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MARINHA

ESCOLA DE TECNOLOGIAS NAVAIS

ELECTRICIDADE I - CORRENTE CONTÍNUA


PEETNA 2208
CFP 05

Departamento de Propulsão e Energia

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REGISTO DE ALTERAÇÕES

Identificação de alteração ou
Data em que foi Quem efectuou (assinatura, posto,
correcção e número de registo (se
efectuada unidade)
houver)

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ÂMBITO DO MANUAL

1. A "PEETNA 2208 - Electricidade I - Corrente Contínua " é uma publicação escolar,


elaborado pelo Departamento de Propulsão e Energia, da Escola de Tecnologias Navais,
com o objectivo de apoiar a formação ministrada no módulo de ELECTRICIDADE I, do
Curso de Formação de Praças Electromecânicos (CFP05), na modalidade presencial.

2. Encontra-se conforme com a documentação dos cursos e estrutura aprovada, tendo por
objectivo auxiliar o formando na obtenção dos conhecimentos que o habilitem a
demonstrar conhecimentos e perícias aplicados a circuitos de corrente contínua.

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ÍNDICE

CAPÍTULO 1- COMPOSIÇÃO DA MATÉRIA ........................................................................................ 1

101. CONCEITO FÍSICO DA MATÉRIA ....................................................................................... 1


102. ESTADOS DA MATÉRIA ...................................................................................................... 1
103. MISTURAS E SUBSTÂNCIAS PURAS ................................................................................ 2
104. SUBSTÂNCIAS ELEMENTARES E COMPOSTOS............................................................. 4
105. DIFERENÇAS ENTRE COMPOSTOS E MISTURAS .......................................................... 5
106. SUBSTÂNCIAS ELEMENTARES - ELEMENTOS ............................................................... 6
108. EVOLUÇÃO DAS TEORIAS SOBRE A CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA E ESTRUTURA DA
MATÉRIA............................................................................................................................... 7
a. Modelo atómico de Thomson ......................................................................................... 7
b. Modelo Atómico de Rutherford ...................................................................................... 8
c. Modelo atómico de Bohr ................................................................................................ 9
109. OS ÁTOMOS – NÚMERO ATÓMICO E NÚMERO DE MASSA ........................................ 13
110. DISTRIBUIÇÃO ELECTRÓNICA NOS ATOMOS .............................................................. 15
111. AS MOLÉCULAS ................................................................................................................ 20
112. FÓRMULAS QUÍMICAS DAS SUBSTÂNCIAS MOLECULARES..................................... 20
114. REPRESENTAÇÃO SIMBÓLICA DOS IÕES .................................................................... 22

CAPÍTULO 2 - NATUREZA DA ELECTRICIDADE .............................................................................. 25

201. ANTECEDENTES HISTÓRICOS ........................................................................................ 25


202. ELECTRIZAÇÃO POR FRICÇÃO. DETECÇÃO DE CORPOS ELECTRIZADOS ............ 26
a. Electrização por fricção ................................................................................................ 26
b. Detectores de corpos electrizados ............................................................................... 27
203. ATRACÇÃO E REPULSÃO ENTRE CORPOS ELECTRIZADOS..................................... 28
a. Comportamento dos corpos electrizados quando em presença uns dos outros ........ 28
b. Uma primeira explicação para a electrização dos corpos ........................................... 29
204. CONDUTORES E ISOLADORES ....................................................................................... 30
205. ELECTRIZAÇÃO POR CONTACTO .................................................................................. 31
a. O electroscópio de folhas ............................................................................................ 31
b. Electrização por contacto do electroscópio de folhas .................................................. 32
c. Descargas para a terra ................................................................................................ 35
206. A ELECTRIZAÇÃO POR INFLUÊNCIA ELÉCTRICA ....................................................... 36
a. Electrização de um condutor por influência sem permanência de carga .................... 36
b. Electrização de um condutor por influência com permanência de carga .................... 38

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c. Interpretação da atracção dos corpos leves por corpos electrizados ......................... 40


207. UTILIZAÇÃO DO ELECTROSCÓPIO DE FOLHAS PARA IDENTIFICAR O SINAL DA CARGA
DE UM CORPO ................................................................................................................... 41
208. EXPLICAÇÃO ACTUAL PARA A CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA .................................. 42
209. NOVA INTERPRETAÇÃO DAS DIFERENTES ELECTRIZAÇÕES .................................. 45
a. Electrização por fricção ................................................................................................ 45
b. Electrização por contacto ............................................................................................. 46
c. Electrização por influência ........................................................................................... 48
210. DESCARGAS DE CARGAS ELECTRICAS ....................................................................... 50
211. ELECTRICIDADE ATMOSFÉRICA .................................................................................... 51
212. NEUTRALIZAÇÃO DAS CARGAS ELECTRICAS ............................................................ 53
213. ELECTROSTÁTICA ............................................................................................................ 53
214. LEI DE COULOMB.............................................................................................................. 54

CAPITULO 3 - CORRENTE ELÉCTRICA ............................................................................................ 59

301. MOVIMENTO ORIENTADO DE CARGAS ELÉCTRICAS ................................................. 59


302. CORRENTE ELÉCTRICA ................................................................................................... 59
303. CONDUTORES E ISOLADORES ....................................................................................... 61
304. DESLOCAMENTO FORTUITO E DESLOCAMENTO ORIENTADO ................................. 62
305. CIRCUITO ELÉCTRICO ...................................................................................................... 63
306. CORRENTE CONTINUA..................................................................................................... 66
a. Definição ...................................................................................................................... 66
b. Sentido da corrente contínua ....................................................................................... 67
c. Mecanismo de propagação da corrente ...................................................................... 67
d. A intensidade da corrente eléctrica.............................................................................. 68
e. O Ampere ..................................................................................................................... 70
307. OS EFEITOS DA CORRENTE ELÉCTRICA ...................................................................... 73
a. Efeito calorífico............................................................................................................. 73
b. Efeito químico .............................................................................................................. 74
c. Efeito magnético .......................................................................................................... 75
308. PROBLEMAS SOBRE A INTENSIDADE DE CORRENTE ............................................... 75

CAPITULO 4 - DIFERENÇA DE POTêNCIAL – TENSÃO .................................................................. 79

401. CONCEITO DE ENERGIA – TRABALHO .......................................................................... 79


a. Conceito de Energia..................................................................................................... 79
b. Formas de energia ....................................................................................................... 80

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c. Transformações e transferências de energia .............................................................. 82


d. Medida de energia ....................................................................................................... 83
e. Unidades de trabalho no sistema internacional e unidade .......................................... 83
402. PRIMEIRA NOÇÃO DE DIFERENÇA DE POTÊNCIAL – 0 VOLT .................................... 84
403. CONDIÇÕES PARA A OCORRÊNCIA DE CORRENTE ELECTRICA ............................. 86
404. DIFERENÇA DE POTÊNCIAL - TENSÃO .......................................................................... 87
a. Dois corpos carregados com cargas de sinais diferentes ........................................... 88
b. Dois corpos com do mesmo tipo e com concentrações iguais .................................... 89
c. Dois corpos com cargas do mesmo tipo mas com concentrações diferentes............. 90
d. Vários terminais - todos com cargas diferentes ........................................................... 91
e. Tensão ......................................................................................................................... 92
f. Diferença de potêncial nos terminais de uma bateria .................................................. 92
405. COMO CRIAR E MANTER UMA DIFERENÇA DE POTENCIAL ...................................... 93
406. NOÇÃO DE FORÇA ELECTROMOTRIZ (F.E.M.) DE UM GERADOR ............................. 96
407. DETERMINAÇÃO DO VALOR DA D.D.P. – VOLTIMETRO.............................................. 97
a. UNIDADES .................................................................................................................. 99
b. DEFINIÇÃO DE VOLT ................................................................................................. 99
408. LIGAÇÃO DE BATERIAS ................................................................................................... 99
a. Ligações em série ........................................................................................................ 99
b. Ligações em paralelo ................................................................................................. 100
c. Serie paralelo ............................................................................................................. 100
409. TENSÃO APLICADA A UM CIRCUITO – QUEDAS DE TENSÃO .................................. 101
410. CONCEITO DE TERRA .................................................................................................... 104
411. PRODUÇÃO DE F.E.M. .................................................................................................... 105
a. Magnetismo................................................................................................................ 105
b. Reacção Química....................................................................................................... 106
c. Fricção ....................................................................................................................... 107
d. Luz.............................................................................................................................. 108
e. Pressão ...................................................................................................................... 109
f. Calor ........................................................................................................................... 109

CAPITULO 5 – RESISTÊNCIAS ......................................................................................................... 111

501. RESISTÊNCIA ELÉCTRICA DE UM CONDUTOR - OHM ............................................... 111


a. Noção intuitiva de resistência .................................................................................... 111
b. Definição de resistência ............................................................................................. 112

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502. VARIÁVEIS DE QUE DEPENDE A RESISTÊNCIA DE UM METAL CONDUTOR ......... 114


a. Relação entre a resistência de um fio condutor e o seu comprimento...................... 114
b. Relação entre a resistência de um fio condutor e a sua secção ............................... 116
c. A resistência de um fio metal, depende da substância de que é feito ...................... 118
d. Fórmula da resistência de um condutor..................................................................... 118
503. VARIAÇÕES DE RESISTIVIDADE COM A TEMPERATURA ......................................... 120
504. CONDUTIBILIDADE ......................................................................................................... 123
505. CONDUTÂNCIA ................................................................................................................ 123
506. MEDIÇÃO DE RESISTÊNCIAS ........................................................................................ 124
507. AGRUPAMENTOS DE RESISTÊNCIAS .......................................................................... 125
601. LEI DE OHM ...................................................................................................................... 129
602. INTENSIDADE DA CORRENTE – VELOCIDADE DOS ELECTRÕES NUM CIRCUITO SÉRIE
133
603. APLICAÇÕES DA LEI DE OHM A UM CIRCUITO ABERTO .......................................... 134
604. APLICAÇÕES DA LEI DE OHM NUM CIRCUITO FECHADO ........................................ 135
a. Determinação da intensidade da Corrente eléctrica .................................................. 137
b. Determinação da tensão ............................................................................................ 139
c. Determinação da resistência Óhmica ........................................................................ 141
605. DETERMINAÇÃO DO VALOR DA RESISTÊNCIA UTILIZANDO A LEI DE OHM ......... 142

CApíTULO 7 - LEI DE JOULE ............................................................................................................ 145

701. ENERGIA TÉRMICA E EFEITO TÉRMICO ...................................................................... 145


702. EFEITO TÉRMICO DA CORRENTE ELÉCTRICA OU EFEITO JOULE ......................... 146
703. VARIÁVEIS DE QUE DEPENDE O EFEITO JOULE ....................................................... 147
a. A medida de energia .................................................................................................. 147
b. Variáveis de que depende o efeito de JOULE ........................................................... 148
704. APROVEITAMENTO DE EFEITO DE JOULE – MAUS CONTACTOS ........................... 153
a. Curto-circuito, fusíveis e relés térmicos .................................................................... 153
b. Aparelhagem doméstica ............................................................................................ 155
c. Maus contactos – Experiência ................................................................................... 156

CAPÍTULO 8 - POTÊNCIA ELÉCTRICA ............................................................................................ 157

801. POTÊNCIA ELÉCTRICA................................................................................................... 157


802. UNIDADES DE POTÊNCIA – SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES ................. 158
803. RECEPTORES CALORÍFICOS ........................................................................................ 159
804. MEDIÇÕES DA POTÊNCIA E ENERGIA ELÉCTRICA ................................................... 161

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a. Medições com o Voltímetro e o Amperímetros........................................................ 161


b. Medições com o Wattímetro ...................................................................................... 162
c. Medição de Energia Eléctrica .................................................................................... 163
805. PROBLEMAS DE POTÊNCIA ELÉCTRICA .................................................................... 164
806. NOÇÃO DE RENDIMENTO .............................................................................................. 169
807. PROBLEMAS SOBRE O RENDIMENTO ......................................................................... 169

CAPÍTULO 9 - CIRCUITO ELÉCTRICO SIMPLES ............................................................................ 173

901. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 173


902. UMA DESCOBERTA EXPERIMENTAL DE POUILLET .................................................. 174
903. ESTUDO DE CIRCUITOS ELÉCTRICOS COM DIFERENTES LIGAÇÕES DOS RECEPTORES
175
a. Circuitos Série ............................................................................................................ 175
b. Circuito paralelo ......................................................................................................... 177
c. Circuito misto (Série - paralelo) ................................................................................. 179
904. RESISTÊNCIA TOTAL OU EQUIVALENTE DE UM CIRCUITO ..................................... 180
a. Circuito Série .............................................................................................................. 180
b. Aplicações .................................................................................................................. 182
c. Circuito paralelo ......................................................................................................... 185
d. Aplicações .................................................................................................................. 186
e. Circuito Misto ............................................................................................................. 192
905. SHUNTS E RESISTÊNCIAS ADICIONAIS....................................................................... 197
a. Shunts ........................................................................................................................ 197
b. Resistências adicionais .............................................................................................. 199
906. CIRCUITOS ESPECIAIS SÉRIE PARALELO – CIRCUITOS EM PONTE ...................... 202
a. Ponte Equilibrada ....................................................................................................... 202
b. Ponte desiquilibrada................................................................................................... 204
c. Ponte de Wheatstone ................................................................................................ 204
907. RESISTÊNCIA INTERNA DO GERADOR ........................................................................ 205
a. Queda de tensão interna ........................................................................................... 205
b. Esquema equivalente ................................................................................................ 206
c. Tensão nos terminais ................................................................................................. 206
908. LEI DE OHM PARA UM CIRCUITO FECHADO............................................................... 207
909. PROBLEMAS .................................................................................................................... 208

CAPÍTULO 10 - CIRCUITOS COMPOSTOS ...................................................................................... 211

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1001. PASSAGEM À LINHA....................................................................................................... 211


1002. PROBLEMAS .................................................................................................................... 213
1003. LEIS DE KIRCHHOFF ....................................................................................................... 213
a. Introdução .................................................................................................................. 213
b. Lei dos Nós ................................................................................................................ 214
c. Lei das malhas ........................................................................................................... 215
d. Aplicações práticas das Leis de Kirchhoff ................................................................. 216
e. Exemplos práticos ...................................................................................................... 218
1004. PROBLEMAS .................................................................................................................... 219
1005. DIVISORES DE TENSÃO ................................................................................................. 220
1006. EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO ........................................................................................ 225

CAPÍTULO 11 - CONSTITUIÇÃO DO CIRCUITO ELÉCTRICO ........................................................ 227

1101. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 227


1102. FONTES DE ALIMENTAÇÃO........................................................................................... 227
1103. CONDUTORES E ISOLOADORES .................................................................................. 229
a. Condutores ................................................................................................................. 229
b. Isoladores ................................................................................................................... 230
1104. COMANDOS...................................................................................................................... 231
1105. APARELHOS DE MEDIDA ............................................................................................... 232
a. Amperímetro .............................................................................................................. 232
b. Voltímetros ................................................................................................................. 232
c. Contadores de energia eléctrica ................................................................................ 233
1106. APARELHOS DE PROTECÇÃO ...................................................................................... 233
1107. APARELHOS DE REGULAÇÃO ...................................................................................... 234
1108. RECEPTORES .................................................................................................................. 234
1109. ASSOCIAÇÃO DE RECEPTORES NAS INSTALAÇÕES DOMESTICAS E INDUSTRIAIS.235

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CAPÍTULO 1- COMPOSIÇÃO DA MATÉRIA

101. CONCEITO FÍSICO DA MATÉRIA

No sentido amplo da linguagem corrente, e até de algum sistema filosófico, a Matéria, é a substância
primeira ou elemento mais simples que serve para constituir ou construir qualquer coisa.
No campo da ciência, sobretudo da física moderna, a Matéria é tomada em dois sentidos: como
sinónimo de substância corpórea ou ente físico, sensível, ou com massa ou seja uma grandeza
escalar que representa e significa a quantidade Matéria de qualquer corpo ou partícula elementar.

A MATÉRIA - Pode definir-se como toda a substância que tem massa (peso) e ocupa espaço.

A MATÉRIA - É constituída por partículas (ou corpúsculos) extremamente pequenas e em


constante movimento. Estas não podem ser observadas directamente, nem com os mais
potentes microscópios.

102. ESTADOS DA MATÉRIA

Conhece, desde há muito, os termos, SÓLIDO, LIQUÍDO e GASOSO, que designam os três estados
possíveis em que a matéria se apresenta na Natureza, à superfície da Terra. À luz da teoria
corpuscular, para a matéria, como é que são descritos esses diferentes estados?
Admite-se que, no estado Sólido, as partículas estão sujeitas a movimentos de vibração em torno de
posições praticamente fixas, em relação umas às outras. O mesmo já não se passa, quer no estado
Liquido, quer no estado Gasoso. Nestes estados, as partículas apresentam movimentos, em todas as
direcções, muito mais complexos e aleatórios, sem que haja qualquer direcção privilegiada. No
estado Liquido, movem-se muito perto umas das outras e com velocidades relativamente pequenas,
ao passo que no estado Gasoso as distâncias entre as partículas são grandes, quando comparadas
com o seu tamanho, pelo que se podem mover mais livremente.

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Fig.1.01 – Estados da matéria

A hipótese da existência de partículas, permite interpretar os diferentes estados da matéria.

CONCLUSÃO
− No estado Sólido, as partículas têm movimentos muito limitados.
− Nos estados Liquido e Gasoso, as partículas podem mover-se com grande liberdade, contudo, no
estado Liquido movem-se na vizinhança umas das outras, enquanto que no estado Gasoso,
movem-se bastante afastadas, umas das outras (cerca de 10 vezes o seu diâmetro).

103. MISTURAS E SUBSTÂNCIAS PURAS

Podemos sistematizar a variedade de materiais que existem na natureza, em dois grandes grupos:
misturas e substâncias puras (substâncias)

A maior parte dos materiais que nos rodeiam, têm o aspecto homogéneo, isto é, têm o mesmo
aspecto, em toda a sua extensão.
Os materiais que não são homogéneos, dizem-se heterogéneos (têm aspecto diferente). O granito é
um exemplo de material heterogéneo.

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Uma SUBSTÂNCIA PURA tem propriedades características e constantes, isto é, propriedades que
lhe são próprias. Estas permitem distinguir as substâncias puras das outras.

Haverá materiais que também sejam misturas de substâncias?


Vejamos o caso da tinta de escrever. Trata-se como vimos, de um material homogéneo. Destilando a
tinta de escrever, obtêm-se um líquido incolor, o que põe em evidência o facto de que esta, APESAR
DE SER UM MATERIAL HOMOGÉNEO, é uma mistura de pelo menos, duas substâncias.
Muitos dos materiais homogéneos são, tal como a tinta, misturas de substâncias. Alguns exemplos:
leite, vinho, água do mar, água da torneira, tinta de pintar, sangue, a quase totalidade dos
medicamentos, etc.

Todas as substâncias puras podem ser caracterizadas pelos seus PONTOS DE FUSÃO
(temperatura a que uma substância passa do estado sólido ao estado liquido) e PONTOS DE
EBULIÇÃO (temperatura que uma substancia passa tumultuosamente do estado liquido ao estado
gasoso).
Os pontos de ebulição e de fusão de cada substância dependem, apenas, da pressão atmosférica.
Os seus valores, medidos à pressão atmosférica normal, costumam ser apresentados em tabelas.

TABELA 1 - Pontos de fusão e Pontos de ebulição

Estado físico à
Substância p.f./ºc* p.e./ºc*
temperatura ambiente
Ferro 1535 3000
Cobre 1083 2563
Alumínio 660,4 2520
Sólido
Iodo 113,5 183
Naftalina 80 218
Cloreto de sódio 801 1413
Água 0 100
Líquido Alcool etílico -117 78,5
Acetona -94 56
Oxigénio -218,8 -183
Gasoso
Azoto -210 -195
*Estes valores são obtidos á pressão atmosférica -1atm

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Na linguagem corrente, o termo “puro” é muitas vezes utilizado incorrectamente. Em Química, diz-se
que, uma substância é pura SE FOR, EFECTIVAMENTE, UMA SÓ SUBSTANCIA. Como as misturas
são aglomerados de diversas substâncias, NÃO HÁ MISTURAS PURAS, logo, não é correcto falar
em tinta pura, leite puro, vinho puro, etc. …, porque se tratam de materiais que são misturas de
substâncias.

Por outro lado, não se deve aplicar o termo “substância” a qualquer material, mas apenas a
substâncias puras. Assim, não faz sentido dizer que “o vinho é uma substância…”, uma vez que o
vinho é constituído por varias substâncias, entre as quais a água e o álcool (etílico).
As substâncias puras podem ser obtidas das misturas puras, por processos físicos (evaporação,
destilação, decantação, etc.). Num processo físico, dão-se transformações físicas, pois, não surgem
novas substâncias, apenas se separaram umas das outras, as substâncias já presentes.
Normalmente, neste tipo de processo, é possível reconstituir os materiais que se obtêm apartir das
substâncias puras, misturando-as de novo.

104. SUBSTÂNCIAS ELEMENTARES E COMPOSTOS

As substâncias (puras) podem ser substancia elementares ou compostos

Substâncias elementares- constituído por um só elemento


Ex: Hidrogénio, Azoto, Cloro, Oxigénio, Ozono, Ferro e cobre.
Substâncias (puras) Compostos - constituídos por vários elementos
Ex:Água, Alcool,Sal comum(Cloreto de sódio),Benzeno,Acetona,
Ácido sulfúrico, etc.

