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Processo de formação das células do sangue. No período pós-natal, Obs: clone neoplásico
a medula óssea constitui o único local de produção da porção
Os progenitores multilinhagem se diferenciam em progenitores de
celular do sangue, isto é, de eritrócitos, leucócitos e plaquetas.
linhagem única, os quais se destinam a produzir um tipo celular específico.
Qualquer uma dessas células pode sofrer uma transformação neoplásica,
inviabilizando o processo normal de maturação e resultando em
proliferação e acúmulo de um “clone” (população de células idênticas).
Classificação
As defesas do organismo continuam dependendo dos poucos Caracterizado por uma hiperplasia mieloide acompanhada de
neutrófilos e monócitos existentes. Uma vez na corrente leucocitose, neutrofilia e basofilia. É muito comum também a
sanguínea, os blastos também podem infiltrar órgãos, com presença de esplenomegalia (mais de 80% dos casos).
preferência para linfonodos, baço, fígado, gengiva, órbita, sistema
nervoso central, meninges, testículos, pele etc. O paciente vai a História natural da doença:
óbito pela infiltração tecidual maciça (que leva à falência
• Fase crônica: pouco sintomática; duração de 3 a 5 anos.
orgânica), e/ou pela pancitopenia grave e suas consequências
(anemia, infecção, hemorragia). O paciente pode estar assintomático ou apresentar poucos
sintomas. Quando os sintomas se manifestam, eles costumam
• Crônica
aparecer sob a forma de fadiga, perda de peso, sudorese, febre e
palidez, devido à anemia associada. A maioria dos pacientes Mielograma → quando realizado para confirmação do diagnóstico,
apresenta esplenomegalia importante. A intensidade dos sintomas observamos na medula óssea de um paciente em fase crônica uma
está relacionada ao grau de leucocitose no sangue periférico, hiperplasia granulocítica de morfologia normal. Há presença de
observado no hemograma, e à presença de organomegalias. blastos, porém menor que 10% (encontramos mais de 20% de
blastos na leucemia mieloide aguda). Por fim, pode também ser
*Esplenomegalia (80% dos pacientes): geralmente cursa com desconforto observada, em alguns casos, uma monocitose absoluta.
abdominal, além de poder causar compressão das vísceras ocas. Nestes
casos, são observados distúrbios digestivos, tais como um quadro de
Fase acelerada
plenitude pós-prandial. Em casos mais graves, pode ocorrer até mesmo
infarto esplênico. Alguns pacientes também podem apresentar
hepatomegalia discreta a moderada. Podemos encontrar no hemograma uma trombocitose, que pode
evoluir para uma trombocitopenia. Também pode haver evolução
• Fase acelerada: há o aparecimento de mais sintomas e da doença com um quadro de mielofibrose. É importante lembrar
observa-se a duração de alguns meses. que as células mudam conforme o avanço da doença, havendo uma
evolução clonal genética.
Aumento da esplenomegalia, da basofilia e da quantidade de
blastos circulantes. Além disso, um fato muito importante que é Crise blástica
observado e que marca a transição da fase crônica para a fase
acelerada é o surgimento de resistência à terapêutica Encontramos no hemograma uma leucocitose neutrofílica, com
citorredutora (tratamento utilizado inicialmente). Nessa fase, os presença de células mieloides em várias fases de maturação.
pacientes ainda podem estar assintomáticos ou então começar a Também há, principalmente, basofilia.
apresentar febre, sudorese noturna, perda ponderal e dores
ósseas. Além disso, é necessário realizar testes citogenéticos para
pesquisar a presença do cromossomo Philadelphia que, além de
• Crise blástica: a doença passa a se comportar como uma ser um marcador da doença, é um marcador prognóstico da
leucemia aguda, porém com quadro clínico mais grave do que evolução do tratamento da doença. Fora isso, pode ser feita a
o observado quando a doença já tem início agudamente, como pesquisa do gene BCR-ABL por meio de PCR.
