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DESMISTIFICANDO O
WCM
VIRGILIO F. M. DOS SANTOS e MURILO F. M. DOS SANTOS
 DESMISTIFICANDO O
WCM

Autores
Dr. Virgilio F. M. dos Santos
Master Black Belt, Professor Extensão
Unicamp (IMECC e Economia), Engenheiro
Mecânico, Mestre e Doutor na área.
Dr. Murilo F. M. dos Santos
Master Black Belt, Engenheiro Mecânico,
Mestre e Doutor na área.
 E-Book - Desmistificando o WCM

O que é o WCM?
WCM é uma sigla que significa World Class Manufacturing, ou, em português,
Manufatura de Classe Mundial. Na prática, é um sistema de gestão que visa im-
plementar tudo que há de melhor (técnicas, princípios, ferramentas, etc.) em
uma fábrica. O objetivo disso, obviamente, é ganhar vantagem competitiva. Uma
empresa com o WCM funcionando será a mais competitiva de seu mercado.

É uma técnica que engloba tudo. Desde os conceitos de controle estatístico de

processos até as técnicas e ferramentas do Lean e do TPM (Total Productive
Maintenance).

Neste e-book, vamos falar um pouquinho mais sobre esta metodologia.

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 E-Book - Desmistificando o WCM

DE ONDE SURGIU O TERMO WCM E A METODOLOGIA?

O termo WCM foi cunhado na década de 1980 pela primeira vez em um artigo de dois professores
de Harvard: Hayes e Wheelwright, intitulado “Restoring our competitive edge”. O artigo discorria
sobre como a indústria americana estava se tornando menos competitiva por negligenciar os seus
processos produtivos. O Japão, por sua vez, tornava-se cada vez mais capaz de fabricar produtos
a um custo menor e com maior qualidade do que os americanos. Toda a discussão dos anos 80 era
no sentido de entender o que estava sendo feito no Japão e replicar isso para o resto do mundo.

Ora, então o WCM é basicamente a mesma coisa do que o Lean (que também se inspira nas técni-
cas japonesas)? A resposta é não. O WCM evoluiu do que é o Lean “puro” e incorporou várias coisas
mais “ocidentais”, como a preocupação por técnicas ambientalmente corretas e o uso de automa-
ção de maneira mais incisiva e a contínua busca por inovação tecnológica.

Além disso, o foco do Lean e do WCM são bem diferentes. No primeiro, o objetivo é fazer as coisas
direito, evitando tudo que é desperdício. Já no segundo, o objetivo é ganhar vantagem competitiva.
Evidentemente que, para ser mais competitiva, uma empresa vai ter que reduzir seus desperdí-
cios, mas isso não basta. É necessário ir além e também buscar a inovação em seus processos. É
justamente isso que o ocidente vem buscando a partir da ascensão da manufatura japonesa.

Em nosso plano de assinatura mensal, temos um curso exclusivo

que resume as semelhanças e as diferenças entre as Metodologias
para Excelência Operacional, como o Lean e o WCM.

A verdade é essa estratégia tem dado certo. Temos vários cases de sucesso da implementação do WCM.
Fiat, Tetra Pak, Unilever são só os mais conhecidos. Todas essas empresas melhoraram sensivelmente
a sua competitividade após a implementação dessa técnica. Esse sucesso também ajudou a populariza
a técnica e tornar uma ideia dos anos 1980 em uma estrutura replicável em todo o ocidente. Hoje, várias
empresas criam os seus sistemas de gestão, baseados na ideia do WCM, cada qual com os seus pilares.

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QUAIS OS PILARES E
PRINCÍPIOS DO WCM?

O WCM ficou muito associado a famosa “estrutura de pi-

lares”, desde sua implementação no grupo Fiat. Esses pi-
lares nada mais são do que grupos de atividades organi-
zados de maneira lógica. Por exemplo, o pilar de Supply
Chain compila todas as boas práticas do WCM quanto à
gestão de fornecedores e logística. O pilar de EHS – Envi-
ronment, Health and Safety, aplica as boas práticas am-
bientais, como a eliminação de resíduos, e também cuida
da ergonomia e da segurança dos colaboradores. São gru-
pos de trabalho, geralmente coordenados por especialis-
tas nas áreas. Os membros dos pilares podem ou não tam-
bém fazer parte de um departamento formal (membros do
departamento de Qualidade tocar o pilar de Garantia da
Qualidade).

