Você está na página 1de 81

HABILIDADES PARA A VIDA

Definir Objectivos para a Vida


Adoptar Hábitos de Vida Saudáveis

Certificado Vocacional 4
INDICE

INTRODUÇÃO AO MÓDULO .................................................................................................................................5


RESUMO DE RESULTADOS DE APRENDIZAGEM ...........................................................................................5
MÓDULO .....................................................................................................................................................................6
1. DEFINIR OBJECTIVOS PARA A VIDA ........................................................................................................6
UNIDADE 1 .................................................................................................................................................................7
1.1. DEFINIR OS OBJECTIVOS PESSOAIS ......................................................................................................7
1.1.1 Valores Pessoais ......................................................................................................................................7
O que são valores pessoais e como descobrir os seus? ........................................................................................8
Reflexão sobre Valores Pessoais ........................................................................................................................ 10
Exercício ............................................................................................................................................................. 11
1.1.2 Plano Pessoal ........................................................................................................................................ 11
Visualização do futuro ........................................................................................................................................ 11
O que é meta? ..................................................................................................................................................... 12
Definindo Metas .................................................................................................................................................. 14
Algumas qualidades a ter em Conta para uma Execução bem Sucedida do Plano Pessoal............................... 16
Como gerir bem o tempo?................................................................................................................................... 18
E o que fazer com cada uma destas tarefas? ...................................................................................................... 19
RESUMO.................................................................................................................................................................... 20
ALGUMAS DICAS PARA PLANIFICAÇÃO PESSOAL E ÊXITO NA IMPLEMENTAÇÃO ....................... 21
1.2 DEMONSTRAR PROACTIVIDADE ...................................................................................................... 22
1.2.1 O que é Proactividade? ......................................................................................................................... 22
Algumas Características de Pessoas Proactivas ................................................................................................ 23
1.2.2 Análise FOFA ........................................................................................................................................ 24
1.2.3 Gestão de Emoções ................................................................................................................................ 26
RESUMO.................................................................................................................................................................... 27
ALGUMAS DICAS PARA DESENVOLVER A PRÓ ACTIVIDADE ................................................................ 28
UNIDADE 3 ............................................................................................................................................................... 29
1.3 GERIR AS FINANÇAS PESSOAIS ....................................................................................................... 29
1.3.1 O Que é Gerir Finanças Pessoais? ....................................................................................................... 29
1.3.2 Identificação de Fontes de Receitas e Despesas Pessoais ..................................................................... 30
Fontes de Receitas Pessoais ............................................................................................................................... 30
Fontes de Despesas Pessoais .............................................................................................................................. 31
1.3.3 Poupança ............................................................................................................................................... 32
1.3.4 Contas em Instituições Bancárias .......................................................................................................... 33
1.3.5 Algumas Transacções em Instituições Bancárias .................................................................................. 36
1.3.6 Impostos e taxas pessoais ...................................................................................................................... 41
RESUMO.................................................................................................................................................................... 45
ALGUMAS DICAS PARA UMA BOA GESTÃO DAS FINANÇAS PESSOAIS ............................................... 45
MÓDULO ................................................................................................................................................................... 46
2. ADOPTAR HÁBITOS DE VIDA SAUDÁVEL ............................................................................................. 46

Pg. 2
UNIDADE 4 ............................................................................................................................................................... 47
1.1 DEMONSTRAR UM COMPORTAMENTO SAUDÁVEL EM TERMOS NUTRICIONAIS ............. 47
2.1.1 O que é uma alimentação saudável? ..................................................................................................... 47
2.1.2 Dieta alimentar equilibrada .................................................................................................................. 49
2.1.3 Como fazer um cardápio saudável ........................................................................................................ 51
RESUMO.................................................................................................................................................................... 54
DICAS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL ............................................................................................ 54
UNIDADE 5 ............................................................................................................................................................... 55
2.2 DEMONSTRAR HÁBITOS DE HIGIENE PESSOAIS ........................................................................ 55
2.2.1 HIGIENE PESSOAL ................................................................................................................................. 55
Higiene corporal ................................................................................................................................................. 56
Higiene Oral ....................................................................................................................................................... 57
Higiene genital.................................................................................................................................................... 58
Higiene das mãos e das unhas ............................................................................................................................ 60
2.2.2 RISCOS ASSOCIADOS COM A FALTA DE HIGIENE PESSOAL.................................................................... 60
QUANDO NÃO OBSERVAMOS AS REGRAS BÁSICAS DE HIGIENE, CORREMOS OS SEGUINTES RISCOS: .................. 60
DICAS SOBRE HIGIENE PESSOAL ..................................................................................................................... 61
UNIDADE 6 ............................................................................................................................................................... 62
2.3 PLANIFICAR O SEU TEMPO DE MODO A EQUILIBRAR O TRABALHO FÍSICO,
INTELECTUAL E O LASER ................................................................................................................................ 62
2.3.1 Stress e Suas Causas .............................................................................................................................. 62
Sintomas ou sinais de Stress ............................................................................................................................... 63
Causas possíveis do Stress .................................................................................................................................. 63
Efeitos do stress .................................................................................................................................................. 64
2.3.2 NECESSIDADE DE EQUILÍBRIO NA AGENDA DIÁRIA ....................................................................... 64
UNIDADE 7 ............................................................................................................................................................... 66
2.4 ENTENDER E EVITAR OS COMPORTAMENTOS DE RISCO .............................................................. 66
2.4.1 O QUE SÃO COMPORTAMENTOS DE RISCO? .................................................................................. 66
2.4.2 COMO LIDAR COM AS PRESSÕES DO GRUPO DE PARES? .......................................................... 67
2.4.3 RELAÇÕES SEXUAIS DESPROTEGIDAS ............................................................................................. 67
2.4.4 CONSUMO DE DROGAS ........................................................................................................................... 68
2.4.5 EQUILÍBRIO DE VIDA PARA DESENVOLVIMENTO PESSOAL .................................................... 70
UNIDADE 8 ............................................................................................................................................................... 71
2.5 ENTENDER AS FORMAS DE TRANSMISSÃO DO HIV/SIDA ......................................................... 71
2.5.1 O QUE É O HIV E SIDA? ........................................................................................................................... 71
2.5.2 MITOS, CRENÇAS E PRECONCEITOS RELACIONADOS AO HIV/SIDA ...................................... 72
2.5.3 FORMAS DE TRANSMISSÃO DA INFECÇÃO PELO HIV ................................................................. 72
O HIV TRAMITE-SE ATRAVÉS DE:............................................................................................................................ 72
O VÍRUS HIV NÃO SE TRANSMITE NOS SEGUINTES CASOS: ................................................................................... 74

Pg. 3
2.5.4 PRÁTICAS SEXUAIS SEGURAS PARA EVITAR A INFECÇÃO PELO HIV ................................... 74
2.5.5 SITUAÇÕES DE RISCO RELACIONADAS COM O TRABALHO ..................................................... 75
UNIDADE 9 ............................................................................................................................................................... 76
2.6 CONHECER OS DIREITOS DAS PESSOAS VIVENDO COM HIV/SIDA ....................................... 76
2.6.1 Discriminação contra pessoas que vivem com HIV/SIDA ..................................................................... 76
2.6.2 Direitos e Deveres das pessoas que vivem com HIV/SIDA.................................................................... 77
2.6.3 Possibilidades de Tratamento de Infecções de Transmissão Sexual (ITS) e HIV e Atitudes Solidárias
para com pessoas vivendo com HIV/SIDA.......................................................................................................... 79
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................................................... 81

Pg. 4
INTRODUÇÃO AO MÓDULO

No fim deste módulo, o candidato deve ser capaz de:

1. Explicar as principais opções que vão orientar o desenvolvimento pessoal e


profissional do candidato e possuir instrumentos para o acompanhamento e
ajustamento das mesmas;

2. Conhecer, descrever e exercitar comportamentos e práticas que levem á


adopção de hábitos de vida saudável, em termos nutricionais e higiene, evitando
comportamentos de riscos e tendo um comportamento social e sexual
responsável e ético

Resumo de Resultados de Aprendizagem:

Em relação a habilidades para a vida:

1. Em relação a definir objectivos para a vida:


1.1. Definir os objectivos pessoais;
1.2. Demonstrar proactividade;
1.3. Gerir as finanças pessoais;

2. Em relação a Adoptar hábitos de vida saudável:


2.1. Demonstrar um comportamento saudável em termos nutricionais;
2.2. Demonstrar hábitos de higiene pessoais;
2.3. Planificar o seu tempo de modo a equilibrar o trabalho físico, intelectual e o
lazer;
2.4. Entender e evitar os comportamentos de risco;
2.5. Entender as formas de transmissão do HIV/SIDA; e
2.6. Conhecer os direitos das pessoas vivendo com HIV/SIDA.

Pg. 5
MÓDULO

1. DEFINIR OBJECTIVOS PARA A VIDA

Pg. 6
UNIDADE 1
1.1. DEFINIR OS OBJECTIVOS PESSOAIS

Critérios de Desempenho:

(a) Explicar os seus valores pessoais e a sua razão de ser;


(b) Visualiza o seu futuro, nas várias dimensões;
(c) Define metas intermédias para o alcance dos objectivos de futuro;
(d) Reconhece a importância de dar-se tempo a si próprio para avaliar o grau de alcance
das metas;

Nesta unidade, definir objectivos pessoais, serão abordados os seguintes temas:

 Valores pessoais
 Plano pessoal

1.1.1 Valores Pessoais

Todos os seres humanos nascem com um senso inato de valores pessoais positivos e
negativos. Somos atraídos por valores pessoais positivos tais como justiça,
honestidade, verdade, beleza, humor, vigor, ordem, inteligência, etc. Da mesma forma,
somos repelidos por injustiça, morbidez, fraqueza, falsidade, engano, caos etc.

Segundo o levantamento feito por Schwartz (2005) a partir da literatura de valores feita
em três áreas do conhecimento científico: Antropologia, Sociologia e Psicologia Social,
há um certo entendimento quanto às características do conceito de valor que se
resume no seguinte: 1) é uma crença; 2) que pertence a fins desejáveis ou formas de

Pg. 7
comportamento; 3) que transcende situações específicas; 4) que guia a selecção ou
avaliação de comportamentos, pessoas e acontecimentos; 5) ordenado em função de
sua importância relativa a outros valores para formar um sistema de prioridades.

Valores são crenças que representam metas desejáveis para indivíduos e


colectividades, dispostas em uma hierarquia.

Os Valores Pessoais têm sido utilizados para explicar o comportamento das pessoas,
suas acções, as mudanças da sociedade, além de diferenciar grupos. Consistem em
metas ou critérios, que são organizados pelos indivíduos pelo grau de importância, que
independentemente da situação, servem como princípios norteadores da vida do
indivíduo. Formam-se ao longo da vida do indivíduo, a partir de um conjunto de
processos de transformação, conhecido por desenvolvimento.

Cada vez que uma pessoa interage com o mundo, ela traz para si experiências e
algumas possibilidades de interpretação a partir de cada momento vivido. No decorrer
desse processo de desenvolvimento, são formados os valores pessoais, familiares,
entre outros valores individuais (Oliveira, 2002).

O que são valores pessoais e como descobrir os seus?

Uma das formas de descobrir os valores pessoais é fazendo a seguinte pergunta para
si mesmo: O que é importante para mim?

Na grande maioria das vezes, as respostas que você pode obter desta pergunta, irão
indicar seus valores. A seguir apresentamos alguns valores decorrentes da pergunta
formulada anteriormente.

O Que é importante para mim?

Família: A Família é um pilar muito importante para o crescimento e o sucesso


pessoal. Quando falamos de família, não é apenas a nossa família de sangue,
mas também a família que criamos na nossa caminhada pelo mundo, como
amigos e amigas, parceiros e parceiras, companheiros de trabalho e de estudos,
etc. A família é uma importante instituição e um valor fundamental na vida

Pg. 8
pessoal. Em todas as decisões, procura-se sempre estar o mais próximo
possível deste valor familiar, executando acções que possam trazer conforto,
tanto para a pessoa, como para os que lhe cercam.

Dignidade: Viver com dignidade é uma das melhores escolhas que uma pessoa
pode fazer. Seguir sempre em frente, sem medo do passado, sem temores que
assombrem a mente humana durante seus sonhos. É importante saber viver, e
viver bem, sempre com a cabeça erguida, sem temer o que possa vir a frente,
por deslizes ocorridos no passado. Ter dignidade, não é apenas fazer a coisa
certa sempre, mas principalmente saber reconhecer quando se fez algo errado,
e com a experiencia dos anos, saber que um erro pode ser concertado, e que
para isso, basta uma simples atitude.

Lealdade: (Fidelidade): Fidelidade é ser fiel, mas não vamos nos prender a
fidelidade entre casais ou amigos. Pode-se falar de fidelidade a princípios e
crenças pessoais. A fidelidade se torna um importante valor visto deste ponto de
análise, já que uma pessoa fiel aos seus princípios e crenças, é uma pessoa
destinada ao sucesso sempre. A partir do momento que se conquista esta
fidelidade, a pessoa se torna fiel aos olhos dos outros indivíduos de sua
convivência.

Fé: Não se trata apenas da fé religiosa, não que ela não seja importante, é
importante uma pessoa acreditar em algo além do que os olhos podem ver, mas
nosso foco é na fé pessoal, ter fé em conseguir alcançar seus objectivos, ter fé
em seguir seus princípios e valores a risca. Determinar um ponto de chegada
para sua vida, e ter fé suficiente para ultrapassar os diversos obstáculos que
podem surgir a frente. A fé realmente move montanhas. Numa visão mais real
deste princípio, e fé pode ser denominada de Força de Vontade, ter força de
vontade para lutar, cair, e voltar a lutar novamente. A fé em si mesmo é um dos
grandes pilares na história de pessoas que alcançaram seus objectivos, e
também é um valor que deve ser muito bem trabalhado.