é o caso da LMA. Essa fase é considerada fatal e, algumas
vezes, pode ser alcançada sem que o paciente passe pela fase T RA T A M E NT O
acelerada.
Todos os pacientes diagnosticados com LMC podem fazer uso de
São observados blastos maiores que 20% na medula óssea ou no agentes citostáticos, como a hidroxiureia ou o bussulfano. Esse é
sangue periférico. Nesse momento, é comum que o paciente um tratamento paliativo. **Melhora do hemograma e diminuição de
manifeste febre, sudorese noturna, anorexia, perda ponderal sintomas, mas que não apresenta benefícios para a sobrevida do paciente.
acentuada e dores ósseas. Além disso, há piora na esplenomegalia
O alfa-interferon era a medicação mais utilizada antigamente. Ele promove
e pode haver infiltração extramedular dos blastos, podendo
uma remissão hematológica completa em até 90% dos pacientes. Contudo,
acometer a pele, linfonodos, os ossos e o sistema nervoso central, ele deve ser aplicado por via subcutânea e ocasiona frequentes efeitos
causando sintomas. Uma vez atingida essa fase, a sobrevida sem colaterais e, por isso, atualmente é raramente usado.
tratamento adequado costuma ser de 3 a 6 meses.
Dessa forma, as drogas de escolha mais atuais para o tratamento
DI A GNÓ S T I CO da LMC são os inibidores de tirosina-quinases. Essas medicações
agem justamente onde a LMC causa mais problemas, uma vez que a doença
Fase crônica é caracterizada pela multiplicação celular alterada por uma proteína tirosina
quinase, codificada pelo gene BCR-ABL.
Feito muitas vezes em pacientes assintomáticos por meio da
realização de exames de rotina. 1ª escolha: mesilato de imatinibe, um inibidor específico da
fosforilação da tirosina-quinase produzida pelo BCR-ABL. Ele induz
Hemograma → costuma mostrar leucocitose, de normalmente uma resposta hematológica rápida e completa, sendo o
25.000 a 400.000 células por microlitro, podendo ser maior em tratamento inicial de escolha para LMC recém-diagnosticada.
alguns casos. O hemograma também descreve a presença de todas Como efeitos colaterais, essa droga pode ocasionar náuseas,
as células do processo da formação celular, ou seja, há diarreia, erupções cutâneas, câimbras e alterações transitórias das
granulócitos em todas as fases de maturação. Há um predomínio transaminases.
de mielócitos e pode também haver uma basofilia associada.
→ Fase crônica: via oral, na dose de 400mg/dia.
**Raramente, os pacientes podem apresentar uma síndrome de → Fase acelerada: dose de 600mg/dia, respostas em 25% dos
hiperviscosidade. Isso ocorre quando o número de leucócitos no sangue casos (resultados inferiores aos encontrados quando a droga é
está demasiadamente aumentado. Quando presente, os pacientes podem utilizada em pacientes na fase crônica).
sofrer de priapismo, zumbido inespecífico e alterações visuais. → Fase blástica: a administração do medicamento apresenta
somente resultados parciais e de curta duração. Nesse
É comum observar a existência de anemia normocítica e
estágio, o medicamento costuma ser utilizado antes de o
normocrômica. As plaquetas podem estar normais ou aumentadas.
paciente receber um transplante de medula óssea, que será o
Por fim, também há aumento da desidrogenase láctica (DHL) e do
que de fato irá ajudar nessa fase.
ácido úrico.
2ª escolha: caso o mesilato de imatinibe falhe, usa-se os inibidores Sua causa é desconhecida. A LMA é resultado de inúmeras
de tirosina-quinase de 2ª geração. Desatinibe e nilotinibe. alterações genéticas que se relacionam de forma acumulativa.
