduos contrastantes (diferentes)
de linhagem pura, para um ou vários caracteres.

Razões Da Escolha De Pisum Sativum

 Era de fácil de cultivo;


 Tinham um crescimento rápido e produzem muitas sementes em pouco tempo.
 As flores são hermafroditas suficientes – autopolinização.
 Depois da polinização forma-se o fruto, em que as sementes representam as plantas da
geração seguinte.
 Há muitas variedades que diferem em uma ou várias características de acordo com a
tabela.

Caracteres Aspectos apresentados


Forma da semente Lisa ou rugosa
Cor das cotilédones Amarelo ou verde
Cor do tegumento da semente Colorido ou branco
Forma da vagem Lisa ou rugosa
Cor da vagem Verde ou amarela
Posição da flor Axial ou terminal
Comprimento do caule Longo ou curto

Os Principais Métodos De Trabalho Do Mendel

Mendel foi considerado o pai da hereditariedade. Na sua experiencia foi muito cuidadoso na
escolha do material e rigoroso no método a utilizar.

 1º - Seleccionou ervilheiras de linhagem pura para cada uma das características em


estudo;

 2º - Fez experiências de hibridação com essas variedades (cruzamento de plantas de


linhagem pura que diferiam em alguns dos seus caracteres) e seguiu metodicamente, na
descendência, o comportamento de um carácter (moniibridismo), dois caracteres
[Escolher a data]

(diibridismo) e três ou mais caracteres (poliibridismo).

 Fez análise dos resultados utilizando métodos estatísticos.

Linhagem Pura – indivíduos que, uma vez cruzados, dão sempre descendentes iguais entre si e
aos progenitores em relação as características consideradas.
CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

OBS: O sucesso do trabalho de Mendel deve se em parte ao facto de conhecer a biologia e de


aplicar as leis matemáticas na análise dos resultados.

Experiência De Monoibridismo

Mono-hibridismo – estudo da transmissão de um só carácter hereditário

Dos sete caracteres em estudo por Mendel, vamos exemplificar com o carácter a forma das
sementes.

Iniciou então as suas experiências de monibridismo, procedendo de seguinte modo:

1ª Fase das Experiências – Cruzamento Parental ou de linhagens puras.


Geração F1

 1º Passo – Semeou em locais distintos os dois tipos de sementes (lisas e rugosas)


pertencentes a linhagens puras.

 2º Passo – Quando chegou a época da floração, cruzou as flores produzidas por estas
duas variedades por polinização artificial. (Para isso fez o transporte do pólen de umas
flores para o estigma das outras, previamente privadas de estames).

Biologia 11º Ano de Escolaridade


Depois da frutificação abriu as vagens e verificou que os resultados eram uniformes, qualquer
que fosse o sentido do cruzamento (♂liso x ♀rugoso ou ♀liso x ♂rugoso). Todos os
descendentes da primeira geração eram lisas… nem uma semente rugosa. A forma rugosa
desapareceu – se completamente, como se não tivesse existido e usou para esses híbridos da 1ª
geração F1.

Conclusão:
o Os híbridos da 1ª geração são uniformes para as características em estudo, ou seja,
Mendel verificou que deste cruzamento resultaram apenas sementes lisas (dominância a
100% de um factor) – Princípio de Uniformidade;

2ª Fase das Experiências – Autofecundação dos híbridos da 1ª geração.


Geração F2

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CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

 3º Passo – no ano seguinte semeou um grande número de sementes lisas da 1ª geração,


permitiu que ocorresse a polinização directa – Autofecundação. E ao recolher as
semente dessa geração, verificou que:
 Cada pé de ervilheira produzia, por vezes misturada na mesma vagem, sementes
lisas e rugosas;
 As sementes lisas eram mais numerosas do que as rugosas (proporção de 75%
lisas e 25% rugosas).

Conclusão:

o A geração F1 não é de linhagem pura – são híbridos. Então houve a segregação


ou disjunção dos caracteres – Principio de Segregação.

