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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO, DIVERSIDADE


E INCLUSÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

PROJETO DE CURSO – Oferta 2020-

I. IDENTIFICAÇÃO
1.1. Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
1.2. CNPJ: 07.272. 636/0001-31
1.3. Endereço: AV DA UNIVERSIDADE Nº 2. 853
1.4. Contatos: (85) 33667300reitoria@ufce.br
1.5. Curso: ESCOLA DA TERRA
1.6. Nível: APERFEIÇOAMENTO
1.7. Modalidade: Alternância Pedagógica
Total: 180 horas
1.8. Carga Horária: Presencial: (tempo-universidade): 120 h/a
Tempo- Escola/comunidade: 60 h/a
200 professores da educação básica das redes municipais e estadual
1.9. Meta Física:
do CE que atuam nas escolas do campo
1.10. Custeio previsto: R$ 98.640,00
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – CAMPUS
1.11. Local de BENFICA
Realização: Av. Waldery Uchoa nº 1
(85) 3366-7501
1.12. Início do curso: (01/08/2020)
1.13. Término do curso: (30/03/2022)
1.14. Vigência do Projeto De julho de 2020 até 31 de agosto de 2022
Clarice Zientarski - CPF: 466.368.030-53
1.15. Coordenador do PROFESSOR DO MAGISTÉRIO SUPERIOR
Curso:
(85) 99662-9988
1.16. Direção Faculdade
Heulalia Charalo Rafante
de Educação:
1.17. Pró-Reitoria PRÓ-REITORIA DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO
Responsável: Almir Bittencourt da Silva
1- 17 – Reitor: Jose Candido Lustosa Bittencourt de Albuquerque
1- 18 Informações Sobre
OFERTA DE VAGAS PARA FORMAÇÃO 2020- 2022
a Oferta

II. JUSTIFICATIVA

A formação dos profissionais da educação, de acordo com a Resolução nº 2 de 2019


terá como competência específica em seu Art. 4º As competências específicas se
referem a três dimensões fundamentais, as quais, de modo interdependente e sem
hierarquia, se integram e se complementam na ação docente. São elas: I -conhecimento
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profissional; II -prática profissional; e III -engajamento profissional. Ainda, § 3º As


competências específicas da dimensão do engajamento profissional podem ser assim
discriminadas: I -comprometer-se com o próprio desenvolvimento profissional,
A formação continuada de professores em serviço, insere-se em um conjunto de
mudanças propostas pela Legislação Educacional, o que representa um grande desafio
para as instituições escolares, por constituir-se em um espaço formativo desenvolvido
na própria escola. Diante disso, a Resolução nº 2 de 2019 propõe em seu ART.6º VII -a
articulação entre a formação inicial e a formação continuada e VIII -a formação
continuada que deve ser entendida como componente essencial para a profissionalização
docente, devendo integrar-se ao cotidiano da instituição educativa e considerar os
diferentes saberes e a experiência docente, bem como o projeto pedagógico da
instituição de Educação Básica na qual atua o docente.
Assim, é necessário que aconteça uma relação intrínseca entre as instituições
formadoras de professores, os municípios e as escolas, com o propósito de realizar a
formação continuada de forma a atender a teoria e a prática, que se constitui como uma
práxis transformadora. Esta ação é ainda mais indispensável tendo em vista que segundo
o Observatório do PNE 74,8% de professores que atuam na Educação Básica possuem
curso superior, mas apenas 32,8% que atuam nos anos finais do Ensino Fundamental e
48,3% dos que lecionam no Ensino Médio “[...] tem licenciatura na área em que atuam
[...]”. A situação é ainda mais difícil quando se trata dos professores que atuam nas
escolas do campo, pois o número de professores fora da área de formação, ou sem
habilitação para atuar nas turmas é ainda maior.
A necessidade de formação continuada dos professores do campo como um
direito encontra-se assegurada também pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional - LDB 9.394/96. Os dados resultantes de estudos sobre as escolas do campo
indicam, segundo Salomão Hage “que as escolas exclusivamente multisseriadas
passaram de 62.024 em 2009 para 50.176 em 2011 e as matrículas nesse mesmo período
passaram de 2.462.970 para 1.875.318; representando respectivamente 60,6% dos
estabelecimentos de ensino e 32,4% da matrícula no meio rural do país. (INEP/ MEC,
2011) ”. Os dados indicam ainda que no Brasil 71,37% das escolas tem turmas
multisseriadas e representam 22% das matrículas totais no campo.
Os dados do Censo Escolar do ano de 2012 que contemplam o Ceará indicam que o
Estado conta com classes multisseriadas em 121 municípios. Os dados apontam ainda o
déficit educacional que a população do campo tem sido historicamente submetida, o que
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justifica este investimento na formação de professores para as escolas do campo,