As substâncias puras, podem ser obtidas dos compostos, por processos químicos (reacções
químicas, electrolise, etc.). Num processo químico dão-se transformações químicas, pois, surgem
novas substâncias, com propriedades diferentes das que caracterizam as substâncias já existentes
anteriormente. Neste tipo de processo, não se podem reconstituir os materiais que dão origem às
substâncias (puras), juntando-as novamente.

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As substâncias elementares são substâncias que não podem originar, por decomposição mais do que
uma substância.

105. DIFERENÇAS ENTRE COMPOSTOS E MISTURAS

Para realçar as diferenças entre compostos e misturas, vamos tomar como exemplo, a ÁGUA e o AR.
Como sabemos, quer o ar quer a água contém oxigénio. Sabemos, igualmente, que os animais
respiram oxigénio. Será que estes podem respirar, quer oxigénio do ar, quer o oxigénio da água?
Vejamos: no ar, que é uma mistura, o oxigénio mantém as suas propriedades, sendo, por isso,
respirável. Já na água, que é um composto, o oxigénio não é respirável, porque não mantém as suas
propriedades características.

Fig. 1.02

Os peixes não respiram oxigénio da composição da água, mas sim o oxigénio do ar misturado na
água.
Uma outra diferença importante entre os compostos das misturas, reside no facto de que, os
COMPONENTES DOS COMPOSTOS SE ENCONTRAM EM PROPULSÕES FIXAS, ENQUANTO
NAS MISTURAS TAL NÃO ACONTECE.
Assim, na água (um composto), a proporção entre as quantidades de oxigénio e de hidrogénio é fixa,
enquanto no ar (uma mistura), a proporção entre os diversos componentes (oxigénio, azoto, etc.) é
variável, sendo no entanto, sempre muito próxima de certos valores médios.

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Em resumo:

Diferenças entre composto e misturas

Compostos Misturas
• Os componentes perdem as • Os componentes mantêm as suas
suas propriedades individuais. propriedades individuais (embora por vezes,

• Os componentes encontram-se atenuadas).

em proporções constantes. • Os componentes podem apresentar-se em


proporções variáveis

106. SUBSTÂNCIAS ELEMENTARES - ELEMENTOS

A electrólise dos compostos (separação, por processo químico, dos seus componentes), origina
substâncias elementares. Sendo assim, parece-nos natural, que os compostos são constituídos por
substâncias elementares.
Deste modo, a água seria constituída pelas substâncias elementares, oxigénio e o hidrogénio. Os
químicos, porém, não afirmam que os compostos são constituídos por substâncias elementares, mas
sim, por elementos.
A necessidade de distinguir, os conceitos de elemento e substância elementar, reside no facto de que
diferentes substâncias elementares, podem ser constituídas pelo mesmo elemento. A diferença
reside, não no tipo das partículas constituintes, mas, no modo como essas partículas constituintes
estão agregadas umas as outras.
Ex: o diamante e a grafite são substâncias elementares constituídas pelo mesmo elemento – o
carbono

107. SIMBOLOS QUÍMICOS

Os símbolos químicos são representados por uma ou duas letras do nome do elemento (em latim,
grego ou latinizado), sendo a primeira letra maiúscula, e a segunda, quando existe, minúscula.

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Por vezes, os nomes dos elementos em português nada têm de comum com os respectivos símbolos.
Por exemplo, o sódio tem como símbolo Na. Este símbolo tem origem no nome latino do sódio,
natrium, e não, no nome em português.
Note-se – os símbolos não devem ser lidos globalmente, mas sim, “soletrados”, isto é, lidos
“letra a letra”.
Uma das vantagens do uso de símbolos, é o facto de, apesar de terem várias designações, nas
diferentes línguas são sempre representados da mesma forma (ex.: iron, hierro, ferro, etc. - é sempre
representado por "Fe")

OBS: Consulta a tabela dos elementos na página 20.

108. EVOLUÇÃO DAS TEORIAS SOBRE A CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA E ESTRUTURA DA


MATÉRIA

a. Modelo atómico de Thomson


O cientista inglês, Joseph John Thomson (1856 -1940), descobriu em 1895, uma partícula
carregada – o electrão -, que entrava na constituição das substâncias com que tinha
trabalhado, e que, tinha massa muito inferior à massa do átomo mais leve. Sentiu então, a
necessidade de criar um modelo atómico, que tivesse em consideração a existência de
electrões nos átomos. Para tal, propôs que, o átomo devia ser maciço.
A carga positiva, necessária para compensar a carga eléctrica negativa dos electrões,
encontrava-se distribuída por todo o átomo, tal como se fossem passas num pudim. Daí,
chamar-se a este modelo, o MODELO ATÓMICO DO PUDIM DE PASSAS.

Fig 1.03 - Como Thomson concebia um átomo – modelo atómico do "Pudim de Passas" (1904)

Mas, com experiências, sucessivamente mais aperfeiçoadas, os cientistas do inicio deste


século, passaram a dispor, cada vez mais, de informações relevantes para pôr à prova os

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modelos concebidos. Assim, um discípulo de Thomson Ernest Rutherford (1871 -1937), conclui,
ao interpretar uma experiencia fundamental, para a evolução do conhecimento acerca da
constituição atómica, que, o átomo não se podia assemelhar a uma massa compacta. O
modelo de Thomson era, portanto, inaceitável, perante os resultados experimentais,
interpretados por Rutherford. O átomo não podia, assim, ser uma massa compacta,
plenamente ocupada por matéria.

CONCLUSÃO:
− Segundo o modelo atómico de Thomson (1904), os átomos seriam constituídos por uma
esfera maciça, com carga positiva distribuída por toda a esfera e electrões “incrustados” no
átomo.

b. Modelo Atómico de Rutherford


De acordo com as informações experimentais, de que dispunha, Rutherford admitiu que o
átomo teria uma ZONA CENTRAL, a que chamou NÚCLEO MUITO PEQUENO em relação ao
tamanho do próprio átomo. O raio do núcleo era cerca de CEM MIL VEZES MAIS PEQUENO
que o raio do átomo.
Comparando, as dimensões de um núcleo, com as dimensões de um átomo, o raio do núcleo
está para o raio do átomo, assim como, um ponto de giz (cerca de 1mm de diâmetro) está para
um campo de futebol (100m)

Fig 1.04

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Em torno da zona central, mover-se-iam os electrões, descrevendo ÓRBITAS, tal como os


planetas, em torno do Sol. Assim, o núcleo deveria ter carga de sinal positivo, simétrica da
carga total dos electrões, visto que o átomo é uma partícula neutra.

Fig 1.05 - Modelo atómico de Rutherford

Por analogia com o sistema solar, Rutherford admitiu que, os electrões descreviam
orbitras, em torno do núcleo.

A ideia da existência de um núcleo em todos os átomos, foi introduzida, pela primeira vez, por
Rutherford em 1910, e é hoje considerada um facto assente, confirmado por inúmeras
experiencias.
O modelo atómico de Rutherford, apesar de inovador, ao considerar, que os átomos têm
núcleos e explicar diversos fenómenos, tem no entanto, uma base experimental insuficiente,
nomeadamente, no que diz respeito às posições e ao comportamento, que este indicava para
os electrões. Este modelo, foi aperfeiçoado em 1913, por NIELS BOHR (1885 – 1962), físico
Dinamarquês.

CONCLUSÃO:
− Segundo o modelo atómico de Rutherford, (1910), o átomo apresenta uma zona central – o
núcleo – onde se concentra quase toda a sua massa. Em volta deste, movem-se os
electrões. Trata-se de um modelo nuclear.

c. Modelo atómico de Bohr


Bohr, admitiu também, que o átomo tinha estrutura nuclear mas, segundo ele, aos electrões
apenas era permitido moverem-se em torno do núcleo, segundo trajectórias circulares bem
definidas e estáveis – orbitas estáveis – e não, segundo trajectórias quaisquer. A cada uma

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dessas orbitas, estáveis, corresponde uma certa energia potêncial eléctrica. Existem, portanto,
apenas alguns valores possíveis para a energia potêncial do sistema, núcleo-electrão. Esses
valores são, usualmente, designados por níveis de energia.

Fig 1.06 - Níveis de Energia

Segundo Bohr, os electrões apenas se podem encontrar em determinadas orbitras, a que


correspondem diferentes valores de energia.

Cada nível de energia é caracterizado por um número natural, n. A orbita mais próxima do
núcleo, corresponde ao nível de energia caracterizado pelo valor n=1; a orbita seguinte, a que
diz respeito uma energia maior, corresponde a um nível de energia caracterizado pelo valor
n=2; e assim por diante.
Pela teoria de Bohr, a cada nível, o número máximo de electrões deveria aumentar segundo a
2
equação 2n , e desta forma, teriámos a sequência 2, 8, 18, 32, 50, etc. Mas, na prática, o
máximo de electões por camadas, é o apresentado na tabela 1 da página seguinte.

Outro modo de designar os diferentes níveis de energia e as correspondentes orbitas utiliza as


letras seguintes:

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TABELA 1 – NÍVEIS DE ENERGIA

Subnível Total de
Camada Nível
s
2
p
6
d
10
f
14 eléctrões

K 1 1s 2

L 2 2s 2p 8

M 3 3s 3p 3d 18

N 4 4s 4p 4d 4f 32

O 5 5s 5p 5d 5f 32

P 6 6s 6p 6d 18

Q 7 7s 7p 8

Segundo Bohr, um electrão pode transitar, de uma orbita mais próxima do núcleo, para outra
mais afastada ou vice-versa. Se o electrão passou de uma orbita mais próxima do núcleo, para
outra orbita, mais afastada, foi fornecida energia ao átomo. Se o electrão passou de uma orbita
para outra, mais inferior, o átomo libertou energia.
O modelo inventado por Bohr, para a disposição dos electrões nos átomos, explicou aspectos
experimentais, de interpretação, até então, desconhecida. A partir de então, os cientistas
começaram, também, a preocupar-se com a constituição do núcleo. Por volta de 1920, foi
prevista, a existência de neutrões nos núcleos dos átomos.
Em 1932, ficou, definitivamente, aceite a existência de protões e neutrões no núcleo, logo, que
o átomo seria constituído por três partículas:

• Protões
• Neutrões
• Electrões

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A forma como estas partículas se ordenam, para formarem o átomo, é a que se observa na
figura.1.07.

Fig 1.07 - Constituíção de um átomo

As partículas que constituem o núcleo (protões e neutrões), chamam-se NUCLEÕES.


A massa de um neutrão é sensivelmente igual à massa de um protão.
A girar à volta de um núcleo e em várias camadas, temos então, os electrões, cuja massa é cerca de
2000 vezes mais pequena, que a massa de um protão ou que massa de um neutrão, e por isso, a
massa de um átomo fica determinada pelo numero de protões e neutrões, do seu núcleo.

Fig 1.08

Actualmente, o modelo atómico de Bohr, também, já foi posto de parte.


No entanto, continua-se a aceitar que:
• O átomo é constituído por um núcleo;
• O núcleo é constituído por protões e neutrões;

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• Em torno do núcleo movem-se electrões;


• Num átomo, o número de electrões é igual ao número de protões:
• Dois átomos são diferentes, se contêm um número diferente destas partículas;
• Aos electrões, apenas são permitidos determinados níveis de energia, sendo a energia dos
electrões mais próximos do núcleo, menor que a energia dos electrões mais afastados;
• Existe absorção ou emissão de energia num átomo, quando os electrões saltam de um nível de
energia para outro;
• Cada elemento químico é caracterizado por uma só espécie de átomos (definida através de
carga nuclear).
Estas afirmações, estão de acordo, quer com o modelo atómico de Bohr, quer com o modelo
atómico hoje aceite pela comunidade científica e são suficientes para o nosso estudo.

109. OS ÁTOMOS – NÚMERO ATÓMICO E NÚMERO DE MASSA

Sabe-se hoje, que os átomos de um elemento químico, não são rigorosamente iguais. No entanto,
todos têm o mesmo número de protões no núcleo. O número de protões do núcleo, de cada átomo de
um elemento, é pois, um número fundamental, permitindo distinguir esse elemento, de todos os
outros. Tal número, designa-se por número atómico e representa-se pela letra Z.
Por outro lado, num mesmo elemento, os átomos não são necessariamente iguais. Embora tendo o
mesmo número de protões, podem diferir no número de nucleões. Este número chama-se número de
massa e representar-se pela letra A.

NÚMERO ATÓMICO (Z) de um elemento: é o número de protões existentes no núcleo dos átomos
desse elemento.
É UMA CARACTERÍSTICA DE CADA ELEMENTO

NÚMERO DE MASSA (A) de uma espécie atómica: é o número de nucleões (protões + neutrões)
existentes no átomo.
NÃO É UMA CARACTERÍSTICA DE CADA ELEMENTO

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Representemos, por exemplo, dois átomos do elemento hidrogénio:

NÚMERO
DE MASSA
(A)
1 2
H 1
H
1
NÚMERO
ATÓMICO
(Z)

Fig 1.09 - Dois átomos de hidrogéneo, com igual número atómico e diferentes números de massa

O número atómico do elemento hidrogénio, é 1 – todos os átomos de hidrogénio tem 1 protão. No


entanto, diferentes átomos de hidrogénio, podem não ter o mesmo número de partículas, no núcleo.
Repare que, os átomos de hidrogénio, representados na fig 1.09, embora tenham igual número
atómico – 1 – (protões), tem número de massa diferente (nucleões) – 1 e 2, respectivamente.
Podem, então, existir átomos de um mesmo elemento, com diferente número de massa: são os
isótopos do elemento.
Os isótopos do elemento hidrogénio, podem ser simbolizados do seguinte modo:

Fig 1.10 – Exemplos de Isótopos de hidrogéneo

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ISÓTOPOS DE UM ELEMENTO: átomos com o mesmo número atómico (numero de protões) e


diferente número de massa (devido ao numero diferente de protões e neutrões, no núcleo).

O comportamento químico dos elementos, depende do número de electrões mais afastados do


núcleo (electrões periféricos). Assim, os isótopos de um elemento devem ter o mesmo
comportamento químico, pois, se tem o mesmo número de protões, têm, também, o mesmo número
de electrões.
Uma questão se pode colocar agora: como se distribuem, então, os electrões pelos diferentes níveis
de energia, de um átomo?

110. DISTRIBUIÇÃO ELECTRÓNICA NOS ATOMOS

Considere-se, por exemplo, um átomo, com cinco electrões (átomo de boro).


Como se poderão distribuir, nesse átomo, estes cinco electrões? Todos no mesmo nível de energia?
E em quais níveis de energia?
Só os resultados da experimentação, permitem responder a estas perguntas.
No entanto, esses resultados levaram ao conhecimento de que, num átomo, como em qualquer
sistema físico, existe uma tendência, para que o sistema adquira o estado estável, que é aquele, a
que corresponde a energia mínima possível, para esse sistema. Esta afirmação, é conhecida como o
princípio da energia mínima, de um sistema.
O nivel energético K, ao qual corresponde n = 1, é o nível mais próximo do núcleo; os electrões que o
ocupam, têm os valores de energia mais baixos. Seriamos, então, levados a concluir que, todos os
electrões deveriam ocupar esse nível de energia. Mais uma vez, experiências realizadas, mostraram
que, tal não é verdade. Os electrões distribuem-se satisfazendo algumas regras, sendo que, nem
sempre cumprem, o princípio de energia mínima.

Níveis de energia:
O nível K - é o primeiro a ser preenchido e só pode ser ocupado, no máximo por 2 electrões.
O nível L, o segundo nível energético a ser preenchido, só pode conter, no máximo, 8 electrões.
O nível M, terceiro nível energético, só pode conter, no máximo 18 electrões.
O nível N, quarto nível energético, só pode conter, no máximo, 32 electrões.

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As lotações de cada nível de energia ou camada (número máximo de electrões) são:

Camada Número máximo de eléctrões

K 2

L 8

M 18

N 32

O 32

P 18

Q 8

No entanto, o ultimo nível energético a ser preenchido num átomo, qualquer que seja, não pode
conter mais que 8 electrões, com excepção do nível k (1º nível), que apenas pode conter, no máximo,
2 electrões.

Vejamos, de acordo com as regras, como se distribuirão os electrões, nos átomos de um elemento de
número atómico 5:
O primeiro nivel a ser preenchido – nível K – pode ter 2 electrões. Os outros três electrões, terão que
ocupar o nivel L – 2º nivel. Esquematicamente, podemos escrever:

Elemento Número
Distribuição electrónica
químico atômico
2 2 1
1s 2s 2p
Boro (B) 5
K = 2, L=3

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Fig 1.11 - Diagrama de Linus Pauling para preencher os subniveis

Pauling, apresentou esta distribuição, dividida em níveis e subníveis de energia, em que os níveis são
as camadas, e os subníveis subdivisões destas (representados pelas letras s, p, d, f), possuíndo cada
um destes subníveis, também, um número máximo de electrões, como se pode observar, na tabela
seguinte:

Número máximo
Subnível Nomenclatura
de eléctrões
2
s 2 s
6
p 6 p
10
d 10 d
14
f 14 f

E como será a distribuição electrónica, isto é, a distribuição dos electrões, pelos diferentes níveis de
energia, nos átomos com 2, 17, 40, 79 e 20 electrões, por exemplo?

Vejamos, agora, essas diferentes distribuições electrónicas:

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Elemento Número
Distribuição eletrônica
químico atômico
2
1s
Hélio (He) 2
K=2
2 2 6 2 5
1s 2s 2p 3s 3p
Cloro (Cl) 17
K = 2, L = 8, M = 7
2 2 6 2 6 2 10 6 2 2
Zircônio 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d
40
(Zr) K = 2, L = 8, M = 18, n = 10, O =2
2 2 6 2 6 2 10 6 2 10 6
1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p
1 14 10
Ouro (Au) 79 6s 4f 5d

K = 2, L = 8, M = 18, N = 32, O = 18, P = 1


2 2 6 2 6 2
1s 2s 2p 3s 3p 4s
Calcio (Ca) 20
K =2, L =8, M =8, N =2

No caso do Cálcio (Ca), porque não escrevemos por exemplo 2: 8: 10?

− Repare que, se assim fosse, o ultimo nível energético a ser preenchido, ficaria com 10
electrões, um número superior a 8, o que contraria uma das regras atrás enunciadas.
Distribuem-se então 8 electrões, no nível M, e 2 no seguinte – nível N –, o que já não contradiz
a regra.

IMPORTANTE:
• Os átomos, de qualquer sistema físico, têm tendência a encontrar-se num estado estável,
que é aquele, a que corresponde a energia mínima possível (principio da energia mínima).
• O último nível de energia, pode conter, no máximo, 8 electrões, excepto se coincidir com o
nível k (1ºnivel), que apenas pode conter 2 electrões (no máximo).
• As propriedades químicas dos respectivos elementos, estão relacionadas com a distribuição
dos electrões nos átomos, em especial, os da última camada, os quais são denominados
electrões de valência.

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Obs: A tabela seguinte contém, o nome dos elementos oficialmente conhecidos, o respectivo símbolo
químico, peso atómico e a distribuição electrónica por camadas.

TABELA DOS ELEMENTOS OFICIALMENTE CONHECIDOS.

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111. AS MOLÉCULAS

Verifica-se que, alguns compostos e algumas substâncias simples, são formadas por partículas, com
existência independente, e constituídas por vários átomos ligados entre si – as moléculas.
As moléculas são partículas, formadas, na maioria dos casos, por um pequeno número de átomos.

Fig 1.12

As moléculas são partículas electricamente neutras. As substâncias constituídas por moléculas,


designam-se por substâncias moleculares, como é caso da água, do oxigénio do ar, do enxofre, do
açúcar, do álcool, etc.

MOLÉCULA - Partícula electricamente neutra, com existência independente, formada por um


agrupamento de átomos ou seja:
“É a menor partícula da matéria, que mantém todas as suas características”

112. FÓRMULAS QUÍMICAS DAS SUBSTÂNCIAS MOLECULARES

As moléculas e as substâncias, são representadas por fórmulas químicas:


Por exemplo: a fórmula química da água é H 2 O
Esta fórmula indica, que a molécula de água é constituída por 2 (dois) átomos de hidrogénio e 1(um)
de oxigénio.

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Sempre que, numa molécula, exista apenas um átomo de um determinado elemento, não é
necessário escrever o índice 1, no símbolo respectivo, ou seja, não se deve representar a água por
H 2 O 1 , mas apenas H 2 O.
Por outro lado, é necessário ter em consideração que, os índices devem representados numa linha
ligeiramente inferior à do símbolo. Por conseguinte, deve-se escrever-se H 2 O e não H20.
No quadro seguinte, apresentam-se algumas fórmulas químicas de substâncias moleculares.

Substâncias Fórmula química

Oxigénio O2

Enxofre S8

Álcool vulgar (etanol) C2H6O

Açúcar vulgar (sacarose) C 12 H 22 O 11

Butano C 4 H 10

Na fórmula química de uma substância, os símbolos afectados de índices, indicam o número e


espécie de átomos, que constituem a molécula dessa substância.

113. OS IÕES

Dissemos anteriormente que, os átomo são constituídos por:


− Um núcleo central e positivo.
− Electrões, que se movimentam em torno do núcleo.

Assim:
− Um ião positivo forma-se quando um átomo (ou grupo de átomos) perde, um ou mais dos
seus electrões.
− Um ião negativo forma-se quando um átomo (ou grupo de átomos) recebe, um ou mais
electrões.

