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Hemácias (eritrócitos)
Principal função consiste no transporte de hemoglobina, que por sua vez leva
oxigênio dos pulmões para os tecidos.
Em alguns animais, a hemoglobina circula como proteína livre no plasma e não
como integrante das células vermelhas.
Quando livre, cerca de 3% do total de hemoglobina extravasam através da membrana capilar para o espaço
intersticial, ou através da membrana glomerular do rim para o filtrado glomerular, a cada vez que o sangue
passa pelos capilares. Assim, a hemoglobina deve permanecer dentro dos glóbulos vermelhos para executar
suas funções de forma eficaz.
Contém grande quantidade de anidrase carbônica, enzima que catalisa a reação reversível entre dióxido de
carbono e a água para formar ácido carbônico (H2CO3). A rapidez dessa reação permite com que a água do
sangue transporte grandes quantidades de CO2 sob a forma de bicarbonato, dos tecidos para os pulmões
onde é reconvertido em CO2 e assim eliminado pela expiração.
A hemoglobina é um excelente tampão ácido-base e por isso, a hemácia é responsável pela maior parte da
capacidade de tamponamento ácido-base de todo o sangue.
2,3 DPG ( Difosfoglicerato) diminui a afinidade da hemoglobina pelo O2
sua porcentagem na célula pode diminuir consideravelmente e assim, o volume da hemácia diminuir uma
vez que a hemoglobina ´´enche ´´ a célula.
Quando o hematócrito (porcentagem de sangue que está nas células – em geral 40 % a 45%) e a quantidade
de hemoglobina em cada célula estão normais, o sangue total no homem contém em média 15 gramas de
hemoglobina por 100 ml e nas mulheres, 14 gramas.
Cada grama de hemoglobina pura é capaz de se combinar com 1,34 ml de oxigênio se a
hemoglobina estiver 100% saturada.
Transporte de oxigênio combinado a hemoglobina:
1.1 – homem 15 gramas x 1,34 = 20 ml de oxigênio para cada 100 ml de sangue
1.2 – mulher 14 x 1,34 = 19 ml de oxigênio para cada 100 ml de sangue.
Produção de hemácias
Primeiras semanas de vida embrionária: Hemácias nucleadas primitivas são produzidas no SACO VITELINO.
Durante o segundo trimestre da gestação: o fígado passa a constituir o principal órgão de produção de
hemácias embora o baço e os linfonodos também produzam uma quantidade razoável.
Durante o último mês de gestação e após o nascimento, as hemácias são produzidas exclusivamente na
MEDULA ÓSSEA
A hemácias tem origem na medula óssea por meio de uma célula precursora: célula tronco hematopoiética
pluripotente, que dá origem a todas as outras células do sangue.
A medida que essas células se reproduzem, pequena parcela continua como célula pluripotente original, que
ficam na medula como reserva, embora seu número diminua com a idade.
Porém, a maioria das células tronco que se reproduziram se diferencia formando outras células.
As células em estágio intermediário são bastante parecidas com as células-tronco pluripotentes, apesar de já
estarem comprometidas com uma linhagem particular de células, referida como células-tronco
comprometidas
As células-tronco comprometida produtora de hemácias é referida como Unidade formadora de
colônia de eritrócitos (CFU-E) - Colony-forming uniterythrocyte.
Células-tronco comprometida produtoras de granulócitos e de monócitos são chamadas de Unidade
formadora de colônia – CFU-GM.
O crescimento e a reprodução das diferentes células-tronco são controlados por múltiplas proteínas,
denominadas Indutores de crescimento.
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Devido ao curto período de vida dos reticulócitos, sua concentração, entre as outras
células da linhagem vermelha do sangue, é, em condições normais, de pouco menos
que %
Assim, quando uma pessoa fica extremamente anêmica, como consequência de hemorragia ou de outra
condição, a medula óssea, de imediato, inicia a produção de hemácias.
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Além disso, a destruição de grandes porções da medula óssea, como ocorre em terapias de raio-X, acarreta
em hiperplasia da medula óssea em uma tentativa de suprir a demanda de hemácias pelo organismo.
Nas grandes altitudes, onde a quantidade de oxigênio está bastante diminuída, o O2 é transportado para os
tecidos em quantidades insuficientes e ocorre assim um aumento significativo na produção de hemácias.