principalmente os que atuam em séries iniciais. No que diz respeito às matrículas
efetuadas no ano de 2019 no Ceará, os dados do Censo Escolar/INEP/2019, indicam que
das 1.679.406 matrículas que compreendem o ensino regular e EJA, vinte e quatro por
cento (24%) destas, são de escolas rurais, ou seja, um total de 398.206 alunos
matriculados.
Por conta das limitações que envolvem o campo cearense, na tentativa de contribuir
com a superação, a Escola da Terra foi implementada em 2014 no Ceará, sendo executada
em três edições. Por meio da ação foram beneficiados nas três edições, aproximadamente,
1.500 professores-cursistas em 30 municípios cearenses- (2015-2016, 17 municípios, 750
cursistas; 2017, 6 municípios, 400 cursistas) e em 2017-2018, foram 350 cursistas de sete
municípios). Escola da Terra, organizada sob a coordenação da Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI/MEC - Portaria n. 579, de 02
de julho de 2013), está inserida no Eixo I – Gestão e Práticas Pedagógicas do Programa
Nacional de Educação do Campo – PRONACAMPO, previsto no Decreto nº 7.352/2010,
preconiza melhoria do ensino, formação de professores, produção de material didático e
melhoria da infraestrutura das Escolas do Campo (BRASIL, 2012).
A Escola da Terra no Ceará fundamenta-se, como teoria do conhecimento, no
materialismo histórico-dialético e, como proposta pedagógica na Pedagogia Histórico-
Crítica, pois: tais métodos situar-se-ão para além dos métodos tradicionais e novos,
superando por incorporação as contribuições de uns e de outros. São métodos que
estimulam a atividade e a iniciativa dos alunos, sem abrir mão, porém, da iniciativa do
professor, favorecem o diálogo dos alunos entre si e com o professor, mas sem deixar de
valorizar o diálogo com a cultura acumulada historicamente; leva em conta os interesses
dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico, mas sem
perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e graduação
para efeitos do processo de transmissão-assimilação dos conteúdos cognitivos.
(SAVIANI, 2005, p.69). Assim, se tal método valoriza “o diálogo com a cultura
acumulada historicamente”, tem-se que o saber constituído do processo de ensino-
aprendizagem é fruto do trabalho educativo, que toma como referência o saber objetivo
produzido, superando a dicotomia entre conhecimento espontâneo (empírico) e o
conhecimento sistematizado (científico).
Escola da Terra se apresenta como “um devinir, uma construção constante”, ao realizar
suas atividades extensionistas, de ensino e pesquisa, ela constrói caminhos para uma
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Universidade desejada. Neste prisma, como espaço privilegiado de interação