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a) Àtomo neutro b) Ião positivo c) Ião negativo

Fig 1.13 - Átomos e iões de carbono

Os neutrões, são ignorados por que não contribuem, em nada, para a carga eléctrica – são neutros.
Quando os iões positivos recebem os electrões, de que tem deficiência, dão origem a partículas
neutras, e que podem ser átomos, se o ião for constituído por um só tipo de átomo.
Por outro lado, os iões negativos, quando cedem os electrões que têm em excesso, originam
partículas neutras.
O processo de um átomo que se converte em ião, denomina-se ionização.

114. REPRESENTAÇÃO SIMBÓLICA DOS IÕES

Os iões são, tal como moléculas, representados por formulas, obtidas a partir dos símbolos químicos,
dos elementos que os formam.
- 2+
Por exemplo, o ião cloreto, é representado por Cl e o ião cobre por Cu . Nesta notação indica-se, por
um lado, o átomo a partir do qual se forma o ião, e, por outro lado, a carga do ião, isto é, o número de
electrões em excesso ou em defeito.
-
Para os exemplos apresentados, temos que, o ião Cl é formado por um átomo de cloro, com um
2+
electrão em excesso. Quanto ao ião Cu , ele é constituído por um átomo de cobre, que perdeu dois
electrões.
No caso do ião formado a partir de vários átomos, como, por exemplo, o ião sulfato, a representação
2-
é feita de modo semelhante: SO 4 , indica que o ião sulfato, é constituído, por 1(um) átomo de

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enxofre(S) e 4(quatro) átomos de oxigénio(O), apresentando este conjunto de cinco átomos , 2(dois)
-2
electrões em excesso( ).
Na tabela seguinte, encontram-se alguns exemplos de iões e respectivas fórmulas.

Iões positivos Iões negativos


2+ -
Ião cobre (II) Cu Ião cloreto cl
+ -
Ião prata Ag Ião brometo Br
+ 2-
Ião hidrogénio H Ião oxido O
2+ 2-
Ião magnésio Mg Ião carbonato CO 4
3+ -
Ião alumínio Al Ião nitrato NO 3
+ 2-
Ião amónio NH 4 Ião sulfato SO 3
2-
Ião sulfito SO 4
-
Ião hidróxido OH

OBS:
− Na representação simbólica de um ião, o índice superior direito indica a carga do ião.

115. FORMULAS QUÍMICAS DE SUBSTÂNCIAS CONSTITUÍDAS POR IÕES

Já sabemos que, existem substâncias que não são constituídas por moléculas (partículas neutras),
mas sim, por iões (partículas carregadas). Logo, podemos representar essas substâncias por
fórmulas moleculares. Uma alternativa consiste em representar essas substâncias, pelas fórmulas
dos iões que as constituem, indicando a proporção entre esses iões.

- 2+
Por exemplo, o cloreto de cobre (II), que é, constituído pelos iões cloreto Cl e cobre (II) Cu , na
- 2
proporção de, dois iões Cl para um ião Cu , pode ser representado por:
2+ -
Cu (Cl ) 2
No entanto, é usual representar o cloreto de cobre II, apenas por:
Cu Cl 2
Notar que, nesta fórmula, não estão indicados os iões que constituem a substância, ao passo que na
anterior, estavam claramente representados.

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NOTA :
A fórmula química de um composto, constituído por iões, traduz geralmente, apenas as proporções
que entram nesses iões, sem indicação das suas cargas.

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CAPÍTULO 2 - NATUREZA DA ELECTRICIDADE

201. ANTECEDENTES HISTÓRICOS

Há, pelo menos, dois milénios que os fenómenos eléctricos são conhecidos. Os gregos antigos
(desde o séc. V ao séc. II a.C.) observaram que o âmbar, resina fóssil, depois de friccionado, poderia
atrair pequenos pedaços de palha, muito leves. Os gregos chamavam ao âmbar “elektron” e é esta
palavra que, mais tarde, dá origem ao vocábulo electricidade.
Thales de Mileto (séc. VII – séc. VI a.C.), filosofo grego, explicava o facto de que, o âmbar, depois de
friccionado, atraía pequenos corpos leves, supondo que no âmbar existia uma “alma” responsável por
essa atracção…
Passaram-se muitos anos, sobre estas observações e concepções dos gregos (toda a Idade Media e
parte do Renascimento), sem que se conseguisse outra explicação para tão estranha propriedade
do âmbar ou electricidade.
No ano de 1600, William Gillbert, médico da rainha Isabel I de Inglaterra, realizou algumas
experiencias, não só com o âmbar, mas também, com substâncias como o vidro e o enxofre,
verificando que a propriedade de atrair corpos leves, não era exclusiva do âmbar.
Em 1660, Otto Von Guerick pensou em electrizar uma esfera de enxofre, provocando atrito entre ela e
um pano de seda ou de lã. O dispositivo que idealizou e construiu pode considerar-se a primeira
máquina eléctrica.

Fig 2.01 – Electrização por fricção

Em 1737, Du Fay, depois de repetir e aprofundar as experiências feitas por Gilber, conseguiu tirar
algumas conclusões notáveis, tais como:

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− A electricidade é uma propriedade inerte a toda a matéria;


− Existem dois tipos de cargas.

202. ELECTRIZAÇÃO POR FRICÇÃO. DETECÇÃO DE CORPOS ELECTRIZADOS

a. Electrização por fricção


Friccione a extremidade de um pente de plástico, com um pano de lã ou uma pele de gato e
aproxime-a de pequenos pedaços de papel, colocados sobre a mesa de trabalho.

Fig 2.02 – Processo de electrização por fricção

O que observa?

Os pequenos pedaços de papel são atraídos pelo pente, ou seja, esta exerce uma força
atractiva, sobre aqueles pedaços.
Friccione, também, outros objectos, como tubos de ensaio, varetas de vidro, réguas de plástico,
etc. …, e aproxime-os, igualmente, dos pedacinhos de papel: observará, em todos os casos, a
atracção destes.
Dizemos que, aqueles objectos, depois de friccionados, electrizam-se, isto é, adquirem a
propriedade eléctrica, que é a propriedade que o âmbar adquire, quando friccionado.
Volte, agora, a friccionar o pente, com uma pele de gato e aproxime-a, rapidamente, a zona
friccionada da pele de gato, dos pequenos pedaços de papel. Poderá observar, que estes,
também são atraídos para a referida pele.
Verificamos então, que não foi apenas o pente que se electrizou, mas também, a pele
friccionada.

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Fig 2.03 – Observação do fenómeno da electrização

CONCLUSÕES:
1) A fricção é um processo de electrizar os corpos.
2) Por este processo, electrizam-se sempre, simultaneamente os dois corpos:
– O friccionante e o friccionado.

b. Detectores de corpos electrizados


Para verificar se os corpos estão ou não electrizados, é frequente utilizar pêndulos eléctricos,
como o da fig 2.04.

Fig 2.04 – Detector de corpos electrizados

Aproxime o pente à esfera do pêndulo, depois de friccionado. Observará que ésta, é atraída
para a esferográfica, tal como, os pedacinhos de papel, também o são.

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CONCLUSÃO:
− Tanto o pêndulo eléctrico, como os pedacinhos de papel, são detectores de
corpos electrizados.

203. ATRACÇÃO E REPULSÃO ENTRE CORPOS ELECTRIZADOS

a. Comportamento dos corpos electrizados quando em presença uns dos outros


Observe fig 2.05, onde se encontra uma barra de vidro suspensa, previamente friccionada, com
um pano de lã.

Fig 2.05

Friccione, também, outra barra de vidro, com outro pano de lã, e, aproxima-a da extremidade
electrizada da barra suspensa.
O que iremos observar?
− Que as duas barras repelem-se.
Repetindo esta experiencia, com barras de plástico, friccionadas, igualmente com panos de lã,
poderemos observar que estas também se repelem.

Por outro lado, se colocarmos no suporte, uma barra de vidro electrizada por fricção e
aproximarmos desta, uma barra de plástico, também electrizada, observaremos que as barras
atraem-se mutuamente. Pode-se repetir esta experiência, utilizando outros materiais.
Esta atracção ou repulsão, é um fenómeno que se manifesta pelo facto dos corpos
electrizados possuírem uma propriedade – a carga eléctrica.

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Convencionou-se, então o seguinte:


− Todos os corpos que, depois de electrizados, se comportam como o vidro friccionado,
com a lã, estão carregados positivamente (possuem carga de sinal positivo);
− Todos os corpos que, depois de electrizados, se comportam como o plástico
friccionado, com a lã, estão carregados negativamente (possuem carga de sinal
negativo).

CONCLUSÕES:
− Um corpo está electrizado, quando manifesta um atributo ou propriedade: a carga
eléctrica.
− Corpos electrizados com carga do mesmo sinal, repelem-se.
− Corpos electrizados com carga de sinal contrário, atraem-se.

b. Uma primeira explicação para a electrização dos corpos


Já sabemos que, dois corpos electrizados podem-se atrair ou repelir mutuamente. Podemos
supor, então, que devem existir forças de atracção e de repulsão entre algumas partes ou
partículas, constitutivas dos corpos.
Assim, do mesmo modo que existem corpos carregados positiva e negativamente, é natural
admitir, que também existem partículas constitutivas dos corpos com dois tipos e cargas – A
negativa e a positiva.
Diz-se que um corpo está descarregado ou electricamente neutro, quando as partículas com
carga negativa e com carga positiva existirem em número igual – o efeito das cargas
positivas neutraliza o efeito das cargas negativas.
Se retiramos partículas com carga negativa, a um corpo neutro, o equilíbrio eléctrico rompe-se.
O efeito das partículas com carga positiva é superior, ao das partículas com carga negativa e,
nestas circunstâncias, o corpo está electrizado positivamente.

Com base neste modelo, vamos explicar a electrização por fricção:


Ao friccionar a esferográfica, com o pano de lã, vai haver uma transferência de partículas com
carga negativa, do pano de lã para a esferográfica. O pano de lã fica com deficiência de carga
negativa (electrizado positivamente). A esferográfica fica com excesso de carga negativa
(electrizada negativamente).

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CONCLUSÕES:

− Um corpo electrizado positivamente tem deficiência de carga negativa.


− Um corpo electrizado negativamente tem excesso de carga negativa.

204. CONDUTORES E ISOLADORES

Observa com atenção a fig 2.06, que mostra as fases de uma experiencia, de fácil realização.

Fig 2.06

Material necessário: um pêndulo eléctrico e um copo de vidro, onde irá assentar uma barra (AB), de
cobre ou de outro metal.

Toca-se na extremidade B, com uma vareta electrizada – fig.2.06(b).


O que iremos observar?
− A esfera do pêndulo vai ser atraída para a extremidade A da barra.
− Ao retirarmos a vareta electrizada, o pêndulo volta à posição inicial – fig. 2.06 (c).

Repetindo esta expêriencia, usando em vez de barra de cobre, uma de vidro ou de plástico, o que
iremos observar?

Fig 2.07

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NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

− Mesmo durante o contacto da vareta electrizada com barra de vidro, a esfera do pêndulo
eléctrico não é atraída.

Como explicar esta diferença de comportamento?


− Nos metais, existem partículas com carga eléctrica negativa capazes de se deslocarem,
o mesmo não acontecendo no vidro ou o plástico.

Por exemplo, quando a vareta, electrizada positivamente, toca na barra de metal – fig. 2.06 (b), atrai
alguns dos portadores de carga negativa, deslocando-os para a vizinha do ponto B. A extremidade A
da barra de cobre, fica então, electrizada positivamente e passa a exercer uma força atractiva, sobre
a esfera do pêndulo (detector de corpos electrizado).
Substituindo a barra de metal, por outra de vidro ou de plástico, como não existem aí partículas
móveis, portadoras de carga eléctrica, apenas na zona de contacto entre as duas barras ocorrem
alguns efeitos eléctricos, que estudaremos mais adiante.
A extremidade A da barra de vidro, mantém-se portanto, neutra.

As substâncias podem ser:


• CONDUTORAS – substâncias que se comportam como o metal (há partículas moveis
portadoras de carga eléctrica negativa).
• ISOLADORES – substâncias que se comportam como o vidro (não há partículas moveis
portadores de carga eléctrica negativa).

205. ELECTRIZAÇÃO POR CONTACTO

a. O electroscópio de folhas
Para detectarmos corpos electrizados, já usámos pequenos pedaços de papel e o pêndulo
eléctrico. Vamos, agora, fazer uso de um outro instrumento, o ELECTROSCÓPIO DE
FOLHAS.

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NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Fig 2.08 - Electroscópio de folhas

Em alguns modelos de electroscópios, só umas das folhas é móvel e, com a ajuda duma
escala digital, é possível fazer medições do desvio angular da folha. O instrumento que satisfaz
tais condições, designa-se por electrometro.

Fig. 2.09 - Electrometro

OS ELECTROSCÓPIOS (o electroscópio de folhas e o electrometro) são detectores de


corpos electrizados.

b. Electrização por contacto do electroscópio de folhas


Electrizemos uma vareta e toquemos com a zona electrizada na esfera do electroscópio.
Retiremos, em seguida, a vareta electrizada.

O que iremos observar?

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− As folhas do electroscópio (de ouro, em muitos protótipos) afastam-se uma da outra e, mantêm-
se afastadas, mesmo depois de retirada a caneta electrizada.

Fig 2.10 - Electrização do electroscópio por contacto

As folhas do electroscópio afastam-se porque, sobre elas, estão a actuar forças de repulsão.
Podemos então, afirmar que, as folhas do electroscópio estão carregadas com carga do mesmo
sinal.
Mas como se electrizaram as folhas do electroscópio?
− Foi por simples contacto, com uma vareta electrizada.

O contacto de um corpo neutro, com um corpo electrizado, é um processo de electrização do


primeiro.
Observemos a figura 2.11, onde está esquematizado a experiencia, referida anteriormente.

Fig 2.11 – Electricação de um corpo neutro por contacto. As folhas do electroscópio ficam
negativamente electrizadas, afastando-se uma da outra

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NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Alguns dos portadores de carga negativa, que se encontravam em excesso na barra, vão
transferir-se para o electroscópio, ficando este, electrizado com carga do mesmo sinal da barra.
As folhas, carregadas negativamente, repelem-se, afastando-se uma da outra, pois, sendo
muito leves, basta uma pequena carga eléctrica para originar uma divergência visível.

Se o contacto no electroscópio fosse efectuado com uma barra electrizada positivamente, as


folhas afastar-se-iam, também. Neste caso, algumas das partículas negativas, móveis,
existentes no electroscópio, iriam passar para a barra. Tanto o electroscópio como a barra
electrizada, ficariam com deficiência de carga negativa.
Aa folhas do electroscópio, electrizadas, agora com carga de sinal positivo, irão repelir-se, tal
como no caso anterior.

Fig 2.12 – Electricação de um corpo neutro por contacto. As folhas do electroscópio ficam
positivamente electrizadas, afastando-se uma da outra

Comparando com o processo de electrização, já estudado - A FRICÇÃO, podemos sintetizar:


• Na electrização por fricção – electrizam-se simultaneamente dois corpos, ficando
com CARGA DE SINAL CONTRÁRIO. Inicialmente, ambos os corpos estão
NEUTROS.
• Na electrização por contacto – electriza-se um corpo, com a ajuda de outro
electrizado, previamente. Ambos ficam electrizados com CARGA DO MESMO SINAL.

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1
c. Descargas para a terra

Consideremos agora, o electroscópio carregado, por exemplo, negativamente (fig 2.13).


Toquemos com a mão na esfera do electroscópio:
− As folhas caem, significando que o electroscópio ficou descarregado (neutro).

Fig 2.13 - Descarga para terra de um corpo carregado

Os portadores de carga negativa, em excesso no electroscópio, vão passar, através do nosso


corpo, para a terra, ficando o electroscópio, portanto, neutro.
Se o electroscópio estivesse carregado positivamente, seria a terra que, através do nosso
corpo, transferiria os portadores de carga negativa para o electroscópio, de forma a neutraliza-
lo.

Ligação à terra

1
“terra” como conceito de solo, e não de Terra - planeta

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Fig 2.14

A figura 2.14 mostra, de modo esquemático, a ligação de um electroscópio à terra.


A descarga de um condutor para a terra, pode ser feita através do nosso corpo, ou qualquer
outro condutor.

206. A ELECTRIZAÇÃO POR INFLUÊNCIA ELÉCTRICA

a. Electrização de um condutor por influência sem permanência de carga


Considere a experiencia esquematizada na figura

Fig 2.15 - Electrização de um condutor por influência,


sem permanência de carga eléctrica

Quando APROXIMAMOS a vareta, electrizada positivamente, da barra metálica, o pêndulo


eléctrico é ATRAÍDO.
A barra metálica, inicialmente neutra, fica electrizada devido à influência de um corpo
electrizado (INFLUENCIADOR OU INDUTOR), presente na sua PROXIMIDADE.
Como pode observar-se, tal electrização, dura apenas, enquanto o influenciador se mantém
próximo da barra metálica (INFLUENCIADO OU INDUZIDO).
Este processo de electrização de um condutor, é designado electrização POR INFLUÊNCIA.
Se o influenciador estiver carregado negativamente, o pêndulo eléctrico é, igualmente, atraído
pela barra metálica.

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Fig 2.16
Fig 2.16 - Se o influênciador ou indutor estiver carregado negativamente, a barra metálica
(induzido) também fica electrizada por influência

Será que, neste caso, a barra metálica fica electrizada, do mesmo modo que no caso anterior.
Consideremos, uma experiência semelhante às esquematizadas nas figuras anteriores, mas,
na qual, o pêndulo eléctrico se encontre também carregado positivamente

Fig 2.17- Determinação do sinal das cargas eléctricas induzidas na barra metálica

A barra metálica ficou electrizada de modo diferente, ou seja, consoante o influenciador


estivesse carregado, positiva ou negativamente.

A explicação:

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A barra metálica É CONDUTORA e possui, por isso, PORTADORES DE CARGA NEGATIVA,


que se podem deslocar ao longo dela. Na presença de um INFLUENCIADOR (INDUTOR),
carregado positivamente, os portadores de carga negativa da barra metálica, serão atraídos
pelo influenciador. Consequentemente, deslocar-se-ão na barra, de tal modo, que a
extremidade desta, próxima do influenciador, ficará electrizada negativamente. A extremidade
oposta ficará, então, carregada positivamente.

Fig 2.18 - O modelo para a constituíção da matéria explica a electrização por influência

No caso de o influenciador estar carregado negativamente, o deslocamento dos portadores de


carga na barra influenciada origina que ela fique electrizada como indica a figura.

Fig 2.19 - Se o influênciador (indutor) está carregado negativamente, a zona do influênciado


(induzido), mais proxima do pêndulo, adquire também, carga de sinal negativo

O PROCESSO DE ELECTRIZAÇÃO POR INFLUÊNCIA ELÉCTRICA DURA, APENAS,


ENQUANTO O INFLUENCIADOR (indutor) PERMANECE PRÓXIMO DO CONDUTOR
INFLUENCIADO (induzido).

b. Electrização de um condutor por influência com permanência de carga

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− Aproximamos de duas barras metálicas, A e B, dispostas como indica a figura 2.19, uma
vareta electrizada positivamente.

Fig 2.19 - Um processo de electrizar permanentemente condutores (1ª fase)

− Mantendo, a vareta electrizada perto das barras, e afastando os dois copos um do outro,
sem tocar nas barras A e B. Após este afastamento, retiremos a vareta electrizada.

Separação das barras electrizadas por


influência (2ªfase da electrização de
condutores por influência).

Fig 2.20
− Utilizando agora, um pêndulo carregado positivamente, verifiquemos se as barras ficaram
ou não electrizadas.

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Fig 2.21 - O pendulo eléctrico carregado positivamente é repelido


pela barra A e atraído pela barra B

Em resumo:
− Quando aproximamos o influenciador, carregado positivamente, do condutor neutro formado
pelas duas barras A e B, as cargas negativas, associadas às partículas móveis, são atraídas
para a extremidade da barra B, enquanto que, a extremidade da barra A, fica com deficiência
de carga negativa.
− Ao afastarmos as duas barras e o influenciador, o excesso de carga negativa distribui-se por
toda a barra B, ficando esta, carregada negativamente. A deficiência de carga negativa
distribui-se por toda a barra A, ficando esta, carregada positivamente.
− Tanto a barra A, como a barra B, mantiveram a sua carga, mesmo depois de retirado o
influenciador.
− Se juntarmos novamente, as duas barras, as partículas portadoras de carga eléctrica voltarão
a distribuir-se, uniformemente, pelas duas barras.

CONCLUSÕES:

Na electrização de um condutor por INFLUÊNCIA, há uma redistribuição das partículas


portadoras de carga:
− Acumula-se, carga de sinal oposto à do influenciador, na zona do influenciado mais
próximo, daquele;
− Acumula-se, carga do mesmo sinal do influenciador, no influenciado, na zona mais
afastada.

c. Interpretação da atracção dos corpos leves por corpos electrizados

Os portadores de carga negativa, não conseguem mover-se livremente, ao longo do pedaço de


papel, uma vez que este é isolador. Assim, ao aproximarmos do papel, um corpo electrizado,
este, vai modificar a distribuição dessas partículas carregadas, orientando-as.

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Fig 2.22 - As partículas portadoras de carga (que constituem o pedaço de papel) vão orientar-
se quando da aproximação do corpo electrizado.

