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Nutrição

Básica I

4. Lipídeos: Gorduras, Óleos, Fosfolipídeos, Esterois


Livro base: Nutrição – Conceitos e
Controvérsias. 8ed, 2003.

2019
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Nutrição Básica I
CURSO DE NUTRIÇÃO BÁSICA MÓDULO I

Lipídeo: Uma família de compostos solutos em solventes orgânicos, mas não


em água. Os lipídeos incluem os triglicerídeos (gorduras e óleos), fosfolipídeos
e esteróis.

Colesterol: Um membro do grupo dos lipídeos, da classe do esteróis; uma


substância macia, cerosa, fabricada pelo corpo para diversas finalidades e
também encontrada em alimentos de origem animal.

Gorduras: Lípideos que são sólidos em temperatura ambiente (25 graus)

Óleos: Lipídeos que são líquidos em temperatura ambiente (25 graus)

Doenças cardiovasculares (DCV): Doenças do coração e vasos sanguíneos;


também chamada de doença cardíaca coronariana (DCC). As duas formas
mais comuns de DCV são aterosclerose e hipertensão.

Triglicerídeos: Uma das três classes principais de lipídeos da dieta e a


principal forma de gordura dos alimentos. Um triglicerídeo é constituído por três
unidades de ácidos graxos e uma unidade de glicerol. Os triglicerídeos também
são chamados de triacilgliceróis.

Fosfolipídeos: Uma das três classes principais de lipídeos da dieta. Esses


lipídeos são semelhantes aos triglicerídeos, mas cada um tem um ácido
contendo fósforo no lugar de um dos ácidos graxos. Os fosfolipídeos estão
presentes em todas as membranas celulares.

Lecitina: Um fosfolipídeo fabricado pelo fígado e também encontrado em


muitos alimentos; o principal constituinte das membranas celulares.

Esteróis: Uma das três classes principais de lipídeos da dieta. Os esteróis têm
uma estrutura semelhante à do colesterol.

Ácidos graxos essenciais: Ácidos graxos que o corpo necessita mas não é
capaz de fabricar em quantidades suficientes para satisfazer as necessidades
fisiológicas.

As gorduras promovem a maior parte da energia necessária para realizar


grande parte do trabalho do organismo, especialmente trabalho muscular.

Glicogênio retém muita água e, como resultado, é muito volumoso e pesado.


No entanto gorduras se acumulam sem água.

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 Os lipídeos não apenas servem como reservas de energia, como


também amortecem os órgãos vitais, protegem o corpo de extremos de
temperatura, transportam os nutrientes lipossolúveis, servem como
matéria-prima e provêem o principal material do qual são feitas as
membranas celulares.

Saciedade: Sensação de plenitude ou satisfação que as pessoas


experimentam após refeições.

A gordura retarda a digestão e ajuda sustentar a sensação de plenitude até a


próxima refeição. Carboidratos e proteínas também, mas em tempos
diferentes. Gordura envia sinais fracos de plenitude e carboidrato e proteína
atuam mais depressa (sinais fortes).

 Os lipídeos fornecem mais energia por grama que os carboidratos e as


proteínas, intensificam o aroma e o sabor dos alimentos, e contribuem
para a saciedade, ou a sensação de plenitude após uma refeição.

Ácidos graxos: Ácidos orgânicos compostos de cadeias de carbono de vários


comprimentos. Cada ácido graxo possui uma extremidade ácida e hidrogênios
ligados a todos os átomos de carbono da cadeia.

Glicerol: Um composto orgânico, com três carbonos de comprimento, que tem


interesse aqui porque serve como estrutura para os triglicerídeos.

Ácidos graxos de cadeia mais curta ou os mais insaturados são mais moles e
derretem mais facilmente.

 O corpo combina três ácidos graxos com um glicerol para formar um


triglicerídeo, sua forma de armazenamento de gordura. Os ácidos
graxos presentes no alimento influenciam a composição das gorduras no
organismo.