socioinstitucional, de difusão e construção de novos conhecimentos, Escola da Terra
articula um processo educativo, cultural e político em múltiplas dimensões, a partir de
suas atividades. E, ao assumir o compromisso com as necessidades da comunidade
universitária (professores, técnicos administrativos e estudantes) e as aspirações da
população (razão da existência da universidade) ela adquire legitimidade extensionista,
corroborando com o princípio de indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão.
A desigualdade estrutural da sociedade atual, fruto da estrutura classista que está
materializada na propriedade privada dos meios de produção e subsistência, repercute
tanto na cidade como no campo, sendo que no campo, os indicadores socioeconômicos
mostram uma assimetria maior ainda. Na educação, por exemplo, os índices mostram
que 25,8% da população rural adulta (de 15 anos ou mais) é analfabeta, enquanto na
zona urbana essa taxa é de 8,7% (BRASILMEC/INEP, 2016). Nesse sentido, convém
salientar, que no Estado do Ceará, conforme os dados do censo de 2014, o número de
analfabetos aumentou apesar dos esforços realizados pelo PAIC e PNAIC. Estes dados
confirmam a legitimidade e importância da Escola da Terra, em que os cursistas em
formação se percebam como sujeitos históricos comprometidos com as lutas do campo
e com a transformação social.
Neste sentido, na busca por atender essas comunidades do campo, professores,
alunos e demais membros da sociedade civil, vem se desenvolvendo a Escola da Terra
no Ceará, compreendendo que a universidade, por meio do ensino, pesquisa e extensão,
influencia e também é influenciada pela comunidade, pois possibilita uma troca de
valores entre a universidade e o meio. Assim, com este ideário, Escola da Terra levou
conhecimentos e/ou assistência à comunidade, destacando-se: (a) conhecimento da
realidade do grupo social atendido e da comunidade na qual a ação foi implementada;
(b) fornecimento de subsídios para o aprimoramento curricular e criação de ações, de
forma coletivas, interventoras na comunidade –criação de hortas, criação de farmácia
fitoterápica, farmácia escolar, criação de jornal escolar, formação pedagógica, formação
política e formação acadêmica, além de ações de valorização da cultura local
(apresentação de artes, elaboração de trabalhos escritos, confecção de painéis e
apresentação de trabalhos). Com tal realização, há um fortalecimento da relação
universidade-sociedade, beneficiando às duas partes, rompendo-se com as barreiras
acadêmicas para a troca de conhecimento, vivências, como destaca Martins (2008).
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Ao ensino, é proposto o conceito de sala de aula que vai além do tradicional espaço
físico, compreendendo todos os demais, dentro e fora da universidade, em que se realiza
o processo histórico-social com suas múltiplas determinações, passando a expressar um
conteúdo multi, inter e transdisciplinar, como exigência decorrente da própria prática.
(MARTINS, 2008, p.203). foi, portanto, a partir deste trabalho realizado que a UFC
passou a receber solicitações dos municípios para realizar a formação, especialmente os
que possuem um número grande de classes multisseriadas.
Nesta edição a proposta é de continuar realizando atividades que já se consolidaram e
ampliar e desenvolver uma grande pesquisa sobre o diagnóstico da produção do campo
cearense, das famílias e dos município envolvidos com a Escola da terra, intensificando
ainda mais as relações entre o MEC, a UFC, a SEDUC/CE, as secretarias municipais de
educação e a comunidade do campo cearense, desta forma, justifica-se a importância e a
necessidade de realizar a ação.

III. OBJETIVOS:

1. Ofertar curso de aperfeiçoamento de 180 horas em regime presencial/alternância,


para 200 cursistas (professores) da educação básica da rede estadual e municipal de
classes multisseriadas do campo e das comunidades quilombolas no Estado do
Ceará;
2. Possibilitar suporte à formação de professores que atuam em classes multisseriadas
no campo ou em escolas de comunidades quilombolas;
3. Delimitar problemáticas significativas da metodologia do ensino nas classes
multisseriadas e apresentar proposições ao trabalho docente e à aprendizagem dos
alunos;
4. Contribuir para o fortalecimento da escola do campo como espaço de apropriação
do conhecimento historicamente produzido;
5. Promover o desenvolvimento técnico e político para a gestão, planejamento,
execução e avaliação de processos pedagógicos próprios para a educação do
campo;
6. Promover a formação docente crítica, com visão ampliada de mundo, da sociedade
brasileira, dos processos sociais contemporâneos e a compreensão do campo, com
sua história, seus valores, sua cultura, seus saberes, sujeitos e determinantes
históricos, políticos, culturais e econômicos;
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7. Contribuir para o desenvolvimento de experiências pedagógicas voltadas para a


produção de estratégias educativas de intervenção qualitativa na realidade das
escolas do campo;
8. Sistematizar e produzir materiais didáticos para as escolas do campo, que
possibilitem o apoio pedagógico às atividades docentes, facilitando aos educandos
o acesso ao conhecimento sistematizado.
IV. BENEFICIARIOS

O curso se destina a 200 cursistas (professores da educação básica das redes


municipais e estaduais de ensino) e assessores pedagógicos (tutores) que atuam em
classes multisseriadas no campo e em escolas quilombolas voltadas para o ensino
fundamental em vários municípios cearenses.
Poderão participar os professores e assessores pedagógicos (tutores) cujos
municípios aderiram a ação Escola da Terra, do Ministério da Educação.