Honestidade: A honestidade é um valor em extinção, mas nem por isso deixa


de ser um importante valor na ascensão para uma vida de sucesso. Devemos

Pg. 9
ser sempre honestos com nós mesmos e com os outros indivíduos de nossa
convivência. A honestidade e a lealdade são alguns dos mais valorizados
princípios que uma pessoa deve seguir em sua caminhada rumo ao sucesso.

Estas são algumas das respostas que se obtêm fazendo a pergunta “ o que é
importante para mim” e desta forma, é possível determinar os seus valores, e saber de
que forma deve caminhar, para alcançar o sucesso pessoal que almeja em um futuro
próximo. O importante de se descobrir seus valores, é que a partir do momento que
você começa a fazer escolhas de seu caminho, baseado no que você acredita, o
caminho se abre em maiores oportunidades de você alcançar o seu destino esperado.

Reflexão sobre Valores Pessoais

Considerando que valores são estados emocionais, são prioridades, são as forças
responsáveis por nossas emoções, reflicta sobre o seguinte:

Você arrancaria uma asa de uma borboleta se com isso você ganhasse 500 meticais?
Algumas pessoas diriam que sim e outras que de forma alguma.

E se o prémio fosse acrescido para dois mil meticais?


Talvez, dependendo do seu valor pessoal, ou seja, do que considera mais importante
para você em sua vida, você diga:
- Se por 500 meticais eu arrancaria uma asa, por 5000 mil eu comeria a borboleta
inteira!!

Porém, algumas pessoas diriam: eu não arrancaria por dinheiro nenhum. Porquê elas
diriam isso?

Nos seus valores pessoais elas entendem que arrancar a asa de uma borboleta seria o
mesmo que arrancar o braço de um ser humano, por exemplo. Então elas não fariam
isso em hipótese alguma!

Outras pessoas pensariam da seguinte forma:


Tantos insectos morrem batendo no pára-brisa do meu carro quando estou viajando,
que diferença faria uma borboleta a mais ou uma a menos? Nenhuma!

Percebe como pessoas diferentes possuem valores diferentes?


Muitas vezes a pessoa que convive com você há anos tem valores diferentes dos seus.
A importância de saber disso é que assim fica mais fácil entendê-las e conviver com
elas.

Pg. 10
Você não precisa concordar com as outras pessoas, mas o fato de conseguir entendê-
las, te coloca em um novo patamar no que tange a relacionamento pessoal, a
relacionamento em casa, na família e nos negócios.

Exercício
Defina sete valores que têm sido mais importantes na sua vida e enumere de acordo
com a sua hierarquia.

Se você conseguir definir a sua hierarquia de valores, ou seja, aquilo que tem sido mais
importante para você em sua vida, você vai conseguir identificar o porquê que toma as
decisões da maneira que toma.

1.1.2 Plano Pessoal

Visualização do futuro

Visão é um ponto onde se quer chegar, o alvo, o ponto máximo. As empresas bem
sucedidas assim o foram porque sabiam onde queriam ou querem chegar. Assim é a
sua vida, você tem de ter um rumo. Se você não sabe aonde quer chegar, qualquer
caminho serve, mas lembre-se de que provavelmente o vento soprará contra.

Quando falamos da Visão Pessoal, queremos dizer que é a habilidade interior de ver
um futuro que ainda não existe. É como usar um binóculo e ver um lugar bastante
longe. Mesmo que se possa vê-lo, a sensação é diferente, porque realmente não se
está lá.

Pg. 11
Ter uma visão pessoal significa ver-se num lugar distante no tempo e, talvez, no
espaço. Mesmo que realmente não se esteja lá, é um exercício poderoso que permite
fixar um futuro, normalmente inseguro.

Para se lidar com o futuro se deve estar atento ao seguinte, entre outras coisas:

Acções presentes - estas são as sementes de consequências futuras. Ao


estudar, estou plantando sementes que deverão ser colhidas na forma de um
trabalho.

Tendências actuais - o mundo tem uma evolução que, apesar de certos saltos
inesperados, se pode desenhar numa tabela e prever como se comportará no
futuro. O boom da internet foi sem dúvida um salto inesperado, mas agora se
pode prever suas tendências para o futuro.

Acções passadas - também entram no mesmo contexto das acções presentes,


já que são sementes que já deram frutos ou estão por dar. Assim como uma
árvore dá frutas durante muito tempo, o mesmo pode acontecer com as acções
passadas. Se eu dei uma palestra num seminário para estudantes, esta é uma
semente que pode possibilitar que, quando estes já forem gerentes, anos
depois, se lembrem de mim para algum trabalho.

Porém, mesmo que pudesse manejar tudo de forma precisa e ideal, ainda assim o
futuro tem um sabor de incerteza, difícil de remover.

O que é meta?

Meta é um desejo ou alvo a alcançar. Uma meta só é meta se for S.M.A.R.T. (esperto,
em inglês). O que é uma Meta Smart?

Specific (Específica) - É comum ouvir alguém dizer: “Este ano quero fazer uma
pós-graduação”. Muito bom, mas em quê? Marketing? Finanças? Aproveite e
defina a especialização, o tempo de duração do curso, a instituição, cidade ou
até país! Ainda não consegue planificar com esse nível de detalhes? Então

Pg. 12
divida em etapas menores: - Pesquisar universidades com o valor de X meticais
por mês.

Mensurable (Mensurável) - O António diz: "Quero ganhar dinheiro este ano".


Parabéns, quem é que não quer? Isso não é meta. Meta é escrever quero
ganhar X mil meticais brutos este ano, quero poupar X ou quero comprar uma
casa de até X mil meticais, por exemplo.

Attainable (Alcançável) - Não adianta colocar algo muito acima de sua


realidade que logo gera desânimo e desistência. É importante definir objectivos
compatíveis com nossa realidade. Se o que você quer não faz parte de sua
realidade, crie metas para chegar até lá.

Relevant (Relevante) - A meta é ainda mais desafiante quando está ligada ao


seu propósito de vida, a algo que o realiza, quando se faz uso dos seus dons
singulares. Procure traçar metas que o levem ao sentimento de realização. A
sensação de meta cumprida paga todo e qualquer preço pelo caminho
percorrido.

Time-Based (Temporal) - Toda meta deve ter um prazo para ser cumprida.
Exemplo: Quero mudar de emprego em 6 meses, ou ainda quero realizar um
trabalho voluntário na igreja do meu bairro durante todo o segundo semestre
deste ano.

Pg. 13
Definindo Metas
“As pessoas bem sucedidas têm êxito porque sabem onde querem ir”.

Você deve decidir o que quer ser e o


que deseja alcançar. A melhor maneira
de atingir a visão é estabelecer metas
que lhe indicarão a direcção certa.
Metas também ajudar-lhe-ão a
determinar quando você tiver chegado –
ou se você saiu do rumo traçado.

As metas devem ser expressas de maneira positiva; Elas devem ser o que você quer,
não o que você quer evitar. Um exemplo clássico: se você estabelece a meta de parar
de fumar, então seu inconsciente estará focado em fumar. Em lugar disso, saiba por
que você quer parar de fumar! Seu objectivo, provavelmente será: ter melhor saúde.
Para encontrar sua meta positiva, pergunte-se: “O que você quer atingir com isto?”,
repetidamente, até encontrar o ponto positivo e final de sua meta.

Uma meta a longo prazo de manter uma saúde excelente deve incluir uma meta
intermediária de fazer exames físicos anualmente.

Faça com que esta meta seja específica. Faça um exame físico todo mês de
Dezembro. Dessa forma, quando você estiver fazendo a lista de suas metas
intermediárias, você escreverá: "Marcar uma consulta para o exame físico anual em 1°
de Dezembro." O destino final da meta deve ser o mais específico possível.

Uma meta de longo prazo pode parecer desencorajadora. O plano de acção divide a
meta em etapas menores. Ele é que constitui as pernas que o permitirão caminhar para
o alcance das metas e da visão.

Outro aspecto importante é que deve haver motivação para o alcance das metas e esta
é uma das razões pela qual as metas precisam ser estimulantes bem como realistas.

Pg. 14
 Reflicta sobre suas metas

Conhecer o seu objectivo e planejar como atingi-lo é fundamental. Quando você


pretende ir a um local que não conhece, com o seu carro, o mais fácil é analisar um
mapa e traçar um plano de como chegar.

Antes de definir suas metas, você deve reflectir sobre o porquê dessa meta. Pergunte-
se e reflicta: Você realmente precisa disso? O que isso muda na sua vida? Você
poderia esperar? Você tem que abrir mão de outros objectivos para atingir essa meta?

Imagine que sua primeira meta seja comprar um carro novo. Antes de começar a traçar
a melhor rota para atingir essa meta, você deve definir se realmente é algo importante
e se os custos e obstáculos para atingi-lo valem a pena. São várias perguntas que
somente você pode responder.

Portanto, antes mesmo de tirar o carro da garagem e definir como chegar ao local
definido, você precisa realmente ter certeza de que vale a pena todo o esforço
envolvido. Será que o tempo gasto justifica a escolha? Será que não existe uma
alternativa mais próxima? Você teria outra forma de alcançar o objectivo? Faça o
mesmo na hora de definir suas metas.

 Priorize

A complexidade da vida moderna demanda que tenhamos que estabelecer várias


metas simultaneamente. Muitas vezes atingir uma meta pode ser um passo muito
grande para alcançar algo ainda maior. No entanto, tentar atingir várias metas ao
mesmo tempo pode ser complicado. Neste caso, defina prioridades para suas metas. O
que ajuda no alcance de seus objectivos. Reflicta e determine qual delas é mais
importante e pode ser usada como um passo para facilitar o planeamento futuro.

Você muitas vezes pode, sendo organizado, atingir suas metas de forma mais simples
e eficiente. Suponha que você mora na zona sul da cidade e tem dois compromissos,
sendo um no centro e outro na zona norte.

Pg. 15
Se você conseguir organizar e priorizar, pode encaixar o compromisso do centro logo
antes ou depois daquele da zona norte, de forma que você consegue reduzir bastante
o tempo perdido no trânsito. Se isso parece óbvio quando falamos de nossa agenda, o
mesmo se aplica ao planeamento: saber priorizar facilita atingir as metas de forma mais
rápida e eficiente.

Algumas qualidades a ter em Conta para uma Execução bem Sucedida do Plano
Pessoal

Algumas qualidades de pessoas bem sucedidas, subdivididas em três grupos:

Poder Planificação Resultados

Auto confiança e Fixação de objectivos Procura de


auto estima oportunidades
Recolha de informação
Persuasão e Cumprimento das
Perseverança Planeamento metas

sistemático e monitoria Persistência

Assunção de risco
riscoriscos
Eficiência

Qualidade

I. Auto-confiança – A pessoa precisa ter uma forte confiança e convicção em si


próprio e nas suas capacidades. Deste modo, a pessoa será capaz de enfrentar
desafios e concluir as suas tarefas por mais difíceis que sejam.

II. Persuasão e perseverança – A pessoa deve ter a capacidade de se associar,


convencer e influenciar outros indivíduos, agências e grupos com a finalidade de
manter contactos ao mais alto nível. É uma competência que contribui de forma
positiva para atingir os objectivos preconizados.

Pg. 16
III. Fixação de objectivos – A pessoa deve ter a capacidade de fixar objectivos e
metas específicas e claras considerando as actividades do dia-a-dia. Estas
metas e objectivos são normalmente bastante ambiciosos e desafiadores mas,
ao mesmo tempo, realistas e têm em conta a importância de dar-se tempo a si
próprio para avaliar o grau de alcance das metas.

IV. Recolha de informações – A pessoa deve saber recolher as informações que


lhe possibilitem a tomada de decisões, por ex., seleccionar aquilo que deseja na
sua vida para correr com êxito.

V. Planeamento sistemático e monitoria – A pessoa deve ter a capacidade de


elaborar planos a serem utilizados na monitorização e avaliação da evolução
das suas ideias. A planificação garante um controlo eficaz de actividades e ajuda
a identificar outras formas alternativas para o alcance das metas.

VI. Procura de oportunidades – Há um provérbio que diz: "Quem procura


encontra"? Uma das competências que uma pessoa deve ter é a capacidade de
procurar novas oportunidades para a sua vida quotidiana. Mesmo nas situações
em que outras pessoas não vêm outra coisa se não problemas/dificuldades, a
pessoa deve conseguir identificar uma oportunidade na vida

As dificuldades não aparecem para nos desanimar mas sim para nos dar chances de pôr em prática
a nossa criatividade e imaginação de modo a obtermos novas iniciatuvas na vida.

VII. Cumprimento das metas – A pessoa deve ser honesta consigo mesma e com
os seus familiares e amigos. Deve ter a capacidade de assumir a
responsabilidade final pela conclusão das metas por ela traçadas dentro do
período previsto.

VIII. Persistência - Muitas vezes, as pessoas desistem dos seus projectos logo na
primeira dificuldades que encontram pela frente. Outras, mesmo que encontrem
várias dificuldades ou barreiras, elas nunca desistem; tentam tantas vezes
quantas forem necessárias até atingirem os seus objectivos. Estas pessoas são
persistentes ou determinadas

Pg. 17
Na vida existem muitos obstáculos. Não importa quantas vezes caímos; o essencial é
levantarmos e continuarmos com a caminhada, tal como faz uma criança que está aprender a
caminhar.