Ácido graxo saturado: Um ácido graxo com o número máximo possível de


átomos de hidrogênio (não possui nenhum ponto de insaturação). Uma gordura
saturada é um triglicerídeo que contém três ácidos graxos saturados.

Ponto de insaturação: O local em uma molécula onde a ligação é tal que


átomos de hidrogênio adicionais podem facilmente ser fixados.

Ácido graxo insaturado: Um ácido graxo que tem alguns átomos de


hidrogênio faltando e tem um ou mais pontos de insaturação. Uma gordura
insaturada é um triglicerídeo que contém um ou mais ácidos graxos
insaturados.

Ácido graxo monoinsaturado: Um ácido graxo que contém um ponto de


insaturação.

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Ácido graxo poliinsaturado (PUFA): Um ácido graxo com dois ou mais


pontos de insaturação.

Gorduras Saturadas: Triglicerídeos nos quais a maioria dos ácidos graxos são
saturados.

Gorduras Monoinsaturadas: Triglicerídeos nos quais a maioria dos ácidos


graxos possuem um ponto de insaturação (são monoinsaturados).

Gorduras Poliinsaturadas: Triglicerídeos nos quais a maioria dos ácidos


graxos possuem dois ou mais pontos de insaturação (são poli-insaturados).

Saturação se refere ao número de hidrogênios que uma cadeia de ácido graxo


está retendo. Ácidos graxos de vegetais e de peixe, onde faltam um ponto de
hidrogênio são monoinsaturado. O grau de saturação afeta a temperatura a
qual a gordura derrete.

Existem ácidos graxos que desobedecem à regra. O óleo de coco é mais


saturado que o do creme de leite. O óleo de palma é altamente saturado.

 Os ácidos graxos são cadeias de carbono ricas em energia que podem


ser saturadas (preenchidas com hidrogênios), monoinsaturadas (com
um ponto de insaturação) ou poli-insaturadas (com mais de um ponto de
insaturação). O grau de saturação dos ácidos graxos em uma gordura
determina a maciez ou rigidez desta.

Emulsificante: Uma substância que se mistura com gordura e com água, e


dispersa permanentemente a gordura na água, formando uma emulsão.

Emulsificação: O processo de misturar lipídeo com água pela adição de um


emulsificante.

Bile: Um emulsificante fabricado pelo fígado a partir do colesterol e


armazenado na vesícula biliar. A bile não digere as gorduras como o fazem as
enzimas, mas as emulsifica de tal modo que as enzimas nos líquidos aquosos
possam entrar em contato com elas e separar os ácidos graxos do glicerol para
absorção.

O fosfolipídeo é uma molécula de glicerol com dois ácidos graxos ligados, no


lugar do terceiro, uma molécula de fósforo. Serve como emulsificante.

Esteróis são macromoléculas complexas, anéis interconectados de átomos de


carbono com cadeias laterais de carbono, hidrogênio e oxigênio ligadas.
Colesterol serve como máteria prima para fabricar bile. Outros esteróis são a
vitamina D (fabricada a partir do colesterol) e diversos hormônios importantes,
chamados hormônios esteroides.

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O colesterol é um esterol importante para estrutura do cérebro e moléculas


nervosas. Tal como a lecitina, fabricada pelo organismo, não é um nutriente
essencial. O colesterol também é parte principal das placas que estreitam as
artérias nos casos de aterosclerose.

 Os fosfolipídeos, incluindo a lecitina, desempenham papeis-chaves nas


membranas celulares; os esteróis desempenham papéis na formação da
bile, da vitamina D, dos hormônios sexuais e de outros compostos
importantes.

Monoglicerídeos: Produtos da digestão dos lipídeos: consistem em moléculas


de glicerol com um ácido graxo ligado.

Pessoas que se submeteram à remoção de sua vesícula biliar precisam reduzir


a ingestão de gordura, porque elas não são mais capazes de armazenar a bile
e liberá-la às refeições. O sistema só é capaz de lidar com um pouco de
gordura de cada vez.

