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"O Milagre de Anne Sullivan" é um filme americano desenvolvido em meados de

1962, dirigido por Arthur Penn e adaptado da vida de Helen Keller, uma menina cega e surda,
com grandes dificuldades de adaptação social. Por causa dessas dificuldades, os pais de Helen
contrataram uma professora chamada Anne Sullivan, e ela enfrentou o enorme desafio de
educar uma menina mimada por seus pais.
A negligência dos pais de Helen a impediu de aceitar qualquer forma de disciplina e
também afetou sua comunicação com a menina. Nesse contexto, Annie Sullivan, que já foi
cega, trouxe maior sensibilidade e conhecimento para lidar com a situação, podendo entender
e julgar o que realmente era melhor para Helen Keller.
A professora Sullivan também está preocupada com seu passado sombrio. Ela tem
traumas de infância e se sente culpada pela morte de seu irmão, mas esse fato pode ajudá-la a
educar Helen até certo ponto e se tornar uma pessoa tão focada e dedicada em seu objetivo.
Essa persistência permitiu-lhe romper a barreira de isolamento criada pela criança, ou seja,
Helen construiu e sustentou o seu próprio mundo, completamente alheio às pessoas,
principalmente à sua família. No entanto, Anne conseguiu quebrar esse isolamento com
grande paciência e disciplina e, finalmente, estabeleceu um elo de comunicação entre as duas.
Portanto, o diálogo começou, Helen começou a aprender a língua de sinais, a se socializar e, o
mais importante, a se comunicar e se expressar.
A partir disso, podemos pensar na proposta educacional do filósofo iluminista do
século XVIII Jean-Jacques Rousseau (1973), na qual ele formulava um ideal de valorização
da liberdade e respeito ao estágio de desenvolvimento das habilidades infantis. Rousseau
queria que os seres humanos recebessem educação para si próprios. Portanto, produziu uma
nova forma de compreender a infância, a adolescência e a vida adulta, respeitando todas as
etapas da aprendizagem humana. Porque as crianças precisam viver e curtir cada etapa de sua
vida livremente, em seu próprio tempo, ao invés de serem tratadas como adultos em
miniatura. O filósofo afirmava que as instituições educacionais corromperam o ser humano e
nos privaram da liberdade de existência, portanto, para criar uma nova sociedade, as crianças
devem ser educadas de acordo com a natureza e desenvolver gradativamente seus sentidos e
racionalidade.
Os pais de Helen podem ser explicados como seu primeiro contato com a educação,
que é sua referência, ou seja, sua instituição de ensino, que a corrompe pela imposição de
valores e a induz a produzir determinados comportamentos e uma visão muito limitada do
mundo.
Em suma, este é um excelente filme que reflete a profissão do educador e a relação
entre professores e alunos. A atitude da professora Anne Sullivan vai ao encontro do conselho
do historiador alemão Jörn Rüsen (2009) sobre educação. Pensar na educação a partir da
realidade dos alunos é exatamente o que Sullivan fez com Helen. Ele tentou Compreender a
jovem, seu mundo, e sua realidade, e somente sob essa premissa, ela pode ajudar e guiar
Helen para se tornar uma pessoa melhor, trilhar seu próprio caminho e estabelecer seus
próprios valores.

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