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SUMÁRIO

1. Macrolídeos................................................................... 3
2. Mecanismo de ação................................................... 4
3. Espectro de atividade e usos clínicos................. 7
4. Mecanismos de resistência...................................10
5. Farmacocinética........................................................11
6. Efeitos adversos........................................................14
Referências bibliográficas..........................................18
MACROLÍDEOS 3

A eritromicina foi o primeiro desses


1. MACROLÍDEOS
antimicrobianos a encontrar aplica-
Introdução ção clínica como fármaco de primeira
Os macrolídeos são um grupo de escolha e como alternativa às penici-
antimicrobianos com uma estrutura linas em indivíduos que são alérgicos
lactona macrocíclica à qual estão li- aos antimicrobianos β-lactâmicos.
gados um ou mais açúcares desoxi.

SAIBA MAIS!
A eritromicina foi descoberta em 1952 por McGuire e colaboradores nos produtos metabóli-
cos de uma cepa de Streptomyces erythreus.

Claritromicina (uma forma metilada


da eritromicina) e azitromicina (apre- SE LIGA! claritromicina e a azitromicina
sentando um anel lactona maior), têm são derivados semissintéticos da eritro-
micina e são chamados de “novos ma-
algumas caraterísticas comuns com
crolídeos”. Os cetolídeos são derivados
a eritromicina e outras que a melho- semissintéticos da eritromicina com ati-
raram. Essas alterações estruturais vidade contra algumas cepas resisten-
tornaram os macrolídeos mais no- tes aos macrolídeos.
vos mais estáveis ao ácido do que a
eritromicina, proporcionando melhor
absorção oral, tolerância e proprieda-
des farmacocinéticas. Os macrolídeos
mais novos também têm um espectro
mais amplo de atividade antibacteria-
na que a eritromicina.
Telitromicina, um derivado semissin-
tético da eritromicina, é o primeiro an-
timicrobiano “cetolídeo”. Cetolídeos e
macrolídeos têm cobertura antimicro-
biana similar. Contudo, os cetolídeos
são ativos contra várias cepas gram-
-positivas resistentes a macrolídeos.
MACROLÍDEOS 4

MAPA MENTAL: INTRODUÇÃO

1º agente da classe

Eritromicina

Alternativa em pacientes
alérgicos à penicilinas

Azitromicina e Claritromicina

Derivados semissintéticos
Macrolídeos Novos macrolídeos
da eritromicina

Melhor absorção oral, tolerância e


propriedades farmacocinéticas

Telitromicina

Derivados semissintéticos
Cetolídeos
da eritromicina

Ação contra algumas cepas


resistentes aos macrolídeos

2. MECANISMO DE AÇÃO 50S de microrganismos sensíveis, no


local de ligação do cloranfenicol e da
Os antibióticos macrolídeos são
clindamicina ou muito próximo dele.
agentes bacteriostáticos, que inibem
a síntese de proteínas através de sua
ligação às subunidades ribossômicas
MACROLÍDEOS 5

Figura 1. Classificação de alguns antibacterianos pelo seu local de ação. Legenda: ATHF, ácido tetra-hidrofólico;
PABA, ácido paraminobenzoico. Fonte: Farmacologia Ilustrada, 2016

assim, etapas de translocação na sín-


Os macrolídeos se ligam irreversivel- tese de proteínas. Eles também po-
mente a um local na subunidade 50S dem interferir em outras etapas, como
do ribossomo bacteriano, inibindo, a transpeptização.
MACROLÍDEOS 6

Figura 2. Mecanismo de ação dos macrolídeos. Fonte: Farmacologia Ilustrada, 2016

SE LIGA! Geralmente considerados


bacteriostáticos, os macrolídeos podem
ser bactericidas em dosagens mais
elevadas.
MACROLÍDEOS 7

MAPA MENTAL: MECANISMO DE AÇÃO

AÇÃO

Ligação à subunidade
ribossomal 50S

Inibição da síntese de proteínas

Efeito bacteriostático (ou


bactericida em dosagens elevadas)