Nesse caso não é a concentração de hemácias no sangue que controla a produção de hemácias, mas, sim,
a quantidade de oxigênio transportado para os tecidos em relação a demanda tecidual por oxigênio.
O principal estímulo para a produção de hemácias nos estados de baixa concentração de oxigênio é o
hormônio – ERITROPEITINA -, que é uma glicoproteína com peso molecular de cerca de 34.000.
Na ausência de eritropoietina, a hipóxia tem pouco ou nenhum efeito sobre a estimulação da produção de
eritrócitos. Porém, quando o sistema da eritropoietina está funcionando, a hipóxia promove aumento
importante na produção de eritropoetina, e, por sua vez, a eritropoetina atua aumentando a produção de
hemácias até a normalização do estado de hipóxia.
A hipóxia do tecido renal leva ao aumento dos níveis teciduais do FATOR INDUZÍVEL POR HIPÓXIA 1(HIF-1),
que serve de fator de transcrição para grande número de genes induzíveis por hipóxia, incluindo o gene
eritropoetina.
O HIF-1 se liga ao ELEMENTO DE REPOSTA A HIPOXIA, que fica no gene da eritropoetina, induzindo assim a
transcrição de RNA mensageiro e, por último, aumentando a síntese de eritropoetina.
Algumas vezes, a hipóxia em outras partes do corpo, mas não nos rins, também estimulam a secreção renal
de eritropoetina.
A rápida produção de hemácias continua até que haja hemácia o suficiente para o transporte adequado de
oxigênio para os tecidos. Quando houver a quantidade de hemácias necessárias, a produção de
eritropoetina diminui.
Na ausência de eritropoetina, ocorre formação de poucas hemácias na medula óssea. Porém, quando há a
produção de eritropoetina e há quantidades abundantes de ferro e outros nutrientes necessários, a
intensidade de produção de hemácias pode aumentar por 10x ou mais em relação ao normal.
Vitamina B12 e ácido fólico são de grande importância para a maturação final das células da linhagem
vermelha. As duas vitaminas são essenciais para a síntese de DNA, uma vez que são necessárias para a
formação de trifosfato de timidina, que é uma das unidades essenciais da produção de DNA.
Assim, uma deficiência de B12 ou ácido fólico resulta na diminuição de DNA e, consequentemente, na falha
da maturação nuclear e da divisão celular.
Além disso, a deficiência dessas vitaminas desencadeia na produção de hemácias com tamanhos maiores do
que o normal – MACRÓCITOS -, que possui membrana frágil, irregular e ovalada em vez do disco bicôncavo.
Essas células tem a capacidade de transportarem normalmente oxigênio, porém sua fragilidade faz que
tenham uma sobrevida curta, de metade a um terço do normal.
Assim, a deficiência de B12 e ácido fólico provocam falha na maturação durante o processo de eritropoese.
Falência de maturação causada pela deficiência da absorção de B12 no trato gastrointestinal – Anemia
perniciosa.
Uma causa comum da maturação das hemácias é a falta de absorção da vitamina B12 pelo TGI. Esse defeito
é encontrado com grande frequência na anemia perniciosa, no qual um atrofia da mucosa gástrica impede a
produção de secreções gástricas normais (fator intrínseco).
As células parietais das glândulas gástricas produzem o fator intrínseco, que se combina com a vitamina B 12
dos alimentos, tornando-a disponível para a absorção intestinal. O processo ocorre da seguinte maneira:
1.1- O fator intrínseco se liga fortemente a vitamina B12 e esse estado protege a digestão da vitamina pelas
secreções gastrointestinais.
1.2- Ainda no estado ligado, o fator intrínseco se liga a locais receptores específicos na membrana da borda em
escova das células da mucosa do íleo.
1.3- A vitamina B12 é transportada posteriormente para o sangue nas próximas horas pelo processo de
pinocitose, que transporta juntos, o fator intrínseco e a vitamina através da membrana.
A falta de fator intrínseco diminui a disponibilidade de vitamina B12 devido à falha da absorção pelo
intestino.
Uma vez absorvida pelo TGI, a B12 é armazenada no fígado e liberada posteriormente de forma lenta e
conforme a necessidade pela medula óssea.
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A quantidade mínima de B12 necessária a cada dia para a manutenção da maturação eritrocitária normal é
de 1 a 3 microgramas e a reserva hepática normal e em outros tecidos é de cerca de 1000 x essa quantidade.