Quando as mutações acabam por afetar genes que codifi cam
O desatinibe é utilizado pela via oral, com administração de 100mg/ dia na fatores de transcrição importantes para a hematopoiese, pode
fase crônica e de 140mg/dia na fase avançada. Como efeitos colaterais,
haver descontrole desse processo, gerando uma LMA.
podemos observar retenção de fluidos, derrame pleural, diarreia,
sangramentos, prolongamento do intervalo QT e toxicidade hematológica.
Alguns fatores predisponentes são conhecidos:
O nilotinibe é administrado por via oral, em forma de comprimido de
→ Exposição à radiação ionizante (procedimentos médicos, raios
400mg, que deve ser tomado de 12 em 12 horas, próximo às refeições. Seus
principais efeitos colaterais são toxicidade hematológica, aparecimento de X e raios gama)
rash cutâneo, náuseas, prurido, prolongamento do intervalo QT e → Exposição a derivados de benzeno (gasolina, indústria
hiperglicemia. química), do petróleo, pesticidas e herbicidas.
→ Agentes alquilantes: 4-6 anos após exposição, quase sempre
3ª escolha: caso nenhum medicamento funcione, é necessário precedida por uma síndrome mielodisplásica.
realizar o transplante de medula óssea alogênico. Esse é o método → Inibidores da topoisomerase II: 1-2 anos após exposição
mais eficaz na indução das remissões citogenética e molecular → Distúrbios hereditários: aqueles que levam à instabilidade
completas, além de ser a única forma curativa do tratamento da cromossomial (anemia de Fanconi, síndrome de Bloom, ataxia-
doença (cura 70% dos pacientes). Sua realização apresenta uma telangiectasia, síndrome de Kostman ou neutropenia
alta taxa de mortalidade (15 a 20%), sendo reservada apenas aos congênita).
pacientes que apresentam falha no tratamento com uso dos → Anomalias citogenéticas congênitas: síndrome de Down
inibidores da tirosina quinase. (trissomia do 21), síndrome de Patau (trissomia do 13) e
síndrome de Klinefelter (XXY). A síndrome de Down aumenta
em 10-18 vezes a chance de leucemia aguda (com uma
incidência absoluta de 1%), concentrando seu pico etário na
primeira infância. Até três anos de idade, predomina a LMA
(subtipo M7); daí em diante, a LLA.
Obs.: Vírus oncogênicos> Não existem evidências que a LMA possa ser
causada por infecções virais, porém, alguns estudos sugerem associação
entre infecção pelo Epstein-Barr (EBV) e LLA de células B maduras. Um vírus
RNA, o vírus linfotrópico de células T humanas, do tipo I (HTLV-I), é
considerado como o agente causador da leucemia de células T do adulto.
Por se tratar de uma leucemia aguda, sabemos que as células O paciente também pode apresentar leucopenia, que faz com que
alteradas são ainda muito imaturas e, portanto, incapazes de haja predisposição a infecções e a quadros de febre (leucemia e/ou
realizarem a sua função de defesa do organismo. quadros infecciosos).
Alguns sintomas indicam o acometimento do SNC, como: cefaleia, • Leucemia mieloide aguda com anormalidades genéticas
convulsões e alterações visuais. • Leucemia mieloide aguda com alterações relacionadas à
mielodisplasia
DI A GNÓ S T I CO • Leucemia mieloide aguda relacionada à quimioterapia ou
radioterapia prévia
Hemograma
• Leucemia mieloide aguda não especificada
→ Leucocitose com frequente presença de mieloblastos (50%) • Sarcoma mieloide ou sarcoma granulocítico ou cloroma
→ Anemia normocítica e normocrômica. • Proliferações mieloides relacionadas com a síndrome de Down
→ Pode haver alterações da homeostasia, principalmente na • Leucemias agudas indiferenciadas e bifenotípica
leucemia promielocítica (subtipo M3). Nesses casos, há
Alterações genéticas mais frequentes que influenciam as classificações:
consumo de fatores plasmáticos (podendo resultar em
mutações NPM1 e CEBPA, as duplicações internas em Tandem do gene
quadro de coagulação intravascular disseminada), aumento FLT3, duplicações parciais em Tandem do gene MLL e a hiperextensão do
do tempo nas provas de coagulação (TT, TP e TTPa), gene BAALC.