3ª Fase das Experiências – Autofecundação dos Indivíduos da 2ª geração.


Geração F3

 4º Passo – Semeou separadamente as semente da geração F2, as lisas num local e as


rugosas noutras e Mendel não interferiu na polinização. E ao recolher as sementes dessa
geração verificou que :
 As sementes rugosas só deram origem a sementes rugosas;
 Das sementes lisas algumas só produziram sementes lisas e outros tiveram
comportamento idêntico aos híbridos da 1ª geração eram híbridos.

Biologia 11º Ano de Escolaridade


Estes resultados permitiram concluir que:

 Na geração F2 a proporção de 75% de liso (factor dominante) por 25% de rugosas


(factor recessivo) correspondia a:
o 25% de lisas de linhagem pura;
o 50% de liso híbrido liso,
o 25% de rugosa de linhagem pura,

Nota: Na linhagem pura os factores são iguais ou homozigóticos (LL ou rr) e nos híbridos são
heterozigóticos (Lr)

Conceitos Importantes em Genética

Genótipo: conjunto de genes de um indivíduo para uma determinada característica. Ex: Ca

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CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Fenótipo: características observáveis de um organismo que resultam da interacção entre o


genótipo e o meio. Ex: olhos castanhos.

Gene: unidade de informação que ocupa um determinado locus no cromossoma.

 Gene Dominante – gene que encobre a presença de outro gene.

Ex: C – gene responsável pela transmissão da cor castanha

 Gene Recessivo – gene que apenas se manifesta na presença de outro gene igual.

Ex: a – gene responsável pela transmissão da cor azul

Indivíduo Homozigótico ou Puro – é o indivíduo que apresenta dois genes iguais para uma
determinada característica.

Ex: CC ou aa

Indivíduo Heterozigótico ou Híbrido – é o indivíduo que apresenta dois genes diferentes para
uma determinada característica.

Ex: Ca

Alelos: formas alternativas de genes responsáveis pelas características dos descendentes nos
cromossomas homólogos. Podem ser:

 Alelos dominantes (AA); é a que se manifesta no fenótipo quando dois alelos diferentes

Biologia 11º Ano de Escolaridade


de um gene estão presente no organismo.

 Alelos recessivos (aa). É o que não se manifesta no caso da heterozigotia.

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CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Xadrez Mendeliano

Xadrez mendiliano – é um quadro de duas entradas em que num dos lados se escrevem os
gâmetas feminino e no outro lado os gâmetas masculinos.

 Este quadro serve para estudar a transmissão de uma determinada característica de


progenitores para descendentes.

Mulher de cabelo castanho x Homem de cabelo castanho

Cl x Cl

C l Genótipos Fenótipos
CC – 25% Cabelo castanho – 75%

C CC Cl Cl – 50% Cabelo louro - 25%

l Cl ll ll – 25%

Experiência De Diibridismo

Diibridismo – estudo da transmissão em simultânea de dois caracteres hereditárias.


Por meio artificial, Mendel cruzou duas variedades de ervilheiras de linhagem pura: uma de

Biologia 11º Ano de Escolaridade


semente amarela e lisa e outra de semente verde e rugosa.

 Depois da frutificação, examinou as vagens de F1, verificou que todas as sementes eram
lisas e amarelas -F1 era uniforme. No que diz respeito a cor da semente, o carácter
amarelo domina o verde, quanto a forma o carácter liso domina o rugoso.