IX. Assunção de riscos - "Quem não arrisca não petisca". Conhece este
provérbio? A pessoa obterá benefícios em resultado dos riscos assumidos.
Quanto maiores os riscos, mais elevados os benefícios. Se a pessoa tiver medo
de arriscar dificilmente será capaz de fazer uma actividade com sucesso.

X. Preocupação com a eficiência e a qualidade - Já observou que todas as


pessoas procuram o que tem qualidade: hospitais, escolas, vestuário, alimentos,
tudo de qualidade.

Gerir o Tempo para avaliar o Grau de Alcance das Metas

Um grande inimigo da auto-motivação é a falta de administração de tempo. Certamente


você já chegou ao fim do dia com uma sensação horrível de que "trabalhou muito e não
fez nada". Outras sensações más são aquelas de que você não tem tempo para nada
ou de que não consegue fazer aquilo que precisa ser feito ou de que tem um monte de
coisas ainda por fazer.

Na grande maioria das vezes, as pessoas se sentem assim e não conseguem fazer o
que realmente deveriam fazer por causa de uma má gestão do tempo. O tempo é
imutável. Uma hora tem e continuará tendo sessenta minutos, um dia tem e continuará
tendo vinte e quatro horas. As expressões "perder tempo" ou "ganhar tempo" são
absolutamente irreais. Ninguém perde ou ganha tempo. Na realidade, o tempo é bem
gerido ou não é. Se você gere bem o seu tempo, encontrará auto-motivação para fazer
cada vez mais coisas úteis.

Como gerir bem o tempo?

Deve ficar claro que a gestão do tempo não é somente controlada pelo relógio. Além do
relógio existe a bússola. Enquanto o relógio rege o tempo, a bússola rege a orientação,

Pg. 18
o caminho que deve ser seguido. Disto destacamos então os dois factores chaves da
gestão do tempo: importância e urgência.

Qualquer tarefa que você faça tem um determinado grau de importância e outro
determinado grau de urgência. A importância é a bússola e a urgência o relógio de sua
tarefa. Quando você se apropriar de uma tarefa, questione de imediato qual a sua
importância e qual a sua urgência. Uma tarefa pode ser importante e urgente ou
importante e não urgente ou não importante e urgente ou ainda não importante e não
urgente.

O quadro abaixo indica as combinações possíveis para a gestão do tempo:

IMPORTANTE NÃO IMPORTANTE

Tarefas não
Tarefas importantes e
URGENTE importantes e
urgentes
urgentes
Tarefas não
Tarefas importantes e
NÃO URGENTE importantes e não
não urgentes
urgentes

E o que fazer com cada uma destas tarefas?

As tarefas importantes e urgentes devem ser executadas de imediato e com


muita dedicação, pois o ajudarão a alcançar pelo menos uma de suas metas.

As tarefas importantes e não urgentes devem ser realizadas o mais rápido


possível e, aproveitando a não urgência, com um metódico planeamento.

As tarefas não importantes e urgentes devem ser executadas o mais rápido


possível e desprendendo o menor tempo possível, pois, normalmente, tratam-se
de tarefas quotidianas cuja acumulação atrapalha a execução das tarefas
importantes.

As tarefas não importantes e não urgentes você deve, se possível, jogar no


lixo. Convenhamos, uma tarefa que não ajudará em nada para atingir qualquer

Pg. 19
uma de suas metas e que sequer tem um prazo considerável a ser cumprido,
não agregará nenhum valor a sua vida.

E pode ter certeza, quando você analisar cada uma de suas tarefas quotidianas pelo
prisma de importância e urgência, verá que uma grande parte delas não tem nenhuma
importância e nenhuma urgência. Eliminando-as você ficará mais livre para executar o
que realmente é para ser executado e poderá dedicar-se mais à implementação da sua
visão pessoal bem como ao controlo do progresso.

Para garantir êxito no alcance das suas metas deverá dedicar atenção especial à
avaliação periódica dos processos e resultados, confrontando-os com o planificado,
aprimorando a execução e corrigindo eventuais falhas.

Resumo

Nesta Unidade abordamos sobre Definir Objectivos Pessoais, onde foram destacados
os valores pessoais e plano pessoal.

Neste caso, valores pessoais foram definidos como sendo crenças que representam
critérios ou metas desejáveis para indivíduos e colectividades, dispostas em uma
hierarquia. Os valores pessoais servem como princípios norteadores da vida do
indivíduo e têm sido utilizados para explicar o comportamento das pessoas, suas
acções, as mudanças da sociedade, além de diferenciar grupos.

Depois abordamos sobre a Visão Pessoal que foi definida como sendo a habilidade
interior de ver um futuro que ainda não existe. Esse futuro é incerto e para se lidar com
ele é necessário ter em conta as acções do presente, as tendências actuais bem como
as acções do passado.

Para o alcance da visão pessoal é importante que se tenha a habilidade de elaborar um


plano e este deve ter metas específicas, claras, mensuráveis e realizáveis. Dada a
complexidade da vida, é possível que se defina várias metas no nosso plano pessoal,
no entanto, é igualmente importante certificar-se da importância dessas metas e ter a
capacidade de definir prioridades dentre elas.

Pg. 20
Para o alcance dos objectivos deve-se prestar atenção a algumas competências
pessoais bem como à gestão do tempo para avaliação sistemática do grau de
realização.

Algumas Dicas Para Planificação Pessoal e Êxito na Implementação

 Esteja claro sobre o que pretende ser ou alcançar;


 Defina claramente os objectivos e ou metas a alcançar;
 Reflicta e certifique-se sobre os objectivos ou metas fixadas;
 Defina prioridades;
 Procure gerir o tempo para garantir uma execução eficiente e eficaz do plano
traçado;
 Acredite em si, que é capaz, que tem inteligência, vontade e determinação para
alcançar o que pretende;
 Encare o trabalho com dedicação, inovação e criatividade;
 Encare o estudo, a leitura, a pesquisa como uma evolução: tenha vontade de
progredir, se actualize, procure novas informações, técnicas e conhecimentos;
 Dedique tempo suficiente para a sua visão pessoal e profissional: não sacrifique
uma visão em detrimento da outra. Dedique tempo para a família, lazer e
diversão, assim como para a sua evolução profissional;
 Aumente cada vez mais a sua interacção: mantenha contactos constantes,
troque informações, se exponha para outros profissionais dentro e fora de sua
empresa, participe de grupos sociais diversos, leve suas palavras, suas opiniões
a outros grupos;
 Incentive e aceite o feedback: solicite aos amigos, aos companheiros de
trabalho, de escola, à família, constantes feedback para que você possa analisar
o como as pessoas o vêem. Aceite o feedback sem críticas. Trabalhe sobre o
que você realmente acha que ainda tem a melhorar e simplesmente despreze
aquilo que acha não ter fundamento.

Pg. 21
UNIDADE 2
1.2 DEMONSTRAR PROACTIVIDADE

Critérios de Desempenho:

(e) Conhece as suas forças e fraquezas;


(f) Identifica e procura oportunidades;
(g) Não tem dificuldade em mudar a sua posição quando confrontado com argumentos
válidos;
(h) Gere as suas emoções de forma a não prejudicar os resultados que quer atingir;

Nesta Unidade, demonstrar proactividade, serão abordados os seguintes temas:

 Proactividade,
 Análise FOFA
 Gestão de Emoções

1.2.1 O que é Proactividade?

Proactividade é uma palavra várias


vezes usada para designar uma
qualidade. Na verdade a proactividade
elevou-se para o grau de virtude. Todos
crêem que são proactivos, mas na
realidade muitos confundem o conceito.
Há os que pensam que ser proactivo é
ter iniciativa; Outros, que é a orientação
pela acção rápida. De seguida,
procuramos clarificar melhor o conceito.

Um dos significados do prefixo "pró" significa antecipação - algo que acontece antes. A
pessoa pró activa está sempre se antecipando aos acontecimentos, fazendo até
mesmo alguma espécie de previsão para poder actuar de uma determinada forma
planeada. Logo, a pró actividade implica uma análise do contexto, identificação e

Pg. 22
selecção de alternativas e imaginação dos resultados de cada cenário. Isto leva algum
tempo. Claro que nunca se tem certeza do que poderá acontecer mas, com um bom
planeamento, maximiza-se a probabilidade de sucesso.

A proactividade é mais do que uma simples iniciativa, ela implica também um


questionamento positivo do processo. Exemplo: Um instrutor, dando uma palestra,
pergunta quem poderia tirar cópias Xerox de um artigo. Alguém rapidamente se oferece
como voluntário. Muito bem, demonstrou iniciativa; A pessoa pró activa se oferece
como voluntária e também sugere algo do tipo: "Podemos scanner o artigo?" ou "Que
tal pedirmos para alguém colocar o artigo no formato Word ou Power Point?" Trata-se
de um questionamento visando a melhoria do processo ou do resultado.

Pensando um pouco além, este questionamento positivo é a base para toda mudança
que pode ocorrer em referência a algum assunto. Iniciativa pode levar a mudanças,
mas de maneira inconsistente. Questionamento positivo e planeamento sem a iniciativa
da execução não passam de sonhos num pedaço de papel. A pró actividade é quase a
própria mudança uma vez que é a soma da iniciativa com o questionamento positivo e
com o planeamento.

PROACTIVIDADE = INICIATIVA + QUESTIONAMENTO POSITIVO + PLANEAMENTO

Algumas Características de Pessoas Proactivas:

 A pessoa proactiva é aquela que consegue, com facilidade e rapidez, encontrar


diversas soluções para um problema. Se um caminho não resulta, rapidamente
tem um caminho alternativo para atingir o resultado pretendido.

 Igualmente, os "proactivos" lidam melhor com um fracasso ou derrota e


recuperam facilmente de uma adversidade ou contratempo.

 Ao contrário dos teóricos e visionários, o proactivo é aquele que executa.


Perante uma situação tem sempre uma resposta imediata e passa a acção sem
ficar à espera que os problemas se resolvam por si.

Pg. 23
 O profissional proactivo está constantemente à procura de aprendizagem.
Assim, observa os que o rodeiam e aproveita as experiências alheias para
complementar os seus próprios conhecimentos.

 Pela sua facilidade de integração e adaptação, as pessoas proactivas têm maior


facilidade em estabelecer relações interpessoais.

 Confiança e auto-estima são outras das características directamente


relacionadas com a proactividade. Normalmente, estes profissionais são
pessoas que acreditam fortemente nas suas capacidades.

1.2.2 Análise FOFA

Para a identificação das forças, fraquezas, oportunidades e até ameaças, recorrer-se-á


ao método de análise FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças).

A Análise FOFA consiste num estudo criterioso em que se compara dois tipos de
factores, os internos e os externos. Os factores internos são aqueles que o decisor
pode controlar ou manipular enquanto os factores externos estão fora do controlo do
decisor. Tratando-se de uma organização, os factores internos estão dentro desta
enquanto os externos estão fora desta.

Factores externos
Na Análise FOFA
compara-se os factores
externos e internos da
organização Factores
internos

Factores externos

Os factores internos são constituídos por forças e fraquezas. Tratando-se duma


organização, os factores internos são constituídos por forças e fraquezas da
organização.

Pg. 24
Os factores externos são constituídos por oportunidades e ameaça. No caso de uma
organização, os factores externos são as oportunidades e as ameaças da organização.

Assim, na Análise FOFA, a pessoa deve comparar os factores internos e externos. As


forças deve usá-las com maior proveito, as fraquezas deve eliminá-las, as
oportunidades devem aproveitá-las e as ameaças deve contorná-las.

A pessoa deve Oportunidades


procurar usar as suas
forças para eliminar
as fraquezas, Forças
aproveitar as
oportunidades e evitar Fraquezas
as ameaças. Ameaças

 Se os factores internos favorecem tornam-se em forças, se prejudicam tornam-se


em fraquezas.
 Se os factores externos favorecem tornam-se em oportunidades, se prejudicam
tornam-se em ameaças

Com base na história a baixo, veja como se usa a Análise FOFA.

Um jovem pobre!
“ Um jovem pobre, mas forte e inteligente, pretende namorar com uma jovem
linda, colega de escola de sua irmã e filha de pais ricos e poderosos”.

O jovem pobre deve fazer análise FOFA, identificando as forças, fraquezas,


oportunidades e ameaças no seu objectivo de conquistar a jovem linda. Com base nos
princípios da análise FOFA temos a seguinte situação.

Com base na história acima, faça a Análise FOFA identificando as forças, fraquezas,
oportunidades e ameaças do jovem conquistar a jovem.

Pg. 25
Forças: O jovem é forte e inteligente

Oportunidades: Sua irmã: falando com sua irmã para facilitá-lo na


conquista da jovem linda

Fraquezas: O jovem é pobre

Ameaças: Os pais da jovem linda são ricos e poderosos.

Note que este exemplo é baseado em histórias da vida real das comunidades
moçambicanas.

1.2.3 Gestão de Emoções

Um dos aspectos essenciais a ter em conta para não prejudicar a tomada de decisão e
alcance dos objectivos pessoais, é a gestão das emoções.

Emoções são súbitas rupturas no equilíbrio afectivo, de curta duração, com


repercussões consecutivas sobre a integridade da consciência.

Muitas vezes os termos emoções e sentimentos são usados indiscriminadamente mas,


SENTIMENTOS são estados afectivos mais duráveis e menos intensos que as
emoções.

As emoções interferem em vários aspectos do funcionamento mental, influenciam


quando prestamos atenção, quando aprendemos, o que nos lembramos e influenciam
os relacionamentos que temos bem como os julgamentos e decisões que tomamos.
Daí a necessidade da sua gestão para reduzir o risco de uma interferência negativa e
prejudicial para o alcance dos nossos objectivos.