Assim, são necessários de 3 a 4 anos de uma absorção deficiente para causar uma anemia por falha de
maturação.
Formação da hemoglobina
A síntese de hemoglobina começa nos PROERITROBLASTOS e prossegue até mesmo no estágio de
reticulócitos.
Portanto, quando os reticulócitos deixam a medula óssea e entram na corrente sanguínea, continuam
formando pequenas quantidades de hemoglobina até que após um dia ou mais se transformem em
hemácias maduras.
1° Passo Succinil-CoA formada no ciclo de Krebs se liga a Glicina , formando a molécula de PIRROL
4° Passo Cada molécula Heme se combina com uma longa cadeia polipeptídica ( Globina) que é sintetizada pelos
ribossomos , formando a subunidade da hemoglobina referida como Cadeia de hemoglobina.
O oxigênio não se combina com as duas valências positivas do ferro na molécula de hemoglobina. Ele se liga
frouxamente as chamadas ligações de coordenação do átomo de ferro. São ligações muito frouxas, de modo
que a ligação é altamente reversível.
Além disso, o oxigênio não se transforma em oxigênio iônico, mas é transportado na forma de oxigênio
molecular para os tecidos, onde, devido a frouxa ligação é prontamente liberado para os tecidos.
Metabolismo do ferro
A quantidade total de ferro no corpo é em média de 4 a 5 gramas, com cerca de 65% na forma de
hemoglobina. Cerca de 4% está sob a forma de mioglobina e 1 % na forma de vários compostos heme que
promovem a oxidação intracelular. 0,1 % está combinado com a proteína transferrina no plasma e 15 % a
30% estão armazenados para uso futuro, em sua maior parte no sistema reticuloendotelial e nas células
parenquimatosas do fígado, sobretudo na forma de ferritina.
Entretanto, o sistema metabólico das hemácias senis (velhas), torna-se mais frágil. Assim, quando a
membrana das hemácias fica frágil, a célula se rompe durante a passagem por algum ponto estreito da
circulação.
Muitas hemácias se autodestroem no baço, onde os espaços das trabéculas estruturais da polpa vermelha.
Quando as hemácias se rompem e liberam a hemoglobina, ela é fagocitada praticamente de imediato pelos
macrófagos em muitas partes do corpo, mas especialmente pelas células de Kuppfer no fígado e pelos
macrófagos, no baço e medula óssea.
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Depois de fagocitada, os macrófagos liberam o ferro da hemoglobina de volta para o sangue do qual é
transportado pela transferrina até a medula óssea para a produção de novas hemácias ou para o fígado e
outros tecidos para ser armazenado sob a forma de FERRITINA.
A porção de porfirina da molécula de hemoglobina é convertida pelos macrófagos por meio de diversas
etapas no pigmento biliar – bilirrubina.
Anemias
Anemia significa deficiência de hemoglobina no sangue, que pode ser causada
por redução do número de hemácias ou de hemoglobina;
Exposição a altas doses de radiação ou quimioterapia para tratamento de câncer pode desencadear a aplasia
da medula, danificando as células tronco da medula óssea.
Altas doses de agentes tóxicos, como inseticidas ou benzeno na gasolina também podem causar a aplasia da
medula.
Distúrbios autoimunes como Lúpus eritematoso, onde o sistema imune ataca células saudáveis, como as
células tronco
Anemia aplástica por causa desconhecida é chamada de ANEMIA APLÁSTICA IDIOPÁTICA
3- Anemia megaloblástica
Deficiência de B12 e ácido fólico, leva a reprodução lentificada dos eritroblastos na medula óssea. Como
consequência, as hemácias crescem de modo excessivo, assumindo formas anômalas, chamadas de
megaloblastos.
Como os eritroblastos não conseguem se proliferar de forma suficiente e rápida para formar o número
normal de hemácias, as células vermelhas produzidas são em sua grande maioria grandes, com formas
desproporcionais e com membrana frágil. Essas células se rompem com facilidade de modo que a pessoa
necessita com urgência de reposição sanguínea.
4- Anemia hemolítica
Número de hemácias formadas é normal, porém em algumas doenças hemolíticas o tempo de vida das
hemácias frágeis é tão curto que as células são destruídas muito mais rapidamente do que são formadas.