 Semeou algumas sementes de F1 e deixou que ocorresse a fecundação directa. E na F2,


recolheu quatro tipos de sementes:

 Amarela e lisa;
 Amarela rugosa;
 Verde lisa;
 Verde rugosa

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CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

P– X

AALL vvrr
F1
100% de híbrido – AvLr

AvLr AvLr

Gâmetas possíveis: AL Ar vL vr AL Ar vL vr

F2 -

♀ 25% 25% 25% 25%


♂ AL Ar vL vr

25% AALL AALr AvLL AvLr


AL

25% AALr AArr AvLr Avrr


Ar

25% AvLL AvLr vvLL vvLr


vL

25% AvLr Avrr vvLr vvrr


vr

Biologia 11º Ano de Escolaridade

Fenótipo:

 Amarelas lisas 9/16; amarelas rugosas 3/16;


 Verdes lisas 3/16, verdes rugosas 1/16

Genótipos:

 AALL, AALr, AvLL, AvLr (amarelas lisas); AArr,Avrr (amarelas rugosas)


 vvLL, vvLr (verdes lisas); vvrr (verdes rugosas)

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CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Leis De Mendel

Os princípios básicos da hereditariedade foram formuladas por Mendel, mas não foram
expressos sob a forma de leis.

Em 1900, três investigadores, De Vries (Holanda), Correns (alemanha9 e Tschermak


(Áustria), trabalhando independentemente em experiências de cruzamentos, chegaram as
mesmas conclusões que Mendel já tinha chegado a 35 antes.

Os princípios mendelianos foram ainda confirmados, após terem –s e realizados experiências


com outros seres vivos.

No inicio do século XX, John Duff confirmou estes princípios a atribui – lhes o valor de leis,
dedicadas a Mendel:

Leis de Mendel
1ª Lei da uniformidade dos híbridos da primeira geração
Todos os híbridos da geração F1 são semelhantes entre si, apresentando o mesmo
fenótipo.

2 ª Lei da disjunção ou segregação dos caracteres na geração F2


Os indivíduos da geração F2 apresentam diferentes fenótipos. Esta diferença é explicada
pela disjunção dos alelos no momento da formação dos gâmetas (pureza dos gâmetas).

3 ª Lei da independência dos caracteres


Os fenótipos observados mostram que a disjunção se faz de um modo independente para

Biologia 11º Ano de Escolaridade


os diversos pares de alelos.

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47
CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

OBS: Existem certos casos em que não ocorre a segregação independente dos caracteres. Ex:
Dominância incompleta e a Co-dominância.

Dominância Incompleta – quando no terceiro fenótipo acontece uma mistura (fenótipo de


híbridos intermediarias).

Ex: Do cruzamento das flores vermelhas e brancas de linhagem puras, surgiu a terceira flor,
cujo fenótipo é uma mistura das duas cores (cor rosa).

Co-dominância – quando os dois genes alelos manifestam – se no fenótipo.

Biologia 11º Ano de Escolaridade

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CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Cruzamento – teste em monoibridismo

É um teste que consiste em cruzar indivíduos que manifestam fenótipos dominantes e cujo
genótipo se desconhece, com indivíduos de linhas puras (homozigóticos) relativamente ao
carácter recessivo.

Situação B Situação A
aa aa
? X♀ ? X

♂ Progenitores ♀ ♂ Progenitores ♀

4 2

0 2

Conclusão: do Cruzamento – teste

 Na situação A, todos os indivíduos resultantes do cruzamento manifestam o fenótipo


dominante, isto porque o progenitor do genótipo desconhecido é Homozigótico (VV);

 Na situação B, 50% dos indivíduos expressam fenótipo dominante e 50% fenótipo


recessivo, então o progenitor de genótipo desconhecido é Heterozigótico.

Biologia 11º Ano de Escolaridade


T.P.C.

Atendendo ao xadrez Mendeliano no teste da situação A e B, indica a percentagem do genótipo


e do fenótipo.

Teoria Cromossomática Da Hereditariedade

Mendel admitiu que a transmissão dos caracteres hereditários de pais para filhos, acontece
através de “factores” existentes nos indivíduos.

Na época de Mendel pouco se sabia da biologia celular, conhecia – se a existência do


citoplasma e do núcleo. Também desconheciam - se os mecanismo da meiose e da mitose,

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49
CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

conceitos de genes, cromossomas e o DNA nem era descoberto. Por isso a sua obra caiu no
esquecimento durante 30 anos.