hipofibrinogenemia, aumento dos produtos de degradação
da fibrina e aumento de D-dímero. F A T O RE S PRO GNÓ S T I CO S
Métodos mais modernos para definir os tipos de LMAs: independente. A partir da análise do cariótipo do paciente é
possível prever a sobrevida global, o risco de recaída e a
• Imunofenotipagem: é um teste sensível, que possibilita a resposta ao tratamento.
determinação do tipo e da origem celular, através de
marcadores. T RA T A M E NT O
• Citogenética: é usada não somente com fins diagnósticos, mas
Quimioterapias.
também como forma de definição de prognóstico; é possível
saber se a doença tende a evoluir de forma mais ou menos 1. Indução da remissão: essa etapa é feita em um ou dois ciclos
agressiva. Com essa informação, pode-se optar por tratamentos de um esquema quimioterápico chamado de 3+7, isto é, por 3
diferenciados quando a forma da doença é mais propensa a recidivas dias é usado um agente antracíclico, seguido por 7 dias de uso
ou quando costuma não responder ao tratamento padrão. de citarabina.
2. Consolidação da remissão: composta por 2 a 4 ciclos de
CLA S S I F I CA ÇÃ O
citarabina em altas doses ou pelo transplante de medula
Podem ser classificadas pela FAB (1976/ Franco-Américo-Britânica), óssea alogênico caso haja fatores de mau prognóstico, falha
levando em consideração a morfologia celular, a histoquímica e a na indução, fator de risco intermediário ou cariótipo adverso.
imunofenotipagem, mas não incorpora achados citogenéticos e
*Pacientes idosos: CUIDADO! A fase de consolidação da remissão deve ser
moleculares. Subtipos:
feita com intensidade reduzida, a fim de manter uma qualidade de vida para
o paciente. A indicação de transplante de medula óssea é controversa, uma
• M0: Leucemia mieloide aguda indiferenciada
vez que os resultados para esse grupo são inferiores aos observados nos
• M1: Leucemia mieloide aguda com maturação celular mínima mais jovens.
• M2: Leucemia mieloide aguda com maturação
• M3: Leucemia promielocítica aguda (LPA) LE UCE M I A PRO M I E LO CÍ T I CA A GUDA (LPA )
• M4: Leucemia mielomonocítica aguda (LMMA)
→ M4 eos: Leucemia mielomonocítica aguda com eosinofilia
• M5: Leucemia monocítica aguda
Subtipo M3, é o subtipo mais curável das LMAs. Nesse tipo da linfocitose importante em hemograma de rotina, o que leva a uma
doença é marcado pela presença do gene PML-RARα, formado pela investigação mais apurada.
translocação entre os cromossomos 5 e 17.
Quando o paciente apresenta sintomas, os mais comuns de serem
Para a LPA, há a possibilidade de utilização de duas drogas encontrados são: linfadenopatia generalizada, perda de peso e
específicas: o ácido all-trans retinóico (ATRA) e o trióxido arsênico queixas de cansaço decorrente de anemia.
(ATO). Esses medicamentos agem promovendo a diferenciação dos
mieloblastos em células mieloides maduras. Dessa forma, as → A linfadenopatia caracteriza-se pela presença de pequenos
células imaturas responsáveis pela doença voltam a se comportar linfonodos palpáveis (podem ser maiores), de consistência
de forma normal. fibroelástica, móveis e indolores, sem sinais flogísticos.