A barra electrizada, com uma determinada carga, exerce uma força de atracção sobre as partículas
do papel com carga oposta à da barra, e uma força de repulsão sobre as partículas do papel com
carga idêntica. No entanto, as forças de atracção prevalecem sobre as de repulsão, devido à
orientação ocorrida nas partículas com carga oposta.A barra ficará, sempre, mais próxima destas, do
que partículas com carga idêntica.

207. UTILIZAÇÃO DO ELECTROSCÓPIO DE FOLHAS PARA IDENTIFICAR O SINAL DA CARGA DE


UM CORPO

Consideremos, um electroscópio carregado positivamente (com deficiência de carga negativa). Ao


aproximarmos da esfera do electroscópio, um corpo, também carregado positivamente, as folhas do
electroscópio divergem, ainda mais.

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Como interpretar, o maior afastamento das folhas do electroscópio?

− Ao aproximarmos a barra electrizada positivamente, da esfera do electroscópio, alguns dos


portadores de carga negativa, móveis, vão ser atraídos para a esfera. As folhas do electroscópio
ficarão, portanto, com menor carga negativa, ou seja com maior carga positiva. Como resultado
desta maior carga positiva, as folhas divergem mais, pois, sobre elas actua uma força de repulsão
maior.
− Se, ao contrário, aproximar, do mesmo electroscópio, um corpo carregado negativamente, as
folhas ficarão com menor carga positiva, sobre elas actuará uma força de repulsão menor, logo
divergirão menos.

CONCLUSÕES:
Quando se aproxima de um electroscópio electrizado positivamente, um corpo, com carga de sinal
desconhecido, pode acontecer que :
− As folhas do electroscópio divergem mais, então, o corpo está carregado positivamente.
− As folhas do electroscópio divergem menos, então, o corpo está carregado negativamente.

208. EXPLICAÇÃO ACTUAL PARA A CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA

Actualmente, a explicação dos fenómenos eléctricos é feita com base, no conhecimento da


composição e estrutura dos átomos, partículas que, constituem toda a matéria.

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Como estudamos anteriormente, os átomos são constituídos por três tipos de partículas:

• Os protões;
• Os neutrões;
• Os electrões.

Desse três tipos, dois deles apresentam propriedades electricamente opostas:


• Os protões têm carga positiva.
• Os electrões têm carga negativa.

• Estas cargas são iguais, em módulo.


• Os neutrões, não têm carga electrica.
• Em todos os átomos, existem, tantos protões quantos os electrões, sendo, portanto, os
átomos ELÉCTRICAMENTE NEUTROS.

Quase, desde o inicio do séc.XX se admite que, o átomo possui uma zona central e partículas
movendo-se em volta dessa zona.
Na zona central – o núcleo – encontram-se os protões e os neutrões.

Fig. 2.23 – Atomo de Cabono

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OS ELECTRÕES movem-se em volta do núcleo.


As dimensões do núcleo são, em relação à totalidade do átomo, extremamente reduzidas. Devido a
este facto, e à grande coesão entre as partículas, que constituem o núcleo, este TEM UM PAPEL
MUITO REDUZIDO NOS PROCESSOS DE ELECTRIZAÇÃO.

Os electrões mais afastados do núcleo, são os responsáveis pelos fenómenos eléctricos, que temos
descrito até aqui, são esses electrões, afinal, os tais PORTADORES DE CARGA NEGATIVA, móveis,
nos condutores sólidos, que temos vindo a citar, em todas as interpretações efectuadas.
Segundo esta explicação actual, um corpo fica electrizado, quando tem excesso ou deficiência de
electrões.
Mas, repare que, o mesmo corpo pode ter falta de muitos ou de poucos electrões. A carga de um
corpo é, então, uma propriedade que se pode medir.
A menor carga que se encontra na natureza, é a carga do electrão – unidade de carga eléctrica, a
nível microscópio (isto é, ao nível das partículas elementares).
A nível macroscópico (ou seja, da observação) é preciso definir uma unidade de carga, maior. A essa
unidade chamamos Coulomb (símbolo C).

A carga do electrão é expressa em Coulomb, pelo valor:


1,6
0,000 000 000 000 000 000 16C = 𝐶 = 1,6 × 10−19 𝐶
1019

18
1 Coulomb é igual à carga de 6,25x10 electrões ou seja:
1 C = carga de 625000 000 000 000 000 electrões

De outra forma:
18
Um objecto que tenha adquirido 6,25x10 electrões, tem uma carga negativa de 1 (um) Coulomb, e
18
um que tenha perdido 6,25x10 electrões, tem uma carga positiva de 1 (um) Coulomb.

PARTICULAS QUE SE ENCONTRAM PARTICULAS QUE GIRAM


NO NÚCLEO À VOLTA DO NUCLEO

PROTÕES NEUTRÕES ELECTRÕES


Carga Eléctrica -19 -19
1,602X10 0 -1,602X10
(em Coulomb)
Massa
1,673X10
-27
1,675X10
-27
9,110X10−31
(em quilograma)

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Se, em dois corpos electrizados positivamente, um tiver uma carga Q 1 =4C e o outro uma carga
Q 2 =2C, qual dos dois corpos, terá maior deficiência de electrões?

Reflectindo, responderá: o primeiro corpo, ou seja o que tem maior carga.

209. NOVA INTERPRETAÇÃO DAS DIFERENTES ELECTRIZAÇÕES

a. Electrização por fricção


Segundo este modelo, a electrização positiva de um corpo, dá-se quando alguns electrões, dos
átomos que constituem, são arrancados, por exemplo, por fricção. Neste caso, o corpo
friccionador arrancou electrões ao corpo friccionado, como tal, os dois corpos ficam carregados
com carga sinal contrário.

Observemos a figura 2.23:


Na parte 1, observa-se a pele de um animal e uma vara de borracha sobre as quais se
representam igual número de sinais + e –, procurando simbolizar neutralidade eléctrica das
duas substâncias.
Na parte 2 representa-se o que acontece depois de ter esfregado ou friccionado a vareta na
pele.

Repare-se que o número de cargas negativas (–) é agora muito maior na vara, do que na pele.

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Fig 2.23

Consideremos que, cargas negativas são electrões (–) e cargas positivas são protões (+).
Vimos que, por fricção, foi possível transferir os electrões de uma substancia, para a outra.
Repare ainda na parte 2 e verifique que, após a fricção existe na vara muito mais electrões (–)
que cargas (+ ) e na pele agora apenas tem cargas (+).
Isto faz nascer o conceito de corpos com carga positiva e de corpo com carga negativa. A
carga que uma dada substancia adquire, depende da sua natureza. Por exemplo, o vidro
quando esfregado na seda adquire carga positiva.
− Um corpo tem carga negativa, quando tem excesso de electrões
− Um corpo tem carga positiva, quando tem falta de electrões (um corpo nestas condições
atrai sempre electrões)

b. Electrização por contacto


Qualquer dos corpos electrizados anteriormente (a pele de animal ou a vara de borracha),
pode, por sua vez, electrizar outros corpos por contacto.
Se colocarmos um copo carregado negativamente em contacto, por exemplo com um pêndulo
eléctrico isolado, este adquire carga negativa.
Como explicar esta electrização por contacto?
Basta admitir que alguns electrões em excesso no corpo se transferiram para o pêndulo.
Alguns dos átomos que constituem o pêndulo ficam igualmente com electrões em excesso.

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Fig 2.24

Se um corpo electrizado positivamente tocar num pêndulo eléctrico neutro e isolado, este fica
electrizado positivamente.

Será que foram transferidos protões do corpo electrizado para o pêndulo?


− Quando um corpo electrizado positivamente toca num pêndulo eléctrico, isolado e neutro,
alguns electrões do pêndulo são transferidos para corpo. Alguns dos átomos que constituem o
pêndulo ficam com deficiência de electrões, o pêndulo fica, tal como o corpo, electrizado
positivamente.

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Fig 2.25 - O pêndulo eléctrico afasta-se da barra electrizada, pois estão ambos
carregados com carga do maesmo sinal

c. Electrização por influência

Na electrização por influência, o que acontece?


− Quando se aproxima de uma barra metálica, um corpo carregado (influenciador ou
indutor), alguns electrões presentes na barra metálica, deslocam-se, no sentido de se
aproximarem do influenciador, se este é positivo, ou de se afastarem, se este é
negativo.
− Ao retirarmos o influenciador, os electrões distribuem-se novamente de maneira
uniforme, pois não existem forças exteriores de atracção ou de repulsão a actuar sobre
eles.

E se pretendermos manter a carga na barra metálica?


− Ao aproximarmos o corpo, electrizado positivamente, da barra metálica, este vai atrair
electrões, para próximo de si.

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− Mas agora, o corpo não vai tocar na barra, torna-se necessário que algo forneça electrões,
para que ocorra o fenómeno.
− Esta “fonte” de electrões, pode ser, o dedo que se encoste à barra metálica.

Fig 2.26 – Carregando uma barra negativativamente

Após retirar-se o dedo da barra, ésta passou a dispor de um EXCESSO DE ELECTRÕES (figura a)
pelo que ficou negativo.
Repare-se que, mesmo na presença de um corpo electrizado positivamente, conseguiu-se aqui, um
efeito contrário sobre a barra metálica, comparativamente ao que se obteve na electrização por
contacto.

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No caso contrário, se aproximarmos um corpo, electrizado negativamente, e encostar-se o dedo


para permitir a “saída” de electrões, vamos obter uma barra com falta de electrões, logo com carga
positiva.

Fig 2.27 – Carregando uma barra positivamente

Tambem aqui o, efeito é contrário ao da electrizção por contacto.

210. DESCARGAS DE CARGAS ELECTRICAS

Ocorrem correntes eléctricas de curta duração (correntes eléctricas transitórias ou temporárias),


quando, por exemplo se:
− Electriza um corpo por contacto;
− Electriza um corpo por influencia;
− Produzem descargas eléctricas entre corpos.
As descargas eléctricas sucedem, quando dois corpos, com cargas eléctricas diferentes são
colocados próximos um do outro. A tendência natural será, os electrões do corpo com carga negativa
passarem para o corpo com carga positiva, a fim de estabelecer-se o equilíbrio.

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Fig 2.28 – Diferentes tipos de descarga

Quando a diferença de cargas é muito grande, não é necessário qualquer contacto físico, entre os
corpos, por que a descarga se faz por arco.
Esta é uma descarga rápida e violenta e é, nem mais nem menos que o raio que surge nas trovoadas

211. ELECTRICIDADE ATMOSFÉRICA

Entre outras explicações, aceita-se que, o movimento das nuvens através do ar, é devido à fricção
entre moléculas de ar e que provoca a acumulação de carga estática nas nuvens.

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Fig 2.29 – Carga atmosférica

A partir de determinado valor, e por indução, a nuvem carregada negativamente, repele as cargas
negativas, em particular, dos objectos salientes (arvores, antenas, postos, casas), para a terra,
criando uma diferença entre as cargas (diferença de potêncial), tão elevado, que num determinado
momento produz um arco eléctrico, do qual resulta o reequilíbrio.
Dado que este fenómeno ocorre, com mais facilidade, através de objectos aguçados e apontados na
vertical, utiliza-se um dispositivo, denominado pára-raios.
O pára-raios é uma haste de ferro, terminada em ponta de cobre inoxidável e que normalmente é
fixado, verticalmente, na parte superior dum edifício. É ligado ao solo, por meio dum cabo condutor.

O pára-raios exerce uma acção dupla:


− Evita que se acumulem no edifício cargas que mais facilmente produziriam a descarga das
nuvens (acção preventiva).
− Conduz pelo cabo para o solo, a carga das nuvens quando estas estão fortemente electrizadas e
não é possível evitar a sua descarga (acção preservativa)

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Outra manifestação, da descarga de carga eléctrica, é os fogos de santelmo. Este fenómeno, é a


descarga da carga eléctrica das nuvens, sob a forma de múltiplas faíscas, nos topos dos mastros dos
navios, podendo ocorrer no fim das tempestades.

212. NEUTRALIZAÇÃO DAS CARGAS ELECTRICAS

No dia-a-dia, as cargas eléctricas podem importunar-nos, quer provocando o funcionamento


deficiente de equipamentos (rádios, por exemplo), quer sujeitando-nos a choques eléctricos.
Dai que, para protecção, se usem largamente boas ligações à terra, permitindo uma constante
neutralização das cargas eléctricas, isto é, tornar os corpos electricamente neutros.

Fig 2.30 – Diferentes tipos massa para neutralizar as descargas

Também, se já reparou, todos os veículos que transportam materiais inflamáveis (gasolina,


explosivos) encontram-se ligados à terra através de bichas metálicas que arrastam pelo chão, com o
fim de evitar a formação de cargas eléctricas. De notar que os pneus são de borracha (isoladores).

213. ELECTROSTÁTICA

A electrostática, é um ramo da física, que trata as cargas eléctricas em repouso, ou seja, electricidade
estática.
As partículas já estudadas, o electrão, o protão e o neutrão, têm uma propriedade característica
importante, que é, a sua carga eléctrica. Existem dois tipos de cargas eléctricas, com características
opostas: carga positiva e carga negativa. Considera-se então, que a carga relacionada com o electrão

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é uma carga negativa e a que está relacionada com o protão, uma carga positiva. O neutrão não tem
qualquer carga.
Ora, o electrão gira a grande velocidade à volta do núcleo e, como tal, se não existisse uma força,
que o atraísse para o núcleo, soltar-se-ia da sua orbita.
Estudemos então, esta força. Ela é causada pela carga do electrão na orbita e pela carga do protão
no núcleo.

a) Protão b) Electrão

Fig. 2.31 – Carga e sentido da força em protões e electrões

A carga negativa do electrão, é atraída, pela carga positiva do protão. Esta força, de atracção, é
denominada força electrostática. Ao conjunto destas forças, que se exercem em todas as direcções,
chamou-se campo electrostático. Este, entenda-se, até uma certa distância, no exterior da partícula.
A acção recíproca destes campos, faz com que haja uma grande atracção, entre o electrão e protão.
Repare-se que, o sentido das forças no protão, exercem-se de dentro para fora e no electrão de fora
para dentro. A sua representação na figura 2.31 é feita pelas setas, a que se chamam, linhas de força
do campo electrostático.

214. LEI DE COULOMB

Existe uma lei básica que descreve a acção das cargas eléctricas, é a Lei de Coulomb:
“ As cargas iguais repelem-se. As cargas diferentes atraem-se.”

Visto que, cargas iguais repelem-se, existirá uma força de repulsão entre dois electrões ou entre dois
protões.

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Repare na figura 2.32 que, as linhas de força, no caso de dois electrões, são de fora para dentro e no
caso de dois protões, são de dentro para fora. Não há qualquer possibilidade de interligação, e por
isso, há repulsão entre cargas do mesmo sinal.

a) Electrões repelem-se

b) Protrões repelem-se

Fig. 2.32 - Cargas do mesmo nome repelem-se

Quanto ao campo criado na presença dum electrão e dum protão, como se vê na figura 2.33, há
interligação das interligações das respectivas linhas de força, e por isso existe atracção entre as
cargas e elas tem tendência a moverem-se simultaneamente

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Fig. 2.33 - Cargas de nomes contrários atraem-se

Estes exemplos, referem-se a cargas individuais, mas a lei de Coulomb é também válida para
concentrações de cargas.
Para quaisquer dos corpos carregados, a lei de Coulomb estabelece uma equação que permite
quantificar a força de atracção ou repulsão entre os corpos carregados.

𝑞1 × 𝑞2
𝐹=
𝑑2

𝐹 = Força de atracção entre cargas diferentes ou forças de repulsão entre cargas iguais.
𝑞1 = Carga do corpo
𝑞2 = Carga do segundo corpo
𝑑 2 = Quadrado da distância entre corpos

Analisemos agora, como variam as diversas grandezas, nesta equação:


− Se, por exemplo, duplicarmos uma das cargas, a força também vem duplicada (variam na razão
directa).
− Se duplicarmos ambas as cargas, a força quadruplica.
− Se fizermos aumentar a distância entre as cargas, a força diminui (razão inversa).

Podemos então, concluir que:

Quanto maior for o valor da carga e menor for a distância, maior será a força, quer de atracção,
quer de repulsão.

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Como já dissemos, os átomos tem, geralmente, a mesma quantidade de electrões e de protões, logo
diz-se que estão eléctricamente neutros pois não tem carga positiva nem carga negativa. Nestas
condições, os átomos nem se atraem, nem se repelem e nem são atraídos, nem repelidos. De
qualquer forma, esta é uma condição que pode ser facilmente alterada, por forças externas.

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(Esta página foi propositadamente deixada em branco)

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CAPITULO 3 - CORRENTE ELÉCTRICA

301. MOVIMENTO ORIENTADO DE CARGAS ELÉCTRICAS

A corrente eléctrica, um dos suportes das estruturas técnicas da sociedade de consumo dos nossos
dias, produzida, actualmente em geradores de grande complexidade, pode, no entanto, ser também
produzida, em sistemas muito simples de uso comum, como as pilhas eléctricas vulgares.
Em algumas das experiências, realizadas no capítulo a “Natureza da Electricidade”, os electrões de
condução, que se moviam desordenadamente, passavam, de repente, a orientar-se num determinado
sentido. Recorda-se de algumas dessas experiências?
Quando os electrões passam a mover-se orientadamente, constituiem a corrente eléctrica.

Ocorrem correntes eléctricas de curta duração (correntes eléctricas transitórias ou temporárias)


quando, por exemplo:
− Se electriza um corpo condutor, por contacto;
− Se electriza um corpo condutor, por influência;
− Se produzem descargas eléctricas, entre corpos.

302. CORRENTE ELÉCTRICA

Na electrónica, a corrente eléctrica não é mais do que, um fluxo de cargas eléctricas numa
determinada direcção, sendo nos condutores sólidos, movimentos orientados de electrões. Para
analisarmos, por exemplo, uma corrente eléctrica, temos inicialmente de saber como se libertam os
electrões dos átomos, para poderem circular, em corrente, através dum material.
Como já vimos, os electrões movimentam-se a grandes velocidades, em torno do núcleo, existindo
forças que os retêm, nas suas órbitas. Mas, esta condição de equilíbrio pode ser facilmente alterada
se houver acção duma força externa.

Devido à estrutura do átomo, onde, os electrões orbitam em várias camadas à volta do núcleo, a
facilidade com que estes se libertam, não é igual. Como é lógico, os que estão mais próximos do
núcleo (distância menor), estão sujeitos a uma força de maior intensidade, do que, os que os estão
mais afastados do núcleo.

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Vejamos a estrutura dum átomo:

Fig. 3.01 - Estrututa de um atomo

Observa-se que há um número limitado de electrões por camada, que obedecem à seguinte lei
matemática:

Número de electrões em cada camada n:


2n2
Logo para n = 1 → 2 electrões
n = 2 → 8 electrões, etc.

A última camada, independentemente de ser a 1ª, 2ª, 3ª,…, etc., chama-se camada de valência e os
seus electrões são a chamados electrões de valência. Para que o átomo esteja estável, o número de
electrões ,nesta camada, de valência deve ser 8; embora isso raramente aconteça.
Isto compreende-se, visto que, sendo estes electrões, os que estão sujeitos a uma menor força, são
naturalmente, os que se libertam mais facilmente.

Por exemplo: se dois átomos se aproximam muito, um do outro, a força de repulsão entre os seus
electrões acaba por ser superior à força de atracção a que esses electrões estão sujeitos pelo núcleo,
e assim, terão tendência a libertarem-se. Passam então a deslocar-se livremente pelo material,
podendo, eventualmente, vir a ser capturados por outros átomos, do mesmo material.O átomo que o
perdeu, por sua vez, converteu-se no ião positivo. Assim, podemos ficar com a ideia que no interior

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dum material, podem existir muitos electrões livres, ou seja, electrões que podem circular livremente
pelo material e consequentemente formar uma corrente eléctrica.
O material continua no seu todo, em estado neutro, dado que, no conjunto da substância há tantas
cargas elementares positivas, como electrões livres.

303. CONDUTORES E ISOLADORES

Vimos que, para um material estar no seu estado neutro, tinha que ter, o mesmo número de protões e
electrões e que, para estar em equilíbrio estável, tinha de ter oito electrões, na última camada,
chamada camada de valência. Ex. xénon, árgon, rádon,etc.

Os elementos que tenham quase os oito electrões de valência (5,6 ou 7) estão num estado muito
próximo do estado estável e têm tendência a ir buscar electrões livres para completar o número dito.
Este tipo de elementos capta grande parte dos electrões livres que haja no material deixando muito
poucos à volta para formarem a corrente eléctrica. Estamos, então, em presença de um material que
com dificuldade conduz, ou seja, um isolador.
Além de elementos, existem também compostos com muito poucos electrões livres e que se
comportam assim como isoladores.
Ex: materiais plásticos, cerâmica, etc.

Os elementos que têm a camada da de valência quase vazia têm características opostas. Os que tem
somente 1,2 ou 3 electrões de valência, tem tendência a ceder estes electrões com muita facilidade.
Assim, uma barra deste elemento terá um grande número de electrões livres.
Ex: prata e ouro.
Estas substâncias denominam-se condutores, devido à facilidade com que conduzem a corrente
eléctrica. A maioria dos metais, são bons condutores.

Analisamos o caso de um átomo ter 1,2,3,4,5,6 ou 7 electrões de valência. Falta-nos, no entando, o


caso de 4 electrões de valência. Neste caso, a facilidade de ceder ou ganhar electrões é idêntica, e
por isso, chama-se a estas substâncias – semicondutores. Nem condutores nem isoladores.