O desenvolvimento desta ciência (biologia celular) levou os cientistas a procurarem no núcleo


os suportes das características hereditárias. Com isso descobriram no núcleo os cromossomas,
assim como os fenómenos da mitose, meiose e fecundação.

Sutton e Wilson poderão então relacionar as conclusões de Mendel com os conhecimentos da


citologia e dessa foram estabeleceram o paralelismo entre o suposto comportamento dos
factores de Mendel e o comportamento dos cromossomas na meiose e na fecundação.

Sendo assim os factores de Mendel foi identificado com os genes e associados aos
cromossomas, passou a constituir a Teoria Cromossomática da Hereditariedade.

Esta Teoria diz que:

 São os cromossomas que transportam os genes, que transmitem as informações que


determinam as manifestações dos caracteres hereditários.

Ligação De Genes Ou Linkage

Thomas Morgan realizou experiências fazendo cruzamento entre moscas da fruta (Drosophila
melanogaster) porque:

Biologia 11º Ano de Escolaridade


 São pequenas (3 a 4 mm)
 Alimentam-se facilmente
 É de fácil manuseia
 Tem ciclo de vida curto (cerca de 12 horas)
 Cada fêmea origina cerca de 200 a 300 descendentes
 Macho e fêmea distinguem –se facilmente
 Tem diversidades de formas
 Tem 4 pares de cromossomas (3 pares de autossomas e um par de cromossomas
sexuais)

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CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Ele concluiu que:

 Não se verifica disjunção independente entre os pares de alelos


determinantes da cor do corpo e determinantes do tamanho das asas
 Os genes para cor do corpo e tamanho das asas estão localizados no mesmo
cromossoma e em locais diferentes.
 Os genes localizados no mesmo cromossoma são transmitidos conjuntamente
e dizem – se ligados, vinculados ou em “LINKAGE” - ligação factorial
absoluta.
 Durante a meiose gamética pode ocorrer o “crossing – over” entre dois genes
permitindo o aparecimento de novas recombinações nos fenótipos – ligação
factorial parcial.

Alelos Múltiplos Ou Polialelos

Alelos Múltiplos ou Polialelos – existência de mais de dois alelos num dado gene.

Ex: Grupo Sanguíneos do Sistema ABO

Característica do sistema ABO

Grupo Sanguíneo Aglutinogénios ou Aglutininas ou


Antigénios das Hemácias Anticorpos do Plasma
Fenótipo Genótipo

Anti – B

Biologia 11º Ano de Escolaridade


A AA ou AO A

B BB ou BO B Anti – A

AB AB AeB Sem aglutininas

O OO Sem aglutinogénios Anti – A e Anti - B

Sendo assim, uma pessoa:


 Com aglutinogénio A é do tipo A;
 Com aglutinogénio B é do tipo B;
 Com aglutinogénio A e B é do tipo AB;
 Sem aglutinogénio A e B é do tipo O;

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CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

OBS: São três os genes A, B, O, que determinam o tipo sanguíneo de um indivíduo. E


combinados dois a dois, originam as seguintes combinações: AA, BB, AB, OO, AO e BO.

Entre os genes A e B não há dominância (Co-dominância), mas em relação ao gene O, qualquer


um deles são dominantes.

Aglutinogénios – são proteínas específicas existentes nas hemácias humanas, capazes de serem
reconhecidas por um anticorpo e de estimularem a produção desses anticorpos.

Aglutininas – anticorpos capazes de causar aglutinação dos eritrócitos.

Grupo Sanguíneos do Sistema ABO. Transfusão Sanguínea. Filiação Biológica


Em muitas situações clínicas as pessoas tem necessidades de receber sangue de um dador. Mas
as primeiras transfusões efectuadas foram em grande parte trágicas, devido a falta de
conhecimento dos grupos sanguíneos.