Na medida em que as nossas emoções influenciam a nossa capacidade de pensar e


planear, definem de certa forma os limites da nossa capacidade para utilizar as nossas
aptidões mentais inatas.

Pg. 26
Gerir emoções implica capacidade de ser auto-consciente e de lidar com os
sentimentos de modo a obter reacções apropriadas para cada situação.

É necessário controlar produtivamente as emoções através da auto-motivação e maior


auto-controlo. É necessário ter sensibilidade aos sentimentos e perspectivas dos outros
melhorando a capacidade de interacção.

Se formos capazes de monitorar e regular os sentimentos próprios e os de outras


pessoas poderemos utilizar os sentimentos para guiar o pensamento e a acção, no
cumprimento dos objectivos. As competências emocionais vêm ajudar a orientar o
comportamento e o raciocínio de maneira a obter melhores resultados, podendo ser
nutridas, desenvolvidas e ampliadas.

Algumas Competências Essenciais para a Gestão das Emoções


Competências Pessoais Competências Sociais
Auto-consciência emocional Relacionamento interpessoal
Auto-avaliação Empatia /Análise social
Auto-confiança Comunicação/ Consciência Organizacional
Auto-domínio emocional Fazer e receber críticas construtivas
Transparência Gestão de conflitos / Negociação de soluções
Capacidade de adaptação Liderar mudanças
Capacidade de realização Espírito de equipa e colaboração
Capacidade de iniciativa Liderança Inspiradora / Gestão emocionalmente
inteligente
Optimismo Inteligência interpessoal
Capacidade de entender reacções, criar empatias,
relacionar-se com o outro e gerir convivências em
grupo

Resumo

Nesta Unidade abordamos sobre a Proactividade que de uma forma resumida implica
tomar iniciativa para fazer algo. A acção que é desencadeada por uma pessoa
proactiva é precedida de uma iniciativa, questionamento positivo e planeamento da
alternativa de acção escolhida.

Uma das formas de escolher o melhor caminho a seguir para o alcance dos objectivos
pessoais, é fazendo a análise FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças).

Pg. 27
Análise FOFA é o processo de comparação e análise das forças e oportunidades com
as fraquezas e ameaças de modo a determinar-se o melhor caminho ou estratégia para
o alcance dos objectivos.
As forças e as fraquezas são factores internos e a pessoa pode controlá-las enquanto
as oportunidades e as ameaças são factores externos e a pessoa não consegue
controlá-las.
O uso dos factores internos e externos para a escolha da estratégia viável para o
alcance dos objectivos depende da capacidade do decisor em visualizar as diversas
alternativas existentes para o aprimoramento das forças e das oportunidades bem
como o contorno das fraquezas e ameaças.

Outro aspecto fundamental a ter em conta na tomada de decisão a gestão das


emoções.

Gerir emoções implica capacidade de ser auto consciente e de lidar com os


sentimentos de modo a obter reacções apropriadas para cada situação.

Algumas Dicas para Desenvolver a Pró actividade


 Seja optimista e encare a realidade tal como é. Pensamentos negativos não dão
acções produtivas;

 Improvise. Procure encontrar soluções adequadas, mesmo que não disponha de


todos os meios necessários para tal;

 Acredite no poder dos seus actos para alterar ou influenciar o rumo dos
acontecimentos;

 Procure sempre complementar os seus conhecimentos. Sabendo mais, será


mais auto confiante e, consequentemente, mais proactivo.

Pg. 28
UNIDADE 3
1.3 GERIR AS FINANÇAS PESSOAIS

Critérios de Desempenho:

(a) Identifica as fontes de receita e as fontes de despesas pessoais, através de um


orçamento pessoal;
(b) Traduz os seus objectivos pessoais em necessidades de investimento;
(c) Preenche correctamente os formulários bancários;
(d) Calcula os seus impostos e taxas pessoais e preenche as respectivas
declarações;

Nesta Unidade, Gerir Finanças Pessoais, serão abordados os seguintes temas:

 Identificação de receitas e de
despesas;
 Poupança;
 Contas em instituições bancárias;
 Algumas transacções em
instituições bancárias
 Taxas e impostos

1.3.1 O Que é Gerir Finanças Pessoais?

Gerir finanças pessoais significa fazer um orçamento realista, ter a visibilidade dos
ganhos e das despesas pessoais, conciliar as despesas às receitas e avaliar as
variáveis e particularidades de cada caso, se há dívidas a serem renegociadas ou
despesas que podem ser cortadas. O conceito básico é que não se pode gastar mais
do que se ganha. É preciso adoptar alguns ajustes, traçar um plano realista, com
objectivos possíveis, e cumpri-lo com acompanhamento e disciplina.

Para que uma pessoa seja bem sucedida deve ter a capacidade controlar ou
acompanhar as suas finanças pessoais, os valores a receber, as contas a pagar, as
despesas fixas e variáveis, evitar dívidas desnecessárias, poupar para realizar
projectos por exemplo como compra de uma casa, realização de uma viajem, etc.

Pg. 29
1.3.2 Identificação de Fontes de Receitas e Despesas Pessoais

Fontes de Receitas Pessoais

As receitas podem ser adquiridas de várias maneiras; por exemplo: um empregado


recebe um salário mensal, um estudante, pode receber mesada dos pais ou dos
encarregados de educação, pode realizar um trabalho remunerativo durante os seus
tempos livres, pode fazer pequenos negócios lucrativos.

As receitas mensais constituem o ponto de partida na preparação de um orçamento na


medida em que é a partir destas que será definido o limite que as despesas podem
atingir.

Receita não se resume somente a salário. Além do que recebemos mensalmente,


devemos adicionar todas as demais remunerações, que vão desde férias e 13º salário,
até rendimento de juros ou alugueis. Portanto, identifique as origens de recursos e
chegue a uma média mensal.

Essa média deve levar em conta pelo menos os últimos 12 meses. No entanto,
períodos maiores podem ser mais eficazes, principalmente para quem trabalha com
remuneração variável.

Grupos de Fontes de Receitas

Além de incluir todas as suas fontes de renda, é importante buscar segregá-las em


grupos. Isso vai ajudá-lo muito na hora que quiser prever o que acontecerá com sua
renda nos meses seguintes.

Por um lado, você pode ter uma boa percepção de qual será o seu rendimento a partir
do trabalho, não esquecendo de contabilizar também o quanto receberá de férias e
décimo terceiro. Muito cuidado, porém, na hora de levar em conta as bonificações:
como são variáveis, não podem ser incluídas nas previsões de sua renda mensal.
Contabilize somente aquelas que já recebeu.

Pg. 30
Se os números estiverem segmentados, também ficará mais simples saber o que irá
ocorrer com seus outros rendimentos. Será que o que você recebe de juros irá cair? E
o aluguel? Portanto, separar bem as categorias de receitas pode facilitar bastante o
processo de elaboração do orçamento.

Evite erros comuns na gestão de receitas

Um erro comum, na hora de avaliar as receitas, é esquecer dos impostos e taxas. Para
determinar o nosso poder de compra, o que realmente vale é a receita líquida:
devemos excluir quaisquer impostos ou taxas.

Por fim, não esqueça: limite de cheque especial e cartão de crédito não são fontes de
renda. Muito pelo contrário, trata-se de dinheiro tomado emprestado que, como tal, tem
um custo. Ao invés de obter uma fonte de receita, você pode acabar arranjando outra
despesa.

Fontes de Despesas Pessoais

Para elaborar um orçamento realista, deve alistar todas as despesas correntes. No


caso de existirem outras despesas irregulares, então deverá definir prioridades. Para
tal deve:

 Listar as suas necessidades;

 Fixar o que pretende com a poupança;

 Escolher prioridades nas suas necessidades;

 Determinar quanto custa cada necessidade;

 Verificar o custo total das necessidades em relação aos seus rendimentos e


verificar se o saldo está de acordo com as metas de poupança;

 Fazer uma revisão das prioridades, das despesas e das metas de poupança de
modo a assegurar que estão cobertas pelos rendimentos;

Pg. 31
 Escolher quais são as formas e periodicidade de poupanças que vai fazer;

 Gastar somente parte do rendimento para cobrir as necessidades da lista de


prioridades; e

 Fazer poupança do remanescente.

1.3.3 Poupança

Poupar é reservar o que se ganha para uso futuro. Poupar exige que a pessoa diminua
o seu consumo actual para reservar uma parte que pode ser usada mais tarde. O
rendimento poupado pode vir a ser usado mais tarde para consumir ou investir.

Algumas pessoas, apesar de ter rendimentos relativamente baixos, sacrificam-se para


poupar ajustando suas necessidades em função dos valores ganhos, evitando gastos
desnecessários.

Quanto menor for a poupança, menor será a capacidade de investir. Só pode poupar
mais quem sabe controlar os seus gastos (consumo). Por exemplo: no lugar de
comprar um telemóvel de 10. 000 MT, você pode comprar um telemóvel de 1500 MT,
com a mesma finalidade de comunicar. Com isso pode poupar 8500 MT e investir num
projecto.

Se você deseja fazer investimento tem que diminuir o seu consumo. Isto permitir-lhe-à
poupar e mais tarde usar estas poupanças no seu investimento. Lembre-se de que
quanto mais consumir menos poupará.

É essencial para uma pessoa interessada em obter rendimentos, poupar e investir,


planear como o fazer.

Exemplo dum plano mensal de poupança. O João quer comprar, para sua barraca, um
vídeo que custa 2400 MT. Depois de avaliar o seu rendimento concluiu que pode
poupar 100 MT por semana.

Pg. 32
Valor de poupanças semanais Total Total
mensal acumulado
(em MT)

1ª 2ª 3ª 4ª

Janeiro 100 100 100 100 400 400

Fevereiro 100 100 100 100 400 800

Março 100 100 100 100 400 1200

Abril 100 100 100 100 400 1600

Maio 100 100 100 100 400 2000

Junho 100 100 100 100 400 2400

Total esperado do final de Junho 2400

O exemplo ilustra que se você for capaz de poupar por exemplo 100 MT por semana, a
partir de Janeiro, no final de Junho você vai acumular 2400 MT.

O valor semanal de 100 MT é uma previsão que você deve lutar em cumprir ou
compensar em caso de falhar numa semana, para não correr o risco de não alcançar
as metas.

1.3.4 Contas em Instituições Bancárias

Uma conta é uma relação ou um registo das transacções entre um cliente e uma
instituição bancária.

Um cliente pode ter uma conta poupança, uma conta corrente, uma conta a prazo, uma
conta cobrança, etc. em qualquer instituição bancária à sua escolha.

Conta Poupança

Este tipo de conta bancária tem as seguintes características:

 É exigido um depósito mínimo inicial no acto de abertura;

Pg. 33
 O titular da conta deve manter o saldo mínimo exigido na conta;

 Pode ser depositado dinheiro nesta conta em qualquer altura;

 O levantamento está limitado a um certo montante por semana;

 De cada vez pode ser levantada uma quantia limitada;

 É preciso um aviso para levantamentos de valor elevado;

 É emitida uma caderneta onde são registados todos os depósitos e


levantamentos; e

 Os juros são pagos ao titular da conta sobre o saldo da conta no fim dum
determinado período, que pode ser um mês, um trimestre, seis meses ou um
ano.

Esta conta é ideal para pequenos aforradores como estudantes que desejam poupar o
seu dinheiro.

Conta Corrente

Estas contas têm as seguintes características:

 Um depósito mínimo inicial no acto de abertura;

 Não é exigido um saldo mínimo abaixo do qual o cliente é cobrado/penalizado;

 Pode ser depositado qualquer montante;

 Não há restrições quanto ao montante a levantar em qualquer altura nem quanto


ao número de levantamentos num dado período.

 É oferecida aos clientes a possibilidade de pagarem com cheques.

 O extracto da conta é normalmente emitido no fim do mês ou do período que o


cliente preferir.

Pg. 34
 Não são pagos juros sobre os depósitos feitos numa conta corrente.

 É cobrada uma comissão pela manutenção dos registos, emissão dum livro de
cheques, cobrança de cheques no país, etc.

 São permitidos saques a descoberto na conta corrente fazendo uma


combinação especial com o banco.

Este tipo de conta é ideal para pessoas e empresas que queiram fazer depósitos e
levantamentos frequentes.

Conta a prazo

Este tipo de conta tem as seguintes características:

 É preciso um montante mínimo para um período específico.

 Não devem ser feitos nem depósitos nem levantamentos na conta a prazo
enquanto não expirar o prazo estabelecido.

 Os juros pagos ao titular da conta são mais altos em comparação com outros
tipos de contas.

 É emitido um tipo de recibo ao titular da conta a prazo na altura em que é feito o


depósito.

 Quando o titular da conta levanta o seu dinheiro antes do fim do prazo


estabelecido, perde o direito aos juros previstos.

Este tipo de conta é ideal para um cliente que tenha grandes somas de dinheiro à sua
disposição e que não precise de usa-lo durante um certo período. Por exemplo, um
empresário que negoceie em produtos sazonais pode preferir este tipo de conta para
guardar o seu dinheiro enquanto o negócio estiver parado.

Pg. 35
Conta cobrança

Esta é uma conta que é aberta por um cliente numa instituição bancária para que
possa receber os pagamentos de terceiros através desta conta.

Por exemplo os órgãos fiscais em alguns países abriram contas cobrança em várias
instituições financeiras através das quais os contribuintes pagam os seus impostos. As
escolas também abrem contas cobrança em instituições financeiras à sua escolha nas
quais os estudantes podem pagar as propinas.