V. DESENVOLVIMENTO

Metodologia

O curso, definido como de Aperfeiçoamento, terá duração de 180 horas/aula,


divididas em seis (6) módulos (componentes curriculares). Cada módulo será ministrado
em 30 horas/aula. Os cinco primeiros módulos serão divididos em 20 horas/aula (cada),
nos dias de sexta-feira e sábados, para o tempo-universidade e 10 horas/aula para o
tempo-comunidade/alternância. O sexto módulo será ministrado em forma de Encontro
(IV Encontro Cearense Escola da Terra), realizado em Fortaleza, com apresentação de
trabalhos de conclusão de curso, troca de experiências, palestras e mesas redondas
referentes à educação do campo.
O material didático específico para cada módulo contempla conhecimentos
formativos em relação à práxis docente em uma perspectiva crítica e dialética, sobre as
questões referentes à realidade educacional contemporânea, a formação e o trabalho
docente em escolas do campo, além de temáticas que tratem mais especificamente de
elementos circundantes às lutas e conquistas da educação do e para o campo.
Antes do início do curso para o público-alvo, os Professores-Formadores e os
Assessores receberão formação, tanto sobre o material didático quanto sobre a
metodologia de ensino. A formação destinada aos assessores considerará a sua
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experiência prévia, assim como respeitará suas especificidades enquanto sujeitos


inseridos nas escolas do campo.
Os conteúdos dos cinco primeiros módulos, tanto no que diz respeito ao tempo-
universidade (5 tempos de 20 h/a cada) quanto ao tempo-comunidade/alternância (5
tempos de 10 h/a cada) serão desenvolvidos de forma integrada e contextualizada. O
sexto módulo, seguindo a mesma perspectiva, será realizado na forma de exposição de
trabalhos e experiências em que os cursistas apresentarão projetos de intervenção local
com ênfase na prática pedagógica. Nesta ocasião, os cursistas serão distribuídos em
grupos de trabalhos temáticos. O Encontro contará ainda com a presença de professores
pesquisadores convidados que desenvolvem seus estudos em educação e, em especial na
educação do campo. Ao final, projetos e/ou relatórios selecionados comporão os Anais
do IV Encontro Cearense Escola da Terra que será disponibilizado on-line, lançados no
evento final.
A infraestrutura fica sob a responsabilidade de cada instituição envolvida no
convênio, conforme termo de pactuação entre o MEC e as respectivas instituições. Nos
municípios onde existem unidades da UFC, ou polos da UAB, ou no entorno, à
docência será em suas dependências. Nos municípios que não têm sede da universidade,
as instalações ficarão sobre a responsabilidade das instituições parceiras, as Secretarias
Municipais de Educação.
O deslocamento, alimentação e alojamento dos cursistas, durante as atividades
pedagógicas de formação do tempo Universidade, também será de responsabilidade das
instituições parceiras do convênio do projeto. A UFC será responsável pelo
descolamento, diárias e passagens para seus formadores e convidados, além do material
didático pedagógico confeccionado, disponibilizando também outros recursos
pedagógicos para realização dos estudos nos tempos Universidade e tempo
Comunidade.

Estrutura Curricular

O Projeto do Curso tem a estrutura curricular focada no cursista em formação


como sujeito histórico, com suas problemáticas e sua contextualização. Para tal,
fundamenta-se a proposta metodológica no materialismo histórico dialético e na
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concepção da Educação do Campo, com as especificidades do conhecimento, que serão


trabalhados durante os 6 (seis) módulos.
O curso que a UFC pretende desenvolver pauta-se não somente nas diretrizes da
política nacional de educação, mas também na história dos movimentos de luta do
campo por igualdade e justiça social. Nesse prisma, entre os princípios filosóficos deste
curso, que dizem respeito à visão de mundo e as concepções mais gerais em relação à
educação sociedade e ser humano, encontra-se a educação, o trabalho e emancipação
humana com as articulações e possibilidades para além da sociabilidade do capital.
Como princípios educacionais, leva-se em consideração a organização dos
componentes curriculares por área de conhecimento, trabalhando com enfoque especial
os conteúdos formativos socialmente relevantes, por meio da Pedagogia da Alternância,
tendo em vista que segundo Pereira (2003. p. 69), ela:

[...] busca construir o processo educativo baseado nas relações que se


desenvolvem na família, na comunidade e na escola. Essa pedagogia utiliza
como matéria-prima para o ensino o conhecimento produzido pelas pessoas
no seu cotidiano, e a experiência de vida delas. A apropriação desse
conhecimento se dá através da pesquisa que os educandos desenvolvem, com
o objetivo de conhecer a realidade onde vivem, buscando, no saber empírico
da família e da comunidade, subsídios para a escola desenvolver o seu
planejamento.

A Pedagogia da Alternância não é só um procedimento das ações pedagógicas,


ela tem a intencionalidade de valorizar no processo educativo as manifestações sociais,
principalmente as reivindicações de direitos da comunidade, como é o caso da educação
dentro das expectativas da Educação do Campo e não para o Campo. Ela trabalha em
dois (2) momentos: Tempo Universidade e Tempo Comunidade.

A Estrutura Curricular básica, de todo o Projeto, se expressará da seguinte forma:

1º Momento:
Encontro de Formação de Professores-Formadores e Assessores

2º Momento:
Formação dos professores cursistas/Desenvolvimento dos Módulos (I a V)

CARGA
MÓDULO CONTEÚDOS BÁSICOS
HORÁRIA
30 horas
Módulo 1 - Trabalho: fundamento ontológico do Ser Social;
(20+ 10)
TRABALHO, - Educação: origem e natureza;
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EDUCAÇÃO E
EMANCIPAÇÃO - Trabalho, educação e emancipação humana:
HUMANA: BASES articulações e possibilidades para além da
ONTO-HISTÓRICAS sociabilidade do capital.

Módulo 2 - A política educacional brasileira e o papel dos


organismos internacionais a partir de 1990: preparando
a escola para o século XXI;
REFORMA DA
EDUCAÇÃO E DA - Reestruturação produtiva e educação: novas diretrizes
ESCOLA: OS 30 horas
para a escola e o professor;
(DES)CAMINHOS (20 + 10)
DA POLÍTICA - A educação na contemporaneidade: entre a
EDUCACIONAL reprodução do capital e a emancipação humana
BRASILEIRA
- O reformismo educacional e seus rebatimentos sobre
a educação do campo

Módulo3 - O campo brasileiro: características sociais, políticas,


econômicas e culturais das populações do campo;
FUNDAMENTOS E - A Terra, a questão agrária e as lutas pela terra;
PRINCÍPIOS DA - Histórico de lutas e conquistas pela educação do
EDUCAÇÃO DO campo no Brasil; 30 horas
CAMPO E EM - A educação do campo e em comunidades (20 + 10)
COMUNIDADES quilombolas: concepção, fundamentos e princípios;
QUILOMBOLAS
- Políticas de educação do campo e em comunidades
quilombolas (diretrizes e programas em
desenvolvimento);

- A escola como espaço de formação omnilateral,


Módulo 4 articulada com a emancipação humana;
FUNDAMENTOS - As escolas do campo e as salas multisseriadas: espaço
POLÍTICO- de práticas pedagógicas emancipatórias;
PEDAGÓGICOS - Concepção histórico-cultural de desenvolvimento e
30 horas
PARA A aprendizagem: subsídios para o ensino e a
(20 + 10)
EDUCAÇÃO DO aprendizagem em salas multisseriadas;
CAMPO I - Planejamento pedagógico e avaliação da
aprendizagem em salas multisseriadas;

Módulo 5 - Organização curricular da Educação do Campo


FUNDAMENTOS - Organização do trabalho pedagógico em sala de aula
POLÍTICO- e na comunidade; 30 horas
PEDAGÓGICOS - A relação escola-comunidade: a realidade do campo (20 + 10)
PARA A
EDUCAÇÃO DO
CAMPO II
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3º Momento: Módulo VI (30 h/a)


II Encontro Escola da Terra: partilhando conhecimentos e experiências da
Educação no Campo do Ceará