Quilomícrons: Aglomerados formados quando lipídeos de uma refeição são


combinados com proteínas transportadoras da mucosa intestinal. Os
quilomícrons transportam a gordura da dieta, através dos líquidos do
organismo, para o fígado e outros tecidos.

Lipoproteínas: Aglomerados de lipídeos associados com proteína, que servem


como veículos de transporte para os lipídeos no sangue e na linfa. As principais
classes de lipoproteínas são os quilomícrons, as VLDL, as LDL e as HDL.

Lipoproteínas de baixíssima densidade (VLDL): Lipoproteínas que


transportam triglicerídeos e outros lipídeos do fígado para vários tecidos do
organismo.

 No estômago, as gorduras separam-se dos outros componentes


alimentares. No intestino delgado, a bile emulsifica as gorduras, as
enzimas as digerem e as células intestinais as absorvem. Os pequenos
lipídeos podem viajar isolados no sangue após a absorção, mas os
grandes lipídeos têm de ser incorporados aos quilomícrons para
transporte.

Gorduras viajam no sangue sendo passageiros das lipoproteínas. Os


monoglicerídeos e ácidos graxos de cadeia longa são demasiados grandes
para serem liberados diretamente na corrente sanguínea.

Lipoproteínas de baixa densidade (LDL): Lipoproteínas que transportam


lipídeos do fígado para outros tecidos, como o músculo e o tecido adiposo;
contêm uma grande concentração de colesterol.

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Lipoproteínas de alta densidade (HDL): Lipoproteínas que levam o colesterol


dos sítios de armazenamento de volta ao fígado, para desmantelamento e
eliminação; contêm uma grande concentração de proteína.

LDL e HDL são fabricadas no fígado. HDL transportam muitos fosfolipídeos.

HDL carregam lipídeos nosangue, mas as LDL são maiores, mais leves e mais
cheias de lipídeo; as HDL são menores, mais densas e carregadas com mais
proteínas. As LDL distribuem triglicerídeos e colesterol do fígado aos tecidos;
as HDL varrem os excessos de colesterol e fosfolipídeos dos tecidos e os
retornam ao fígado para destinação.

 O sangue e outros fluídos corporais são aquosos, de modo que as


gorduras necessitam de veículos especiais de transporte para carrega-
las por todo o corpo em meio a esses líquidos. As principais
lipoproteínas são os quilomícrons, VLDL, LDL e HDL.

No interior do trato digestório: bile emulsifica gordura, tornando-a disponível


para ação enzimática. As enzimas quebram os triglicerídeos em ácidos graxos
livres, glicerol e monoglicerídeos.

Na mucosa intestinal: as partes são absorvidas pelas vilosidades intestinais. Os


grandes fragmentos lipídicos,como monoglicerídeos e ácidos graxos de cadeia
longa, são reconvertidos em triglicerídeos e combinados com proteína,
formando quilomícrons que viajam nos vasos linfáticos. As pequenas partículas
lipídicas, como glicerol e ácidos graxos de cadeia curta, são suficientemente
pequenas para entrar diretamente na corrente sanguínea.

A maneira de usar o estoque de gordura para obter energia é criando uma


demanda de energia nos tecidos pela diminuição da ingestão de energia
alimentar e aumentar o gasto de energia do corpo.

Carboidrato deve estar sempre disponível. Sem carboidrato, ocorrerá cetose e


produtos de decomposição incompleta de gordura (cetonas) aparecerão no
sangue e na urina.

O organismo armazena mais calorias a partir da gordura que do carboidrato.

Da glicose à gordura: A glicose é decomposta em fragmentos; os fragmentos


podem prover energia imediata para os tecidos; ou se os tecidos não
necessitarem de mais energia, os fragmentos podem ser remontados, não
como glicose mas como cadeias de ácidos graxos.