Agora, quais são os pilares? A resposta é que cada empresa tem o seu próprio grupo de pilares. Um estudo rea-
lizado por Sharma e outros colaboradores, em 2008, reportou que existem mais de 250 estruturas de pilares de
WCM diferentes! É muita variação, mas a boa notícia é que, em linhas gerais, todos estes sistemas de pilares
têm suas afinidades e os princípios por trás deles são iguais.

Afinal, quais são estes princípios? Aqui temos uma lista resumida:

Just in time Fazer certo da Manutenção preditiva Envolvimento total

primeira vez de todos
Aplicação de fluxo Grupos de melhorias
contínuo Visão sistêmica focais Gestão a vista
da cadeia de
Diminuição do suprimentos Zero Defeitos Controle estatístico
tamanho de lote de de processos
produção e serviço Manufatura celular Zero quebras
Desdobramento da

...
Nivelamento da Manutenção Zero acidentes qualidade
produção produtiva total (com
o envolvimento de Times multifuncionais
todos)

Enfim, são muitos princípios. E vale lembrar:

“A simplicidade é a chave”

A correta aplicação do WCM não tem a ver com automações caras e complexas, governanças complicadas e téc-
nicas matemáticas. Tudo isso que listamos acima, pode ser aplicado aos poucos, de maneira simples e criativa.
É justamente isso que vamos explorar em nosso curso de WCM, estes princípios expostos de maneira prática,
organizada e direta, como sempre fazemos na FM2S.

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COMO IMPLEMENTAR O WCM?
Outra dúvida frequente das pessoas é como implementar o WCM.
Devo começar por onde? O que preciso fazer? Quem precisa apoiar?
Sem contar que, a essas perguntas, junta-se a angustia da distân-
cia da realidade atual de nossas empresas àquela proposta pelo
WCM. Mas não se desespere! Há uma maneira estruturada de fazer
essa implementação e a comentamos detalhadamente em nosso
curso de WCM. Porém, deixo aqui algumas dicas para você, leitor,
que está com pressa para já ter este conhecimento:
Tenha o apoio das pessoas certas:
O WCM é tradicionalmente uma iniciativa de imple-
mentação de estratégia. A liderança precisa estar
“comprada” para que as coisas deem certo.
Crie uma visão clara e a comunique
Entenda aonde a empresa quer chegar com o WCM
e saiba como mostrar isso para as pessoas. É ne-
cessário o apoio de todos para conseguirmos a ex-
celência, portanto vale a pena se planejar para con-
segui-lo.
Crie vitórias rápidas
por mais demorada que seja atingir a plenitude do
WCM, é necessário implementar primeiro as coisas
simples, para ganhar a confiança das pessoas. O
WCM é cheio de oportunidades assim: desde aquele
projeto de setup rápido até a implementação de pla-
cares no chão de fábrica.
A educação é o catalizador
Ensine as pessoas. Quanto mais sólido for o conhe-
cimento de todos nos princípios (principalmente
aqueles que são pouco intuitivos, como os do Lean),
melhor será a implementação do WCM.
Terminamos com uma frase, para te inspirar nas suas iniciativas do WCM e na busca pela excelência:
“Só fazemos melhor aquilo que repetidamente
insistimos em melhorar. A busca da excelência não
deve ser um objetivo, e sim um hábito.”
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O WCM é algo que
pode ser implementado
fora da indústria?
Muita gente acha que, por causa do
nome (lembre-se que o M é de Manu-
facturing, ou seja, Manufatura), o WCM
é algo que não pode ser aplicado fora
da indústria. Isso é uma grande bes-
teira! Os princípios listados acima po-
dem ser aplicados em qualquer tipo de
negócios. Pensando nisso, muitas pes-
soas até já mudaram o nome de WCM
para WCOM – World Class Operation
Management, ou seja, Gerenciamento
das Operações de Classe Mundial.
O WCOM e o WCM compartilham o
mesmo espírito: usar tudo de mais mo-
derno, para ser excelente, aumentar a
competitividade e se destacar frente
os concorrentes. A única diferença é
que um é mais geral, enquanto o outro
é mais focado só no chão de fábrica.
Vale a pena lembrar: uma vez que você
entendeu e dominou os princípios,
mesmo olhando cases da manufatu-
ra, você pode extrapolar para vários
tipos de negócios. É como na história
do Lean: se você sabe bem o Lean Ma-
nufacturing, não terá problemas em
entender e aplicar o Lean Office.
Aristóteles
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Continue...

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Esperamos você!

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