Mas foi só em 1990, que Landsteiner, ao misturar gotas de sangue de indivíduos diferentes,
constatou que, em certos casos ocorria a aglutinação das hemácias, enquanto, que noutros não.
Dai, verificaram a importância do conhecimento dos grupos sanguíneos no processo da
transfusão.

Para se efectuar uma transfusão é necessário conhecer o grupo sanguíneo do dador e do


receptor. Se o dador não for compatível com o receptor, pode causar uma reacção
transfuncional imediata (febre, náusea, vómitos e inclusive a morte)

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Sendo assim a transfusão só será possível segundo os sentidos indicados nos esquemas.

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CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

OBS: O conhecimento do grupo sanguíneo não é importante apenas na transfusão sanguínea,


mas também na determinação da paternidade (na identificação legal dos filhos).

 Em certos casos é possível, provar que determinado descendente não pode, por
incompatibilidade génica, ser filho de um determinado individuo. Mas, a afirmação de
paternidade, só com estes dados é impossível.
Ex: Uma criança do tipo A, e mãe do grupo O, o pai não pode pertencer ao grupo O ou
B.

Grupo Sanguíneos do Sistema Rh. Características

O sistema Rhesus ou factor Rh é um outro sistema do grupo sanguíneo, independente do


sistema ABO.
O nome se deve ao facto de ter sido descoberto inicialmente no sangue dos macacos do género
Rhesus, em 1940, por Landsteiner e Wiener.

Verificaram que ao colocarem o sangue desses macacos nos coelhos ocorriam a aglutinação.

Então concluíram que nas hemácias desses macacos existiam antigénios – Fator Rh – ou
aglutinogénio D. e estes por sua vez induziram a formação de aglutininas anti – Rh.

Características do Sistema Rh

Fenótipo Genótipo Aglutinogénio Aglutininas

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Rh+Rh+ Rh ou D Sem aglutininas

Rh+ Rh+Rh- Rh ou D Sem aglutininas

Rh- Rh-Rh- Sem aglutinogénios Sem mas pode formar

OBS: O factor Rh+ é dominante e o Rh- é recessivo.

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CIÊNCIA DA VIDA – 11º ANO DE ESCOLARIDADE 2013

Rh e Transfusão Sanguínea. Rh e Casamento

Rh e Transfusão Sanguínea

Normalmente, o sangue de um indivíduo Rh- não possui anticorpos. E se este individuo receber
o sangue Rh+ , não aglutina as hemácias, mas estimulam a produção de um anti – Rh, que vai
permanecer no sangue e pode perigar uma nova transfusão.

Mas, tarde se esse indivíduo vier a receber uma nova transfusão de sangue Rh+, as hemácias do
dador serão aglutinados, provocando reacções perigosas e aparecimentos de sintomas
característicos de uma incompatibilidade sanguínea.

Nota: Para evitar essas reacções é indispensáveis que os sangues sejam compatíveis não só
quanto ao sistema ABO, mas também que o dador seja Rh-.

Rh e Casamento

Entre os diferentes casais possíveis, só existe risco no caso de :

 Mulher Rh- e o homem Rh+ (homozigótico ou heterozigótico)

Tais casamentos são responsáveis pela doença hemolítica ou eritroblastose fetal.

Eritroblastose Fetal – são doenças hemolíticas do recém-nascido provocado por


incompatibilidade sanguínea entre a mãe e o feto.

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Hemolítica (hemólise) – destruição das hemácias da criança.

A eritroblastose fetal pode inclusive ocasionar a morte da criança recém-nascida ou do feto


durante a gestação.

OBS: Actualmente existem duas técnicas para diminuir a incompatibilidade sanguínea nesses
casos:

 Vacina anti – D (72 horas após o parto de modo a destruir as hemácias do sangue Rh+)
 Substituição do sangue do feto;

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Hereditariedade Ligada Aos Cromossomas Sexuais

Não se pode falar na hereditariedade ligada aos cromossomas sexuais, sem antes descrever as
experiências de Thomas Morgan com as Drosophilas malanogaster.