 Quando o combustível está baixo, o organismo recorre ao seu estoque


de gordura para obter energia. É necessário glicose para a degradação
completa da gordura; sem carboidrato, ocorrerá cetose.

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A maioria das gorduras saturadas da dieta (triglicerídeos) eleva o colesterol


sanguíneo mais do que o colesterol o faz. Ter hipercolesterolemia é um
indicador de risco para DCV. O principal fator alimentar associado à
hipercolesterolemia é a alta ingestão de gordura saturada. O colesterol
dietético traz apenas uma contribuição secundária.

A genética modificar um pouco a capacidade de todos de lidar com o colesterol


da dieta. A maioria das pessoas pode comer quantidade limitadas de ovos,
fígado e outros alimentos que contêm colesterol sem medo de desenvolver
hipercolesterolemia.

 Uma distinção importante: não é a ingestão de colesterol alimentar mas


a ingestão de gordura saturada o principal fator dietético que aumenta o
colesterol sanguíneo. Hipercolesterolemia é um fator de risco para
doenças cardiovasculares. Retirar a gordura do alimento diminui a
quantidade de calorias e, muitas vezes, também a de gordura saturada.

Oxidação: Interação de um composto com oxigênio, neste caso, um efeito


danoso por uma forma quimicamente reativa de oxigênio.

Antioxidante: Um composto que protege outros compostos do oxigênio


reagindo ele mesmo com o oxigênio.

Ácido linoleico e ácido linolênico: Ácidos graxos poli-insaturados que são


nutrientes essenciais aos seres humanos.

Hipercolesterolemia significa risco de doença cardíaca. É quando o colesterol


está sendo transportado nas LDL para ser depositado nos tecidos corporais.

Mínimo de 35 miligramas de HDL por decilitro de sangue ou plasma associa-se


a um baixo risco de ataque cardíaco. Outra regra é que o colesterol sanguíneo
não deve ser maior que cerca de 4 vezes o HDL.

É melhor reduzir a gordura total e também substituir a gordura saturada por


gordura monoinsaturada ou poli-insaturada.

Nutrientes antioxidantes retardam a oxidação da LDL.

As pessoas também podem aumentar as concentrações de HDL por meio de


exercícios. Exercícios também promovem: músculos do coração e artéria mais
fortes, composição corporal saudável com baixo risco de doença cardíaca,
redução da pressão arterial, melhor resposta a insulina, melhor circulação
sanguínea nos músculos cardíacos, maior volume cardíaco.

 As medidas dietéticas para reduzir as concentrações de LDL no sangue


envolvem reduzir a gordura saturada e substituí-la por gorduras
monoinsaturadas e poli-insaturadas. Algumas pessoas devem também

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reduzir a ingestão de colesterol. Os alimentos que contêm colesterol são


nutritivos, mas convém consumi-los com moderação.

Ácido graxo ômega-6: Um ácido graxo poliinsaturado, com a primeira dupla


ligação situada a 6 carbonos da ponta da cadeia. Também chamado de ácido
graxo n-6. O ácido linoleico é um exemplo.

Ácidos graxos essenciais são encontrados em pequenas quantidades nos


óleos vegetais e em peixes de águas frias. Servem como matéria-prima para o
organismo fabricar substâncias semelhantes a hormônios que regulam:
pressão arterial, coagulação sanguínea, lipídeos do sangue, resposta
imunológica, resposta inflamatória à lesões e infecções, dentre outros.

Quando a dieta é deficiente em todos os ácidos graxos poli-insaturados,


aparecem sintomas de infertilidade, anormalidade dermatológicas e problemas
nos rins e fígado; em crianças, o atraso do crescimento. Mas estes problemas
são raros a não ser quando induzidos intencionalmente em dietas
inadequadas.

Omega-6 desempenha papel ativo no funcionamento do organismo, papel


crítico nas membranas celulares e protege as células do corpo.

