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Resenha Unid 2 - America Peronista, 1930
Resenha Unid 2 - America Peronista, 1930
RESENHA I
O objeto de estudo utilizado para a elaboração desta resenha é o artigo “Cuba e Chile:
diálogos revolucionários para América Latina” presente na parte III do livro Revolução
Cubana: Ecos, Dilemas e Embates na América Latina, publicado em 2019 pela editora IFS.
O artigo foi escrito pela historiadora e professora universitária Elisa de Campos Borges e por
Joana Salém Vasconcelos, historiadora formada pela USP, que é referência nos estudos em
América Latina. Em seu artigo, Joana e Elisa apresentam o panorama político chileno e como
a visita do político cubano Fidel Castro (1926-2016) o influenciou. Apesar de terem o mesmo
propósito, os processos de emancipação cubano e chileno desenvolveram caminhos diferentes
de fazer revolução. Enquanto Fidel defendia a revolução armada - herança, inclusive,
deixada pelo revolucionário Che Guevara (1928-1967) - do “outro lado”, havia Salvador
Allende (1908 - 1973) político chileno que desejava chegar ao socialismo por meio de vias
democráticas. Convidado por Allende para uma visita de dez dias ao Chile, no entanto, Fidel
permaneceu no país por vinte e quatro dias. De acordo com as autoras, foi nesta visita que os
diálogos revolucionários ganharam força e isso pode ser fruto dos costumeiros discursos de
Fidel aos chilenos, que sempre os lembrava que seus inimigos eram as mesmas pessoas. Em
seus discursos Fidel tinha como objetivo construir uma identidade e consciência
revolucionária para os trabalhadores, o apelo à eles era tão recorrente nos discursos, que “ao
trabalhar nos feriados era uma forma de contribuir” no processo revolucionário, Fidel
também se declarava revolucionário frente ao público quando, por exemplo, simplesmente
não cumpria o programa de visitas na sua ida ao Chile. Quando seu discurso é transmitido,
Fidel coloca à prova a necessidade dos trabalhadores chilenos serem “dedicados” na
revolução, exaltando sempre a carestia de disciplina. Para ele, se os trabalhadores conforme
tomassem consciência de seu papel na revolução, iriam transmiti-la aos demais do
campesinato. As autoras questionam essa atitude meio que “apelativa” ao trabalhador e
indagam: como o Chile poderia exaltar a força trabalhadora nesse momento histórico sem
reproduzir a exploração característica do capitalismo? Eles desenvolvem um “sentimento
patriótico, heróico” na classe trabalhadora. Esse indivíduo laboral que Fidel ajudou a
construir com seus discursos, fazia com que cubanos e chilenos fosse diretamente associados
entre si, o que gerou uma sensação de pertencimento e identidade em comum, ocasionando
em um sentimento de alívio pois, se o final da revolução cubana foi a vitória dos
trabalhadores, o final da revolução chilena também seria assim. Apesar de ser muito
pedagógico, todo esse discurso de identidade nacional, patriotismo, aproximação com os
cubanos etc tinha, também, outra razão. As autoras revelam a necessidade dessa interação
era, também, de interesse comercial. Com a vitória de Fidel, houveram nacionalizações em
Cuba, o que acarretou em um déficit de 1 bilhão de dólares aos estadunidenses, fazendo com
que eles limitassem as importações vindas de Cuba. Allende também tinha expectativas
pessoas, para ele, a visita de Fidel atestava que sua linha política - onde a revolução ocorreria
de forma democrática - era mais forte do que a linha radical proposta por Fidel. Para ele, os
objetivos eram os mesmos, porém, Fidel não poderia igualar a construção de um país
socialista, cada país conquistaria - o que ele chama de segunda independência - à sua
maneira. Com o artigo, podemos perceber a grande inflûencia de Fidel para aquém de Cuba,
que construiu, através de discursos, uma maneira de minar qualquer acordo entre os
revolucionários e fascistas de extrema direita, deixando claro a polaridade que, para Fidel,
antecede a Revolução Cubana. Luisa e Joana nos remetem a um artigo que dialoga com os
sujeitos do período, e legitima as convicções revolucionárias de ambos. Em suas perspectivas
sobre o “fazer-se” revolução, Fidel e Allende demonstram um diálogo de transformação,
onde os trabalhadores os ouviam para que pudessem “fortalecer o seu próprio fazer
histórico”.
Bibliografia:
https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/o-que-e-o-embargo-dos-eua-a-cuba-e-como-ele-a
fetou-a-economia-da-ilha/
ARAÚJO, Rafael; MENDES, Ricardo; SALES, Jean; SILVA, Tiago. Orgs. “Cuba e Chile:
Diálogos Revolucionários para América Latina” In: “Revolução Cubana: Ecos, Dilemas e
Embates na América Latina”, Sergipe: IFS, 2019.
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RESENHA II
Bibliografia:
¹ José Doroteo Arango Arámbula, revolucionário mexicano (1878 - 1923).
PRADO, Adonia Antunes. "O Zapatismo na Revolução Mexicana: uma leitura da Revolução
Agrária do Sul” In: Revista de Estudos Sociedade e Agricultura, 20,abril,2003. 144-174
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RESENHA III
Bibliografia:
MENDES, Ricardo. “Pensando a Revolução Cubana: nacionalismo, política bifurcada e
exportação da revolução”. In: Revista Acadêmica da Associação Nacional de Pesquisadores
e Professores de História da América Latina e Caribe, 2009.