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CONVALESCIMENTO DOS VÍCIOS DA POSSE

A posse não tem um conceito dentro do Código Civil de 2002. Contudo, a definição de
Posse Injusta é tipificada no artigo 1.228 desde mesmo Diploma Legal, que prevê a
posse injusta como aquela que decorre dos vícios de violência, clandestinidade e
precariedade.
Partindo desta primícia, é que adentramos no tema “O convalescimento ou intervenção
da posse”, que nada mais é a passagem da posse injusta em posse justa após sanar o
vício que a maculou. O dispositivo que se baseia esta convalescia se encontra no artigo
1.203 do Código Civil de 2002: “salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o
mesmo caráter com que foi adquirida”.
Com a interpretação desse dispositivo surge diversas correntes acerca do
convalescimento ou não da posse. E uma das correntes discutidas, tem a que sustenta
que a posse violenta e clandestina podem transformar-se em justa, para que isso ocorra,
faz-se necessário que se passe ano e dia de quando cessar a violência, ou de quando a
posse se tornar pública, quando esta iniciar-se clandestina. Essa corrente é defendia
pelos ilustres doutores Maria Helena Diniz e Silvio Rodrigues.
Ademais, segundo o doutrinador Flávio Tartuce, o convalescimento da posse injusta
para a posse justa se leva em consideração a análise da função social, pois se o
possuidor que adquiriu de forma injusta utilizar-se da coisa de forma que esta venha
trazer uma função social (Direito de Propriedade), ele se torna o possuidor legítimo pela
inercia do, outrora, possuidor legítimo ou proprietário.
Desse modo, na posse violenta ou clandestina para que o convalescimento se efetive é
imperativo que o possuidor injusto esteja exercendo a função social da posse e que o
legítimo possuidor ou proprietário esbulhado, por conduta omissiva (omissão),
abandone com desleixo e de forma prolongada a coisa esbulhada, ferindo o princípio da
função social da propriedade.
Ainda há de se falar da covalência da posse precária. Na posse precária a interversão da
posse se dará pela demonstração de ato exterior e inequívoco de oposição ao antigo
possuidor indireto (interversio possessionis) somada ao efetivo exercício da função
social da posse e abandono do possuidor indireto da sua propriedade e consequente
desrespeito a função social da propriedade.

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