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Esferocitose hereditária as hemácias são muito pequenas e esféricas. Essas células são incapazes de suportar as
forças de compressão por não terem a estrutura flexível e frouxa, o que as torna fácil para serem rompidas ao
passarem pelos leitos capilares.
Anemia falciforme ocorre em 0,3% a 1% dos negros da África ocidental e dos Afro-Americanos. As células contêm
um tipo anormal de hemoglobina, chamada de hemoglobina S. Quando essa hemoglobina é exposta a baixas
concentrações de oxigênio, ela precipita em longos cristais no interior das hemácias. Esses cristais alongam as
células, conferindo-lhes um aspecto de foice. Além disso, essa precipitação danifica a membrana celular da hemácia,
tornando-as frágeis
Eritroblastose fetal As hemácias Rh positivas do feto são atacadas por anticorpos da mãe Rh negativo. Esses
anticorpos fragilizam as células Rh positivas, resultando em ruptura e levando ao nascimento da criança com um
caso grave de anemia.
Situações em que os tecidos ficam hipóxicos devido à baixa concentração de oxigênio, como ocorre nas
grandes altitudes, por exemplo, faz com que os órgãos hematopoiéticos comecem a produzir grande
quantidade de hemácias extras. Essa condição é chamada de policitemia secundária, e a contagem de
hemácias aumenta muitas vezes para 6 a 7 milhões / mm³, o que equivale a 30% acima da contagem normal.
A contagem de hemácias pode atingir de 7 a 8 milhões de mm³e o hematócrito pode estar 60% a 70%, em
vez do normal que é de 40% a 45%.
A policitemia vera é causada por aberração genéticas nas células hemocitoblásticas que produzem hemácias.
As células blásticas não param mais de produzir hemácias, mesmo quando já existe um número excessivo de
células.
Na policitemia vera, não apenas o hematócrito aumenta, mas também o volume sanguíneo total, em alguns
casos em até o dobro do normal. Assim, muitos capilares sanguíneos são obstruídos pelo sangue viscoso,
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visto que a viscosidade do sangue na policitemia aumenta seu valor normal de 3 x para 10 x a viscosidade da
água.
Policitemia fisiológica:
Hemograma
O Hemograma é o exame dos elementos do sangue e constitui uma parte essencial da avaliação hematológica. A
morfologia e a quantidade das células do sangue, como eritrócitos, leucócitos ou as plaquetas podem contribuir para
um diagnóstico de diversas doenças, como: Anemia, infecção, hemorragia ...
1.1 – Eritrograma É a parte do hemograma que analisa a série vermelha do sangue, avaliando quantitativamente
e qualitativamente as hemácias.
a) Contagem de eritrócitos
b) Volume globular ou hematócrito (HT)
c) Número total de hemácias (He)
d) Hemoglobina corpuscular média ( HCM)
e) Volume corpuscular médio (VCM)
f) Concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM)
g) Variação do tamanho médio das hemácias (RDW)
Hematócrito (HT)
Homens: 40 a 54 %
Mulheres: 37 a 47 %
Concentração da hemoglobina
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Hemoglobina é responsável pelo transporte de oxigênio. A quantidade de hemoglobina pode ser utilizada como
índice da capacidade de transporte de oxigênio.
Homens: 14 a 18 g/dl
Mulheres :12 a 16 g/dl
Obtém-se pela divisão do peso da hemoglobina ( g/dl) / quantidade de eritrócitos em milhões por mm³.
Expressa a quantidade( concentração) média de hemoglobina por eritrócito , independentemente do seu tamanho.
RDW
Avalia a variação de tamanho entre as hemácias, sendo essa variação denominada anisocitose.
Dessa forma, quando o valor está elevado no hemograma significa que os glóbulos vermelhos têm um
tamanho superior ao normal, podendo ser visto no esfregaço sanguíneo hemácias muito grandes e muito
pequenas. Quando o valor é abaixo do valor de referência, normalmente não apresenta significado clínico
Quando o resultado do RDW se encontra alterado, é possível desconfiar de algumas situações, como
anemia, diabetes ou problemas hepáticos.
O valor de referência para o RDW no hemograma é de 11 a 14%, no entanto, este resultado pode variar de
acordo com o laboratório. Assim, se o valor estiver acima ou abaixo dessa percentagem, poderá ter
significados diferentes e, por isso, é sempre importante que o valor seja avaliado pelo médico que pediu o
exame;