3. ESPECTRO DE é preferível à claritromicina em pa-


ATIVIDADE E USOS cientes ambulatoriais com pneumo-
CLÍNICOS nia adquirida na comunidade (PAC)
Os macrolídeos são ativos contra in- e com comorbidades, como doença
fecções comuns do trato respiratório, pulmonar obstrutiva crônica. A eri-
incluindo Streptococcus pneumo- tromicina não tem atividade contra H.
niae suscetível à eritromicina, Hae- influenzae.
mophilus spp, Moraxella catarrhalis Além de cobrir S. pneumoniae sensí-
e patógenos de pneumonia atípica, vel à eritromicina, esses antibióticos
incluindo Legionella pneumophila, também costumam ser ativos contra
Chlamydia pneumoniae e Mycoplas- outros organismos gram-positivos,
ma pneumoniae. incluindo Staphylococcus aureus
A azitromicina é mais eficaz in vitro (exceto o S. aureus resistente à meti-
contra a maioria das cepas de Ha- cilina) e os estreptococos do grupo A,
emophilus influenzae, leva à morte B, C e G.
mais rápida do patógeno e possui A azitromicina e a claritromicina au-
efeito pós-antibiótico mais longo do mentaram a atividade gram-negativa
que a claritromicina. A azitromicina em comparação com a eritromicina.
MACROLÍDEOS 8

Como resultado, alguns organismos farmacocinética e a tolerância favore-


gram-negativos resistentes à eritro- cem a azitromicina.
micina são sensíveis à azitromicina e A azitromicina e a claritromicina têm
claritromicina. O espectro gram-ne- atividade contra vários outros orga-
gativo inclui Escherichia coli, Salmo- nismos, incluindo M. pneumoniae,
nella spp, Yersinia enterocolitica, Ureaplasma urealyticum, L. pneu-
Shigella spp, Campylobacter jejuni, mophila, C. pneumoniae, Bordetella
Vibrio cholerae, Neisseria gonor- pertussis e Babesia microti.
rhoeae e Helicobacter pylori.
A claritromicina e a azitromicina são SE LIGA! A azitromicina e a claritromi-
os principais agentes usados ​​ nos cina têm um espectro de atividade mais
esquemas para tratar infecções do amplo que a eritromicina e, portanto, são
complexo Mycobacterium avium e usadas em uma variedade de infecções,
incluindo infecções do trato respiratório,
também são usados nas ​​ infecções infecções por micobactérias e doenças
por Mycobacterium abscessus, se a sexualmente transmissíveis.
susceptibilidade for confirmada.
A azitromicina também é comumen-
A telitromicina tem espectro antimi-
te usada no tratamento de doenças
crobiano similar ao da azitromicina.
sexualmente transmissíveis (DSTs).
Além disso, a modificação estrutural
É um agente de primeira ou segun-
dos cetolídeos neutraliza os mecanis-
da linha para várias DSTs, incluindo
mos de resistência mais comuns (me-
infecções causadas por N. gonor-
diados por efluxo ou metilase) que os
rhoeae (com ceftriaxona), Chlamydia
tornam ineficazes.
trachomatis, Mycoplasma genita-
lium, Haemophilus ducreyi (cancroi-
de) e granuloma inguinal. A claritro- SE LIGA! O espectro antimicrobiano
da eritromicina é muito semelhante ao
micina geralmente não é usada para da penicilina e é uma alternativa segu-
DSTs, porque é menos ativa do que ra e eficiente para pacientes sensíveis à
a azitromicina contra alguns orga- penicilina.
nismos (M. genitalium) e porque a
MACROLÍDEOS 9

GÊNERO MORFOLOGIA ESPÉCIE DOENÇA


Gram-negativo
Bordetella Cocos B. pertussis Coqueluche
Brucella Coco-bacilos B. abortus Brucelose (bovinos e humanos)

Campylobacter Espirilos C. jejuni Intoxicação alimentar

Escherichia Bacilos E. coli Septicemia, infecções de feridas, ITU

Haemophilus Bacilos H. influenzae Infecção aguda do trato respiratório, meningite


Helicobacter Bacilo móvel H. pylori Úlcera péptica, câncer gástrico
Klebsiella Bacilos K. pneumoniae Pneumonia, septicemia
encapsulados
Legionella Bacilos L. pneumophila Doença do Legionário
flagelados
Neisseria Diplococos N. gonorrhea Gonorreia
Pseudomonas Bacilos P. aeruginosa Septicemia, infecções respiratórias, ITU
flagelados
Rickettsiae Coco Várias espécies Infecções provocadas por carrapatos e insetos
filamentoso
Salmonella Bacilos móveis S. typhimurium Intoxicação alimentar