1.3.5 Algumas Transacções em Instituições Bancárias

Podem ser feitas muitas transacções entre os clientes e as instituições bancárias.


Estas transacções incluem:

Abertura de uma conta bancária

Quando um cliente quer abrir uma conta numa instituição financeira, ele geralmente
tem que apresentar o seguinte:

 Um montante mínimo para o depósito inicial

 Fotografias tipo passe

 Dependendo do banco, duas ou três recomendações

 Documento de identificação, por exemplo bilhete de identidade ou carta de


apresentação da autoridade local.

 Preencher e assinar formulários de inscrição dando informação pormenorizada


sobre ele próprio.

 Se for aceite, é atribuído ao requerente um número de conta.

 O requerente faz então um depósito inicial em dinheiro.

Pg. 36
 É entregue ao titular da conta uma caderneta, um livro de cheques ou recibo
dependendo do tipo de conta que tiver aberto.

Depositar dinheiro na conta

Para depositar dinheiro na conta poupança ou na conta à ordem, um cliente preenche


um formulário de depósito em duplicado. O caixa confere o dinheiro a ser depositado.
Verifica a informação no talão de depósito (o montante por extenso e em algarismo, o
nome e o número da conta, data, etc.). Se tudo estiver em ordem, o caixa carimba e
devolve um exemplar do talão de depósito ao cliente. O talão de depósito para um
banco comercial pode ter o aspecto que se mostra mais abaixo.

Os bancos têm talões de depósito distintos para depósitos em dinheiro e em cheques.


Tal como o talão de depósito em dinheiro, o talão de depósito com cheques tem um
espaço para o depositante preencher com a data em que faz o depósito, o título da
conta (o nome do titular da conta), o endereço do depositante e o número da conta (na
qual o depósito está a ser feito). A seguir deve haver colunas mostrando o banco a que
pertence o cheque a depositar, o número do cheque e o seu montante.

Depois de preencher o talão de depósito, o depositante deve escrever o número da sua


conta na parte de trás de cada cheque e entregá-los juntamente com o talão de
depósito ao funcionário do banco/ caixa que verifica se está correcto, assina, carimba e
entrega uma cópia ao depositante. A seguir dá-se um exemplo de um talão de
depósito.

Pg. 37
Um exemplo dum talão de depósito em dinheiro para um Banco Comercial em
Moçambique (Barclays)

Levantamento de dinheiro duma conta bancária

Os depositantes são normalmente livres para levantarem dinheiro das suas contas
desde que estas tenham provisão. Embora possam levantar dinheiro a qualquer hora
em que os bancos estejam abertos, os titulares de contas poupança podem estar
limitados quanto aos montantes que podem levantar de cada vez e quanto ao número
de vezes que podem efectuar levantamentos numa semana. Alguns bancos podem

Pg. 38
exigir que os titulares de contas poupança dêem um aviso prévio se pretenderem
levantar montantes que ultrapassam um certo limite ou um número de vezes que
ultrapassa o máximo semanal.

Um exemplo dum talão de levantamento em dinheiro para um banco comercial em


Mozambique ( Barclays)

Pg. 39
Um exemplo cheque de levantamento de dinheiro duma conta no BCI- Fomento

Um cheque é um documento escrito e assinado por um titular duma conta ao seu


banco solicitando-lhe que pague um montante especificado à pessoa a quem o cheque
é passado. O titular da conta que escreve e assina o cheque é designado por sacador.
A pessoa a quem o cheque é passado é a pessoa que é paga pelo banco do sacador.

Um cheque é considerado válido para pagamento pelo banco do sacador nas seguintes
condições:

 Quando é preenchido e assinado pelo actual titular da conta


 Quando tem a data em que foi preenchido
 Quando tem o número da conta
 Quando o montante em algarismos corresponde ao montante por extenso
 Quando o sacador tem dinheiro suficiente na conta em comparação com o que está
escrito no cheque
 Quando não há cancelamento ou se foram rubricados.

Se faltar qualquer uma das informações acima o cheque não é aceite pelo banco do
titular. O pagamento desse cheque não é feito pelo banco do sacador. De igual modo,
a pessoa que é paga com o cheque não deve aceitá-lo.

Pg. 40
1.3.6 Impostos e taxas pessoais

Impostos são pagamentos obrigatórios e não reembolsáveis feitos pelas pessoas,


sejam elas singulares ou colectivas, ao fisco, que pode ser o governo central ou o
governo local, directamente ou através dos seus representantes.

Pagamento de impostos: As pessoas apoiam a economia através do pagamento de


vários impostos ao governo. O governo usa as receitas dos impostos para prestar
serviços sociais como segurança, educação, saúde, etc.

Alguns impostos vigentes em Moçambique são:

 Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRPS);

 Imposto Autárquico;

O Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRPS) - é um imposto


directo incide sobre o valor global anual de rendimentos de pessoas singulares, mesmo
quando provenientes de actos ilícitos. Incide sobre as pessoas singulares que residam
em território moçambicano, e as que não residindo, tenham obtido aqui os seus
rendimentos.

Pg. 41
A seguir apresenta-se um modelo de formulários para a declaração de rendimentos no
processo de pagamento do IRPS

Pg. 42
Pg. 43
Pg. 44
Resumo

Rendimentos são os ganhos que um indivíduo obtém numa actividade remunerada.


Salários, soldo, lucros, juros e bónus são os tipos de rendimento mais comuns.

Há três formas principais de uso dos rendimentos obtidos: consumo, poupança e


investimento. Estas formas de uso se relacionam entre si. Quando o consumo for
maior, a poupança fica menor ou mesmo nula. Quanto maior for a poupança maior será
a capacidade de investir.

Você pode poupar fazendo depósitos no banco, comprando bens de valor, criando
associação de poupança, etc.

A gestão é importante porque permite usar da melhor forma os recursos existentes


para alcançar os objectivos e as metas pessoais. Para isso, a gestão possui quatro
funções básicas que são: a) planear; b) organizar; c) liderar; e d) controlar.

Impostos são pagamentos obrigatórios e não reembolsáveis feitos pelas pessoas,


sejam elas singulares ou colectivas, ao fisco, que pode ser o governo central ou o
governo local, directamente ou através dos seus representantes.

Algumas Dicas para uma Boa Gestão das Finanças Pessoais

 Programar e tentar levantar o pagamento de dívidas, priorizando as que têm


menor taxa de juros.

 Registar todas as despesas, inclusive as pequenas, para ter visibilidade de seus


gastos e elaborar um orçamento real.

 Evitar comprar a prazo, pois você perde a visibilidade do seu gasto.

 Evitar usar cartão de crédito para despesas pequenas.

 É importante também evitar a compra por impulso.

Pg. 45
MÓDULO

2. ADOPTAR HÁBITOS DE VIDA SAUDÁVEL

Pg. 46
UNIDADE 4
1.1 DEMONSTRAR UM COMPORTAMENTO SAUDÁVEL EM TERMOS
NUTRICIONAIS

Critérios de Desempenho:

a) Sabe as regras para seguir uma dieta semanal equilibrada;


b) Identifica a importância nutricional de cada grupo de alimentos;
c) Interpreta correctamente os rótulos que contém informação;

“Comer é um dos maiores prazeres da vida. (...) Neste ponto, porém, cabe um
alerta: as delícias da comida podem ser usadas para o nosso benefício ou para
a nossa destruição! Há uma profunda verdade do ditado popular: “ Você é o que
come”.

Nesta unidade, demonstrar um comportamento saudável em termos nutricionais, serão


abordados os seguintes temas:

 O que é uma alimentação


saudável
 Dieta alimentar equilibrada
 Como fazer um cardápio
saudável

2.1.1 O que é uma alimentação saudável?

Uma alimentação saudável é aquela que responde todas as exigências do organismo,


ou seja, não está abaixo nem acima das necessidades do nosso organismo. Para além

Pg. 47
de ser a fonte de nutrientes, a alimentação envolve aspectos, como valores culturais,
sociais, afectivos e sensoriais (dos sentidos).

Uma alimentação saudável deve responder às seguintes condições:

 Variada: que inclui vários grupos alimentares, a fim de fornecer diferentes


nutrientes (por exemplo: cereais, frutas, hortaliças, carnes, lacticínios e feijões).

 Equilibrada: respeitando o consumo adequado de cada tipo de alimento


(exemplo: deve-se comer mais frutas do que gorduras).

 Suficiente: em quantidades que atendam e respeitem as necessidades de cada


pessoa.

 Acessível: baseada em alimentos “in natura”, produzidos e comercializados


regionalmente (acessibilidade física), que são mais baratos que alimentos
industrializados (acessibilidade financeira).

 Colorida: quanto mais colorida é a alimentação, mais adequada é em termos de


nutrientes. Além de assegurar uma refeição variada, isso a torna atractiva, o que
agrada aos sentidos, estimulando o consumo de alimentos saudáveis, como
frutas, legumes e verduras, grãos e tubérculos em geral (tais como mandioca e
batatas).

 Segura: os alimentos não devem apresentar contaminantes de natureza


biológica, física ou química ou outros perigos que comprometam a saúde do
indivíduo. Assim, deve-se respeitar regras de higiene, procurando manusear e
armazenar adequadamente todos os alimentos, descartando aqueles que
possuem o prazo de validade vencido ou que estejam visivelmente estragados.

Pode observar que ao falar de alimentação não se deve pensar apenas em


quantidade, mas também em qualidade. A quantidade de alimentos, como já
mencionado, deve ser ingerida de maneira que não falte nem ultrapasse as
necessidades de um indivíduo. Esse aspecto é importante, pois previne o

Pg. 48
aparecimento de doenças causadas tanto pela falta quanto pelo excesso de
alimentos.

ALIMENTAÇÃO CONSEQUÊNCIA
Excesso Obesidade
Normal Saúde
Insuficiente Desnutrição

2.1.2 Dieta alimentar equilibrada

Uma dieta equilibrada é aquela que contém os alimentos que o nosso organismo
precisa para um bom funcionamento.

O processo digestivo permite a utilização da energia contida em alguns nutrientes.


Todos os alimentos que comemos são transformados em nutrientes, mas nem todos os
nutrientes se transformam em energia. A energia possui uma forma de ser medida.
Essa medida de energia pode ser chamada de caloria, abreviada geralmente por cal
ou kcal. Ela é o combustível utilizado pelo corpo humano para realizar actividades.

Para termos uma ideia, a seguir é apresentada uma tabela com o valor energético de
alguns nutrientes.

NUTRIENTE VALOR
ENERGÉTICO
Carbohidratos 4 KCal/g
Proteínas 4 KCal/g
Lípidos 9 KCal/g

Pg. 49
As fontes energéticas podem ser subdivididas em macronutrientes e micronutrientes,
conforme se apresenta na tabela a seguir:

Fontes Tipos Função Exemplos


energéticas
Carbohidratos Fornecem energia para Cana-de-açúcar, beterraba, banana,
(Maior quantidade os músculos realizarem arroz, pão, milho, farinha de
provém de origem movimentos mandioca, farinha de trigo, batata,
vegetal) inhame, mandioca
Proteínas Formação de células Vegetal (feijão, soja, lentilha, grão de
Macronutrientes

(Origem vegetal e bico e ervilha)


animal) Animal (Carnes de vaca, porco,
aves; peixes, ovos; leite e iogurte)
Lípidos ou Fornecem energia e para Vegetal (óleos de soja, milho ou
gorduras/óleos a formação de girassol; azeite de oliva, abacate,
(Origem vegetal e hormônios, protecção dos amendoim)
animal) órgãos e transporte de Animal ( manteiga, banha de porco,
alguns micronutrientes creme de leite, toucinho)
Fibras (in)solúveis Auxiliar no funcionamento Solúveis (Polpa das frutas, legumes
(Origem vegetal) dos intestinos ou hortaliças e leguminosas)
Insolúveis (cereais integrais, soja e
casca das frutas)
Vitamina A Bom funcionamento da Gema de ovo, fígado bovino,
visão abóbora
Funcionamento do Carnes em geral, cereais integrais,
Vitaminas do sistema nervoso, fígado, brócolos, couve, espinafre,
complexo B metabolismo dos batatas, banana, abacate, hortaliças
nutrientes e produção de
células do sangue
Vitamina C Protecção e resistência a Laranja, limão, caju
doenças
Vitamina D Formação e Leite integral, manteiga, gema de
Micronutrientes

desenvolvimento de ovo
ossos e dentes
Vitamina E Protecção e formação de Carnes, amendoim
células
Possibilita a cicatrização Fígado, brócolos, couve, espinafre,
Vitamina K de ferimentos ovos
Transporte de oxigénio, Carne em geral, peixes, leite e
contracção de músculos, derivados, sal de cozinha, banana,
Minerais (Ferro, gestão de líquidos no maça, tomate, hortaliças, frutos do
cálcio, sódio, organismo, comunicação mar (camarão, mexilhão, etc.), sal
potássio e iodo) no sistema nervoso e iodado de cozinha
formação de hormônios)

Água Principais elementos que Está presente na maioria dos


permite a vida alimentos

Pg. 50
2.1.3 Como fazer um cardápio saudável

Para direccionar correctamente sua escolha de alimentos para cada refeição vamos
dividi-los em três grupos, tendo como base sua composição nutricional. Observe bem
onde cada alimento se encaixa e veja o número de tipos que você deve usar em cada
refeição: reguladores, energéticos e construtores.

Reguladores: Este grupo de nutrientes que regulam o funcionamento de vários


processos orgânicos. Esses nutrientes são: vitaminas, minerais, celulose e água.