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304. DESLOCAMENTO FORTUITO E DESLOCAMENTO ORIENTADO

Um condutor, é então uma substância que tem muitos electrões livres. No seu interior, estes, não
estão parados, mas sim, sempre em movimento. Este movimento é perfeitamente fortuito, ou seja, e
todas as direcções não previsíveis. Esta situação, não tem utilidade prática, pois para realizar
trabalho, os electrões devem deslocar-se todos na mesma direcção.

Fig. 3.02 – O movimento desordenado de electrões

Podemos provocar este tipo de deslocamento massivo dos electrões, em determinada direcção. Faz-
se isto, colocando cargas eléctricas nos extremos opostos do condutor, como se vê na figura.3.01

ddp
Fig. 3.03 – Movimento ordenado electrões, quando sujeitas a uma diferença de potêncial (ddp)

Temos então, num extremo uma carga positiva e no outro extremo uma carga negativa, e já sabemos
que, ésta repele os electrões, que por sua vez, são atraídos pelo extremo positivo.
A direcção deste deslocamento, já perfeitamente orientado, é, da carga negativa para a carga positiva
e denomina-se fluxo de corrente. Nesta circunctância, dizemos que flui uma corrente eléctrica,
através do condutor.

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Se estas cargas forem isoladas, rapidamente se esgota o fluxo de corrente, pois, as cargas
neutralizam-se. No entanto, se as cargas forem, os terminais de uma bateria, que estão
continuamente a regenerar, devido à acção química, o fluxo pode manter-se continuamente, por
muito tempo.
Um bom exemplo dum condutor, é o fio de cobre. Na figura 3.04, está um fio de cobre, ligado aos
terminais de uma bateria:

Fig. 3.04
Aqui, fluirá uma corrente eléctrica, do terminal negativo para o positivo da bateria. O electrão é
repelido pela carga negativa e atraído pela carga positiva, e, fluem, assim, pelo fio de cobre. A
reacção química da bateria, faz com que se libertem, constantemente, novos electrões livres e iões
positivos, para substituir, os que se perderam por recombinação e regenerando a carga dos terminais.

NOTA:
Na prática, nunca se fará a ligação da figura 3.04, pois, ligar um condutor, directamente, entre
terminais duma bateria, pois provocará um curto-circuito e a corrente esgotar-se-á, rapidamente.
Portanto, é somente um exemplo teórico que serve para ilustrar o conceito de fluxo de corrente.

305. CIRCUITO ELÉCTRICO


Na sua forma simples, o circuito eléctrico é composto por, uma fonte de alimentação, uma carga, e os
condutores para ligar a fonte à carga. Normalmente, a fonte é uma bateria, que fornece a força
necessária para dirigir o fluxo de electrões. Veremos que, essa força, é necessária para dirigir o fluxo
de electrões e veremos que, essa força se chama tensão. As fontes de alimentação, produzem
tensão, criando uma carga positiva num extremo, e uma carga negativa no outro extremo.

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A carga deve ser, um dispositivo eléctrico que realize uma função útil, como por exemplo, fazer
funcionar uma lâmpada, um motor, uma buzina ou um elemento de calor. Estas cargas, realizam uma
função útil.

Fig. 3.05

Na figura 3.05, temos um circuito eléctrico típico com, a fonte, a carga e os condutores. A bateria
(fonte) fornece a força necessária, para o movimento orientado dos electrões (fluxo de corrente) que
passando pela carga (lâmpada), produzem assim, trabalho útil (luz).
A bateria, produz a força necessária para criar um fluxo de corrente, através duma reacção química;
como já dissemos, com o tempo, essa reacção vai diminuindo de intensidade e, por isso, a bateria vai
enfraquecendo. A força vai diminuindo e, como tal, o fluxo de electrões que passam na carga, vai
sendo menor, e a lâmpada diminuirá a sua intensidade luminosa (isto, no caso, da carga ser uma
lâmpada).
Pode tornar-se este circuito mais prático, adicionando um interruptor, para nos permitir ligar e desligar
a fonte da carga.

a ) Interruptor aberto b) Interrupror fechado


Fig. 3.06

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Na figura 3.06, podemos ver as duas situações: o interruptor fechado – passagem de corrente para a
carga e interruptor aberto – não há carga, pois o circuito está interrompido. Para tornar, o desenho
dos circuitos mais simples de realizar, adoptaram-se símbolos esquemáticos, para representar os
diversos elementos. No quadro I, mostramos alguns símbolos utilizados nos circuitos eléctricos: fios,
bateria, lâmpada e interruptor fechado e aberto.

QUADRO I – COMPONENTES E SIMBOLOGIA ELÉCTRICA

Seguidamente apresentamos, os mesmos circuitos, já desenhados anteriormente, mas, agora


representados, pelos símbolos do quadro. Podemos ver, a bateria, a carga e o interruptor, através da
símbologia esquemática (fig. 3.07).

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a ) Interruptor aberto b) Interrupror fechado


Fig. 3.07

306. CORRENTE CONTINUA

a. Definição
Pode-se definir a corrente contínua, como aquela, em que:
“Independentemente de quaisquer circunstâncias, o movimento dos electrões ocorre, num e só
num sentido”.
Visualize esta definição, na circulação da água em nossas casas. Ela só pode correr da
torneira para o esgoto (ou uma vasilha).
O mesmo se pode verificar, ligando os dois pólos da pilha, a um aparelho detector de corrente
eléctrica. Verá que, o ponteiro do detector, desloca-se num determinado sentido. Trocando as
ligações dos fios, aos pólos da pilha, o sentido do ponteiro, inverter-se-á (fig 3.08).

Fig. 3.08 – Inversão da polaridade da bateria

Quando se fala de Corrente Continua, é vulgar utilizar-se a abreviatura CC (corrente contínua


em português) ou DC (Direct Current, em inglês).

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b. Sentido da corrente contínua


Quanto ao sentido da corrente contínua, em todos os estudos que fizermos, será sempre, o
sentido real do deslocamento dos electrões no circuito – chamado sentido electrónico.
O sentido convencional – é o contrário ao sentido real do deslocamento dos electrões.

Fig. 3.09 - Sentido real e convencional da corrente eléctrica

c. Mecanismo de propagação da corrente


De acordo com o modelo, da constituição da matéria, antes do estabelecimento do fluxo de
corrente, existem, no fio condutor, electrões livres movendo-se caoticamente entre átomos.
Ao estabelecer-se o circuito (o interruptor fechado), os electrões livres passam a orientar-se,
predominantemente, num determinado sentido: da carga negativa para a carga positiva, e vão
progredindo, lentamente, de forma regular.

ddp

A velocidade dos electrões, num condutor de cobre, é da ordem de 0,3 mm/s, ou seja cerca de
26 metros por dia, dependendo da intensidade da corrente.

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Se os electrões progridem tão lentamente (alguns milímetros por segundo), como compreender
que, ao fechar o interruptor de um circuito, por exemplo, em nossas casas, aparelhos, por
vezes tão distantes, acusem, quase instantaneamente, a passagem de corrente?
Os candeeiros públicos de uma cidade, ou de uma zona da cidade, às vezes bastante
afastados, não acedem praticamente ao mesmo tempo, quando é accionado um interruptor
numa estação ou subestação eléctrica?
Para melhor compreendermos, vamos supor, um conjunto de bolas (esferas de ferro)
encostadas, umas a seguir às outras, em linha.

Fig 3.10 - Deslocamento pequeno de cada bola,mas, onda de


choque com velocidade elevada.

Dando impulso à primeira, cada bola desloca-se pouco, mas, a onda de choque propaga-se a
grande velocidade. Similarmente, no interior do condutor, o impulso propaga-se com uma
velocidade de quase 300 000 km/s.
Assim, quando o fluxo de corrente se estabelece, num fio condutor, todos os electrões no
condutor iniciam, simultaneamente, o seu movimento, tal como as carruagens de um comboio,
que arrancam e param ao mesmo tempo.

d. A intensidade da corrente eléctrica


Consideremos, várias secções transversais, S1,S2,S3, …, S10, no mesmo circuito eléctrico,
sem ramificações, – circuito série – figura 3.11. Suponhamos, que o circuito é percorrido por
corrente contínua (que ocorrerá, se a diferença de potêncial, entre os pólos do gerador, se
mantiver constante). Para este circuito ou para qualquer outro circuito-série, o número de
electrões livres que transportam a carga, ao longo do circuito, é constante. Este número de
electrões livres – electrões de condução – depende do número de átomos metálicos, que

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existem no circuito, e da natureza de cada átomo. No caso de fios de cobre, por exemplo, há
um electrão de condução por átomo.
Por outro lado, cada electrão, condiciona, de certo modo, os movimentos dos outros electrões
de condução, porque, existem forças repulsivas, entre eles.

Fig 3.11 - Neste circuito a corrente é constante em qualquer secção (S 1 S 2 ...)

De acordo com o exposto, é de prever que as secções transversais S1, S2, S3, …, S10 ou
quaisquer outras (fig. 3.11), sejam atravessadas pelo mesmo número de electrões, no mesmo
intervalo de tempo.
Sendo assim, como cada electrão transporta, sempre a mesma carga eléctrica, será constante, o
quociente.
Carga eléctrica que atravessa qualquer secção
𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜

Este quociente, designa-se por intensidade da corrente eléctrica e representa-se pela letra 𝐼.
Utilizando a letra grega ∆ (delta) para traduzir "intervalo de", "variação de", ou "pequena
quantidade de", podemos escrever.
∆𝑞
𝐼=
∆𝑡

Sendo, ∆q a carga eléctrica que atravessa qualquer secção transversal do condutor, no intervalo
de tempo ∆t.

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IMPORTANTE:
Intensidade de uma corrente eléctrica é a carga eléctrica, que atravessa qualquer secção
transversal do circuito, por unidade de tempo.

∆𝑞
O seu valor médio é dado por 𝐼 = , onde ∆q é a carga eléctrica que atravessa qualquer
∆𝑡

secção transversal no intervalo de tempo ∆t.

e. O Ampere
Do mesmo modo que um comprimento se pode medir em metros ou milímetros, também a
grandeza carga eléctrica, terá de ser medida numa unidade, convenientemente escolhida.
Porque não adoptar, a carga do electrão, para unidade de carga?
Tal como, não faz sentido, medir o comprimento de uma estrada em milímetros (comprimento
demasiado grande para unidade tão pequena), também não é conveniente, adoptar a carga
electrão (unidade demasiado pequena), para medir as cargas transportadas pelas correntes
eléctricas, pois, correspondem a alguns milhões de vezes, a carga do electrão.
No sistema internacional (SI), hoje, quase universalmente adoptado pelos físicos, a unidade de
carga é o Coulomb (símbolo C). O nome constitui uma homenagem ao físico francês Charles
Coulomb (1730 -1806).
Medidas experimentais, conduziram ao seguinte resultado:

1C = 6 200 000 000 000 000 000 x carga electrão


18
= 6,2.10 x Carga do electrão

Quando uma corrente eléctrica é tal, que qualquer secção transversal, S1, S2, …; S10 ou
outra (figura anterior), é atravessada pela carga eléctrica de 1 Coulomb por segundo, diz-
se que, a intensidade dessa corrente eléctrica é 1 Ampere (símbolo A).
Por outras palavras:

18
Se 1 Coulomb (6,25x10 electrões) flui através de qualquer secção transversal S1,S2 …
S10 em 1 segundo, a corrente será 1 ampere.

É, pois, para ∆q=1C e ∆t=1s:


𝑞∆ 1𝐶
𝐼= = = 1𝐶/𝑠 = 𝟏𝑨
∆𝑡 1𝑠

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18
Ao fluir 6,25x10 electrões, por segundo, na secção transversal dum fio, o fluxo de corrente
(intensidade de corrente eléctrica) é um ampere. Se flui o dobro, deste número de electrões,
por segundo, a corrente é dois amperes.

Quando a carga eléctrica, que passa por segundo, em qualquer secção transversal, S1,S2,
… S10 ou outra – fig.3.11 – é 2 Coulomb, ou, de forma equivalente, quando a carga que
passa em cada 2 segundos, é de 4 Coulomb, e em cada 3 segundos, é 6 Coulomb, etc.,
então, a intensidade tem o valor:
∆𝑞 2𝐶 4𝐶 6𝐶
𝑰= = = = = 𝟐𝑨
∆𝑡 1𝑠 2𝑠 3𝑠

Nota:
- Um ampere (A), é a intensidade da corrente eléctrica, que corresponde, à passagem da
carga de 1 Coulomb, por segundo, através duma dada secção.

1𝐶
1𝐴=
1𝑠

Esta unidade, tem para utilização prática corrente, um múltiplo e dois submúltiplos:
3
MÚLTIPLO 1KA (kilo - Ampere)=1000=10 A
1𝐴
1𝑚𝐴 (𝑚𝑖𝑙𝑖 − 𝐴𝑚𝑝𝑒𝑟𝑒) = 0,001𝐴 = −3 = 10−3 𝐴
10
SUBMÚLTIPLOS� 1𝐴
1𝜇𝐴(𝑚𝑖𝑐𝑟𝑜 − 𝐴𝑚𝑝𝑒𝑟𝑒) = 0,000001𝐴 = −6 = 10−6 𝐴
10

Quando é necessário, fazem-se as respectivas reduções, visto que, 1KA é igual a 1000A,
assim como 1A igual a 1000mA ou 1000000µA.

a. AMPERÍMETRO
A intensidade de uma corrente eléctrica pode medir-se directamente com aparelhos
chamados amperímetros (se graduados em ampere) ou miliamperimetro (quando
graduados em miliampere).

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Fig 3.12 - Amperímetro

Na figura 3.12, representa um tipo de amperímetro, neste caso, para aplicar em painéis. Tem
uma agulha móvel, em frente a uma escala, calibrada em amperes (neste caso, de 0 a 1600 A).
O movimento da agulha, é proporcional, à quantidade de corrente que percorre o medidor. Por
conseguinte, obtêm-se um valor exacto, da quantidade de corrente que flui num circuito, pela
indicação da agulha, sobre aquela escala.

Para efectuar a medida, é necessário, inserir o instrumento no circuito. Isto, faz-se sempre em
serie, visto que, só no circuito série, é que a corrente é a mesma, em todos os elementos.

Fig 3.13 - Montagem de um amperímetro num circuito.

A máxima corrente que pode medir o amperímetro, em segurança, é a que indica no número
mais elevado da escala. Esta indicação chama-se fim de escala.
Muitos dos medidores de corrente, são bastante sensíveis, tendo indicações de fim de escala, de
1mA, 50µA, enquanto outros são de 10A, 1A, etc. …
Os amperímetros, são aparelhos muito delicados, e deve-se, avaliar se a corrente aplicada
ultrapassa muito, a indicação do fim da escala. Assim, há que tomar precauções, quando se
fazem medidas de corrente.

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307. OS EFEITOS DA CORRENTE ELÉCTRICA

a. Efeito calorífico
Considere-se a seguinte experiência (fig. 3.14), em que se aplica uma tensão de 6V, por meio
de uma bateria, a um fio muito fino, cujas extremidades A e B, estão ligados por condutores de
cobre, à fonte de alimentação.

Fig 3.14 - Montagem para verificação do efeito calorífico, num fio fino

Intercala-se no circuito, um reóstato. Inicialmente, com a resistência deste, no máximo, fechamos


o interruptor. Gradualmente, diminui-se a resistência do reóstato, e observa-se que, a
intensidade da corrente eléctrica aumenta, até que, o fio aquece e fica ao rubro, podendo fundir
se a intensidade da corrente for suficiente. Este aquecimento, é devido aos choques dos
electrões com os átomos do fio, ou seja, a energia dos electrões é transformada em energia
calorífica. Todos os elementos do circuito aquecem, simplesmente, sendo o fio muito fino,
ocorrem mais choques dos electrões com os átomos, pelo que, o aquecimento deste, é muito
mais intenso.
Podemos fazer uma experiencia, análoga à anterior, com uma lâmpada de incandescência de
6V, em vez do fio fino.

Fig 3.15 - Montagem para verificação do efeito calorífico, numa lâmpada de incandescência

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A lâmpada emitirá luz, dado que o seu filamento aquece intensamente, pois é muito fino.
Concluímos que, o efeito luminoso é consequência do efeito calorífico. Este, é independente do
sentido da corrente eléctrica, o que pode ser observado, trocando as ligações do circuito, na
fonte de alimentação.

b. Efeito químico
Consideremos a seguinte experiência, em que temos, uma tina com sulfato de cobre dissolvido
em água, e com duas placas de carvão, mergulhadas no líquido. Liguemos os terminais das
placas de carvão, a uma bateria de 6V, por exemplo.

Fig 3.16 – Efeito químico, através da electrólise

Passados alguns minutos, aparece, um depósito avermelhado de cobre na placa ligada ao


terminal negativo da bateria, e bolhas de oxigénio na placa positiva. O que se passou, foi que,
a corrente eléctrica decompôs o sulfato de cobre, evidenciando, assim, um efeito químico.

À decomposição química dos corpos, por acção da corrente eléctrica, chama-mos electrólise.

Os efeitos químicos, dependem do sentido da corrente. Trocando as ligações das placas de


carvão à bateria, o depósito de cobre passa a aparecer, na outra placa, que entretanto, ficou
negativa.
Este efeito químico, tem aplicação, na extracção de metais dos respectivos minérios,
niquelagem, douramento, etc.

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c. Efeito magnético
Na figura seguinte, temos representado, um circuito eléctrico e uma agulha magnética,
orientada na direcção Sul - Norte magnético.

Fig 3.17 – Efeito magnético

Coloquemos, uma porção AB do fio condutor do circuito, sobre a agulha e com a mesma direcção.
Fechando o interruptor, a agulha desvia-se, e tende a orientar-se perpendicularmente ao fio.
Trocando as ligações do circuito à bateria, a agulha desvia-se, agora, em sentido contrário.
Concluímos, que a corrente eléctrica tem efeitos magnéticos, que podem originar movimento (efeito
mecânico), e que, depende do seu sentido. São, estes efeitos que, permitem o funcionamento de
motores eléctricos e de aparelhos de medida.
É com base nos efeitos da corrente eléctrica, que nos apercebemos da sua passagem, já que, se
trata de uma corrente de electrões.

308. PROBLEMAS SOBRE A INTENSIDADE DE CORRENTE

1 - Suponha, que qualquer das secções S1, S2, ou outra, do condutor metálico da seguinte figura, é
18
atravessada, em média, por 6,2x10 electrões, em cada 2 segundos. Qual será a intensidade da
corrente do condutor?

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Figura pagina 15

Resolução:
∆𝑞
𝐼= =?
∆𝑡

Como cada electrão transporta a carga:


1
𝐶
6,2. 1018
18
Então os 6,2 x10 electrões transportam a carga:
1
∆𝑞 = 6,2. 1018 = 1𝐶
6,2. 1018

Esta carga atravessa qualquer das secções em 2s logo:


∆𝑡 = 2𝑠

R: A intensidade é, pois:

∆𝑞 1
𝐼= = = 𝟎, 𝟓 𝑨
∆𝑡 2

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2 - Um gerador debita uma corrente de 2A, num circuito.


a) Quantos electrões se transferem para o fio metálico, através do seu pólo negativo, em
cada 2 segundos?

Dados:
𝐼 =2𝐴
∆𝑡 = 2 𝑠
Sabendo que:
∆𝑞
𝐼= → ∆𝑞 = 𝐼. ∆𝑡
∆𝑡

Podemos calcular a carga eléctrica total que atravessa qualquer secção transversal do
circuito, em 2 segundos:
∆𝑞 = 𝐼. ∆𝑡 = 2 × 2 = 𝟒𝑪

A quantos electrões, corresponde esta carga de 𝟒𝑪 ?


Como:
𝟏𝑪 = 6,2 × 1018 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟õ𝑒𝑠
Virá:
𝟒𝑪 = 4 × 6,2 × 1018
= 24,8 × 1018 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟õ𝑒𝑠

R: Em cada 2 segundos tranferem-se 𝟐𝟒, 𝟖 × 𝟏𝟎𝟏𝟖 𝒆𝒍𝒆𝒄𝒕𝒓õ𝒆𝒔

b) E quantos electrões são transferidos, do fio metálico para o pólo positivo do gerador, nos
mesmos 2 segundos?
R: O mesmo número, porque o número de electrões de condução, no circuito exterior,
não varia durante a passagem da corrente.

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3 - Uma corrente transporta 12 Coulombs, em cada 2,0 segundos. Quantas vezes, ésta, é mais
intensa, do que outra, cuja intensidade é de 40 mA?
Resolução:
Designemos as duas correntes que se pretende comparar por 𝐼1 𝑒 𝐼2 . Teremos então:

𝐼1 𝑞1
=? ∧ 𝐼1 = ∧ 𝐼2 = 40𝑚𝐴
𝐼2 𝑡1

𝑞1 = 12𝐶
𝑡1 = 2𝑠𝑒𝑔
𝑞1 12
𝐼1 = = = 6𝐴 ; 𝐼2 = 40𝑚𝐴 = 0,040 𝐴
𝑡1 2

Relacionando as correntes virá:

𝐼1 6
= = 𝟏𝟓𝟎
𝐼2 0,040

R: Concluímos então que, uma das correntes é 150 vezes mais intensa, do que a outra.