Thomas Morgan fez inúmeras experiências com as D. melanogaster para comprovar a teoria
cromossomática da hereditariedade, usando o carácter a cor dos olhos.

Essas experiências contribuíram de forma irrefutável para consolidar a teoria Cromossomática


da hereditariedade revelando igualmente a ligação ao sexo da transmissão de certos caracteres
hereditários – Hereditariedade ligado ao cromossoma X.

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Fenótipo 50% de Drosophilas de olhos vermelhos sendo


todas Fêmeas
F1 – 100% Drosophilas de olhos vermelhos
sendo 50% Machos e 50% Fêmeas 50% de Drosophilas de olhos brancos sendo
todos Machos

Conclusão: Nestas moscas os genes que determinam a cor dos olhos estão localizados nos
cromossomas X. Cromossoma Y, mostra inofensivos para esta característica.
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Hereditariedade Humana Ligada ao Sexo

Na espécie humana, o sexo feminino (XX) ou masculino (XY) é determinado no momento da


fecundação pela união dos cromossomas transportados pelos gâmetas. Os gâmetas femininos
transportam apenas o cromossoma X e, por isso, as mulheres são homogaméticas. Metade dos
gâmetas masculinos transportam o cromossoma X e a outra metade transporta o cromossoma Y
e, por isso, os homens são heterogaméticos.

Os genes presentes no cromossoma Y são transmitidos de pai para filho e os genes presentes no
cromossoma X são transmitidos de pai para filha e de mãe para filho ou filha.

O cariótipo humano é constituído por 23 pares de cromossomas, onde 22 pares – Autossomas


(iguais no homem e na mulher) e um par (23) – Cromossomas sexuais – (determinam o sexo).

O cariótipo do homem difere da mulher no par 23, onde se localizam os genes que determinam
o sexo do indivíduo:

 Homem – XY;
 Mulher – XX;

Há genes que localizam apenas no cromossoma X (daltonismo, Albinismo, hemofilia, etc) e há


genes que localizam no cromossoma Y (hipertricose auricular).

Comportamento dos genes localizados no cromossoma X:


 Se for dominante afecta igualmente o homem e a mulher;

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 Se for recessiva:

 Surge com muito maior frequência em machos do que em fêmeas, pois estas
necessitariam dos dois alelos recessivos;

 Um macho com a doença apenas as pode transmitir às suas filhas, pois os filhos
recebem o cromossoma Y do pai;

 As filhas que recebem um cromossoma X com o alelo para a doença são


heterozigóticas portadoras, apresentando-se fenotipicamente normais. Neste
caso, podem transmitir a doença à sua descendência;

 O fenótipo da doença pode não aparecer em algumas gerações se o cromossoma


portador passar do pai para a filha e desta para o seu filho

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Transmissão de um Alelo Recessivo ligado ao cromossoma X

O carácter exprime-se sempre nos indivíduos de sexo masculino, exprimindo-se apenas nas
mulheres homozigóticas recessivas. Um homem afectado tem obrigatoriamente uma mãe
afectada ou portadora da patologia. Uma mulher afectada tem, obrigatoriamente, um pai
afectado e uma mãe afectada ou portadora. A hemofilia, o daltonismo e a própria diabetes são
exemplos de anomalias relacionados com o modo de transmissão em questão.

Hemofilia – é uma anomalia hereditária, cujo, o gene está localizado no cromossoma X, e é


recessivo.
A hemofilia é caracterizada pela ausência de uma proteína – globulina – no sangue,
responsável pela coagulação, por esta razão qualquer ferimento pode provocar uma hemorragia
e consequentemente a morte do indivíduo.