Shigella Bacilos S. dysenteriae Disenteria bacilar


Yersinia Bacilos Y. pestis Peste bubônica
Vibrio Bacilos V. cholerae Cólera
flagelados
Gram-positivo
Bacillus Bacilos em B. anthrax Antraz
cadeia
Clostridium Bacilo C. tetani Tétano
Corynebacterium Bacilo C. diphtheriae Difteria
Mycobacterium Bacilos M. tuberculosis Tuberculose
M. leprae Lepra
Staphylococcus Cocos em S. aureus Infecções de feridas, furúnculos, septicemia
cacho
Streptococcus Diplococos S. pneumoniae Pneumonia, meningite
Cocos em S. pyogenes Escarlatina, febre reumática, celulite
cadeia
Outros
Chlamydia Gram “não C. trachomatis Doenças oftalmológicas, infertilidade
definido”
Treponema Bacilo espirala- T. pallidum Sífilis
do flagelado
Tabela 1. Algumas bactérias patogênicas clinicamente significativas. Fonte: Rang & Dale: Farmacologia, 2016
MACROLÍDEOS 10

MAPA MENTAL: ESPECTRO DE ATIVIDADE E USOS CLÍNICOS

Infecções do trato
respiratório

Infecções por
MACROLÍDEOS micobactérias
(M. avium e M. abscessus)

DSTs

4. MECANISMOS DE S. aureus, S. pneumoniae, outros


RESISTÊNCIA estreptococos).
A resistência adquirida aos ma- Em contraste com os mecanismos de
crolídeos é um problema crescente. resistência adquirida, a resistência
Dois mecanismos principais de resis- intrínseca exibida por Enterobacte-
tência a macrolídeos adquiridos são riaceae, Pseudomonas spp e Acine-
descritos: tobacter spp é devido à diminuição
da permeabilidade do envelope celu-
As metilases codificadas pelos genes
lar externo.
erm (ermA, ermB, ermC) alteram o lo-
cal de ligação do macrolídeo no RNA A resistência aos macrolídeos devido
ribossômico da bactéria, geralmente à mutação de genes cromossômicos
conferindo um alto grau de resistên- nativos é incomum, porque muitas
cia ao macrolídeo. Esse mecanismo bactérias têm cópias múltiplas dos
geralmente também confere resis- genes de RNA ribossômico que co-
tência à clindamicina. dificam os locais de ligação a macro-
lídeos no ribossomo, e as mutações
As bombas de efluxo de macrolíde-
em múltiplas cópias genéticas não
os ativas, codificadas pelos genes
são frequentes. Micobactérias são
mef msrA e msrB, conferem um grau
uma exceção. Por terem uma única
baixo a moderado de resistência a
cópia cromossômica do gene do RNA
macrolídeos.
ribossômico, a seleção da resistência
Esses mecanismos ocorrem devido mutacional pode ocorrer rapidamente.
a genes adquiridos e são responsá-
Os organismos M. abscessus e M.
veis pela
​​ resistência à eritromicina na
fortuitum têm um gene induzível
maioria dos cocos gram-positivos (ex:
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clinicamente importante de resistên- mostraram melhores resultados


cia a macrolídeos (erm) que pode não quando os macrolídeos são incluídos
ser detectado em testes de sensibili- em esquemas antibióticos combina-
dade de rotina. dos. Os macrolídeos têm efeitos imu-
O aumento da resistência à azitro- nomoduladores e anti-inflamatórios
micina foi descrito em pacientes com que reduzem a interleucina 8 e o fator
sífilis e, portanto, esse medicamento de necrose tumoral alfa, o que pode
geralmente não é recomendado para em parte explicar o benefício.
esta infecção; a frequência da resis-
tência varia com a área geográfica. SE LIGA! Mecanismos de resistência à
azitromicina ou claritromicina são iguais
Apesar das taxas relativamente al- ou semelhantes aos da eritromicina. Al-
tas de S. pneumoniae resistente a terações no DNA ribossômico podem
macrolídeos in vitro, estudos de pa- conferir resistência cruzada completa
cientes hospitalizados com pneumo- entre eritromicina, azitromicina e claritro-
micina em organismos gram-positivos.
nia adquirida na comunidade (PAC)

MAPA MENTAL: MECANISMOS DE RESISTÊNCIA

Bomba de efluxo

Alteração do local de Diminuição da


Resistência aos
ligação do macrolídeo no permeabilidade do envelope
RNA ribossômico Macrolídeos celular externo