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CAPITULO 4 - DIFERENÇA DE POTÊNCIAL – TENSÃO

401. CONCEITO DE ENERGIA – TRABALHO

a. Conceito de Energia

Para reconhecer, que a Energia é a base, de qualquer actividade ou transformação, basta


recordar, por exemplo:
− Durante um sono ou repouso , acumulamos, parte da energia libertada nas combustões dos
alimentos, efectuadas ao nível das células;
− Ao ligarmos o interruptor de um candeeiro eléctrico, há transformação de energia eléctrica
em energia luminosa;
− Ao ingerirmos alimentos, estes fornecem-nos, sob a forma química, energia, que
armazenamos e, em parte, vamos gastando ao longo das actividades e trabalhos diários;
− Ao levantarmos um objecto, ou ao coloca-lo em movimento, realizamos um trabalho físico,
neste caso, chamado trabalho mecânico. Este trabalho, resultou de transferirmos energia
para o corpo ou para o objecto;
− etc., etc.

Do exposto, parece licito podermos afirmar, que OS CORPOS NÃO SE MOVEM, NEM SE
TRANSFORMAM (modificando as suas propriedades, como sucede numa mudança de estado
físico, numa dilatação, etc.), SEM QUE HAJA, UMA TRANSFERÊNCIA E/OU UMA
TRANSFORMAÇÃO DE ENERGIA.

Importante:
− Quando um corpo se move, ou sofre transformações (modificação das suas
propriedades), ocorrem transferências de energia e/o transformações de energia
(passagem de umas formas para outras). Daqui, pode resultar, um ganho ou perda de
energia, pelo corpo.
− É a partir do movimento e das modificações das propriedades dos corpos, que damos
conta da presença de energia.

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b. Formas de energia

Considere um corpo pendurado, por um fio, numa varanda de um primeiro andar. Se for
perguntado, se esse corpo possui energia, o que responderá? Naturalmente, como não observa
movimento nem modificação das propriedades do corpo, será levado a concluir, que o corpo
não possui energia. Mas, o que acontecerá, se o fio de suspensão se partir ou se for cortado?
O corpo colocar-se-á em movimento e poderá, eventualmente, vir a produzir estragos, se cair,
por exemplo, sobre o tejadilho de um carro estacionado por baixo da varanda.
Nestas condições, já não hesitará em afirmar que, de facto, o corpo possui energia ou melhor já
o possuia, visto que não se observou, que a energia manifestada durante a queda, tivesse sido
transferida de qualquer parte para o corpo, ou melhor, para o sistema formado pelo conjunto
corpo e terra.
Na verdade, hoje em dia, aceita-se que A ENERGIA NÃO SE CRIA DO NADA. O corpo possuía
energia quando estava suspenso, embora não notássemos, nem movimento, nem modificação
das propriedades.
Como, cortando o fio de suspensão, o corpo cai, concluímos que ele é atraído pela terra. E
também, concluímos que, era atraído pela terra antes de cortar o fio, porque este estava tenso
(esticado).
Nestes termos, é natural aceitar que a energia que estava armazenada no sistema corpo –
terra, é devida à existência de forças (atractivas, neste caso), entre o corpo e a terra.
Como por outro lado, os estragos que o corpo pode produzir, são tanto maiores, quanto mais
alto for o andar, de onde cai, concluímos que o valor da referida energia depende, também, da
distância que separa o corpo da terra.
Os físicos chamaram, ENERGIA POTENCIAL DE UM SISTEMA DE CORPOS (Ep), à energia
que está armazenada nesse sistema, e que, É DEVIDA À EXISTENCIA DE FORÇAS, entre
esses corpos.
Estas forças e, consequentemente, a energia potêncial, dependem das distâncias entre esses
corpos.
À energia que se manifesta sob a forma de movimento de um corpo, os fisiscos deram o nome
de ENERGIA CINÉTICA (Ec) do corpo (a palavra cinética, deriva de um vocábulo grego, que
significa movimento).
É a energia cinética que produz os estragos nas colisões, como por exemplo, no choque de
dois carros, na queda de um corpo sobre o tejadilho de um carro, etc.

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Quanto à energia armazenada num sistema corpo – terra, antes da queda do corpo, pode (e,
por isso, se denomina potêncial) vir a transformar-se, em energia cinética. Assim, durante a
queda, a energia potêncial vai-se transformando em energia cinética, que entrentanto, vai
aumentando, gradualmente.
A concluir, salientamos que, são estes dois os aspectos ou formas, sob as quais se apresenta
a energia, a saber:
− A forma cinética (ou em acção)
− A forma potêncial (ou armazenamento, em potência).

CONCLUSÃO:
1) A energia cinética é a energia que se manifesta no movimento de um corpo ou de um
sistema (conjunto de corpos ou de partículas).
2) A energia potêncial de um sistema de corpos, é a energia que o sistema possui, e é
devida às forças que actuam, entre os corpos. Estas forças e, portanto, a energia
potêncial, dependem da posição relativa dos corpos.
Por outro lado, esta energia armazenada no sistema, pode (daí chamar-se potêncial) vir a
transformar-se, em energia actuante ou cinética.

É costume, considerar, por vezes, mais discriminadamente, outros aspectos da energia,


segundo, por exemplo, os fenómenos a que ésta associada. Assim, temos, como primeira
abordagem:

1- ENERGIA MECÂNICA ou energia que produz efeitos mecânicos – é cinética no caso do


movimento e é potêncial no caso de energia armazenada, com possibilidade de se
transformar em energia cinética.
2- ENERGIA ELÉCTRICA ou energia associada às partículas com carga eléctrica, seja na
forma potêncial (ex: interacções entre cargas em repouso), seja na forma cinética (ex:
corrente eléctrica).
3- ENERGIA RADIANTE ou forma de energia pura (porque não está ligada às partículas),
propagando-se no espaço vazio, de partículas. Temos como exemplos de energia radiante:
a luz e as ondas de rádio e T.V.
4- ENERGIA TÉRMICA é a forma de energia que se manifesta, por variação de temperatura
dos corpos, a que está associada. O seu estudo será desenvolvido no capítulo “Efeito de
Joule”.

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c. Transformações e transferências de energia


A energia pode-se TRANSFORMAR ou CONVERTER, isto é passar de uma forma para outra,
e pode-se, TRANSFERIR de um corpo, para outro.

No caso da lâmpada:

Fig. 4.01 – Transferencia de energia

O sistema “a lâmpada”, recebeu energia e transferiu parte da energia recebida.

No caso da pilha (gerador electroquímico):

Fig. 4.02 – Transformação de energia

Quando se liga o circuito, a energia potêncial química armazenada nos eléctrodos, e no


electrólito transforma-se, parcialmente, em energia eléctrica. Esta energia, é transferida para o
exterior, sob forma de energia cinética, dos electrões que constituem a corrente eléctrica.

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d. Medida de energia
Para medir a energia transferida, os físicos inventaram uma grandeza.
Sempre que, o ponto de aplicação de uma força constante, se desloca, segundo a linha de
acção e o sentido da força, diz-se que, esta força realiza um trabalho. Este trabalho é, por
definição, dado pelo produto:
Intensidade de força × distância percorrida

Representando a grandeza trabalho por 𝑊 (do inglês work = trabalho), a intensidade da força
por 𝐹 e a distância percorrida por 𝑑, escrevemos:

𝑊 =𝐹×𝑑

A grandeza trabalho (𝑊), permite, medir as variações de energia potêncial e de energia


cinética.

e. Unidades de trabalho no sistema internacional e unidade


Considere a equação𝑊 = 𝐹 × 𝑑. Se a intensidade da força, F, for expressa em Newton
(unidade SI de força), e a distância percorrida, d, em metros (unidade SI de comprimento), o
trabalho, W, deve vir expresso em NEWTON x METROS:
𝑊 =𝐹×𝑑

A unidade NEWTON x METRO (N x m) deu-se o nome de Joule (símbolo: J, em homenagem


ao físico inglês James Joule (1818 – 1889). Portanto, partindo da equação de definição da
grandeza trabalho, W= F x d, podemos escrever:
1J = 1N x 1m
Definição :
Joule é o trabalho realizado pela força de 1 Newton, quando o seu ponto de aplicação
percorre a distância de 1 metro, na direcção e sentido da força.

Repare, mais uma vez, que para exprimir o trabalho em Joules, é necessário exprimir F em
Newtons, e d em metros.
Para se aperceber de quanto vale 1J (ordem de grandeza), considere os seguintes exemplos
prácticos:
1 - O Trabalho realizado pela força necessária, para elevar 11 paus de giz branco (~1N), a
um metro de altura:

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1N x 1m = 1J

2 - O Trabalho realizado pela força que uma formiga exerce, quando arrasta uma pequena
semente (~0,01N) na distância de 1m:
-2
0,01N x 1m = 0,01J = 10 J

3 - O Trabalho realizado pela força que iça um balde, de 10 litros de água (~100N), de um
poço a 10m de profundidade:
3
100N x 10 = 1000J = 10 J = 1 KJ

402. PRIMEIRA NOÇÃO DE DIFERENÇA DE POTÊNCIAL – 0 VOLT

Com auxílio da figura vamos adquirir uma primeira noção de diferença de potêncial

Fig. 4.03 - Movimento de electrões, devido à diferença de potêncial

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Na fig 4.03(a), um corpo A, carregado negativamente, é ligado a terra. Que movimento de cargas
ocorre, e porquê?
− O corpo A contém electrões em excesso. Estes, repelem-se uns aos outros, e tendem a separar-
se. Ao estabelecer-se a ligação com a terra, os electrões em excesso podem migrar do corpo, em
direcção a terra.

Sucede algo parecido, numa sala onde estão muitas pessoas:

Fig 4.04

Na fig. 4.04, reina um estado de tensão enorme, porque as pessoas repelam-se e querem manter-se
afastadas, o mais possível umas das outras. Por isso, quando se abre uma porta, algumas saiem
para a sala ao lado, onde o estado de tensão é menor (porque existem lá menos pessoas)

Analogamente, no corpo A existe como que um estado de tensão, provocado pelo excesso de
electrões. Como estas partículas estão carregadas negativamente, dizemos que, o corpo a esta a um
potêncial negativo (antigamente chamava-se tensão negativa). Devido à existência do potêncial
negativo em A, quando se coloca este condutor em contacto com a terra, imediatamente os electrões
que estão em excesso, migram em direcção a esta.
Do mesmo modo, diz-se que, um corpo isolado, carregado positivamente (corpo B da figura 4.03)
está a um potêncial positivo (tensão positiva). Este potêncial, permite medir a tendência que o corpo
tem, para receber electrões da terra e dos condutores a potêncial inferior.
A terra, recebe electrões de todos os corpos que estão a potêncial negativo e, por isso,
convencionou-se, que não está a potêncial negativo.Cede, por sua vez, electrões a todos os corpos
que estão a potêncial positivo e, como tal, aceita-se que não esta a potêncial positivo. Em face do
exposto, só há uma convenção aceitável: o potêncial da terra tem valor numérico zero.

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O potêncial de um corpo, é uma grandeza física e representa-se, simbolicamente, por V. A sua


unidade no sistema internacional de unidades é o Volt (símbolo V).

Para corpos em que se faz sentir a influência eléctrica de outros, temos em resumo:

𝐶𝑜𝑟𝑝𝑜𝑠 𝑐𝑎𝑟𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 ∶ 𝑉 > 0 𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠


𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑒 � 𝐶𝑜𝑟𝑝𝑜𝑠 𝑐𝑎𝑟𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 ∶ 𝑉 < 0 𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠
𝐶𝑜𝑟𝑝𝑜𝑠 𝑙𝑖𝑔𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑎 𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 ∶ 𝑉 = 0 𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠

RESUMO:
1) O potêncial negativo do condutor A, permite medir (ou quantificar) a tendência que este tem,
para ceder electrões a outros condutores, com potêncial superior.
2) O potêncial positivo do condutor B, permite medir (ou quantificar) a tendência que este tem,
para receber electrões de outros condutores, com potêncial inferior.
3) De acordo com a primeira noção (necessariamente elementar) de potêncial de um corpo
(aqui apresentado), esta grandeza quantifica, a tendência que um corpo tem para receber ou
ceder cargas eléctricas, de outros corpos (electrões, no caso dos condutores sólidos).

403. CONDIÇÕES PARA A OCORRÊNCIA DE CORRENTE ELECTRICA

Observa agora, a figura 4.05, onde se encontra esquematizado, o contacto de dois condutores, a
potenciais diferentes. Em todos os casos, o condutor A está a um menor potêncial, e o condutor B
está a um maior potêncial.
Verifica-se assim, nas situações apresentadas, que ocorre um fluxo temporário de electrões, do
condutor A (menor potêncial) para o condutor B (a maior potêncial). A corrente temporária cessa, no
instante em que se atinge uma distribuição uniforme de cargas eléctricas. Quando tal sucede, os
potenciais de A e B, ficam IGUAIS (igualam-se os estados de tensão ou tendências para receber e
ceder, respectivamente, cargas eléctricas).

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Fig 4.05 - Os electrões movem-se, dos condutores com menor


potêncial, para os condutores com maior potêncial.

Estes factos, verificam-se em todas as situações e importam realçá-los. Assim:


− Existe corrente eléctrica através de um condutor, quando se ligam dois condutores, com
potênciais diferentes, ou seja v (a) ≠ v (b).
− A corrente, cessa logo que se igualam os potênciais, ou seja v (a) = v (b).
− Os electrões fluem, no sentido dos condutores com menor potencial, para os condutores com
maior potêncial.

404. DIFERENÇA DE POTÊNCIAL - TENSÃO

Quando dois corpos, ou dois pontos de um circuito, se encontram com potêncial diferentes, diz-se
que existe uma diferença de potencial, entre esses corpos. Nesta situação, existe a possibilidade de
se estabelecer o movimento de electrões, entre os corpos.
Podemos dizer que, para existir um movimento de electrões, entre dois corpos, ou entre dois pontos
de um circuito, é necessário que, entre eles exista uma diferença de potêncial (d.d.p.)
Vamos considerar os seguintes exemplos:

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a. Dois corpos carregados com cargas de sinais diferentes


Exemplo 1 - A carga A, tem um excesso de um milhão de electrões, que é exactamente, a
quantidade que falta à carga B. Se ligarmos, um condutor entre as duas cargas, a carga que
tem electrões a mais, vai cedê-los à que tem electrões a menos. Neste caso, temos então, um
fluxo de um milhão de electrões entre as cargas A e B.

Fig. 4.06 – Cargas iguais, de sinais diferentes (existe uma d.d.p entre A e B)

Exemplo 2: As duas cargas, têm agora, uma diferença de dois milhões de electrões, uma em
excesso, outra por defeito. Neste caso, o fluxo é de dois milhões de electrões, como seria de
esperar. Podemos concluir que, a quantidade de electrões que flui, é proporcional à diferença
entre as cargas.

Fig. 4.07 – Aumento propocional do caso anterior (existe uma d.d.p entre A e B)

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Podemos considerar, que em ambos os casos, o movimento dos electrões é devido à acção
das forças eléctricas, do campo criado pelas duas cargas. Estas forças realizam trabalho ao
deslocarem os electrões de carga negativa para a positiva. Há então um trabalho realizado no
deslocamento dos electrões.

b. Dois corpos com do mesmo tipo e com concentrações iguais


Exemplo 1: A carga A tem um excesso de dez milhões de electrões e a carga B, também. Se
colocarmos um condutor entre as duas cargas, como no caso anterior, não haverá qualquer
fluxo, pois, as cargas são exactamente iguais.

“Não passam electrões, porque as cargas são iguais e negativas”

Fig. 4.08 – Cargas iguais e negativas (não existe uma d.d.p entre A e B)

Exemplo 2: Este caso, é muito idêntico ao anterior, só com a diferença de que as cargas são
agora positivas. Do mesmo modo, devido às cargas a serem exactamente iguais, não há
qualquer fluxo de electrões, quando se coloca o condutor.
Podemos considerar, que em ambos os casos – as forças eléctricas do campo anulam-se,
logo, não existe movimento de electrões, não se realizando, por conseguinte, trabalho.

“Não passam electrões porque as cargas são iguais e positivas”

Fig. 4.09 – Cargas iguais e positivas (não existe uma d.d.p entre A e B)

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c. Dois corpos com cargas do mesmo tipo mas com concentrações diferentes
Exemplo 1:
Atravé da fig. 4.10, pode-se verificar que, a carga A tem excesso de três milhões de electrões,
enquanto a carga B tem, somente, um excesso de um milhão de electrões. Ao colocarmos o
tubo condutor entre as duas cargas, a carga A irá ceder electrões à carga B, de forma a
ficarem, ambas, equilibradas. Logo, irá fluír 1 (um) milhão de electrões de A para B, passando
a ter, tanto a carga A, como a B, com um excesso de dois milhões de electrões.

“Existe uma d.d.p entre a e B”

Exe
Fig. 4.10 – Cargas iguais com concentrações diferentes (existe uma d.d.p entre A e B)

Exemplo2:
Neste caso, em vez de cargas negativas, temos cargas positivas, tudo se passa de forma idêntica.
Será conveniente notar, que o deslocamento de electrões se faz agora de B para A, pois, a carga
B tem mais electrões do que a carga A. Verificamos que só lhe falta 1 (um) milhão de electrões,
enquanto, à carga A, faltam-lhe 3 (três) milhões de electrões.

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Fig. 4.11 – Cargas iguais e positivas (não existe uma d.d.p entre A e B)

Nota:
− Em ambos os casos, existe trabalho, realizado no deslocamento dos electrões.

d. Vários terminais - todos com cargas diferentes

Aqui (fig.4.12), existe sempre diferença entre quaisquer dois terminais. Ao colocarmos um
condutor (equilibrado - C) entre, dois dos terminais, e ligando-o a qualquer um, vai existir fluxo de
electrões até atingir-se o equilíbrio. Se o ligarmos a um terminal negativo, os electrões fluem para
o condutor, se pelo contrário, ligarmos a um terminal positivo, o fluxo faz-se em sentido contrário
(de C para o terminal positivo).

Podemos, então, concluir que o fluxo de electrões faz-se sempre, do terminal mais negativo para o
terminal mais positivo (sentido real da corrente eléctrica).

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Fig. 4.11 – Vários terminais, com cargas diferentes

IMPORTANTE:
1- A d.d.p. tem um carácter relativo, não sendo utilizada para exprimir a quantidade de carga,
mas sim, para comparar duas cargas e indicar a sua concentração.
2- Só na presença de uma d.d.p. é que existe a possibilidade de realizar trabalho.
3- A d.d.p. pode definir-se como sendo a diferença entre estados eléctricos dos dois corpos.
4- Existe um d.d.p. entre, um corpo sem carga (estado eléctrico neutro) e outro carregado
positivamente ou negativamente. Neste caso, o número que nos exprime a d.d.p., entre os
corpos considerados, serve também, para definir o potêncial do corpo carregado em valor
absoluto (sem se saber, se é, negativo ou positivo).

e. Tensão
Dado que quando se unem dois corpos com d.d.p., o movimento dos electrões se faz com
determinada pressão, sendo esta, tanto maior quanto maior for a d.d.p., pode-se associar a
d.d.p., à tensão eléctrica existente.
Assim podemos dizer, indistintamente, d.d.p. ou tensão eléctrica ou ainda, simplesmente,
tensão.

f. Diferença de potêncial nos terminais de uma bateria


No interior de uma bateria, há uma reacção química que provoca a existência de um excesso
de cargas positivas (iões positivos), num seus dos extremos, Assim, a partir do momento em
que se ligue esta bateria, num circuito fechado, os electrões são repelidos pela carga negativa
e atraído pela carga positiva, e logo, forçados a deslocarem-se ou seja:
Quando se estabelece o circuito, a energia potêncial química, armazenada nos eléctrodos e no
electrólito, transforma-se, parcialmente em energia eléctrica, responsável pela manutenção da

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d.d.p. Esta energia, é transferida para o circuito exterior, sob a forma de energia cinética dos
electrões que constituem a corrente eléctrica.

E em circuito aberto?

Fig 4.12 - A d.d.p origina que Fig 4.13 - Existe d.d.p embora
fluam electrões num circuito não exista corrente
fechado

Neste caso (fig 4.13), os electrões não podem fluir, pois, o circuito está interrompido, no entanto, a
bateria continua a manter uma d.d.p. aos seus terminais.
Existe energia em potência, pronta a ser transferida para circuito exterior, sob forma de energia
cinética (movimento dos electrões), quando se estabelecer o circuito. A fonte, está em tensão, e é por
isso que, muitas vezes, se dá o nome de fontes de tensão.

405. COMO CRIAR E MANTER UMA DIFERENÇA DE POTENCIAL

As correntes eléctricas, atrás referidas, duram um intervalo de tempo muito curto. São correntes
transitórias ou temporárias. Porque?

A cedência de electrões, por parte do corpo A, tem como consequência, o aumento do seu potêncial.
Ao mesmo tempo, diminui o potêncial de B, em virtude deste corpo ter recebido electrões. Mas, ao
receber electrões, aumenta, conquentemente, o potêncial de B. Deste modo, aumenta o potêncial
mais baixo (o do corpo A) e diminui o potêncial mais alto (o corpo B), mais rapidamente. Quando
estes potênciais se igualarem, a corrente cessa.