Omega-3 explica o porque dos povos da Groenlândia e Alasca, apesar da dieta


rica em gordura, terem uma taxa de mortalidade por doenças cardíacas tão
baixa; pois comem peixes e outros seres marinhos.

EPA e DHA (dois ácidos ômega-3) são relacionados ao raciocínio, córtex


cerebral, centro da visão e são necessários para o desenvolvimento normal
desses órgãos. São convertidos em substâncias semelhantes a hormônios que
afetam o coração e a função imunológica.

Ácido graxo ômega-3: Um ácido graxo poliinsaturado com a primeira dupla


ligação situada a 3 carbonos da ponta da cadeia. Também chamado ácido
graxo n-3. O ácido linolênico é um exemplo.

EPA, DHA: ácido eicosapentaenoico, ácido docosaexaenoico; ácidos graxos


ômega-3 elaborados a partir do ácido linolênico presente nos tecidos de peixes.

Não há recomendações oficiais da ingestão de ômega-3. Dieta norte-


americana é deficiente neste nutriente. O recomendado é consumir 2 ou 3
vezes peixe por semana.A relação entre ácidos graxos ômega-3 e 6 deve ser
de 1 para 4.

Comprar e tomar suplementos de óleo de peixe não é recomendado. Embora


existam evidências consistentes a respeito de prevenção de doenças
cardíacas, as outras declarações são baseadas apenas em pesquisas

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preliminares inconclusivas. Superdosagens de óleo de peixe podem não ser


seguras.

São os lipídeos mais vulneráveis ao dano por oxidação, aumento do dano


celular oxidativo. Altas doses de vitamina E podem prevenir o dano, mas
cientistas estão investigando as quantidades.

Pesquisas indicam aumento no número e tamanho de tumores em ratos


alimentados com óleo de peixe quando comparados com os que não foram
alimentados. Estes suplementos foram feitos da pele e fígado dos peixes, que
podem ter acumulado concentrações tóxicas de pesticidas, metais pesados e
outros contaminantes dos oceanos, possivelmente ainda mais concentrados
em forma de pílula. Porém mesmo sem contaminação, o óleo de peixe contêm
naturalmente altas concentrações das duas vitaminas potencialmente mais
tóxicas, A e D.

 Dois ácidos graxos poli-insaturados, o ácido linoleico (ácido ômega-6) e


ácido linolênico (ácido ômega-3), são nutrientes usados para fabricar
substâncias semelhantes a hormônios, proeminentes no cérebro e retina
que realizam muitas outras funções. A família ômega-6 inclui o ácido
linoleico; óleos de sementes são fontes ricas. A família ômega-3 inclui o
ácido linolênico, o EPA e o DHA. Os óleos de peixes são fontes ricas
destes ácidos.

Hidrogenação: O processo de adicionar hidrogênio aos ácidos graxos


insaturados para tornar a gordura mais sólida e resistente a alteração química
da oxidação.

Ponto de fumaça: A temperatura na qual a gordura libera um gás acre de cor


azul.

Óleos vegetais geralmente são menos saturados que as gorduras animais. Se


a escolha for por um alimento industrializado, no entanto, esta segurança é
questionável.

A hidrogenação faz com que as gorduras permaneçam mais frescas por mais
tempo e também altera suas propriedades físicas.

Quando os pontos insaturados dos óleos dos alimentos são oxidados, os óleos
tornam-se rançosos e o alimento fica com sabor “alterado”. Óleos de cozinha
devem ser guardados em recipientes bem fechados, sem contato com o ar.

À medida que os óleos recebem hidrogênio, endurecem. O produto resultado é


mais saturado e cremoso que o óleo original. Também é mais resistente ao
dano oxidativo ou à decomposição por altas temperaturas de cozimento.

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Uma vez hidrogenados, os óleos deixam de ser insaturados e perdem os


aspectos benéficos à saúde que possuíam. Existe uma alternativa de proteger
o óleo adicionando um conservante químico (tipo BHA e BHT).

