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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

CURSO DE PSICOLOGIA
MODELO

Nome: Dayanne Muniz dos Santos RA: N566086


Turno: Noite Turma: PS1Q20 Semestre: 1
Professor: Arlete Galhardi Sales

Reflexões sobre o filme “Boa noite, Mamãe!”


Introdução
Título:Ich seh, Ich seh (Original)
Ano produção: 2014
Direção: Severin Fiala Veronika Franz
Estreia: 25 de Fevereiro de 2016 (Brasil)
Duração: 100 minutos
Classificação: 16 anos
Gênero: Drama Mistério Terror
Países de Origem: Áustria
Sinopse
Uma família vive em uma residência isolada em meio a árvores e plantações de milho. Após dias
afastada por conta de cirurgias plásticas, a mãe (Susanne Wuest) volta para casa e não é reconhecida
pelos filhos gêmeos. As crianças, de nove anos, duvidam que a mulher de rosto coberto seja
realmente sua mãe e a partir de então nada será como antes.
Desenvolvimento
Perda, segundo o dicionário, tem o significado de se privar de algo que possuía. E é dentro
deste contexto que se desenrola o universo dos diretores Veronika Franz e Severin Fiala. Neste
enredo, três personagens são importantes, sendo eles, os irmãos gêmeos Lukas, Elias e sua mãe, que
ao retornar de um procedimento de cirurgia plástica, se mostra diferente na visão dos gêmeos. Ao
decorrer do filme, esta falta de reconhecimento dos irmãos perante a mãe, acontece não apenas pela
mudança física, mas também comportamental, colocando-a como fria e distante diante deles,
rejeitando a presença das crianças e exigindo silêncio absoluto, além de ignorar a presença de um dos
irmãos.

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Estes eventos geram em ambos a decisão de iniciar uma investigação pessoal com vídeos e
gravações, que apresentam uma versão diferente da mesma, se mostrando amorosa e gentil. Os
irmãos não compreendendo essa mudança súbita de comportamento, chegam a conclusão que aquela
não é a sua "verdadeira" mãe, e sim, uma pessoa interpretando-a e partem em uma jornada de tortura
com a então interprete, para encontrar e entender o que aconteceu com suposta "verdadeira" mãe.
O longa faz refletir sobre o que aconteceu com a família e uma cena em especial, responde
essa questão. Os irmãos após ficarem mantidos em cárcere por alguns dias pela mãe, partem e
decidem procurar a polícia, Lukas e Elias são impedidos por um padre, que sem escutá-los, decide
por levá-los de volta a casa. E é nesta cena, em uma conversa entre o padre e a mãe, que descobrimos
que a família passou por traumas recentes, acidente e separação do pai das crianças.
Ao longo da história, fica nítido que a mãe ao tentar controlar a crise, decidiu por anular os
seus sentimentos da perda e busca por uma reconstrução facial para iniciar uma "nova" fase em sua
vida, ao mesmo tempo que não consegue auxiliar Elias em entender a partida de seu irmão, se
tornando agressiva e indiferente a criança.
Na Psicologia, estudamos a importância da família no contexto social e emocional da
criança, sendo esse nosso primeiro núcleo de socialização. No filme, fica claro como a ausência desta
união, com a mãe passando por seu próprio luto de forma introspectiva e o pai, sendo apenas
mencionado como alguém que não se encontra mais presente na vida da criança. Criou em Elias,
uma negação com a morte de seu irmão, o mostrando por forma de seu imaginário, onde ele também
arquiteta de seu subconsciente uma possível mágoa que sente da mãe que se mostra má, acreditando
que precisa "puni-la" assim como é feito com ele em momentos de "aprendizado"

Conclusão
Perdas dolorosas, fazem surgir emoções variadas, no caso de Elias é observado uma
"loucura" da violência que é ocasionado pelo luto não compreendido, com o menino alternando em
seu estado natural de criança, com brincadeiras e diversões e a frieza e falta de reconhecimento nas
atitudes com a mãe, além da criação de uma nova realidade, onde o irmão ainda está vivo e tem seu
arquétipo na mágoa que sente pelo trauma. E na mãe, uma negação de seus sentimentos, buscando o
alívio por meio estético e uma personalidade distante da que possuía antes do trauma. O longa traz a
reflexão sobre nossas relações familiares e a como podem existir versões diferentes de uma mesma
relação, neste caso a discussão se mantém na dualidade de mãe boa/ruim e o processo de luto, vivido
dentro do contexto familiar, principalmente quando não é algo de entendimento de todos.

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Referências:
FANTINEL, Danilo. Boa Noite, Mamãe! Crítica. Papo de Cinema, 2016. Disponível em:
<https://www.papodecinema.com.br/filmes/goodnight-mommy/critica/> Acesso em: 30 de março. de
2020.
ROSSET, Eleonora. Boa Noite, Mamãe!. Eleonora Rosset, Uma Psicanalista Vai ao Cinema,
2016. Disponível em: <http://www.eleonorarosset.com.br/boa-noite-mamae/> Acesso em: 30 de
março. de 2020.

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