Os alimentos reguladores são:

 Verduras: alface, agrião, brócolos, repolho, almeirão, couve, etc.;

 Frutas: maça, manga, banana, abacate, pêra, melancia, uvas, etc.;

 Legumes: aboborinha, cenoura, tomate, vagem, quiabo, abóbora,


beringela, beterraba, etc.

Observação: Devemos consumir de preferência e em abundância alimentos crus e


iniciar a refeição com elas, variando-os no dia-a-dia.

Energéticos: Os nutrientes deste grupo fornecem calorias para o gasto diário do


organismo. São eles:

 Cereais em grãos: arroz, trigo em grão, aveia, milho verde, centeio, etc.;

 Farinha de cereais: farinha integral, farinha de milho, etc.;

 Farinha de raízes: farinha de mandioca, palmilho, fécula;

 Mel, melado, açúcar mascavo, açúcar de mesa;

 Pães, massas, bolos e bolachas;

 Raízes feculantes, batata, batata-doce, mandioca, inhame;

 Óleos, creme de leite, gorduras, banha vegetal;

 Oleaginosas: castanhas, azeitonas.

Observação: Deve-se evitar quantidades excessivas, misturar mais de 2 tipos de


energéticos (para alguns, apenas 1 tipo) por vez e mastigá-los bem.

Pg. 51
Construtores: Os nutrientes que exercem esta função são as proteínas. Tais
nutrientes são responsáveis pela reposição de tecido danificado, pela formação
de hormônios e enzimas. Fazem parte deste grupo de alimentos:

 Castanhas, amendoim, gergelim, sementes de um modo geral (abóbora,


girassol, gergelim, linhaça), germe de trigo e levedo de cerveja;

 Carnes de vegetais e de animais, ovos;

 Leite, queijo, iogurte, coalhada.

Observação: Deve-se evitar quantidades excessivas e mastigá-los muito bem.

Exemplos de Cardápios

PEQUENO-ALMOÇO Substituições sugestivas


Reguladores Vitamina de frutas (não mais do que três
Banana e mamão qualidades) mamão e pêra, abacate e maça
verde, etc.
Energéticos Torradas com nata, panquecas com mel ou
Pão integral com mel ou geleia, se desejar melado, bolos simples, bolachas de aveia,
adicione mais um tipo de energético. polenta, mingau de cereais, flocos, granula.
Construtores Iogurte batido com mel ou frutas, castanhas,
Leite de vaca ou vegetal. Se quiser, poderá germe de trigo, ovo quente, queijo fresco, patê
adoçar com mel ou bater com frutas de azeitona, patê de ovo.

Observação: Se as refeições forem equilibradas no desjejum e almoço, é maior o


rendimento físico e mental durante o dia. Não há necessidade de jantares pesados.
Neste caso, sugerimos que prepare um jantar à base de cereais e frutas, omitindo o
alimento proteico desta última refeição. Caso queira usá-los aconselhamos a limitar-se
a iogurte ou leite desnatado, ou ainda algumas castanhas, azeitonas ou patê proteico.
Veja alguns exemplos de cardápio de jantar.

ALMOÇO Substituições sugestivas


Reguladores Variar á vontade (não mais que três
Salada crua: escarola e cenoura (prato variedades de vegetais em cada refeição)
grande) Variar o legume (o uso é opcional)
Energéticos Arroz integral simples, á carreteiro, á grega,
Arroz integral com azeitonas pretas e salsicha polenta, puré de batata, macarrão (preferir
integral), mandioca, panquecas de legumes.

Pg. 52
Construtores Castanhas, sementes, bife de soja, assado de
Assado de Soja lentilha, bife vegetal, carne vegetal, assado de
tofu ou ricota, etc.

JANTAR
(Esta deve ser a refeição mais leve do dia) Substituições sugestivas
Reguladores Variar com: 1 a 3 opções de frutas de cada
Pêra e laranja vez (inteiras, como vitaminas, saladas de
frutas, etc.)
Energéticos Flocos ou mingau de cereais, bolacha
Torradas integrais com geleia salgada, sopa de cereal, arroz integral, milho
verde, aveia, etc.
Construtores Preparos a base de iogurte ou leite, patês a
Iogurte base de azeitona, ricota, tofu, etc.

Veja a seguinte pirâmide abaixo que irá facilitá-lo a compreender como deverá
funcionar um cardápio saudável e quais deverão ser os alimentos a serem dados
prioridades.

Observe que a pirâmide está colorida em verde, amarelo e vermelho. Assim como no
trânsito, essas cores apresentam significados dentro da pirâmide: a base e o segundo
andar são compostos por alimentos que devemos consumir em maiores quantidades,
enquanto o terceiro andar já exige um pouco de moderação e o topo pode chegar até à
restrição.

Pg. 53
Além disso, o volume da pirâmide também nos indica uma informação importante: a
proporção dos grupos de alimentos que devemos ingerir.

Resumo

Quando nos referimos ao valor nutritivo dos alimentos, não os estamos relacionados
com o respeito á sua composição química, mas sim, com os componentes que
classificamos como nutrientes, conhecidos como carbohidratos, proteínas, gorduras,
vitaminas, sais minerais e água.

A nutrição e dieta envolvem acções voltadas para alimentação humana, considerando


estudo das necessidades nutricionais de indivíduos e colectividades, sadios e
enfermos, em todas as fases do ciclo vital. Essas acções incluem o transporte, a
conservação, a selecção e o preparo de alimentos, visando seu aproveitamento
integral, sua distribuição e segurança alimentar.

Dicas para uma alimentação saudável

 Usar alimentos em estado mais natural possível;

 Verificar a data de validade nos alimentos embalados ou em conserva;

 Verificar a informação nutricional dos alimentos embalados ou em conserva


tendo em conta uma alimentação equilibrada;

 Distribuição equilibrada das refeições (pequeno-almoço bem reforçado, almoço


normal, jantar bem leve e várias horas antes de dormir);

 Procurar manter regularidade nos horários das refeições.

 Tomar bastante líquidos durante o dia, mas não durante as refeições;

 Andar ou movimentar-se após as refeições, não comer quando estiver nervoso


cansado ou agitado; e

 Mastigar bem os alimentos e comer com muita calma.


Pg. 54
UNIDADE 5
2.2 DEMONSTRAR HÁBITOS DE HIGIENE PESSOAIS

Critérios de Desempenho:

(a) Conhece as regras de higiene pessoal;

(b) Identifica os riscos associados com a falta de higiene;

Nesta unidade, demonstrar hábitos de higiene pessoais, serão abordados os seguintes


temas:

 Higiene pessoal
 Riscos associados com a falta de higiene

2.2.1 Higiene Pessoal

Higiene são práticas saudáveis e limpas que mantém a boa saúde. As mudanças dos
hábitos de higiene durante todo o processo evolutivo da humanidade são um dos
factores mais significativos para que o Homem de hoje tenha uma maior longevidade.

Com as mudanças de atitude, o Homem adquiriu aprendizagens relacionadas com os


seus padrões nutritivos (alimentação) e a cuidar melhor da higiene de seu próprio
corpo. Por isso, várias doenças causadas pela ingestão de alimentos contaminados e a

Pg. 55
falta de higiene pessoal diminuíram sensivelmente, levando-o a melhorar a sua
qualidade de vida. A influência que as condições de saneamento básico têm sobre a
saúde da população é notória.

A higiene é o conjunto de meios para manter as condições favoráveis à saúde.

Os hábitos de higiene diários incluem não só a lavagem corporal mas também o tipo de
alimentação, vestuário e calçado, a postura no dia-a-dia, as horas de sono diárias e a
prática de exercício físico.

Higiene corporal

A lavagem corporal tem como finalidade limpar a pele, cabelos, unhas, boca e dentes,
eliminando poeiras, secreções, micróbios e maus odores, prevenindo doenças.

A protecção do corpo e a manutenção da saúde individual é também assegurada


através do vestuário e do calçado, pois são eles que protegem o organismo contra as
variações de temperatura, radiações solares e outros factores agressivos ao meio. O
vestuário e o calçado devem ser confortáveis, permitir a boa postura e devem estar

Pg. 56
sempre limpos, principalmente as peças que contactam directamente como a pele,
como, por exemplo as cuecas e as meias.

O banho diário utilizando-se uma escova para escovar as axilas com espuma de sabão
e a aplicação de um desodorizante comum ao local, após o banho, é talvez a melhor
solução para se evitar o mau cheiro axilar. Se não houve cuidados prévios, e já está
formado um revestimento amarelado em cada pêlo, então é necessária a remoção dos
pêlos com um aparelho de barbear. Os pelos que nascerão depois se manterão limpos
se forem tomados os cuidados acima indicados.

O rosto. O rosto é nosso cartão de apresentação principal. Contém um grande número


de informações de interesse social. Uma pessoa sagaz, analisando os traços, os
movimentos e o tratamento do rosto de alguém, pode intuir muita coisa sobre a sua
personalidade, de modo que suas respostas em relação ao outro serão influenciadas
por esses sinais. Não cabe aqui analisar essas mensagens porém apenas ressaltar os
aspectos relativos à higiene.

Cabelos. O cabelo, independentemente do estilo, deve estar sempre limpo e bem


cortado, e a barba feita. Barba e cabelos crescidos e sujos geram, além de mau cheiro,
coceiras devidas à foliculite e a parasitas do couro cabeludo. Após um dia de suor e
poeira, deve-se tomar um banho lavando bem a cabeça.

Higiene Oral

Depois de cada refeição há resíduos alimentares que ficam nos dentes se estes não
forem escovados com regularidade, acumulando-se e atraindo micróbios que se
transformam em ácido.

Esse ácido “ataca” o esmalte dos dentes provocando as cáries. Quando a cárie se
aprofunda provocando abcessos dentários, dores de cabeça, enxaquecas, problemas
no funcionamento dos pulmões, coração, fígado, rins, sistema nervoso, coluna
vertebral, etc.

Pg. 57
É essencial escovar os dentes após cada refeição e visitar regularmente o dentista
para prevenir as cáries.

Como escovar os dentes?


 Inicie a escovagem pelos molares (dentes de trás), escove um maxilar de
cada vez com movimentos verticais circulares;
 Usando a mesma técnica, escove a superfície interna dos dentes;
 Escove os incisivos (dentes da frente) colocando a escova na vertical;
 Termine com a escovagem das superfícies mastigatórias dos dentes, com
movimentos de vai-e-vem; e
 Não se esqueça de escovar a língua.

É aconselhável que escove os dentes duas a três vezes por dia, durante pelo menos 2
minutos. No intervalo entre os dentes limpe com fio dental.

Higiene genital

Feminina

Devemos saber que a zona genital feminina deve ser tratada com produtos naturais, e
nunca devemos deixar de limpar e tratar a zona genital.

Pg. 58
Eis algumas recomendações:

 Use sempre sabonetes neutros;


 Nunca use desodorizantes de outras pessoas que toquem no corpo;
 Mantenha os pelos púbicos cortados;
 Após ter urinado, limpe a vulva com água ou encostando o papel higiénico, sem
fazer movimentos bruscos, para evitar que o papel se rasgue e deixe pequenos
pedaços; nunca passe o papel higiénico de trás para a frente pois poderá
contaminar a vagina com bactérias que habitam normalmente a região perianal;
 No banho, procure afastar os lábios vaginais para limpar os restos de líquidos
que restam em redor da vagina;
 Durante a menstruação troque o penso ou tampão com frequência;
 De preferência use roupas íntimas de tecido natural como o algodão. As cuecas
de renda aumentam a temperatura e irritam as mucosas;
 Evite usar roupas apertadas no dia-a-dia. Durma com roupas soltas, e dispense
as cuecas sempre que possível;
 Procure urinar após a relação sexual. Esse hábito ajuda a evitar a cistite já que o
“jacto” urinário lava a uretra, que em algumas mulheres se contamina com muita
facilidade no coito;
 Use preservativo, esse também é um bom hábito de higiene.

Masculina

A higiene íntima do homem também deve ser diária. Devemos sempre limpar e/ou
lavar a zona do orifício da uretra, porque normalmente contém restos de urina.

Depois de uma relação sexual o homem deve sempre limpar o orifício da uretra porque
pode conter muco feminino e restos de esperma.

Apesar de ser pouco romântico, após qualquer tipo de contacto sexual, deve-se lavar
os genitais com água corrente, mesmo tendo usado preservativo. Usar um sabonete

Pg. 59
neutro e massajá-los levemente. Incluir a glande, o prepúcio, o corpo de pénis, região
púbica, região anal e a zona perianal.

Há homens em que a produção e acumulação de materiais viscosos (o popular sebo do


pénis), é mais exuberante. Nestes casos, a higiene deve ser feita com a frequência
adequada a cada indivíduo, tantas vezes quantas forem necessárias para manter o
pénis limpo.

Os pêlos púbicos, do escroto, zona perianal e das virilhas, possuem uma função pouco
conhecida e relegada para segundo plano: reduzir o atrito entre duas superfícies de
pele que se tocam. Portanto, não se deve cortar tais pêlos sob pena de ocorrer
reacções locais tais como infecções, irritações e escoriações da pele. Os que assim
preferirem, deve evitar cortá-los com lâminas, fazendo apenas o corte dos pêlos com
tesoura, deixando-os, no mínimo, com 1,5 cm de comprimento.

Higiene das mãos e das unhas

O aperto de mão quando esta está suada, suja e pegajosa e as unhas dos dedos está
crescido e abrigam sujeira, causa repulsa. Desde muito cedo os meninos e as meninas
devem ser ensinados a cuidar das unhas dos pés e das mãos. Aos meninos basta
aprender a usar um cortador de unhas e a mantê-lo em sua caixinha ou gaveta
pessoal, em casa.