As pastas de amendoim feitas sem gordura hidrogenada, chamadas naturais,


separam-se em camadas de óleo de amendoim que precisam ser misturados
antes de usar.

As margarinas que contém óleo líquido como primeiro ingrediente listado no


rótulo são, de modo geral, as mais poli-insaturadas, em especial, as feitas de
óleos altamente insaturados, como de açafrão ou canola. As margarinas que
são vendidas em potes ou em bisnagas ou rotuladas “cremosas” são às vezes,
menos saturadas que as variedades em barra.

 Os óleos vegetais tornam-se mais saturados quando são hidrogenados.


As gorduras hidrogenadas resistem melhor a rancificação, têm textura
mais firme e tem um ponto de fumaça mais elevado que os óleos
insaturados.

Ácidos trans-graxos: Ácidos graxos com forma química incomum que podem
se formar quando óleos poli-insaturados são hidrogenados.

Estanol Éster: Composto pertencente à família de lipídeos dos esteróis,


derivados de plantas e que demonstraram experimentalmente reduzir o
colesterol sanguíneo quando consumidos no lugar de outras gorduras em uma
dieta pobre em gordura.

Ácidos trans-graxos podem elevar colesterol LDL e reduzir o benéfico HDL.


Quando ácidos graxos ômega-3 são transformados em trans-graxos pelo
processamento, o consumidor não obtém nenhum dos seus benefícios.

A maioria das margarinas e virtualmente todas as gorduras utilizadas para


fazer massas são feitas, em grande parte, de gorduras hidrogenadas, são
saturadas e contém quantidades substanciais de ácidos trans-graxos (até
40%). Algumas margarinas, no entanto, especialmente cremosas ou líquidas,
são feitas de óleos não hidrogenados.

Quando óleos (mas não óleos hidrogenados) são o primeiro ingrediente da lista
em um rótulo de margarina, essa margarina é pobre em ácidos trans-graxos e
gordura saturada.

Um ingrediente recém aprovado (estanol ester) reduz colesterol sanguíneo


quando consumido como parte de uma dieta pobre em gordura. Pois não é
reconhecido pelo intestino e por isso não é absorvido, além de bloquear ação
do colesterol. Porém o preço é 3 a 4 vezes mais alto.

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Fast-food, salgadinhos tipo batatas chips, assados e outros alimentos


comercialmente preparados são ricos em gordura, contendo até 50% de ácidos
trans-graxos.

 O processo de hidrogenação cria ácidos trans-graxos. Os ácidos trans-


graxos atuam no organismo de modo ligeiramente parecido com as
gorduras saturadas.

A maioria das pessoas tem de aprender a reconhecer as gorduras nos


alimentos e reduzir sua ingestão.

Existem substitutos de gorduras e gorduras artificias. Dentre estas ultimas, os


fabricantes podem: adicionar água ou incorporar ar nos alimentos, adicionar
leite desnatado aos alimentos cremosos, usar carnes magras e proteína de
soja para substituir carnes gordurosas e assar alimentos em vez de fritá-los.
Uso de fibra, açúcares ou proteína também substituem gordura em alguns
alimentos.

OLESTRA: uma gordura artificial não calórica feita de sacarose e ácidos


graxos; antes chamada poliéster de sacarose.

- Apresenta alguma semelhança com a gordura comum. É uma molécula


central do carboidrato sacarose à qual até oito moléculas de ácidos graxos
estão ligados.

- Enzimas digestivas não reconhecem a forma da molécula do olestra e assim,


não são capazes de separar os ácidos graxos da sacarose. Todo o olestra
consumido em uma refeição permanece indigerido e passa intacto pelo sistema
digestório.

- É a mais bem sucedida das gorduras artificiais. Podendo ser aquecida a


temperaturas de fritura, sem se decompor; efetua todas as funções da gordura
em bolos, massas de torta e outros assados. Apesar do sabor residual, tem
gosto de gordura.