Para o tratamento, portanto, é necessário iniciar o uso do ATRA no Hepatomegalia é observada em cerca de 50% dos pacientes, assim
momento da suspeita diagnóstica mesmo que ainda não haja confirmação, como esplenomegalia não volumosa (baço discretamente
pois essa medida se mostrou relacionada a uma melhora de prognóstico. aumentado). Pode haver também infiltração leucêmica em outros
Além disso, é necessário prover suporte hemoterápido, dado que esses órgãos, como nas tonsilas, nas meninges e na pele. Raro infiltrar
pacientes apresentam disfunções de coagulação. A quimioterapia para
SNC.
esses casos é feita com a daunorrubicina ou com a idarrubicina nos dias 2,
4, 6 e 8 do tratamento. É esperada uma remissão hematológica em 30 dias Os pacientes cursam com anemia (raramente de grande
com o uso dessas medicações.
intensidade). Pode haver quadro de surgimento de petéquias e
A seguir, há também fase de consolidação e uma manutenção, feitas com a equimoses devido à plaquetopenia, apesar de ser um cenário mais
associação do ATRA com a mercaptopurina e o metotrexato. Além disso, raro.
pode-se monitorar a resposta molecular pela realização de PCR para
pesquisa do gene PML-RARα. Por fim, as infecções bacterianas, como pneumonias, são
frequentes devido ao desequilíbrio da imunidade provocado pela
Como efeito colateral do ATRA, pode ocorrer uma síndrome de produção de linfócitos anormais e à neutropenia frequentemente
diferenciação ou síndrome retinoide em 6 a 27% dos casos. Isso leva o observada.
paciente a um quadro de leucocitose, febre, infiltração pulmonar, aumento
de peso por retenção hídrica, falência renal, dispneia, hipotensão, efusão Os pacientes com LLC frequentemente apresentam quadros
pleural e efusão pericárdica. Quando esses sintomas começam a aparecer,
autoimunes associados.
a conduta adequada é a suspensão do medicamento até a melhora,
introdução de corticoides (dexametasona, 10mg, 2 vezes/dia) e então
→ 10 a 25% cursam com anemia hemolítica autoimune
avaliar a retomada ou não do uso do medicamento, lembrando que ele é
muito importante para os pacientes com LPA. → 2% estão associados a quadros de trombocitopenia imune
→ 60% dos pacientes apresentam hipogamaglobulinemia
L EUC EMI A L I NFOI D E C RÔNI C A (L L C ) → Em 5% dos casos há hipergamaglobulinemia monoclonal.
Tem origem nas células linfoides maduras, que passam a se *Síndrome de Richter: Em 3 a 15% dos casos, os pacientes com LLC evoluem
multiplicar descontroladamente. Essas células linfoides alteradas com o desenvolvimento de Síndrome de Richter, na qual observa-se a
em excesso ocupam a medula óssea, prejudicando a produção de evolução da doença para um linfoma difuso de grandes células B, o que
apresenta prognóstico muito ruim. Desconfia-se de Síndrome de Richter
tipos celulares normais e, além disso, podem se infiltrar em órgãos
quando um paciente com LLC começa a apresentar febre, emagrecimento,
linfoides, como o baço e os linfonodos.
sudorese principalmente noturna, aumento da linfadenopatia, anemia
sintomática, trombocitopenia (surgimento ou agravamento da
E PI DE M I O LO GI A preexistente) e gamopatia monoclonal.
E S T A DI A M E NT O
• Risco baixo: Quando há somente linfocitose no sangue e na → Doença permanece estável: não se deve realizar
medula óssea. A sobrevida é de mais de 10 anos. tratamentos, mas apenas continuar monitorando o paciente.
• Risco intermediário: A linfocitose é acompanhada por → Doença piora, inicia-se então o tratamento.
linfadenomegalia e por esplenomegalia, com ou sem
hepatomegalia. A sobrevida mediana é de aproximadamente Entre os pacientes de estadiamento intermediário, isto é, RAI I ou
7 anos. II ou Binet B.