5. FARMACOCINÉTICA estáveis no estômago ácido e são


bem absorvidas. Os alimentos inter-
A eritromicina base é destruída pelo
ferem na absorção de eritromicina e
suco gástrico. Assim, são administra-
azitromicina, mas podem aumentar a
das formas esterificadas ou compri-
absorção de claritromicina. A eritro-
midos revestidos entéricos do antimi-
micina e a azitromicina estão disponí-
crobiano. Todos são adequadamente
veis em formulações IV.
absorvidos por via oral. Claritromi-
cina, azitromicina e telitromicina são
MACROLÍDEOS 12

A eritromicina se distribui bem em fármacos por meio de sua interação


todos os líquidos corporais, exceto com o sistema CYP450. Interferência
no LCS. Ela é um dos poucos anti- com a biotransformação de fármacos,
microbianos que se difunde no líqui- como teofilina, estatinas e numero-
do prostático e também acumula nos sos antiepiléticos, foi relatada para a
macrófagos. Os quatro fármacos se claritromicina.
concentram no fígado. Claritromicina, Eritromicina e azitromicina são con-
azitromicina e telitromicina são am- centradas e excretadas primaria-
plamente distribuídas nos tecidos. A mente na bile como fármacos ativos.
azitromicina se concentra nos neu- Ocorre reabsorção parcial por meio
trófilos, macrófagos e fibroblastos, e da circulação entero-hepática. Em
os níveis séricos são baixos. A azi- contraste, a claritromicina e seus me-
tromicina tem a meia-vida mais longa tabólitos são eliminados pelos rins,
e o maior volume de distribuição dos bem como pelo fígado. A dosagem
quatro fármacos. deste fármaco deve ser ajustada em
Eritromicina e telitromicina são exten- pacientes com insuficiência renal.
samente biotransformadas no fígado.
Elas inibem a oxidação de inúmeros

Figura 3. Administração e destino dos antimicrobianos macrolídeos. Fonte: Farmacologia Ilustrada, 2016
MACROLÍDEOS 13

SE LIGA! A claritromicina e a azitromicina possuem melhor absorção oral, meia-vida sérica


mais longa e melhor penetração tecidual e intracelular do que a eritromicina.

ERITROMICINA CLARITROMICINA AZITROMICINA TELITROMICINA


Absorção oral Sim Sim Sim Sim
Meia-vida (h) 2 3,5 > 40 10
Conversão a
Não Sim Sim Sim
metabólito ativo
Porcentagem de
15 50 12 13
excreção na urina

Tabela 2. Algumas propriedades dos antimicrobianos macrolídeos. Fonte: Farmacologia Ilustrada, 2016

MAPA MENTAL: FARMACOCINÉTICA

Oral IV (eritromicina, azitromicina)

Vias de administração

Não penetra SNC

Ampla distribuição Biotransformação no fígado


Farmacocinética
nos tecidos (eritromicina, telitromicina)

Inibição do CYPP450

Excreção

Bile
Rim e fígado (claritromicina)
(eritromicina, azitromicina)
MACROLÍDEOS 14

6. EFEITOS ADVERSOS frequente em pacientes tratados com


claritromicina, mas é rara com azitro-
Os macrolídeos têm sido associadas
micina. Os macrolídeos têm um efeito
a efeitos colaterais gastrointestinais
nos receptores da motilina e podem,
(GI), hepatoxicidade, prolongamento
assim, estimular o músculo liso do
do intervalo QT e outros eventos car-
trato gastrointestinal. De fato, esses
diovasculares. Entre esses agentes, a
medicamentos têm sido utilizados cli-
azitromicina é geralmente mais bem
nicamente para estimular a motilida-
tolerada, seguida pela claritromicina e
de gástrica.
eritromicina.
Hepatotoxicidade: os relatórios pós-
SE LIGA! A intolerância devido a esses
-comercialização da azitromicina sintomas gastrointestinais com um me-
identificaram várias anormalidades dicamento não prediz necessariamen-
hepáticas em pacientes em uso deste te intolerância a outro medicamento da
classe. Alguns pacientes, por exemplo,
medicamento, incluindo testes anor-
apresentam efeitos colaterais intolerá-
mais da função hepática, hepatite, veis ​​com claritromicina, mas não com
icterícia colestática, necrose hepática azitromicina, e vice-versa.
e insuficiência hepática, sendo que
alguns desses casos resultaram em
morte. Portanto, a azitromicina é con- Prolongamento do intervalo QT e
traindicada em pacientes com históri- eventos cardiovasculares: todos os
co de icterícia colestática ou disfunção macrolídeos foram associados ao pro-
hepática associada ao uso prévio de longamento do intervalo QT. Antes
azitromicina. Deve ser interrompido de administrar um desses agentes,
imediatamente se ocorrerem sinais é importante que os médicos deter-
ou sintomas de hepatite. Hepatoto- minem se um paciente está em risco
xicidade grave com a telitromicina li- de torsades de pointes (ex: históri-
mitou seu uso, considerando ainda a co de um intervalo QT longo, toman-
existência de alternativas. do outros medicamentos que podem
prolongar o intervalo QT, interações
Toxicidade gastrointestinal: a azi- medicamentosas, idade avançada,
tromicina e a claritromicina são mais anormalidades eletrolíticas).
bem toleradas que a eritromicina. No
entanto, os efeitos colaterais gas- Os macrolídeos também foram as-
trointestinais continuam sendo cau- sociados ao aumento da mortalidade
sas comuns de descontinuação des- cardiovascular e da mortalidade por
ses fármacos. São comuns náuseas, todas as causas. No entanto, essa
vômitos, diarreia e dor abdominal. A associação não foi consistentemente
disgeusia é uma queixa relativamente demonstrada em estudos.
MACROLÍDEOS 15