Atividades Presenciais

O curso será ofertado para 3turmas de, aproximadamente, 40 cursistas,


concentradas em 3municípios-polos do Ceará. A escolha dos municípios-polos se dará
pelo critério de demanda da região e pela capacidade de oferecer as condições ideais
para o bom funcionamento do curso.
Para cada turma, serão realizados seis (6) encontros presenciais de 20h/a tempo
universidade e 60h em tempo comunidade.
Considera-se que cada um dos 5 módulos será ofertado, de forma sucessiva, para
as 3 turmas e o 6º módulo será ofertado no formato de um evento (IV Encontro
Cearense Escola da Terra).

QUANTIDADE CARGA HORÁRIA POR ENCONTRO


6 30 h/a: sendo 20h tempo universidade e 10h tempo
comunidade (alternância).

Tempo-comunidade

Por “tempo-comunidade”, entende-se aquelas atividades que serão realizadas a


partir da pedagogia da alternância. Na prática, serão destinadas, no conjunto do curso,
50 horas para essas atividades, por turma.

QUANTIDADE CARGA HORÁRIA DO TEMPO-COMUNIDADE


5 10

ATIVIDADES RELATIVAS AO TEMPO-COMUNIDADE


CARGA HORÁRIA
DESCRIÇÃO CARGA HORÁRIA TOTAL GERAL
TOTAL POR INCLUSAS TODAS
GRUPO/TURMA DE 40 AS 03 TURMAS DE 40
ALUNOS ALUNOS (300
CURSISTAS)
Atividades tutoriadasno 180 horas 5400 horas
tempo-comunidade

Avaliação
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O processo avaliativo do Curso se dará por meio de instrumento a ser elaborado


pelos professores formadores, com questões referentes aos aspectos da estrutura,
pedagógico, conteúdo, coordenação e participação do processo formativo de todos os
envolvidos no curso.
Este instrumento deverá ser realizando em mais de um momento. O primeiro
momento após a realização de cada um dos módulos, pois, entendemos que a avaliação
representa responsabilidade coletiva e particular, tendo como eixo a autoavaliação para
a superação das falhas e para novas aprendizagens.
Outro importante instrumento avaliativo a ser realizado com os cursistas é a
produção de um resumo expandido e a confecção de um banner com a síntese do
trabalho desenvolvido por grupos de cursistas.

VI. CRONOGRAMA

Atividades/Subatividades Período / mês


1. Planejamento
1.1.Elaboração do projeto do curso 06- 07/2020
1.2.Tramitação e aprovação do projeto do curso 07 e 08/2020
1.3.Definição da coordenação do curso, equipe técnico- 07/2020
pedagógica, administrativa e tecnológica
2. Preparação
2.1.Articulação com parceiros (Secretaria Estadual de 07-08/2020
Educação e Secretarias Municipais)
1.2. Reestruturação de material didático 08/2020
2.3. Processo seletivo 09-10/2020
2.4. Matrículas 10/2020
3. Desenvolvimento
3.1. Solenidade de abertura 11/2020
3.2. Início do curso 01/2021
3.3. Desenvolvimento do Curso: Encontros presenciais e Tempo 01/2020 a 03/2022
Comunidade
3.4. Desenvolvimento do Curso: IV Encontro Escola da Terra 03/2022
3.5. Avaliação com os cursistas sobre a ação 05/2022
3.6. Relatório parcial 07/2022
3.7. Encerramento Completo do projeto/TED 31/08/2022

VII. CERTIFICAÇÃO

A Universidade Federal do Ceará certificará como tendo concluído o curso de


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aperfeiçoamento Escola da Terra, de 180 horas, o cursista que a contento concluir o


curso, em conformidade com as normas da UFC.