Os homens podem utilizar esse mesmo instrumento, simples e barato, em lugar de


tentar cortar as unhas com tesouras grandes ou ponta de faca ou canivete. Ter um
cortador de unhas em casa é conveniente mesmo para os que preferem pagar o
serviço nas barbearias que oferecem manicuras para limpeza, corte, polimento e
verniz.

2.2.2 Riscos associados com a falta de higiene pessoal

Quando não observamos as regras básicas de higiene, corremos os seguintes riscos:

 Contrair várias doenças relacionadas com a falta de higiene (coceira, cólera,


etc.); e

Pg. 60
 Ser excluído socialmente pelas pessoas da comunidade;

Dicas Sobre higiene pessoal

 Tome banho diariamente, com o produto que habitualmente usa em casa (que
deve ser usado apenas por si);

 Utilize objectos de higiene de uso próprio;

 Faça uma higiene cuidada da sua boca: (lave a boca sempre após as refeições;
use uma escova de dentes macia);

 Mude de roupa todos os dias;

 Lave o cabelo todas as semanas;

 Lave as mãos: (antes de se alimentar, sempre que utilizar os sanitários, quando


chegar da rua, pois os objectos que nos rodeiam estão frequentemente sujos).

Pg. 61
UNIDADE 6

2.3 PLANIFICAR O SEU TEMPO DE MODO A EQUILIBRAR O TRABALHO


FÍSICO, INTELECTUAL E O LASER

Critérios de Desempenho:

a) Identifica os sinais de stress e suas causas;

b) Define a sua agenda de trabalho tomando em consideração as suas tarefas,


as horas de descanso, as horas de lazer e o tempo dedicado ao exercício.

Nesta unidade, planificar o seu tempo de modo a equilibrar o trabalho físico, intelectual
e laser, serão abordados os seguintes temas:

 Stress e suas causas


 Necessidade de equilíbrio na agenda diária

2.3.1 Stress e Suas Causas

O stress tem sido definido como qualquer acção ou situação que cause demanda
especial sobre o indivíduo. Em outras palavras qualquer coisa que cause um
desequilíbrio no físico ou no psicológico da pessoa e que requeira ajuste e adaptação.

As situações stressantes causam reacções diferentes em cada indivíduo. É esta


reacção que fará a diferença. Dependendo da maneira como o indivíduo responder,
seu organismo superará bem ou sofrerá danos maiores ou menores. Grande parte dos
resultados está na dependência da reacção que o indivíduo escolher.

Pg. 62
Sintomas ou sinais de Stress

Por ser um mal tão alastrado, e por ser possível conter estragos causados por ele,
apresentamos a lista seguinte como auxilio para que seja identificado, logo no início,
um possível quadro de stress:

 Dores de cabeça;  Perda de interesse sexual;

 Transpiração inexplicável;  Baixa concentração;

 Náuseas e/ou vómitos  Cansaço ou fisionomia cansada;


inexplicáveis;
 Dificuldade de memória;
 Sensação de desmaio;
 Ansiedade e angústia;
 Dor de estômago;
 Choro sem causa aparente; e
 Frequência e urgência para
 Problema de sono.
urinar;

Causas possíveis do Stress

 Perda de um ente querido;

 Mudança de emprego casa ou cidade;

 Problemas financeiros, familiares, profissionais ou escolares;

 Vida sedentária e monótona;

 Indivíduos cronicamente ansiosos e depressivos, ou que passam por situações


stressantes por longos períodos;

 Hábitos alimentares prejudiciais tais como: comer em demasia e/ou muito


frequentemente, irregularidade em horários, jantares pesados, abundância de
doces refinados e gordurosos, pouco uso de frutas verduras e legumes crus, etc.

Pg. 63
Efeitos do stress

O stress tem sido ligado com quase todas as doenças mais comuns da actualidade tais
como:

 Ataques cardíacos;  Dores nas costas;

 Pressão alta;  Asma;

 Úlceras;  Sistema nervoso abalado; e

 Dores de cabeça;  Câncer.

2.3.2 Necessidade de Equilíbrio na Agenda Diária

Como observamos anteriormente, o stress pode ser criado por várias situações, daí a
necessidade de se equilibrar as actividades profissionais, actividades sociais e o laser.
Para tal, apresentam-se algumas dicas:

 Controlar as situações stressantes: analise as actividades da sua vida,


verificando quais lhe causam maior stress. Podendo modificá-las ou eliminá-las
para que seu alvo seja alcançado, sem danos ao organismo.

 Escolher o tipo de reacção que você terá para cada situação stressante:
quando qualquer evento stressante acontece, eles têm que ser vistos, ouvidos
sentidos ou pressentidos pelo cérebro. Então a mente interpreta o evento e a
reacção stressante pode acontecer. Há, porém, outro caminho possível:
acalmar-se, pensar sobre o problema e escolher uma reacção tranquila e
equilibrada;

 Amplie sua vida social e nível de utilidade: tome iniciativas, crie programas
altruístas úteis, visite amigos e convide-os para visitar você, adopte uma causa,
envolva-se em trabalho voluntário;

 Planear as suas actividades diárias: para equilibrar o tempo gasto com as


actividades no trabalho, família e lazer;

Pg. 64
 Fundamente sua vida em alicerces seguros: Trabalho que lhe faça sentir útil,
amigos inspiradores e propósito para viver.

 Mantenha-se saudável: crie o hábito de dormir o mais cedo que lhe for
possível, durma em cama bem confortável e quarto bem arejado; pratique
exercícios físicos regulares (pelos menos 30 minutos diários); tome tempo para
férias, passeios á natureza, hobbies saudáveis; deixe de lado as preocupações
ou situações agitadoras logo após ao anoitecer; não vá para a cama com
estômago abarrotado nem com fome; beba água suficiente entre as refeições
até a urina sair bem clara e alimente-se saudavelmente.

Pg. 65
UNIDADE 7

2.4 ENTENDER E EVITAR OS COMPORTAMENTOS DE RISCO

Critérios de Desempenho:

a) Reconhece a pressão dos pares como factor de vulnerabilidade para relações sexuais
desprotegidas;

b) Conhece os efeitos do álcool e outras drogas no comportamento pessoal, social e


profissional;

c) Reconhece a importância de um equilíbrio para a vida e desenvolvimento pessoal;

Nesta unidade, entender e evitar os comportamentos de risco, serão abordados os


seguintes temas:

 O que são comportamentos de risco


 Como lidar com as pressões do grupo de pares
 Relações sexuais desprotegidas
 Consumo de drogas
 Equilíbrio de vida para o desenvolvimento pessoal

2.4.1 O que são comportamentos de risco?

Comportamento de risco pode ser definido como o envolvimento em actos ou


actividades que possam comprometer a saúde física e mental de uma pessoa.
Frequentemente estas formas de agir iniciam como uma curiosidade por algo (ex. qual
é a sensação de fumar? de beber álcool? etc.) ou resultam da influência de grupos de
pares (amigos, colegas, etc.)

Pg. 66
Estes comportamentos de risco na adolescência, caso não sejam identificados logo no
início, podem levar a consolidação dos mesmos podendo vir a ter consequências ao
nível individual, familiar e da sociedade no geral.

2.4.2 Como lidar com as pressões do grupo de pares?

A pressão do grupo de pares é o comportamento criado pelo desejo das pessoas


serem aprovadas e aceites pelos amigos e colegas (geralmente da mesma idade).
Frequentemente as pessoas imitam o comportamento dos amigos e grupos de pares.
Esta imitação inclui o consumo de drogas, actividade sexual desprotegida entre outros
comportamentos de risco.

Esta necessidade de aceitação tem maior impacto entre os adolescentes, embora


possa ser identificada também entre os adultos.

Uma grande necessidade de esforço para ser aceite por amigos ou colegas resulta em
grande medida duma auto-estima baixa. Assim, quando a auto-estima não for forte,
quando a pessoa não se sente bem com ela mesmo, a auto-confiança não for
saudável, esta pessoa pode ser mais facilmente influenciada pelo grupo de filiação (a
que pertence), afectando muitas vezes a sua capacidade de decisão e adoptando
comportamentos de risco.

2.4.3 Relações Sexuais desprotegidas

As relações sexuais desprotegidas são um comportamento de risco uma vez que


poderá resultar em Infecções de Transmissão Sexual (ITS) e gravidez indesejada.

Algumas Infecções de Transmissão Sexual (ITS) podem ser:

Gonorreia – é uma infecção bacteriana que causa corrimentos e ardor.

Candidiase – é uma infecção provocada por um fungo que causa corrimento,


ardor e coceira.

Pg. 67
Sífilis – uma doença provocada por uma bactéria e que se não for tratada
poderá criar esterilidade feminina e a longo prazo afectações neurológicas.

Herpes – uma infecção provocada por um vírus que causa erupções e dor na
região genital.

SIDA - é uma doença provocada por um vírus, com diversos sintomas e que
pode provocar a morte uma vez que actualmente não existe cura (apenas existe
medicamentos que estabilizam o doente).

2.4.4 Consumo de drogas

Droga pode ser definida como qualquer substância, natural ou sintética que, introduzida
no organismo afecta de qualquer maneira o funcionamento normal do cérebro ou do
corpo.

As drogas podem ser classificadas quanto a legalidade (em lícitas ou ilícitas); quanto
ao afeito no organismo (depressores, narcóticos, estimulantes e alucinogeneos).

Analisaremos as drogas quanto à legalidade:

Drogas lícitas - são aquelas que são produzidas por empresas acreditadas,
rigorosamente controladas, padronizada e testada. Os efeitos destas drogas são
conhecidos assim como a finalidade de cada uma delas.

Drogas Ilícitas – são aquelas produzidas sem qualquer controlo, padronização


ou testes prévios. São comercializadas por pessoas não credenciadas. Estas
drogas são fabricadas ilegalmente. De referir que a preocupação das pessoas
que comercializam este tipo de drogas estão apenas preocupados no dinheiro e
não na saúde dos consumidores.

Quanto ao efeito no organismo, temos a dependência. As drogas podem provocar


dependência física ou psicológica. A dependência física relaciona-se com a
necessidade que o organismo tem de obter droga para garantir o seu funcionamento. A

Pg. 68
dependência psicológica relaciona-se com a necessidade que a pessoa tem para
sentir-se seguro no meio social ou para sentir-se confortável no se quotidiano.

As drogas podem ser também analisadas quanto à tolerância que trata-se do efeito
em que o organismo adapta-se ao consumo da droga e que passa a exigir maiores
doses para obter o mesmo efeito.

Observemos a classificação das drogas, alguns exemplos, sinais e sintomas de uso e


alguns efeitos na tabela a seguir.

Classificação Exemplos Sinais e Sintomas de Uso Alguns Efeitos


da Droga
Depressores Álcool Aparente embriagues, Alteração psicossocial,
(metílico, cambalear, tropeçar, úlceras, problemas com
etílico, butílico sonolência, fala arrastada e gravidez, riscos de acidentes
e propílico) confusa, pupilas dilatadas e de trabalho ou de viação e
dificuldade de concentração. dificuldades de participação
na vida social.
Narcóticos Heroína Pupila contraídas e fixas, Risco contaminação HIV-SIDA
perda de apetite, olhos ou Hepatite B (partilha de
chorosos e vermelhos, tosse seringas),tolerância a dor,
que desaparece quando riscos de acidentes de
consome a droga, apatia e trabalho ou de viação e
sonolência. dificuldades de participação
na vida social.
Estimulantes Cocaína, Excesso de actividade, Problemas com a gravidez,
Crack, irritabilidade, nervosismo, riscos de acidentes de
Anfetaminas, argumentação fácil, euforia, trabalho ou de viação e
Tabaco (com pupilas dilatadas, muito dificuldades de participação
mais efeitos tempo sem dormir nem na vida social
para a saúde) comer, aumento da pulsação
arterial ou da tensão.
Alucinogeneos Marijuana e Pupilas dilatadas, pulsação Problemas com a gravidez,
Ecstasy cardíaca e tensão arterial riscos de acidentes de
aumentada, alteração da trabalho ou de viação e
vista, ouvido, olfacto e dificuldades de participação
percepção do tempo, na vida social
distorções da percepção e
presença de alucinações.

Pg. 69
2.4.5 Equilíbrio de vida para desenvolvimento pessoal

Como vimos anteriormente, uma grande necessidade de esforço para ser aceite por
amigos ou colegas resulta em grande medida duma auto-estima baixa. Assim, quando
a auto-estima não for forte, quando a pessoa não se sente bem com ela mesmo, a
auto-confiança não for saudável, esta pessoa pode ser mais facilmente influenciada
pelo grupo de filiação (a que pertence), afectando muitas vezes a sua capacidade de
decisão e adoptando comportamentos de risco.

Assim, como forma de evitarmos os comportamentos de risco é necessário ter uma


capacidade de decisão própria, definir os objectivos de vida pessoal. È a partir da
definição dos objectivos de vida que se identifica as principais opções que vão orientar
o desenvolvimento pessoal, académico e profissional.

Pg. 70
UNIDADE 8

2.5 ENTENDER AS FORMAS DE TRANSMISSÃO DO HIV/SIDA

Critérios de Desempenho:

a) Conhece as práticas sexuais seguras para evitar a infecção;

b) Reconhece outras formas de transmissão da infecção pelo HIV;

c) Reconhece os próprios mitos, crença e preconceitos que dificultam a


adopção de práticas sexuais seguras e outras condutas preventivas;

d) Reconhece situações de risco relacionadas com o trabalho que executa ou


com características do seu local de trabalho e sabe o que fazer em caso de
suspeita de possível infecção.

