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Aprovisionamento e gestão de stocks

Conceitos,
definições e
nomenclaturas

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Aprovisionamento e gestão de stocks

Nas sociedades modernas


as leis económicas mostram que
uma empresa
não pode contentar-se
em permanecer
ao mesmo nivel absoluto,
deverá optar por uma politica de
melhoria continuada.

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A capacidade da empresa
para se mantêr competitiva, e
de se desenvolver, está
directamente relacionada com a sua
capacidade de funcionamento,
com os capitais
mais reduzidos possiveis.

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Stock
é uma quantidade de material,
identificado e inventariado, de reserva,
que visa garantir que determinado tipo de
condicionalismos incontroláveis
afectem ou dificultem os objectivos
comerciais ou de produção.

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Aprovisionamento e gestão de stocks
Gestão de stocks
é a função que assegura
a manutenção do nivel stock
com capitais mais reduzidos possiveis.
Compete-lhe as decisões sobre
o que comprar, quando comprar,
e em que quantidade.

A gestão de stocks é,
uma função chave na vossa empresa
e é indispensável situar bem a sua
importância relativa
face aos outros domínios da gestão.
Deverá ser um acto efectivo de gestão
corrente, proactivo e não apenas
mero controlo de resultados.
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Aprovisionamento e gestão de stocks

Aprovisionamentos
ou compras
é uma função que tem a seu cargo
as decisões sobre onde comprar,
a que preço e em que condições
comerciais.

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Análise ABC
Análise ABC
é uma poderosa ferramenta
de extrema objectividade
por oposição ao
improviso, ao subjectivo
e ao senso comum.

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Esta análise designada


actualmente por
análise ABC ou análise 123
é originalmente conhecida por
análise de Pareto,
a designação lei de Pareto
também é habitual muito embora
seja incorrecta, visto a mesma
não resultar de nenhum principio
ou postulado conhecido.

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Esta análise classifica as causas associadas a


determinado processo, em três niveis distintos
de importância, assim sendo teremos seguinte

- nivel A são 20% as causas responsáveis


por 80% dos efeitos
- nivel B são 30% as causas responsáveis
por 15% dos efeitos
- nivel C são 50% as causas responsáveis
por 5% dos efeitos

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Destes factos resulta que para


o estudo de determinados processos,
as causas A são causas criticas
isto é, são as causas que
estão na base da maioria dos resultados.
A aplicação da análise ABC
permite a sua correcta identificação.

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- Quais os artigos passiveis de serem


suprimidos do stock ?
- Quais as acções de racionalidade
possiveis com o stock ?
- Quais as medidas para melhorar as
vendas ?
- Será viável a melhoria do preço de
venda ? E em que artigos ?

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Este estudo tem óbviamente


por base a aplicação da análise ABC,
no entanto são necessárias
algumas considerações prévias.
Numa empresa comercial
teremos que orientar o nosso estudo
com base em dois factores,
o volume de negócios (facturação)
e a margem comercial (lucro).

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Ao volume de facturação,
está associado um volume de vendas
e ao lucro, associada nossa margem
comercial, poderemos assim dizer que
bom produto do ponto de vista comercial
é um produto com uma
boa margem comercial e com um
bom volume de vendas.

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Os produtos com boas margens


comerciais mas que vendam pouco,
ou produtos que vendam muito, mas
com fracas margens comerciais,
não são do ponto de vista empresarial
bons produtos, como fácilmente se
compreende.

Na nova perspectiva, vamos ter


que fazer uma análise ABC
à facturação (volume de vendas)
e outra análise ABC para a
margem comercial (isto é, o lucro)
integrando-as seguidamente numa
grelha tipo matricial.
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A aplicação da análise é muito simples, envolve duma forma


geral os seguintes passos
(1) ordenação simples das causas
(2) calcular o seu valor acumulado
(3) determinar qual a percentagem
do seu valor de acumulado face ao
valor do acumulado total.

Posteriormente represente
os valores obtidos sobre um
gráfico caracteristico da análise ABC,
classifique as causas
nas categorias respectivas e
indique qual o seu valor relativo.
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Método de análise ABC


A facturação é obtida
quant vendida x preço un venda
Ordene agora os produtos em ordem à
sua facturação
Exemplo de cálculo para o produto com
o código 010
Calcule os seus valores acumulados
288.900,0+113.400,0 = 402.300,0
Calcule agora a % do acumulado
402.300,0 / 840.563,0 x 100 = 47,9%

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O traçado deste seu gráfico poderá não coincidir integralmente


com a curva caracteristica teórica da análise ABC, no entanto o
seu principio continua válido, vejamos então a curva obtida nesta
situação,

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De forma similar efectuariamos


um estudo idêntico agora para a
margem comercial ou lucro.
Essa listagem seria reordenada
de acordo com o novo critério, isto
é o lucro, fariamos o seu acumulado
e determinariamos a percentagem
do acumulado face ao seu valor
de acumulado total.

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Continuando a análise ABC


da facturação vs lucro,
Neste momento e após execução da
análise ABC
dentro destes dois pressupostos
poderemos criar uma tabela ordenada
para estas duas caracteristicas,
assim sendo teremos :

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Vamos agora marcar sobre um gráfico


os diversos pontos obtidos na tabela anterior,
em que cada artigo assume uma determinada
importância na facturação e no lucro,
teremos esta nossa análise práticamente
concluida.

