PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2017.0000986209

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº

2184458-31.2017.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é agravante BRADESCO
SAÚDE S/A, são agravados ROBERTA BORSOI MORAES e MARIA LUCIA BORSOI
MORAES.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 3ª Câmara de Direito Privado do

Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Negaram provimento ao
recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI

(Presidente) e BERETTA DA SILVEIRA.

São Paulo, 18 de dezembro de 2017.

Carlos Alberto de Salles

Relator
Assinatura Eletrônica
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3ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO

Agravo de Instrumento n. 2184458-31.2017.8.26.0000

Comarca: São Paulo Foro Regional de Santana
Agravante: Bradesco Saúde S.A.
Agravadas: Roberta Borsoi Moraes e Maria Lúcia Borsoi Moraes
Juiz de origem: Pedro Rebello Bortolini

VOTO N. 14599
PLANO DE SAÚDE. TUTELA DE URGÊNCIA.
REATIVAÇÃO DE PLANO DE SAÚDE. Decisão que
deferiu tutela antecipada à autora, para reativação de
plano de saúde, em 48 (quarenta e oito) horas, sob pena
de multa. Irresignação da ré. Alegação de prazo exíguo.
Não comprovação. Prazo para reativação do plano em
sistema informático. Suficiência do prazo. Medida já
cumprida, o que reforça a suficiência do prazo e afasta a
urgência da reformada da decisão. Decisão mantida.
Recurso desprovido.
Trata-se de agravo de instrumento tirado contra
decisão de ps. 48/49, que deferiu tutela antecipada à autora, para que
a ré seja obrigada a mantê-la no plano de saúde, até julho de 2018, sob
pena de multa de R$ 1.000,00 (mil reais) por dia de descumprimento,
limitada a R$ 100.000,00 (cem mil reais). Multa majorada para R$
2.000,00 (dois mil reais) diários, por decisão de ps. 98, em razão de
notícia de descumprimento da liminar.
Pleiteia a ré agravante (ps. 01/09) a reforma da
decisão, alegando que o prazo para cumprimento da liminar seria
exíguo, de 48 (quarenta e oito) horas, sob pena de converter a medida
de pressão para cumprimento da ordem judicial, com multa
(astreintes), em medida sancionatória. Sustentam que o prazo deveria
ser entre 10 e 20 dias da intimação da decisão. Requereu a concessão
de efeito suspensivo.
Indeferido o efeito suspensivo (p. 127).
Contraminuta a ps. 130/134.
Sem oposição ao julgamento virtual (p. 136).
Os autos encontram-se em termos para julgamento.

É o relatório.

O recurso não comporta provimento.

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão
que, em tutela antecipada, determinou que a agravante reestabeleça

Agravo de Instrumento nº 2184458-31.2017.8.26.0000 -Voto nº 14599 2

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plano de saúde em favor de uma das agravadas, no prazo de 48

(quarenta e oito) horas.
A agravante afirma ser o prazo exíguo, para o
atendimento da ordem judicial. Sem razão, contudo.
A ordem da decisão liminar era apenas de reativação
do plano de saúde cancelado, para uso do mesmo cartão e da mesma
apólice. Tratava-se de medida a ser cumprida em sistema
informatizado, para a qual o prazo de dois dias não se revela exíguo.
ainda mais dois dias úteis, pois o ofício foi protocolado em 30 de agosto
p.p., uma quarta-feira (ps. 88/89).
Ademais, o prazo revela-se suficiente pelas provas
colacionadas pela própria agravante: a ps. 104/105 ela dá conta de que
já cumpriu a liminar, com apresentação de imagem da tela de seu
sistema interno, com ativação em favor da agravada.
Igualmente, o cumprimento da tutela antecipada
retira qualquer urgência para a revisão da medida.
Enfim, não se nota qualquer insuficiência do prazo,
para que a tutela antecipada deva ser revista, na forma do artigo 300
do Código de Processo Civil.
Diante do exposto, nega-se provimento ao agravo.

CARLOS ALBERTO DE SALLES

Relator

Agravo de Instrumento nº 2184458-31.2017.8.26.0000 -Voto nº 14599 3