- Empresa que inventou estou sua segurança por duas décadas. O olestra
pode causar desconforto digestório e perda de nutrientes e fitoquímicos. Em
algumas pessoas, a presença do olestra indigerível no intestino grosso pode
potencialmente causar diarreia, flatulência, cólica e uma necessidade urgente
de defecar; pode também escorregar pelas fezes e vazar incontrolavelmente do
ânus produzindo manchas amareladas e fétidas na roupa.

- Olestra inibe absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K). Para


compensar esse efeito o olestra é enriquecido com estas vitaminas.

- Efeito de fitoquímicos benéficos à saúde dos alimentos como carotenos.


Estudo recente mostrou que 3 gramas de olestra por dia reduziram (em 40%)

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as concentrações sanguíneas de licopeno, um fitoquímico considerado capaz


de defender o corpo contra algumas formas de câncer.

 As carnes respondem por uma grande proporção da gordura oculta na


dieta de muitas pessoas. A maioria das pessoas consome carne em
porções maiores que as recomendadas.
 A escolhe entre produtos de leite integral e desnatado pode fazer uma
grande diferença no conteúdo de gordura de uma dieta.
 A gordura de pães e cereais pode muito bem estar escondida. Os
consumidores precisam aprender que os alimentos desse grupo também
contém gorduras.

Dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA): 70% dos


adolescentes homens comem fora de casa todos os dias; 57% de todos os
norte-americanos, e 40% dos americanos com mais de 60 anos de idade,
comem fora de casa diariamente; os alimentos consumidos fora são mais
ricos em gordura, gordura saturada e colesterol, e mais pobres em
vitaminas e minerais, do que as refeições consumidas em casa.

CONTROVÉRSIA: ÁLCOOL E NUTRIÇÃO

- Os norte-americanos consomem de 6 a 10% da sua ingestão diária em


álcool.

- Se tomado com moderação o álcool desinibe e encoraja interações


sociais, sensação agradável de euforia. Mas pode causar problemas como
alcoolismo, dirigir embriagado, brigas, violência e desgaste de autoestima.

- Mulheres são mais suscetíveis ao álcool que os homens.

- Álcool é uma classe de compostos químicos terminados em –ol (ex:


glicerol). Atuam como solvente de lipídeos, matam e desnaturam estruturas
proteicas. E pode promover armazenamento de gordura, particularmente na
área abdominal.

- Drinque: 14 gramas de etanol puro. Equivale a: uma taça de vinho; 300 ml


de cooler de vinho; 1 lata de cerveja; 35 ml de bebida alcoólica forte.

- Pode reduzir riscos de doenças cardíacas com pessoas a mais de 60


anos. Mas mostra também forte correlação com mortalidade por derrame,
possivelmente por causa da pressão arterial elevada.

- Vinho tinto: alto conteúdo de potássio no suco de uva pode reduzir a


hipertensão arterial, podendo o suco de uva ser mais adequado que o
vinho. Vinho contém fenóis e outros fitoquímicos que podem agir como
antioxidantes que protegem o sistema cardiovascular contra lesões
oxidativas. O próprio álcool pode criar estresse oxidativo lesivo aos tecidos

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do fígado e do pâncreas. O vinho sem álcool e suco de uvas vermelhas


contém fitoquímicos semelhantes aos do vinho mas não aumentam
estresse oxidativo. O vinho pode aumentar apetite, e em pessoas com
idade mais avançada, melhora disposição, estimula interação social,
promove sono repousante.

- Moléculas do álcool são capazes de difundir-se através das paredes do


estômago e atingir o cérebro em questão de minutos. Etanol é considerado
uma toxina.

- Se beber com estômago cheio, as moléculas de álcool tem menos


probabilidade de tocar nas paredes do estômago e difundir-se através
delas, de modo que o álcool atinja o cérebro de modo mais gradual do que
estômago vazio.