Nesta unidade, entender as formas de transmissão do HIV/SIDA, serão abordados os


seguintes temas:

 O que é HIV e SIDA


 Mitos, crenças e preconceitos relacionados ao HIV/SIDA
 Formas de transmissão da infecção pelo HIV
 Práticas sexuais seguras para evitar a infecção pelo HIV
 Situações de risco relacionadas com o trabalho

2.5.1 O que é o HIV e SIDA?

O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é um vírus que ataca o sistema


imunológico (de defesa) do corpo humano que leva a pessoa a desenvolver o
Sindroma de Imunodeficiência Adquirida (SIDA). Sindroma é o conjunto de sintomas
ou de sinais de uma doença.

Pg. 71
SIDA é um conjunto de sintomas e sinais que caracterizam a infecção causada pelo
vírus HIV. O SIDA é causado por um ser vivo muito pequeno, chamado Vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV). Este vírus infecta células do sistema de defesa e as
transforma em fábricas de vírus. São produzidos tantos vírus que a célula de defesa
acaba morrendo e quanto mais células estiverem mortas maior é a possibilidade de o/a
paciente adquirir certas doenças que podem levá-lo/a, inclusive, á morte.

2.5.2 Mitos, crenças e preconceitos relacionados ao HIV/SIDA

Em todas sociedades existem mitos, crenças e preconceitos relacionados ao HIV-


SIDA. Na nossa sociedade moçambicana também podemos encontrar alguns como:
 “Um homem infectado pelo HIV fica curado se fizer sexo com uma menor
virgem...”
 “O Sida não existe! SIDA significa Sistema de Diminuição de Amantes...”
 “O HIV transmite-se com um aperto de mão...”
 “Pode-se contrair o HIV a partir de uma picada de mosquito...”
 “SIDA é causada pela pobreza ou pela desnutrição...”
 “Deve-se ter cuidado ao lidar com uma pessoa portadora do HIV...”
 ...

Os mitos, crenças e preconceitos antes identificados devem ser combatidos, uma vez
que contribuem, directa ou indirectamente, para a propagação, exclusão ou
discriminação das pessoas vivendo com HIV.

2.5.3 Formas de transmissão da infecção pelo HIV

O HIV tramite-se através de:

ões sexuais: O vírus é transmitido por relações sexuais vaginais


Relaçõ

(penetração na vagina), anais (penetração no ânus) e orais (contacto da boca

Pg. 72
com o órgão genital masculino ou feminino), pois se encontra no sémen e no
fluído vaginal.

Uso compartilhado de seringa e por material perfuro-cortante: O vírus HIV


está presente no sangue de uma pessoa infectada, portanto o uso comunitário
(compartilhado) de seringas por usuários/as de drogas ou seringas
contaminadas pode transmitir o vírus. O uso de agulhas e seringas descartáveis
em unidades sanitárias seria o método mais eficaz de modo a evitar-se a
contaminação.

Esta recomendação é válida também para quem faz acumpunctura e para


tatuagens. Outros materiais que cortam, como aparelho de barba ou outros
instrumentos cortantes utilizados em rituais religiosos ou culturais, devem ser
usados somente pela mesma pessoa ou bem esterilizados.

Transfusão de sangue: Se o/a doador/a estiver contaminado/a, o seu sangue


levará o vírus directamente ao sangue da pessoa que o recebe. É importante
certificar-se que toda pessoa doadora tenha o seu sangue testado e que no saco
do sistema usado para a transfusão conste o carimbo de TESTADO. De referir
que um doador de sangue não corre o risco de se infectar durante a doação.

Transmissão vertical: Este tipo de contaminação dá-se de mãe para filho/a.


Pode acontecer enquanto o bebé estiver no útero da mãe, na altura do parto ou
ainda através da amamentação. O ideal seria que tanto o homem como a mulher
fizessem um teste ao HIV quando planificam ter um/a filho/a.

Pg. 73
O vírus HIV não se transmite nos seguintes casos:

 Aperto de mão;
 Beijo na face;
 Beijo na boca (excepto nos casos
em há ferida na boca);
 Carícias;
 Picada de insectos;
 Usando a mesma casa de banho;
 Nadando na mesma piscina;
 Sentando no mesmo autocarro;
 Respirando o mesmo ar;  Cuidando de pessoas
 Bebendo da mesma bebida; contaminada;
 Comendo da mesma comida;  Partilhando o mesmo sabonete;
 Usando a mesma roupa;  Partilhando a mesma toalha;
 Usando os mesmos talheres;  Estudando na mesma sala;
 Abraço;  Trabalhando no mesmo local.

2.5.4 Práticas Sexuais Seguras para evitar a infecção pelo HIV

Uma das possíveis formas de transmissão do vírus HIV é através das relações sexuais.
Para evitar esta forma de transmissão podemos adoptar as seguintes práticas:
 Utilização do preservativo (masculino ou feminino) nas relações sexuais;
 Utilização de cada preservativo masculino para apenas um acto sexual;
 Evitar ter relações sexuais desprotegidas com parceiros ocasionais;
 Evitar a utilização de um gel ou óleo para lubrificar um preservativo, uma vez
que facilmente poderá romper-se;

Pg. 74
2.5.5 Situações de risco relacionadas com o trabalho

Existem profissões, que pela sua natureza, nas quais os profissionais correm o risco de
infecção do HIV. Como exemplo podemos destacar profissionais de saúde, bombeiros
e outros (ao lidar com pessoas feridas).

Para os profissionais de saúde, o contacto acidental com sangue ocorre especialmente


nas seguintes situações:
 Durante cirurgias, especialmente na sutura;
 Quando uma agulha desencapada (fora da sua embalagem) é deixada nas
roupas de cama, roupas cirúrgicas, etc.;
 Durante a limpeza e transporte do material contaminado;
 Quando em uso de técnicas mais complexas de punção e colecta;
 Em departamentos de urgências e emergências; e
 Em intervenções de grande stress (endoscopia diagnóstica ou terapêutica em
pacientes com hemorragia digestiva.

Para os profissionais que correm o risco de contaminação no contexto das suas


actividades é necessário a adopção de medidas preventivas (luvas, máscaras, etc.)
Nos casos em que entrou-se em contacto com material contaminada existem medidas
médicas para minimizar ou eliminar o risco de contaminação.

Pg. 75
UNIDADE 9
2.6 CONHECER OS DIREITOS DAS PESSOAS VIVENDO COM HIV/SIDA

Critérios de Desempenho:

(a) Reconhece a existência de discriminação contra as pessoas que vive com o HIV;

(b) Posiciona-se contrariamente a esta exclusão;

(c) Conhece a lei relativamente ao HIV/SIDA e sua aplicação no local de trabalho;

(d) Conhece as alternativas para o tratamento de infecções de transmissão Sexual e


do HIV; e

(e) Reflecte sobre atitudes solidárias na defesa dos direitos das pessoas que vivem
com o HIV/SIDA.

Nesta unidade, conhecer os direitos das pessoas vivendo com HIV/SIDA, serão
abordados os seguintes temas:

 Discriminação contra pessoas que vivem com HIV/SIDA


 Direitos e deveres das pessoas que vivem com HIV/SIDA
 Possibilidades de Tratamento de Infecções de Transmissão Sexual (ITS) e HIV e
Atitudes Solidárias para com pessoas vivendo com HIV/SIDA

2.6.1 Discriminação contra pessoas que vivem com HIV/SIDA

A discriminação é qualquer distinção, exclusão ou preferência feita com base no estado


de ser ou não seropositivo para efeitos de anular ou diminuir a igualdade de
oportunidade e tratamento. Pode ser também definida como sendo práticas negativas
que originam o estigma (Lei 12/2009, de 12 de Março)

Pg. 76
A discriminação é algo errado e injusto. É uma violação dos direitos da outra pessoa. A
discriminação contra pessoas vivendo com HIV-SIDA pode ser:

 Obrigatoriedade de realização de testes;

 Divulgação de informação da situação da doença;

 Não recrutamento ou despedimento de pessoas vivendo com HIV-SIDA;

 Não reconhecimento da igualdade de direitos dos trabalhadores;

 Não reconhecimento dos direitos de ausência relacionada com a doença;

 Proibição de utilização de espaços;

 Não atribuição das compensações se a infecção for provocada por acidente de


trabalho; e

 Não atribuição de trabalho compatível com as reais capacidades físicas.

2.6.2 Direitos e Deveres das pessoas que vivem com HIV/SIDA

De acordo com a Lei 12/2009, de 12 de Março, as pessoas vivendo com HIV/SIDA,


para além dos direitos consagrados na Constituição da República e nas demais leis,
têm os seguintes direitos:

 Assistência médica e medicamentosa;

 Co-habitação e educação;

 Participação na tomada de decisões e em outros actos familiares;

 Candidatar-se a cargos públicos ou privados;

 Trabalho e formação profissional;

 Inviolabilidade da integridade sexual, moral e psíquica;

Pg. 77
 Respeito pela sua privacidade no seio da família e da comunidade;

 Respeito pela sua condição serológica;

 Solidariedade e assistência da família e da comunidade;

 Alimentos, nos termos regulamentados pela lei da família e por outra legislação
avulsa; e

 Tratamento gratuito no Serviço Nacional de Saúde.

Para além dos direitos antes identificados e de acordo com a Lei 12/2009, de 12 de
Março, as pessoas vivendo com HIV/SIDA tem os seguintes deveres:

 Abster-se da prática de relações sexuais sem a necessária protecção;

 Não passar para outrem lâminas, agulhas ou outros objectos cortantes ou


perfurantes usados;

 Adoptar atitudes, hábitos e comportamentos que evitem a transmissão para


outrem;

 Sensibilizar, de forma permanente, a outras pessoas vivendo com HIV e


SIDA ou não sobre os seus deveres, quanto á doença;

 Cumprir com a prescrição médica;

 Informar o seu estado serológico ao clínico;

 Dar a conhecer ao cônjuge ou parceiro sexual sobre a sua condição


serológica; e

 Não doar sangue e seus derivados, leite materno, órgãos e tecidos para uso
terapêutico, salvo no âmbito da investigação científica.

Pg. 78
2.6.3 Possibilidades de Tratamento de Infecções de Transmissão Sexual (ITS) e
HIV e Atitudes Solidárias para com pessoas vivendo com HIV/SIDA

Uma pessoa que faça sexo sem segurança está em risco de adquirir várias infecções
de transmissão sexual (ITS). Assim uma pessoa com uma ITS tem um risco aumentado
de ter uma outra ITS. O HIV é normalmente transmitido sexualmente.

As Infecções de Transmissão Sexual têm cura. No processo de tratamento e com vista


a evitar a propagação das ITS é necessário de a pessoa com a ITS faça o tratamento
com o seu parceiro sexual.

Diferentemente da maioria das ITS, a SIDA ainda não tem cura. Porém a doença pode
ser controlada através do tratamento com base no Anti-Retroviral. O Anti-Retroviral é
um medicamento que diminui a capacidade de agressão do vírus HIV, retardando a
progressão da Imunodeficiência e/ou restaurando, tanto quanto possível, a imunidade,
aumentando o tempo e a qualidade de vida da pessoa infectada.

O pressuposto básico para a adopção de atitudes solidárias para com as pessoas que
vivem com a HIV/SIDA é a nossa educação, informação e formação sobre HIV/SIDA.
Uma tendo a informação sobre o que é o HIV e SIDA; formas de transmissão; formas
de prevenção; a discriminação, preconceito e mitos relacionados com este grupo social
ou esta doença; os direitos e deveres relacionados com as pessoas vivendo com

Pg. 79
HIV/SIDA; etc. Estaremos conscientes da necessidade de solidarizarmo-nos com as
pessoas vivendo com HIV/SIDA.

As atitudes solidárias para com as pessoas vivendo com HIV/SIDA podem ser:

dia terá), mas com tratamento


(Anti-Retroviral);

 Evitar atitudes discriminatórias e


preconceituosas relacionadas
com a pessoa vivendo com
HIV/SIDA;

 Considerar que a pessoa com


HIV/SIDA precisa do nosso
 Considerar o SIDA como uma
apoio;
doença como qualquer outra que
actualmente não tem cura (um  ...

Pg. 80
BIBLIOGRAFIA

DIAS, Fernando. (2004) “Relações Grupais e Desenvolvimento Humano” Lisboa:


Instituto Piaget

ESTRELA, Carla. (2005) Life Skills: Módulo para formação Profissional.


IEFP/GTZ.

OLIVEIRA, Marta Kohl de, et ali. (2002) Psicologia, educação e as temáticas da


vida contemporânea. São Paulo: Moderna, p. 23-28.

SEQUEIRA, J. (2003). Desenvolvimento pessoal. Lisboa: 4ª ed., Monitor.

SCHWARTZ, Shalom H. Valores humanos básicos: seu contexto e estrutura


intercultural. In: PORTO, Juliana Barreiros; TAMAYO, Álvaro. Valores e
comportamentos nas organizações. Rio de Janeiro: Vozes, 2005.

TEIXEIRA, M. L., MONTEIRO, R. et ali. (2004) Valores relativos a organizações


e valores pessoais: qual a relação? (Projecto de Pesquisa patrocinado
pelo Mack Pesquisa). Núcleo de Estudos de Gestão Baseada em
Valores. Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2004.

VIDAL, Eunice Leme. (2006) Saúde com sabor: receitas para uma vida
saudável. 7ª ed. Tatuí São Paulo. Casa Publicadora.

República de Moçambique, Lei n.º 12/2009, de 12 de Março.

Pg. 81

Você também pode gostar