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Para conseguir uma corrente duradoira há, portanto, necessidade de criar e manter uma diferença
de potêncial, entre os dois condutores A e B.
Mas como?
Observemos, o seguinte circuito hidrálico:

Fig. 4.14 - Circuito hidráulico

Na figura 4.14, temos dois reservatórios A e B a níveis diferentes. Ligando-os por um tubo, a água
desloca-se de A para B, tendendo a equilibrar os níveis. Esta corrente de água, cessa, quando os
níveis se equilibram (neste caso o deposito A ficará vazio). Por meio de uma bomba C, podemos
captar a água de B e envia-la para A, à custa de energia mecânica (recebida pela bomba). Assim, é
possível manter constante, a diferença entre os níveis das superfícies livres do líquido h, pelo que, a
corrente de água manter-se-á, ao longo de um circuito fechado - um circuito hidráulico. A corrente de
água, pode ser avaliada, pelo volume de água que passa por segundo, numa secção do circuito, isto
3
é, pelo caudal (m /s).
Analogamente, quando ligamos dois corpos A e B, com diferença de potencial, entre si, existirá
movimento das cargas eléctricas, do corpo de menor potêncial para o de maior potêncial, constituíndo
uma corrente eléctrica.

Fig. 4.15 - As cargas movimentam-se, do menor para o maior potêncial

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Esta corrente, dura pouco tempo, dado que se atinge a igualdade de potenciais, rapidamente. Se se
conseguir manter a diferença de potencial, entre A e B, a corrente eléctrica manter-se-á,
continuamente. Os geradores eléctricos, são que têm esta função de manter a diferença de potêncial
entre dois corpos, equivalendo a sua acção, à bomba no circuito hidráulico.
As baterias, desempenham esta função, por um processo de transformação parcial, de energia
potêncial química armazenada nos eléctrodos, em energia eléctrica, cuja acção, não é mais do que
provocar a libertação de novos electrões livres e iões positivos, para substituir os que se perdem por
recombinação, regenerando as cargas nos terminais. Corresponde ao movimento de electrões
internos, do pólo positivo para o negativo, na mesma proporção e velocidade do movimento de
electrões, no circuito externo.
Noutros tipos de geradores, esta função é conseguida, por transformação de energia não eléctrica,
em eléctrica.
Os geradores têm dois terminais, chamados pólos do gerador: o pólo positivo (+) e o pólo negativo (-),
respectivamente, o de potêncial mais elevado e o de menor potencial.
Na figura 4.16 temos, um gerador eléctrico (representado simbolicamente) que faz passar as cargas
negativas, do pólo negativo A, para o positivo B (pelo circuito exterior), podendo ser realizada de
diversas formas.

Fig. 4.16 - Sentido da corrente electrica

Analogamente ao que se passa com a corrente de água, pode aproveitar-se a energia da corrente
eléctrica (energia cinética das cargas eléctricas) para:
− Fazer funcionar motores (transformação da energia eléctrica em energia mecânica)
− Aquecimento (transformação de energia eléctrica em energia calorífica)
− Iluminação (transformação de energia eléctrica em luminosa, etc.).
− No circuito esquematizado inserimos um motor eléctrico.

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406. NOÇÃO DE FORÇA ELECTROMOTRIZ (F.E.M.) DE UM GERADOR

É devido à existência de um d.d.p., entre os dois terminais (ou pólos) de um gerador, que se
estabelece uma corrente de electrões, nos condutores de ligação a um receptor. Estes deslocam-se,
do pólo negativo para o pólo positivo, pelo circuito exterior.
Para que a corrente se possa manter, é necessário que a d.d.p. nos terminais do gerador, se
mantenha. Isto só é possível, se, no terminal negativo, continuar a existir excesso de electrões, e no
pólo positivo, a falta destes.
Mas para que isto suceda, é necessário, que o gerador realize trabalho internamente e por
conseguinte gaste energia. Daqui, a necessidade do gerador dispor de energia, para transformar em
energia eléctrica.

Fig. 4.17 - Força electromotriz de um gerador

A possibilidade do gerador transferir, do seu interior, até ao pólo negativo, os electrões cedidos ao
pólo positivo pelo circuito exterior, é devida a uma característica, designada por força electromotriz
(f.e.m). A f.e.m., pode dizer-se que, é a causa que cria e mantém uma d.d.p., pois, provoca, de forma
constante, um excesso de electrões num dos terminais do gerador, e no outro, a falta destes. Esta,
existe nos terminais do gerador, mesmo quando este, não se encontra ligado a um circuito exterior.
Quanto maior for, maior será a tensão nos terminais. A existência da f.e.m., e, naturalmente, da
tensão aos terminais do gerador, representa a possibilidade, deste, fornecer energia eléctrica. Com
efeito, a f.e.m. manifesta-se através da passagem da corrente eléctrica, e por isso, os geradores são
caracterizados pela f.e.m., ou seja, a capacidade de transformar energia. Representa-se por “E”, e a
sua unidade no S.I., é também, o Volt. Desta forma, se é a causa da d.d.p. aos terminais, pode
avaliar-se, pela tensão que possa criar. A f.e.m. de um pilha seca tipo Leclanche é de 1.5V, de um
elemento acumulador tipo acido - 2V, de uma bateria para automóveis -12V.

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A força electromotriz de um gerador, mede, portanto, a energia que, é transformada em energia


eléctrica por unidade de carga, através de qualquer secção do circuito.

∆W=E.∆Q, se I for a corrente (lembrando I=∆Q/∆t) teremos,

∆W=E.I.∆t, com W=P. t

Vem [ P=E.I] → sendo P , a potência do gerador

RESUMO:

− Chama-se força electromotriz,“E”, de um gerador eléctrico, à acção, por este desenvolvida,


para manter a diferença de potencial, aos seus terminais.
− A f.e.m., pode resultar de acções químicas como nas pilhas, de fenómenos magnéticos como
nos geradores dinâmicos (dínamo e alternador), e ainda caloríficas, luminosas, etc…
− A f.e.m de um gerador mede-se pela d.d.p. ou tensão eléctrica que apresenta aos seus
terminais quando o circuito encontra-se em aberto, não havendo, assim, corrente
eléctrica.

Assim , a f.e.m. mede-se também em volt (V)

407. DETERMINAÇÃO DO VALOR DA D.D.P. – VOLTIMETRO

A existência, ou não, de uma diferença de potencial entre dois condutores, ou entre dois pontos de
um condutor, assim como, o valor dessa diferença de potencial, pode ser verificadas com aparelhos
chamados Voltímetros.
Um voltímetro é um aparelho que permite medir a diferença de potencial, entre dois condutores ou
entre dois pontos de um condutor.

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Fig 4.18 - Voltímetro

Por razões, que adiante estudaremos, estes aparelhos não se intercalam em série nos circuitos,
como os amperímetros, mas sim, como está indicado na figura 4.19 (ligação em paralelo ou
derivação)

Fig 4.19 - Voltímetro e sua aplicação

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a. UNIDADES
A diferença de potêncial ou tensão eléctrica, mede-se em Volt (V).
(Alessandro – físico italiano – 1745 - 1827 – fabricou a primeira pilha).
Utilizam-se, também, múltiplos e submúltiplos do Volt , tais como:
-6
-microvolt (µV) 1 µV=0,000001V =10 V
-3
-milivolt (mV) 1 mV=0,001 V10 V
3
-kilovolt (kV) 1kV=1000V =10 V
6
-Megavolt (MV) 1MV=100000V=10 V

b. DEFINIÇÃO DE VOLT
1(Um) VOLT é a d.d.p. entre dois pontos de um campo eléctrico, quando as forças eléctricas do
campo realizam ou tem capacidade para realizar, o trabalho de 1 JOULE, no transporte da carga de 1
COULOMB, de um ponto (A) para o outro (B).

1𝐽
VA – VB = = 1𝐽. 𝐶 −1 = 1 𝑉𝑜𝑙𝑡 ( 𝟏𝑽)
1𝐶

408. LIGAÇÃO DE BATERIAS

a. Ligações em série
Esta ligação, é a união das baterias umas às outras, em sequência de tal forma, que a mesma
corrente que as atravessa. Podemos, fazer esta ligação de dois modos: o primeiro, é ligar o
terminal positivo de cada bateria ao terminal negativo da seguinte, tal como indica a figura 4.20:

Fig 4.20 - Associação em série

NÃO CLASSIFICADO - 99 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Nesta situação, temos todas as tensões das baterias a somarem-se, e como tal, a tensão total
é o somatório das tensões de cada uma das baterias.
A outra maneira, de ligar as baterias em serie, é ligar, os terminais positivos ao positivo da
seguinte. Nesta situação, como as tensões são iguais, mas com polaridade contrária, há uma
anulação de efeitos e no total, não existe tensão. Não há qualquer fluxo de corrente.

A ligação em série, é utilizada sempre que se pretenda uma tensão de alimentação


superior à tensão de cada uma das baterias. Deste modo, a segunda possibilidade de ligação
nunca é utilizada.

b. Ligações em paralelo
Alem das ligações serie podemos fazer ainda a ligação das baterias em paralelo. Neste tipo de
ligação a corrente que passa nas diversas baterias pode ser a mesma, mas somam-se as
correntes da cada um dos ramos para saber qual a corrente total do circuito. A ligação faz-se
como vem indicada na figura.

Fig 4.21 - Associação em paralelo

A ligação em paralelo é utilizada sempre que se pretenda aumentar o valor da corrente que
percorre o circuito., sem alterar o valor da tensão,

c. Serie paralelo
Há, geralmente, uma outra alternativa, que é fazer uma ligação mista entre as pilhas,
utilizando os métodos série e paralelo. Geralmente, é utilizada quando é necessário aumentar
a tensão e a corrente num determinado circuito.
Agora, como se observa na figura 4.22, ficamos, com o dobro da tensão em cada ramo (duas
pilhas em serie), e ainda, com a soma das correntes, de cada ramo (ramo paralelo).

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NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Fig 4.22 - Associação mista

409. TENSÃO APLICADA A UM CIRCUITO – QUEDAS DE TENSÃO

Vimos já, que a bateria cria e mantém uma d.d.p. aos terminais, devido à sua f.e.m. Ao ligar-se uma
carga, estabelece-se um fluxo de corrente, através dela, que é proporcional à d.d.p. nos seus
terminais. Esta d.d.p., é responsável pela quantidade de corrente eléctrica, que flui.
Vamos dizer que, a d.d.p. que existe nos terminais da bateria, é a tensão aplicada ao circuito
eléctrico, quando este é estabelecido.
Se, devido à f.e.m., a bateria tem 10V nos seus terminais, então, a tensão aplicada ao circuito é de
10V. Se houver, mais que uma bateria no mesmo circuito, ligadas em serie, a tensão aplicada é a
soma das tensões de todas as baterias.
Outro tipo de tensão, existente num circuito eléctrico, é a queda de tensão. Quando os electrões
fluem, através da carga, cedem a ésta, a sua energia. Na maioria dos casos, esta energia acaba por
libertar-se, sob a forma de calor.
É a esta energia, extraída do circuito pela carga, que se designa-se por queda de tensão. Esta,
também vem expressa em Volt, pois, é também uma tensão. Há uma relação matemática, entre
trabalho produzido, carga e queda de tensão.
Há uma relação matemática entre trabalho produzido, carga e queda de tensão:

𝐽𝑜𝑢𝑙𝑒
V=
𝐶𝑜𝑢𝑙𝑜𝑚𝑏

NÃO CLASSIFICADO - 101 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Por exemplo, uma lâmpada, produz uma energia de 10 Joule em cada segundo, quando flui através
dela, uma carga de 2 Coulomb por segundo.Vejamos qual a queda de tensão nessa lâmpada:
10𝐽
= 5𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠
2𝐶

Assim, a queda de tensão nessa lâmpada, é de 5V, e será este valor que obteremos, se medirmos
com um voltímetro, a tensão nos terminais da lâmpada.

Resumindo, podemos dizer que:


− A diferença, entre a tensão produzida e a queda de tensão, é, a primeira está sempre presente
nos terminais da bateria, mesmo que ésta esteja em aberto, enquanto que a segunda, só existe
sobre carga, e se houver corrente no circuito, que a atravesse.

É importante, saber uma lei de electricidade que nos diz que:


Em qualquer circuito, a tensão produzida deve ser sempre equivalente à soma das quedas de
tensão, nesse circuito (fig 4.23)

a) b)
Fig. 4.23

Na figura 4.23a, em paralelo com uma bateria de 10V, encontra-se uma lâmpada (carga), onde caiem
esses 10Volts (queda de tensão igual à tensão produzida).
Na figura 4.23b, a mesma bateria alimenta, agora, duas lâmpadas. Devido ao princípio já citado, a
queda de tensão total (soma das duas lâmpadas), não pode ser nem superior, nem inferior à tensão
produzida, mas sim igual. Assim, a tensão total nas lâmpadas, tem de ser 10V, que faz com que, em
cada lâmpada, só caiam agora 5V, para que a sua soma seja igual a 10V.

NÃO CLASSIFICADO - 102 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Vejamos outro exemplo:


Na figura 4.24, temos três baterias de 4V cada, ligados em série, logo a tensão total produzida é:
3 x 4V = 12V.
Então, a queda de tensão, neste circuito, tem de ser 12V. Esta é precisamente a tensão que cai na
lâmpada (carga).

Fig 4.24

Já na figura 4.25, temos duas fontes de 4.5V, cada o que dá um total de 9V de tensão produzida.
Esta tensão alimenta agora 3 cargas iguais cuja queda de tensão total tem de ser 9V, o que implica
que em cada lâmpada caiam 3V.

Fig 4.25

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410. CONCEITO DE TERRA

Este, é um conceito muito importante. A terra considera-se a um potêncial zero ou nulo. Assim, é o
ponto de referência, para se medirem tensões.
É muito, vulgar, em aparelhagem eléctrica, as ligações à terra através de cabos, para evitar que as
partes exteriores fiquem carregadas, e como tal, perigosos para o utilizador. Quando ligados à terra,
assegura-se que a carga é nula, permanentemente, pois, todas as cargas se escoam para a terra.
No entanto, em electrónica, o conceito de terra é um pouco diferente. A terra, pode, não ser
exactamente o solo, como no caso da electricidade, mas, simplesmente, um ponto de referência do
circuito. Todas as medições de tensão, fazem-se, em relação a esse ponto de referência. Este
conceito, permite-nos ter tensões positivas ou negativas. Por exemplo, numa bateria de 6V, se
tomarmos, como ponto de referência o terminal positivo, sabemos automaticamente, que o terminal
negativo está a 6V mais negativo que a referência, ou seja, tem 6V negativos. Contrariamente, se o
ponto de referência, for o terminal negativo, a tensão no outro terminal está 6V mais positivo, logo 6V
positivos.

Fig 4.26

− A representação da terra no circuito é a da fig. A.


− Na figura B, temos uma bateria a fornecer 10V positivos, visto ter o terminal negativo, como
referência.
− Na figura C, o terminal de referência é o positivo e portanto a bateria fornece 10V negativos.
− Finalmente a figura D, a tensão entre os pontos C e A é 16V. A terra está no meio das duas
baterias e que são diferentes, mas o terminal de referência, para uma, é o negativo, e para a
outra é positiva; logo, a primeira fornece 10V positivos e a segunda 6V negativos, e portanto,
a tensão total é 10V – (- 6V) =16V positivos.

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Em muitos dispositivos electrónicos, de pequeno tamanho, como rádios a transístores,


calculadoras, etc., tem os seus circuitos montados num impresso e, neste caso, a terra não é mais
que uma pequena área de cobre, coberta sobre a placa, em relação à qual se medem, todas as
tensões do circuito. Aqui, toma nome de massa. A representação, é também diferente, pois,
representa-se como a figura E.

411. PRODUÇÃO DE F.E.M.

Existem, basicamente, seis métodos de produção de f.e.m. Vejamos quais são:


− Magnetimo;
− Reacção Química;
− Fricção;
− Luz;
− Pressão;
− Calor.

a. Magnetismo
Magnetismo é o mais importante método de produção de FEM. Baseia-se, no princípio de que,
quando se move um condutor, num campo magnético, produz-se uma f.e.m. –
magnetoelectricidade.
A força do campo magnético e o deslocamento do corpo, produzem e energia necessária para
serem libertados electrões do condutor. Se este faz parte de um circuito eléctrico fechado,
então, há um fluxo de electrões, através desse circuito.

Fig 4.27

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NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Fig 4.28 - Produção de f.e.m por magnetismo

Na figura 4.28a, temos um íman permanente, com as linhas de força, traçadas entre o pólo norte e o
pólo sul. Se fizermos o condutor deslocar-se, por forma a cortar este campo magnético,
(deslocamento para cima) vão fluir electrões, no sentido indicado. A figura 4.28b, o deslocamento é
para baixo, que faz com que o fluxo de electrões se processe, em sentido contrário. Então, se o
movimento se mantiver, constantemente, para cima e para baixo, o fluxo da corrente eléctrica altera,
também, o sentido do seu deslocamento.

b. Reacção Química
Este método, também é bastante conhecido, e designa-se electroquímica.
As baterias dos automóveis, são aplicações típicas.

Na figura 4.29, temos uma tina, com solução de ácido sulfúrico diluído – electrólito. Nesta
solução, o ácido decompõe-se em hidrogénio e sulfato. Devido à acção química, os átomos de
hidrogénio cedem electrões às moléculas de sulfato e, ficamos então, com iões positivos de
hidrogénio e iões negativos de sulfato. Apesar disto, a solução é neutra, pois, a quantidade de
iões positivos é igual à de iões negativos.

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Ao introduzir 2 (dois) eléctrodos na solução, um de cobre e outro de zinco, os iões positivos de


hidrogénio, vão atrair os electrões livres da barra de cobre e, os iões negativos de sulfato vão
fazer libertar-se iões positivos, do zinco. Estamos, então agora, em presença duma barra de
zinco, com carga negativa. Se ligarmos um condutor, entre as duas barras, vai passar um fluxo
de electrões do terminal negativo (zinco) para o positivo (cobre). Esta corrente, designa-se por
corrente contínua ou D.C. (pois, tem sempre a mesma direcção).

Fig 4.29 - Produção de f.e.m por reacção química (Electrólise)

c. Fricção
Um outro método para produzir electricidade, dos mais antigos, é por fricção. Já vimos que
uma vareta de vidro, carrega-se positivamente quando se esfrega com um pedaço de seda. Se
tocarmos, agora, com a vareta num copo neutro, há uma descarga rápida. Pode, até, produzir-
se um pequeno arco, entre os dois corpos. Existe um gerador a funcionar com este princípio –
VAN CRAAF- para produzir tensões, muito elevadas, e que emprega-se em laboratórios de
física. A produção de electricidade por este meio denomina-se, efeito triboeléctrico.

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Fig 4.30 – Produção de f.e.m por fricção

d. Luz
Esta forma de produzir electricidade, é ainda, muito dispendiosa, pois o rendimento da
conversão é muito baixo.No entanto, temos algumas aplicações conhecidas, as naves
espaciais e algumas aplicações comerciais.
A célula solar é, constituída por material fotossensível, entre duas placas, que actuam como
eléctrodos.
O material fotossensível que pode ser césio, germânio e cádmio, etc., que quando sujeito à luz,
liberta electrões (efeito fotoeléctrico), que são fornecidos a uma das placas, criando assim, uma
diferença de potencial, entre dois eléctrodos.
A quantidade de energia fornecida, por uma célula destas, é muito pequena, e para se
conseguir maiores quantidades, ter-se-á que se usar células em série.

Fig 4.31 - Produção de f.e.m por luz (Efeito fotovoltaico)

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e. Pressão
Existem determinados tipos de materiais, que quando submetidos a pressões, criam uma certa
quantidade de carga eléctrica – efeito piezoeléctrico. Exemplos destes materiais, são: quartzo,
turmalina e sais de Rochelle.
Na estrutura normal, as cargas positivas e negativas estão distribuídas, de forma a re-
interligarem-se. No entanto, ao pressionar o material, os electrões deslocam-se, dum lado ao
outro, e, cria-se uma certa carga. Se retirarmos a pressão, tudo volta ao estado anterior –
neutro.
Exemplos, destes tipos de electricidade, são certos isqueiros eléctricos,microfones de cristal,
osciladores de precisão, etc.

Fig 4.32 - Produção de f.e.m pressão (Efeito piezoeléctrico)

f. Calor
A conversão, de energia calorífica em energia eléctrica, também é, um modo de produzir
electricidade. O dispositivo utilizado, é o chamado termopar. Este, consiste em dois materiais
diferentes, unidos entre si (ex.: cobre e zinco). O cobre, cede electrões com facilidade, devido à
sua estrutura atómica, logo, ao aquecer-se (fornecendo energia ao cobre), ainda com mais
intensidade, isto se passa. Então, o cobre vai ceder electrões ao zinco, que fica com uma carga
negativa, ficando o cobre com carga positiva, ou seja, entre os dois, há uma diferença de
potencial que é proporcional à quantidade de calor, que foi transmitida ao termopar. Cada
tensão, corresponde a uma determinada temperatura, o que o torna útil, em medições de alta
temperatura. Este processo de obtenção de electricidade, denomina-se termoeléctrico.

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Fig. 4.33 - Produção de f.e.m por calor ( Efeito termoeléctrico)

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CAPITULO 5 – RESISTÊNCIAS

501. RESISTÊNCIA ELÉCTRICA DE UM CONDUTOR - OHM

a. Noção intuitiva de resistência


Se ligar, primeiro uma só lâmpada, depois duas, e a seguir, três lâmpadas iguais, em serie à
uma mesma pilha, irá observar, que a luz emitida pelas lâmpadas, vai, sucessivamente,
diminuindo. Como mais tarde verá, a luminosidade de uma lâmpada, depende da intensidade
da corrente que a atravessa. Depois de um experiencia deste tipo, verifica-se, que a
intensidade da corrente diminui, à medida que se vai aumentando o número de lâmpadas,
intercaladas, no mesmo circuito. Como compreender este facto?