As mulheres possuem dois cromossomas X e os homens apenas uma. Sendo assim:


 Uma mulher só será hemofílica se possuir dois genes para essa anomalia
(homozigotia);
 Aos homens basta a presença de um só desses genes para apresentarem a
anomalia, mesmo sendo recessiva;

Tipos de Hemofilia

Hemofílico é o termo que designa o indivíduo que sofre desta doença. Os três tipos mais

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comuns de hemofilia são:

 Hemofilia A é conhecida também como hemofilia clássica e se caracteriza pela


ausência do factor VIII da coagulação ou globulina anti hemofílica.

 Hemofilia B - é também conhecida como doença de Christmas e se caracteriza pela


ausência do factor hemofílico B ou factor IX.

 Hemofilia C - este tipo de hemofilia é determinada por gene autossómico dominante


não relacionado com o sexo e caracteriza-se pela ausência de um factor denominado
PTA ou factor XI

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Diagrama de transmissão da Hemofilia na Linhagem Real Europeia

Conclusão:
 Um homem hemofílico transmite a hemofilia a todas as suas filhas e nunca aos
filhos;
 Uma mulher hemofílica transmite o gene a 50% dos seus descendentes (filhos ou
filhas);
 Os rapazes recebem este gene da sua mãe e nunca do pai mesmo que ele seja

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hemofílico;

OBS: Um homem possui um cromossoma X e um Y. Uma mulher, dois X. Como o defeito está
no cromossoma X, é raro uma mulher que carregue o defeito, pois seu outro cromossoma X
pode produzir os factores de coagulação necessários. Entretanto, o cromossoma Y do homem
não tem genes para os factores de coagulação, portanto, se um homem apresentar defeito no
cromossoma X, ele desenvolverá a doença.

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Tratamento

Não há cura para a hemofilia pois existem vários estudos que procuram a melhora do
tratamento.

Controla-se a doença com injecções regulares dos factores de coagulação deficientes (pela
veia). Mas para que o tratamento seja completo, o paciente deve fazer exames regularmente e
jamais utilizar medicamentos que não sejam recomendados pelos médicos.

Cuidados

Cuidados de enfermagem:
 Proteger de traumatismos (ferimentos, lesão);
 Imobilizar as articulações em casos de hemorragias articulares;
 Observar e anotar episódios hemorrágicos;
 Auxiliar na higiene oral, atentando para não machucar a gengiva e mucosa oral;
 Providenciar cartão de identificação do hemofílico, que deverá conter: grupo sanguíneo,
factor Rh, pessoa a ser avisada em caso de urgência, nome do médico e endereço do
hospital em que faz tratamento.

Sinais da Hemofilia

A mais séria hemorragia associada à hemofilia tende a ser interna porque, pode ser invisível e
difícil de antecipar. Assim, a hemorragia na hemofilia pode ocorrer quase em qualquer lugar
do corpo e pode danificar articulações, ossos, nervos e outros tecidos.

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Sintomas da Hemofilia

Os sintomas incluem:

 Hemorragias repetidas nas articulações como joelhos e cotovelos;

 Dormência, dor ou incapacidade de movimento do membro;

 Hemorragia na boca, face, pescoço ou garganta. Hemorragia dentro da cabeça, se


causada por um ferimento ou sem razão aparente (hemorragia espontânea), pode não
mostrar sintomas

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Daltonismo ou Cegueira para a Cor ou discromatopsia ou discromopsia

o É uma anomalia hereditária recessiva ligado ao cromossoma X, caracterizada pela


incapacidade de distinguir todas ou algumas cores, manifestando - se muitas vezes pela
dificuldade em distinguir o verde do vermelho.

Quando é total e o indivíduo não consegue distinguir nenhuma cor. Vê intensidade de


cinzentos. Noutros casos é parcial, sendo dos mais frequentes a cegueira para o vermelho e
para o verde (são vistos como cinzento).