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Só falta agora classificar cada um


dos produtos segundo as suas classes
A, B ou C e tirar todo o tipo de
conclusões sobre a presente análise.
A representação gráfica na forma matricial
é muitissimo importante pois indica-nos
práticamente toda a situação
dos artigos em stock, e numa perpectiva
integrada com base nos critérios mais
importantes deste estudo, isto é a
sua facturação e o lucro.

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Análise ABC facturação versus lucro,


Simplificadamente poderemos identificar
a situação actual do nosso stock
afirmando o seguinte,
os produtos identificados como de
classe A são de extrema importância uma
vez que são responsáveis por cerca de
80% da nossa facturação e lucro.

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Os produtos de classe B são de


importância relativa uma vez que são
responsáveis por 15% da nossa
facturação e lucro.
Por sua vez os produtos identificados
como da classe C são perfeitamente
dispensáveis uma vez que
representam apenas 5% da nossa
facturação e lucro.

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Análise custo
benefício

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Esta técnica designada por análise


de custo benefício, é utilizada em
inúmeros contextos, e básicamente
recorre à composição dos diversos
factores de um projecto, os factores
que lhe são favoráveis são doravante
designados por benefícios, e os
factores que lhe são desfavoráveis
são designados por custos.

Como sabemos, em qualquer projecto


existe sempre um ponto de equilibrio
entre estes factores a que corresponde
um óptimo de decisão, isto é um ponto
ponderado onde o custo efectivo é
o menor, então qual é esse ponto ?
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Para sabermos a resposta a esta questão


teremos de recorrer a uma análise custo
benefício, e cuja representação gráfica se
encontra indicada na figura seguinte.

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Para compreendermos melhor os


pressupostos desta nossa análise,
temos de introduzir agora, e
em antecipação, um novo conceito
o de ciclo de consumo ideal.

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O ciclo designado de ideal corresponde a


um ciclo de consumos onde se verifiquem
consumos regulares e entradas periódicas
fixas, o aspecto gráfico será o da figura

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O gráfico representa um ciclo ideal de


consumo, representa um processo que
consome Qea unidades num determinado
tempo T, findo o qual se aprovisiona uma
quantidade de Qea unidades que cobrem o
periodo de consumo seguinte T e assim
sucessivamente.

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Neste ciclo é relativamente fácil de


aferir o seu nivel médio de stock que
corresponderá a Qea/2 unidades, uma
vez que por analogia de triângulos
as áreas A1 e A2 são iguais.

Consideremos agora que Qea


não é uma quantidade qualquer,
mas sim uma quantidade que nos
apresenta a melhor relação de
custo versus benefício, e apartir
de agora designada como
quantidade económica de aquisição.

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Nas análises custo benefício em gestão


de stocks consideram-se normalmente a
existência dos seguintes custos:
Cpu - Custo posse unitário do artigo
(custo) inclui encargos com stock, e
encargos financeiros posse do stock.
Ceu - Custo encomenda unitária artigo
(benefício) inclui encargos administrativos,
amortização de material informático,
manutenção sistema aprovisionamento
e sistema da gestão de stocks.

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Claro que nesta fase poderemos detalhar


todos os custos inerentes a este processo,
no entanto para não complicarmos muito
a nossa apresentação mencionaremos
apenas os custos relevantes para a inteira
compreensão da resolução do exercicio.

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Nomenclaturas da análise custo benefício:

Cpu - custo de posse unitário do artigo


Ceu - custo encomenda unitária do artigo
Qea - quantidade económica de aquisição
Qea/2 - nivel médio de stock ciclo ideal
Qc - quantidade consumida
Qe - dimensão da encomenda
Qc/Qe - número de encomendas

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Quantidade
económica de
aquisição ?

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Suponha agora um artigo A, em que se


verificam os seguintes encargos anuais

V stock médio = 100.000 €


V encargos stock = 5.000 €
V unitário artigo = 30 €
V encargos capital = 4%

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a) Determine o custo de posse do artigo ?


(valores unitários anuais)

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b) Sabendo que a previsão de vendas para


próximo ano de 4.600 unidades e um custo
estimado de 120 € por encomenda.

Determine, a quantidade e a periodicidade


óptima de aprovisionamento ?

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Ciclo óptimo de aprovisionamento

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c) Determine o custo de aprovisionamento ?

Após determinarmos na alínea anterior, qual o


ciclo óptimo aprovisionamento, determinemos
agora quanto nos custa o respectivo ciclo.

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Qea
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Uma nota final para o facto dos custos designados de


aprovisionamento serem cada vez mais importantes
para qualquer actividade comercial, em virtude de que
a composição habitual do preço de venda dum artigo
é normalmente composta pelos seguintes factores,

Custo Aquisição
+
Custo Aprovisionamento + Margem Comercial

Cada vez mais os preços de venda dos artigos e os seus


custos de aquisição são fortemente condicionados pelo
mercado, isto é mais ou menos constantes, logo existe
uma relação directa entre a margem comercial e o custo
de aprovisionamento do artigo.

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