- O álcool no cérebro pode sedar os nervos inibidores permitindo aos nervos


excitadores assumir o controle, mas esse efeito é temporário. Álcool atua
como depressor. Células cerebrais são sensíveis a exposição excessiva de
álcool, podendo diminuir o cérebro mesmo em pessoas que bebem apenas
moderadamente. Beber além da capacidade de recuperar-se por períodos
prolongados podem causar dano severo e irreversível à visão, memória,
capacidade de aprendizado e outras funções. Além disso, o álcool deprime
a produção de hormônio antidiurético pelo cérebro, levando a perda de
água e sede.

- Bebedores inteligentes alternam entre álcool e outra bebida. A água


perdida leva minerais importantes, como magnésio, potássio, cálcio e zinco.

- Os capilares do trato digestório transportam o sangue, carregado de álcool


para o fígado, capacitando-o para remover substâncias tóxicas antes que
elas alcancem outros órgãos, como o coração e o cérebro.

- O fígado mantém dois conjuntos de mecanismos para metabolizar o


álcool: a enzima álcool desidrogenase (ADH) e um conjunto de enzimas
conhecidas como SMOE, o restante é excretado pela respiração e urina.

- Pesquisas mostram que os alcoólatras fabricam menos ADH gástrico do


que as outras pessoas, e que as mulheres fabricam menos que os homens.
Mulheres absorvem cerca de 1/3 mais álcool que os homens.

- Leva cerca de uma hora e meia para organismo metabolizar um drinque.

- O fígado acelera sua síntese de ácidos graxos. A primeira fase de


deterioração (esteatose hepática) interfere na distribuição de nutrientes de
oxigênio aos hepatócitos. A segunda fase de deterioração (fibrose) é
reversível. Na cirrose (terceira fase) as células do fígado se endurecem,
ficam de cor alaranjada e perdem sua função para sempre. A síntese de

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algumas proteínas importantes do sistema imunológico torna-se mais lenta;


a síntese de lipoproteínas acelera-se aumentando os níveis sanguíneos de
triglicerídes e HDL. Além disso o álcool em excesso sobrecarrega o
organismo interferindo no metabolismo normal do ácido úrico podendo
causar gota.

- Evidências mostram que o álcool pode suprimir o hormônio reprodutivo


masculino testosterona levando a redução dos tecidos muscular e ósseo,
alterações da imunidade, anormalidades da próstata e uma diminuição da
capacidade reprodutiva.

- A ressaca é uma forma branda de abstinência. A pior forma é o delírio com


tremores graves, que representam perigo de morte e exige tratamento
médico. A desidratação do cérebro, efeitos tóxicos dos congêneres,
formaldeído são possíveis causas.

- Quando uma grávida toma um drinque, seu feto também o ingere em


questão de minutos, porém o organismo do feto é indefeso contra os
efeitos.

- O alcoolismo torna provável o desenvolvimento de doenças cardíacas. O


coração de um alcóolatra mostra-se muito aumentado e pesa duas vezes
mais que um coração normal.

- Álcool ataca células cerebrais diretamente. Pode causar também câncer


de mama, boca, garganta, esôfago, reto e pulmões; além de parecer
promover o avanço do câncer.

- Outros efeitos: diabetes, úlceras, hepatite não viral, doença do músculo


cardíaco, depressão psicológica grave, lesões nos rins, bexiga, próstata e
pâncreas; erupções e ulceras na pele; resposta imunológica prejudicada;
deterioração dos testículos e glândulas supra-renais; feminilização e
impotência sexual em homens; doença cerebral e lesão do SNC; memória e
equilíbrio prejudicados; desnutrição; deterioração óssea e osteroporose;
risco aumentado de morte por todas as causas.

- O índivíduo não recebe nenhum valor nutricional em troca. Além de


atrapalhar metabolismo de nutrientes de cada tecido.

- O corpo expele ativamente folato de todos os sítios de ação. A toxicidade


do álcool não consegue recuperar seu próprio folato e deixa escapar
qualquer folato do alimento.

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