VIII. PLANO DE EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

Especificação Quantidade Valor da Valor Total


diária
Diárias
97 R$ 177,00 R$ 17.169,00

Passagens
intermunicipais- R$ 90,00 130 R$ 11.700,00
formadores

Passagens R$ 1.237,50 08 R$ 9.900,00


aéreas

Total R$ 38.769,00

Contratação de Serviços - Pessoa Jurídica - Natureza de despesa

Descrição Unidade Quantidade Valor Valor Total


Unitário

Realização de evento -
Espaço físico,
Espaço 1 R$ 36.007,00
infraestrutura e logística

Locação de ônibus para


deslocamento de - 04 R$ 3.500,00 R$ 14.000,00
cursistas e tutores

Ressarcimento FCPC Custas - - R$ 9.864,00


Operacionais

Valor Total R$ 59.871,00


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IX. Plano de Aplicação (R$)

EXERCÍCIO

Natureza da Despesa Valor (R$)

Código Especificação

33903900 Outros Serv. Terceiros/Pessoa jurídica R$ 59.871,00

33903900 Passagens e Diárias R$ 38.769,00

Total R$ 98.640,00

X. CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO (R$)

O desembolso financeiro será efetuado à medida que as etapas são realizadas


conforme relatórios de atividades apresentados.

Na qualidade de representante legal da proponente, para fins de prova junto a


Universidade Federal do Ceará, para os efeitos e sob as penas do art. 299 do Código
Penal, que inexiste qualquer débito em mora ou situação de inadimplência com o
Tesouro Nacional ou entidade da Administração Publica Federal que impeça a
transferência de recursos oriundos de dotações consignadas no orçamento da União,
na forma deste Plano de Trabalho.

Pede deferimento,

Local: Fortaleza
Data: 07 / 10_/ 2020_

IX - REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação/Conselho Nacional de Educação/Câmara de


Educação Básica. Diretrizes operacionais para a educação básica nas escolas do campo.
Resolução nº 1, de 3 de abril de 2002.
14

. Ministério da Educação/FNDE – Programa Escola Ativa: Guia para a


formação de educadores da Escola Ativa. Brasília, 2007.

. Ministério da Educação/Resolução CEB/CNE nº 2. Diretrizes Curriculares


Nacionais para o Ensino Fundamental, 7/4/1998.

. Ministério da Educação/ FNDE. Diretrizes complementares, normas e


princípios para o desenvolvimento de políticas públicas de atendimento da Educação
Básica do Campo. Resolução nº 2, de 28 de abril de 2008.

CALDART, Roseli S. Por uma Educação do Campo: Identidade e Políticas Públicas. V.


4. Brasília, 2002.

BUTLER, Judith. Problemas de Gênero. Feminismo e subversão da identidade. Rio de


Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

DUARTE, N..Vigotski e o Aprender a Aprender: crítica às apropriações neoliberais e


pós-modernas da teoria vigotskiana. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 2004. 296 p
DUARTE, N. (Org.) . Crítica ao Fetichismo da Individualidade. 1. ed. Campinas:
Autores Associados, 2004. v. 1. 242 p.
DUARTE, N. . Sociedade do Conhecimento ou Sociedade das Ilusões? - Quatro Ensaios
Crítico-Dialéticos em Filosofia da Educação. 1. ed. Campinas: Autores Associados,
2003. 110 p.
DUARTE, N. . Educação Escolar; Teoria do Cotidiano e A Escola de Vigotski. 3. ed.
Campinas, S.P.: Autores Associados, 2001.
DUARTE, Newton. Vigotski e o “aprender a aprender”: crítica às apropriações
neoliberais e pós-modernas da teoria vigotskiana. Campinas, SP: Autores Associados,
2004. ISBN: 85-85701 –91-9.

FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 18ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1991.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São


Paulo: Paz e Terra, 1996.

GADOTTI, M. Pedagogia da Terra. 2. ed. São Paulo: Peirópolis, 2000 – (Série Brasil
Cidadão).

GAUTHIER, Clermont et al. Por uma Teoria da Pedagogia: pesquisas contemporâneas


sobre o saber docente.Trad. Francisco Pereira de Lima. Injuí: UNIJUÏ, 1998.
GEPERUAZ. Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia.
Relatório de Pesquisa. Classes multisseriadas: desafios da educação rural no Estado do
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GIMONET, J. C. Praticar e compreender a Pedagogia da Alternância dos CEFFAs.


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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os itens serão adquiridos, bem como os serviços a serem prestados seguirão o disposto
na Lei n.º 8.666/93, no qual institui normas para licitação e contratos da Administração
pública.

Profª. Clarice Zientarski


Coordenadora do Projeto

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