Outros: reações graves são raras, das quais são mediadas pela inibição
mas possíveis com qualquer macro- das enzimas hepáticas do citocromo
lídeo. Isso inclui anafilaxia, síndrome CYP (P450) 3A. Em contraste com a
de Stevens-Johnson, reação medica- claritromicina e a eritromicina, a azi-
mentosa com eosinofilia e sintomas tromicina não parece afetar signifi-
sistêmicos, colite pseudomembrano- cativamente as enzimas hepáticas,
sa e exacerbações da miastenia gra- levando a menos interações medica-
vis. Uma reação grave à azitromicina mentosas documentadas. No entan-
pode persistir por vários dias devido to, várias interações medicamento-
à sua meia-vida longa. Foi relatada sas clinicamente importantes foram
perda auditiva irreversível com azitro- relatadas com todos esses agentes.
micina, claritromicina e eritromicina. A Como exemplo, foram relatadas mor-
perda auditiva reversível também foi tes em pacientes recebendo claritro-
relatada após o uso de macrolídeos, micina e colchicina, e recomendações
especialmente quando administrados específicas de redução da dose de
em altas doses. colchicina foram publicadas.
Os macrolídeos têm uma variedade de
interações medicamentosas, muitas

Atorvastatina
Carbamazepina
Ciclosporina
Sinvastatina A concentração
Teofilina sérica aumenta
Valproato
Varfarina
Inibidores de proteases

Eritromicina
Claritromicina
P450 Telitromicina

Metabólitos

Figura 4. Inibição do sistema CYP450 por eritromicina, claritromicina e telitromicina. Fonte: Farmacologia Ilustrada, 2016
MACROLÍDEOS 16

A eritromicina é o macrolídeo com o mais recentes, há mais experiência


qual há uma experiência mais longa em durante a gravidez com azitromicina
mulheres grávidas. Dos macrolídeos do que com claritromicina.

MAPA MENTAL: EFEITOS ADVERSOS

Hepatotoxicidade
(azitromicina, telitromicina)

Efeitos
Otoxicidade Toxicidade gastrointestinal
adversos

Prolongamento do QT e
eventos cardiovasculares
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MAPA MENTAL: GERAL

Efeito bacteriostático (bactericida


Inibidores da síntese proteica
em dosagens elevadas)

Gram-negativos

Espectro de ação Gram-positivos

Micobactérias

Vias de administração: oral, IV

Farmacocinética
Principal via de excreção:
biliar ou renal
Macrolídeos

Infecções do trato respiratório

Infecções micobacterianas
Usos clínicos
(M. avium e M. abscessus)

DSTs

Hepatotoxicidade

Toxicidade gastrointestinal

Efeitos adversos

Prolongamento do QT

Outros
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Bruntos, Laurence L. Chabner, Bruce A. Knollmann, Bjorn C. As bases farmacológicas da
terapêutica de Goodman & Gilman. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.
Whalen, Karen. Finkel, Richard. Panaveli, Thomas A. Farmacologia ilustrada. 6. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2016.
Rang H. P., et al. Rang & Dale: farmacologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
Graziani, Amy L. Azithromycin and clarithromycin. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA:
UpToDate Inc. http://www.uptodate.com (Acesso em 28 de abril de 2020).
MACROLÍDEOS 19

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