• Risco alto: Há linfocitose, anemia e trombocitopenia. A
→ Cerca de 1/3 possui doença estável: observação e
sobrevida costuma ser de 2 anos.
acompanhamento, sem nenhuma terapêutica.
→ Em 2/3, há progressão da doença nos primeiros 2 anos, sendo
Estadiamento de Binet (1981)
observado rápido aumento de gânglios, do baço ou dos
linfócitos. Nessas situações, opta-se pelo tratamento a fim de
• Estágio A: Quando o paciente possui menos de 3 áreas de
melhorar a qualidade de vida do paciente.
envolvimento linfoide, na ausência de anemia ou
trombocitopenia. A sobrevida mediana costuma ser maior de Nos pacientes de Binet C, RAI III ou IV ou que possuem fatores
10 anos. prognósticos de alto risco, é sempre necessário o tratamento. Ele
• Estágio B: Quando há 3 ou mais áreas de envolvimento consiste na realização de quimioterapia, em 6 ciclos, com três
linfoide, porém na ausência de anemia ou trombocitopenia. A drogas: fludarabina, cliclofosfamida e rituximabe.
sobrevida é de aproximadamente 7 anos.
E PI DE M I O LO GI A
É uma doença que decorre da proliferação clonal de precursores Em decorrência de infiltração ou de hemorragias no SNC, o
linfoides anormais na medula óssea. Sua etiologia é desconhecida, paciente pode ter confusão mental, cefaleia e compressão de
apesar de haver suspeitas de que fatores genéticos influenciam no nervos cranianos, sobretudo dos pares VI e VII. Esses sintomas
seu desenvolvimento. também podem ser decorrentes da presença exagerada de blastos
na circulação, chamada de síndrome de leucostase.
Na LLA, são os linfoblastos (células muito jovens da linhagem
linfoide) que param de funcionar corretamente e começam a Fora isso, podemos observar adenomegalias (presentes em 49%
multiplicar-se descontroladamente na medula óssea. A evolução da dos casos), hepatomegalia (em 35% das vezes), esplenomegalia
doença ocorre de maneira bastante rápida. (44%), presença de massa mediastinal, normalmente associada à
proliferação de células T (15%) e leucemia testicular (em 0,3% dos
o clone neoplásico deriva de um progenitor linfoide, uma célula pacientes).
pré-T ou pré-B “precoce”, uma célula pré-T ou pré-B ou mesmo um
linfócito B que assume características de blasto. Todas essas células DI A GNÓ S T I CO
são consideradas linfoblastos.
Hemograma
Em 80% das LLA, a origem da neoplasia é na linhagem B. No
→ Leucocitose com presença de blastos.
restante (20%), a fonte é a linhagem de células T. Neste último caso,
→ Leucopenia, isto é, ausência de blastos na circulação, estando
a leucemia pode cursar com proliferação de linfoblastos do timo,
as células leucêmicas somente na medula óssea e o
levando a uma entidade análoga ao linfoma linfoblástico, um tipo
hemograma indica pancitopenia.
de linfoma não Hodgkin de alto grau de malignidade, típico de
crianças. Mielograma
A presença do gene BCR-ABL é um sinal citogenético indicativo de É uma das principais emergências oncológicas recorrentes, que
prognóstico desfavorável. Apesar disso, nessas situações, pode ser resulta em uma série de alterações decorrentes da liberação de
utilizada a terapia-alvo para o tratamento, por meio dos inibidores metabólitos intracelulares da lise de células tumorais, se
da tirosina quinase. apresentando na forma de distúrbios hidroeletrolíticos e
metabólicos, por exemplo: hiperuricemia, hipercalemia,
F A T O RE S PRO GNÓ S T I CO S hiperfosfatemia, hipocalcemia, acidose, lesão renal aguda.
LETRA D
Metotrexato pode ser usado p/ intensificar.
LETRA C