O distúrbio, que era desconhecido até o século XVIII, recebeu esse nome em homenagem ao
químico John Dalton, que foi o primeiro cientista a estudar a anomalia de que ele mesmo era
portador.

OBS: Esta perturbação tem normalmente origem genética, mas pode também resultar de lesão
nos órgãos responsáveis pela visão, ou de lesão de origem neurológica. A sua forma de
transmissão hereditária é semelhante a da hemofilia.

Conclusão geral dos genes localizados no cromossoma X

 Se o gene for recessivo, ataca os homens duas vezes maior do que as mulheres;
 Se o gene for dominante, ataca as mulheres duas vezes maior do que os homens;

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Tratamento

Actualmente não existe nenhum tipo de tratamento conhecido para esse distúrbio. Há porém,
uma empresa americana fabricando lentes que permitiriam a distinção de cores pelos
daltónicos. Elas seriam selectivas quanto à passagem de luz, bloqueando o necessário para
corrigir defeitos da visão.

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Genes localizado no Cromossoma Y sem correspondência no cromossoma X

 Hipertricose auricular: é uma expressão fenotípica de um gene holândrico que


manifesta exclusivamente no cromossoma Y.

A Hipertricose auricular é caracterizada pelo aparecimento de pêlos longos e abundantes


no bordo das orelhas.

Gene holândrico: gene localizado no cromossoma Y, que por este facto se manifesta
apenas nos homens. Este gene não existe na mulher. Os homens que possuem
transmitem – os a todos os seus filhos.

Hereditariedade Humana Ligada aos Autossomas

Albinismo - ausência hereditária de pigmentos, geralmente a melanina na pele de várias


espécies de animais, inclusive no homem. E determinado por um alelo autossómico recessivo.

Pigmento: composto que dá a cor aos tecidos.

Melanina: pigmento dos animais, inclusive o homem, protege-os contra os raios ultravioletas.

Nota: Os animais e seres humanos albinos possuem cabelos e pêlos brancos, a pele é
igualmente branca e os olhos vermelhos (a ausência de um pigmento na íris permite ver o fundo
dos olhos por transparência).

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Quando o alelo autossómico é recessivo verifica-se que:

 Os homens e as mulheres são igualmente afectados;


 A maioria dos descendentes afectados possui pais normais;
 Os heterozigóticos apresentam fenótipos normais;
 Dois progenitores afectados originam uma descendência em que todos os
indivíduos apresentam anomalia.

Polidactilia: ocorrência num indivíduo de um número de dedos superior ao normal. È


determinado por um alelo autossómico dominante.

Modo da Transmissão Genética da Polidactilia

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Quando o alelo autossómico é dominante verifica-se que:


 Os homens e as mulheres são igualmente afectados;
 A anomalia tende a aparecer em todas as gerações;
 Quando um indivíduo manifesta a anomalia pelo menos um dos progenitores a
possui;
 Quando um dos elementos do casal apresenta a anomalia, aproximadamente metade
da sua descendência pode ser afectado;

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Hereditariedade não Ligado ao Sexo, mas Influenciado ou limitado pelo Sexo

O sexo de um indivíduo pode influenciar a expressão de alguns genes.

Ex: A calvície na espécie humana

A calvície na espécie humana pode ser consequência de factores ambientais, mas na maioria
parte das vezes é hereditária. Na presença de hormonas sexuais masculinos (no homem) os
genes para a calvície comportam como dominante e na mulher comportam – se com
recessivo. Por isso a presença de um gene para a calvície é suficiente para que o homem seja
calvo. Na mulher será necessário, um par de genes, para que o fenótipo calvo se manifesta –
este tipo de carácter é considerado Influenciado pelo Sexo.

Outros genes como por exemplo responsável pela barba, estão de maneira tão profunda
relacionada com o sexo, que só se manifesta na presença de hormonas sexuais masculino. Uma
mulher tratada com hormona sexual masculina pode desenvolver a barba. Neste caso os
caracteres são considerados Limitados pelo Sexo.

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