Fig 5.01 - Cada fio, tem uma determinada resistência électrica

Um grupo de alunos, obteve os valores do quadro seguinte, com um circuito eléctrico como o
da figura anterior, à medida que foi intercalando diversos fios, entre os pontos x e y do circuito.

Fios Diferença de potêncial (em volts) Intensidade (em amperes)

1 4,42 0,18
2 4,42 0,24
3 4,4 0,42
4 4,4 0,48
5 4,4 0,54

NÃO CLASSIFICADO - 111 - ORIGINAL


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Como compreender que, para o mesmo valor ou valores muito próximos da diferença de
potencial, correspondam, nos vários fios, correntes de intensidade, tão diferentes?
À medida que os electrões se deslocam, vão colidindo, sucessivamente, com os átomos
existentes nos metais condutores. Dessas colisões, resulta uma diminuição de velocidade, com
que os electrões progridem.
Como desta velocidade, depende a intensidade da corrente, haverá uma diminuição na
intensidade desta.
Por analogia, com que se passa num rio (aí a intensidade da corresponde ao caudal de água),
dizemos que, os condutores oferecem, tanto maior resistência à passagem da corrente quanto
menor for a intensidade, para a mesma diferença de potêncial. E essa resistência provém, das
repetidas colisões dos electrões, dos átomos do metal condutor.
O que sucede, então, na experiencia atrás referida, com lâmpadas eléctricas?
O aumento do número destas, faz aumentar a resistência à passagem da corrente e
consequentemente, faz diminuir a intensidade da corrente.
O facto de, com os diferentes fios, a intensidade da corrente ser diferente, compreende-se, se
tivermos em conta, que aqueles, oferecem diferentes resistências à passagem da corrente.

b. Definição de resistência
Para uma dada diferença de potencial, V= constante.
𝑉
O quociente , é tanto maior quanto menor for a intensidade I e, portanto, quanto maior for a
𝐼
𝑉
resistência do condutor. Compreende-se, pois, que o quociente se tome para medida da
𝐼

resistência, isto é:
A resistência de um condutor é o quociente da d.d.p., V, a que está submetido, pela
intensidade, I, da corrente que o percorre:

𝑉
𝑅=
𝐼

A resistência exprime-se, no SI, numa unidade chamada ohm.


O símbolo dessa unidade é Ω (letra ómega do alfabeto grego)
V = 1 volt I = 1 ampere
Vem:
1𝑉
𝑅= = 1Ω
1𝐼

NÃO CLASSIFICADO - 112 - ORIGINAL


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O Ohm é pois, a resistência de um condutor que será percorrida pela corrente de intensidade 1
ampêre quando for submetido a uma d.d.p. de 1 volt, entre os seus extremos.
Quando um condutor tem uma resistência considerável, isto é que deve ser tida em conta nos
cálculos relacionados com os circuitos eléctricos, chama-se mesmo RESISTENCIA e representa-
se simbolicamente, por uma linha quebrada.

a) Resistência de valor constante b) resistência de valor variavél

Fig 5.02 - Simbologia

Importante:

Resistência de um condutor é o quociente da d.d.p., V, entre os seus extremos, pela intensidade, I,


da corrente que o percorre:
𝑉
𝑅=
𝐼

A unidade SI de resistência é o OHM - Ω

OHM, é a resistência de um condutor, que é percorrido pela corrente de intensidade de 1A, quando
sujeito a uma d.d.p. de 1V, entre as suas extremidades.

APLICAÇÕES:
1 Um ferro de engomar com a resistência de 64,7 Ω, é ligado à tensão de 220V.
− Determine a intensidade da corrente que o percorre.
V=220V
R=64,7 Ω
𝑉 220
𝐼= = = 𝟑, 𝟒𝐀
𝑅 64,7

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2 Determine a resistência dum irradiador que ligado à tensão de 220V absorve uma corrente de7A
de intensidade.
V=220V
I=7A
𝑉 220
𝑅= = = 𝟑𝟏, 𝟒 𝛀
𝐼 7

3 A resistência de um aparelho é de 20 Ω e deve ser percorrido por uma intensidade de corrente de


2,5A. Calcule a tensão que se deve aplicar aos seus terminais.
R=20 Ω
I=2,5A
𝑉 = 𝑅. 𝐼 = 20 × 2.5 = 𝟓𝟎𝑽

502. VARIÁVEIS DE QUE DEPENDE A RESISTÊNCIA DE UM METAL CONDUTOR

Acabamos de ver, que um determinado condutor metálico, tem resistência eléctrica de valor
constante, desde que a sua temperatura seja mantida invariável. De facto, é fácil mostrar, que a
temperatura é uma das variáveis que influência a resistência de um condutor: basta medir a
resistência desse condutor, a temperaturas diferentes.

Mas, a resistência de um condutor, dependerá, apenas da sua temperatura?


O estudo experimental dos condutores, mostrou que a resistência eléctrica dos condutores filiformes
(isto é, em forma de fio) e homogéneos (isto é constituídos pelo mesmo material em toda a sua
extensão), depende de outras variáveis, além da temperatura, a saber:
− O material de que é feito o condutor;
− O comprimento do condutor;
− A secção do condutor.

a. Relação entre a resistência de um fio condutor e o seu comprimento


Para estudar a relação, entre a resistência de fios condutores e o seu comprimento, deve ter-se em
conta que, todas as outras variáveis (temperatura, secção do fio e material de que é feito), não devem
influenciar, elas próprias, a resistência dos fios. Quer isto dizer que, para estudar a relação entre

NÃO CLASSIFICADO - 114 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

resistência e o comprimento, se deve medir a resistência de vários fios condutores, do mesmo


material, com a mesma secção, e à mesma temperatura. Apenas o comprimento dos diversos fios
condutores, deve ser diferente.

a) Fios da mesma substância, de igual secção, mas de comprimentos diferentes: L; 2L;3L.


b) Determinação da resistência de cada fio.
Fig 5.04 - Determinação da resistencia

Foi, deste modo, que um grupo de alunos procedeu para a determinação do valor da resistencia de
cada fio, utilizando o equipamento esquematizado na figura anterior. Obtiveram os seguintes
resultados:

Comprimento do fio Resistência


(cm) (Ω)
33,3 0,64
66,6 1,26
99,9 1,94

Haverá, alguma relação, entre as resistências dos fios e os comprimentos dos mesmos?
Repare que, o comprimento do segundo fio, é o dobro do comprimento do primeiro fio (66,6
cm=2x33,3);
Observe também, que a resistência do segundo fio, é aproximadamente igual, ao dobro da resistência
do primeiro fio:
1,26𝛺
= 1,97𝛺 ≃ 2𝛺
0,64𝛺
O pequeno desvio verificado é compreensível: deve-se aos erros inevitáveis de leitura nas medições.
Se comparar, a resistência do terceiro fio com a do primeiro fio, poderá concluir, que aquela é três
vezes superior, e que o comprimento do terceiro fio, é também três vezes superior.

NÃO CLASSIFICADO - 115 - ORIGINAL


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Este tipo de relação, entre resistência e comprimento é, pois, uma relação de proporcionalidade
directa.
Podemos, assim concluir, que a resistência de um fio condutor homogéneo e filiforme, à temperatura
constante é directamente proporcional ao seu comprimento; isto é:

= constante

b. Relação entre a resistência de um fio condutor e a sua secção


Para estudar esta relação, é necessário proceder de modo semelhante ao anterior, no entanto, as
variáveis, que agora se devem manter constantes, são outras. Como efeito, é necessário utilizar fios
do mesmo material, e com mesmo comprimento, mas, de secções diferentes – figura seguinte.

Fig 5.05 - Condutores de igual comprimento e diferentes secções

Um grupo de alunos, calculou as áreas das secções de fios, como os reapresentados na figura
anterior, a partir do conhecimento do diâmetro de cada fio. Em seguida, mediu-se as respectivas
resistências.
Eis os cálculos que efectuaram, e os valores que determinaram:

Cálculo das áreas das secções dos fios:


(área de um circulo = π.raio = 3,14.raio )
2 2

Área da secção Raio da


Fio 2 Cálculo da área da secção
(mm ) secção
2 2
1 0,25 0,125 S1 =3,14x0,125 mm = 0,049 mm
2 2
2 0,5 0,25 S2 =3,14x0,25 mm = 0,195 mm
2 2
3 1 0,5 S3 =3,14x0,5 mm = 0,78 mm

NÃO CLASSIFICADO - 116 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Relação entre a área das secções dos fios, e as respectivas resistências

Resistência (Ω)
2
Fio Área de secção (mm )
1 0,049 8,1
2 0,2 2
3 0,8 0,51

Haverá alguma relação, entre as resistências dos fios e as áreas das secções dos mesmos?

Se observar com atenção, os valores registados, notará que, se existir alguma relação entre estas
duas variáveis, essa relação, terá de ser tipo diferente, da obtida entre o comprimento e a resistência.
De facto, como pode verificar no quadro anterior, as secções de área maior, correspondem
resistências menores.
Repare que, a resistência do segundo fio é 4 vezes menor, do que a resistência do primeiro fio. Por
sua vez, a área da secção do segundo fio é 4 vezes maior, do que a área da secção do primeiro fio.

Uma relação semelhante, verifica-se, entre o primeiro e o terceiro fio: enquanto a resistência do
terceiro fio, é cerca de 16 vezes menor que a área da secção do primeiro fio (0,5/8 = 1/16), a área da
secção, deste ultimo, é 16 vezes maior que a do primeiro (0,8/0,049 = 16,3→16).

O tipo de relação, que se verifica entre estas duas grandezas, designa-se por proporcionalidade
inversa. Podemos, portanto afirmar, que a resistência de um fio condutor, à temperatura constante, é
inversamente proporcional, à área da secção do fio.

Esta relação de proporcionalidade, pode ser facilmente matematizada. De facto, quando duas
variáveis são inversamente proporcionais, o seu produto é constante, como pode observar nos
quadro que se segue:

Área de secção Resistência


mm .Ω
2
Fio
(Ω)
2
(mm )
1 0,049 8,1 0,049x8 = 0,392
2 0,2 2 0,2x2 = 0,40
3 0,8 0,51 0,8x0,5 = 0,40

Podemos, portanto, escrever que:

NÃO CLASSIFICADO - 117 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

R1.s1 = R2.s2 = R3.s3= const.

Importante:
A resistência de um fio metal condutor, de comprimento constante, é inversamente proporcional à
área da sua secção recta. Tem-se:
R.s = constante

c. A resistência de um fio metal, depende da substância de que é feito


Uma vez mais, o método experimental permite encontrar a resposta a esta questão. Basta montar-se
um circuito segundo o esquema da parte (b) da figura 5.04, utilizando fios metálicos de igual
comprimento e igual secção mas de substâncias distintas.
Observe, o seguinte quadro, cujos valores, foram recolhidos por um grupo de alunos.

Logo:
A resistência de um fio condutor metálica depende da natureza da substancia que o forma, (sua
estrutura atómica), sendo esta dependência constante para a mesma substância. Esta constante é a
resistividade e é designada por ρ (ró – letra do alfabeto grego).

d. Fórmula da resistência de um condutor


Após estas experiências, estamos em condições de calcular, a resistência de qualquer metal
condutor, desde que se conheça a sua resistividade, o seu comprimento e secção.

𝒍
𝐑 = 𝛒.
𝑺

𝒍 Ω. 𝑚𝑚2 𝑚
𝐑 = 𝛒. =� �. =𝛀
𝑺 𝑚 𝑚𝑚2

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NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

R – resistência em Ω (OHMS)
l – comprimento em m (metros)
2
S – secção em mm (milímetros quadrados)
ρ - Resistividade em Ω mm /m (OHMS x milímetros quadrados por metro) *
2

*Encontram-se ainda, outras unidades antigas, em certas tabelas, que são o [Ω.cm] ou [Ω.cm /cm].
2

Que relação existe, entre estas unidades?


Ω. 𝑚2 Ω. 10 000𝑐𝑚2 𝑐𝑚2
1Ω. 𝑚 = =1 = 100Ω = 100Ω. 𝑐𝑚
𝑚 100𝑐𝑚 𝑐𝑚
Ω. 𝑚2 Ω1000000𝑚𝑚2 Ω. 𝑚𝑚2 Ω. 𝑚𝑚2
1Ω. 𝑚 = =1 = 1000000. = 106
𝑚 𝑚 𝑚 𝑚
Ω. 𝑐𝑚2 Ω100. 𝑚𝑚2 Ω𝑚𝑚2 Ω. 𝑚𝑚2
1Ω. 𝑐𝑚 = =1 = 10000. = 104
𝑐𝑚 0,01𝑚 𝑚 𝑚

Dizer que, a resistividade do cobre é ρ=0,0178Ω.mm /m, significa que um fio de cobre, com 1 mm de
2 2

secção, tem 0,0178Ω de resistência (a temperatura de 20 C), por cada metro de comprimento. Esta
0

característica, é própria do material, como é a cor ou densidade, outra característica qualquer.

PROBLEMAS:
𝑚𝑚 2
1 – Qual é a resistência de um fio de cromoníquel (𝑙 = 1,04Ω ) , com 1,5 metros de comprimento e
𝑚
2
0,5 mm de secção?
𝑙 1,5
𝑅 = 𝜌 = 1,04. = 𝟑, 𝟏𝟐Ω
𝑆 0,5

2 – Qual deve ser o comprimento de um fio de constantan (ℓ = 0,48Ω mm \m) de secção 0,5 mm ,
2 2

necessário para construir uma resistência de 20Ω?


𝑅. 𝑆 20 𝑥 0,5 10
𝑙 = = = = 𝟐𝟎, 𝟖𝟑𝟑𝒎
ρ 0,48 0,48

2
3 – O elemento aquecedor de um irradiador, constituído por um fio de cromoníquel, de 0,5 mm de
secção, deverá ter uma resistência de 40Ω. Determine o comprimento que o fio deve ter.
Solução:
0,5
𝑆 = 𝜋𝑟 2 = 3,14 x ( )2 = 0,196mm
2
D = 0,5 mm
2

R = 40Ω
ρ = 1,1Ω mm /m
2

𝑙=?

NÃO CLASSIFICADO - 119 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

𝑅. 𝑆 40 𝑥 0,196
𝑙= = = 𝟕, 𝟏𝟑𝒎
ρ 1,1

4 – Uma linha aérea (2 fios) de alimentação de uma fábrica, tem 3Km de comprimento e deve ter uma
resistência de 2Ω. Determine a secção, que os condutores devem ter:

a) Quando constituídos, por cobre. ρ 𝑐𝑢 = 0,017Ω 𝑚𝑚2 / m


b) Quando constituídos, por alumínio. ρ 𝐴𝐼 = 0,029Ω 𝑚𝑚2/𝑚

O comprimento total da linha é: L=2𝑙 = 2 × 3000 = 6000 m

a) Condutor de cobre:
ρ × 𝐿 0,017 𝑥 6000
𝑆= = = 𝟓𝟏𝒎𝒎𝟐
𝑅 2

b) Condutor de alumínio:

ρ × 𝐿 0,029 𝑥 6000
𝑆= = = 𝟖𝟕 𝒎𝒎𝟐
𝑅 2

Concluímos que, se os condutores forem de alumínio, a secção destes, terá de ser mais elevada.
Por outro lado, o alumínio é mais leve que o cobre.

503. VARIAÇÕES DE RESISTIVIDADE COM A TEMPERATURA

Vamos determinar a influência da temperatura, nos valores de resistências das substâncias, e


portanto, nos valores das resistências dos condutores.
Verifica-se, experimentalmente, que a resistividade varia com a temperatura, de acordo com a
seguinte relação:
ρθ =ρ0 (1 + α∆θ)

ρθ – Valor de resistividade a θ C
0

ρ0 – Valor de resistividade a 0 C
0

α – Coeficiente de temperatura
∆θ – Diferença de temperatura θ a 0
o 0

NÃO CLASSIFICADO - 120 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Lógicamente, se a resistividade varia com a temperatura, então, também o mesmo, acontecerá com a
resistência, pelo que, podemos escrever.

Rθ = R0 (1 + αθ)

Rθ – valor de resistência a θ ºC, em ohms


R0 – valor de resistência a 0 ºC, em ohms
θ – Temperatura em ºC
α – Coeficiente de temperatura

Muitas vezes, a temperatura que se utiliza não é a 0ºc, mas a 20º. Deste modo, empregaremos a
expressão:

Rθ = R20º [ 𝟏 + α (0 – 20º)]

Material Resistividade ρ a Coeficiente de


20 C em Ω.mm /m
0 2
temperatura α
Prata 0,016 0,0036
Cobre 0,0176 0,0043
Ouro 0,021 0,0036
Alumínio 0,029 0,004
Tungsténio 0,055 0,005
Estanho 0,12 0,0045
Ferro 0,13 0,0045
Constantan (60%Cu+40%Ni) 0,5 0,00002
Cromoníquel (20%Cr+80%Ni) 1,1 0,0002
Maillechort (60%Cu+25%Zn+15%Ni) 0,36 0,0003
Manganina (84%Cu+12%Mn+4%Ni) 0,42 0,00002
Carvão 13 a 100 -0,002

NÃO CLASSIFICADO - 121 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Problemas:
1) Um fio de cobre, tem uma resistência de 520 Ω , à temperatura de 15ºC. Qual será a
resistência, deste mesmo fio, à temperatura de 120ºC?
Nas tabelas, encontra-se α = 0.0043º𝐶 −1
R120º = R15 [1 + α (120 – 15)]
R120º = 520 (1+ 0,0043 x 15)
R120º = 520 x 1,4515 = 754,78 Ω

2) Um fio de cobre, da bobina de um contactor, tem um comprimento de 50 metros, e uma secção


de 0,50mm2. Em funcionamento, a bobina aquece até 60º. Calcule a sua resistência, a ésta
temperatura.

ρ cu 20ºC = 0.0176 Ω mm2/m α = 0.004ºC


-1

ℓ 50
𝑅20𝑜 = 𝜌 = 0.0176 = 0.0176 × 100 = 1.76Ω
𝑠 0.5
𝑅60𝑜 = R20º ( 1 + α × θ ) = 1.76 ( 1 + 0.004 × 40)
𝑅60𝑜 = 1.76 ( 1 + 0.16) = 1.76 × 1.16 = 2.05 Ω

3) Para medir o aquecimento das bobinas de um dínamo, mediu-se, primeiro a sua resistência com
este parado, à temperatura de 20º, e depois, com o dínamo quente, após ter funcionado a uma
carga, durante algum tempo. Obtiveram-se, os seguintes valores: 0,115 Ω e 0,140Ω.
Determine:
a) A elevação de temperatura.
b) A temperatura atingida pelas bobinas.
α cu = 0.004ºC
-1

a) R2 = R1 (1 + α × Δ θ)
0,140 = 0.115 ( 1 + 0.004 × Δ θ)
0.140 = 0.115 + 0.000460 × Δ θ
0.140 - 0.115 = 0.000460 × Δ θ
0.025 = 0.000460 × Δ θ
0.025
∆𝜃 = = 𝟓𝟒 º𝑪
0.00046

NÃO CLASSIFICADO - 122 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

b) Δθ = θ2 – θ1
54 = θ2 – 20

θ2 = 50+20=74ºC

504. CONDUTIBILIDADE

Por vezes, utiliza-se, em vez de resistividade, o seu inverso que é a condutibilidade eléctrica


ℜ=
ρ

Repare que, o cobre (ver tabela anterior) apresenta resistividade muito baixa, daí ser tão largamente
utilizada em condutores.
ℓ 1
Cobre : ℜ= = = 𝟓𝟔℧
ρ 0.017

Por outro lado, o vidro e a goma apresentam, respectivamente, ρ = 10 e ρ = 10 , o que os faz,


16 20

serem muito utilizados no isolamento.


1 1
Vidro: ℜ = = = 10−16
ℓ 1016

1 1
Goma: ℜ = = = 10−20
ℓ 1020

505. CONDUTÂNCIA

Até aqui, estivemos a estudar o conceito de resistência eléctrica, e vimos, que é a OPOSIÇÃO à
passagem da corrente eléctrica.
Por vezes, utiliza-se uma outra propriedade dos materiais, que é a facilidade com que o material
conduz corrente e que se denomina condutância. É precisamente o oposto de resistência, ou seja, o
seu inverso.

1
Condutância =
𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎

NÃO CLASSIFICADO - 123 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Substituíndo pelas letras que as representam:

𝟏
𝐆 =
𝑹

As unidades em que se expressa a condutância, são = mho (contrário do ohm), ou Siemens e o


símbolo = ℧ (omega ao contrário).
Então:
1
1 Siemens = 1 mho =
1 𝑜ℎ𝑚

Podem, ainda, apresentar-se as condutâncias, sob as formas de milimhos = m ℧


1 m℧ = 0.001℧

506. MEDIÇÃO DE RESISTÊNCIAS

Na electrotecnia, a palavra resistência, tem dois significados. Umas vezes, é usada para designar a
propriedade dos materiais oferecerem (maior ou menor dificuldade) à passagem de uma corrente
eléctrica. Outras vezes, é usada para designar um elemento de um circuito, um objecto, um
dispositivo. Nalguns países, já se faz a distinção, empregando-se o termo RESÍSTOR para
referenciar o dispositivo com resistência eléctrica, e resistência para designar a característica.

Esquematicamente é representada pelos símbolos:

Para resistências pequenas, usa-se microhm (µΩ) e para resistências maiores, usa-se tanto o
quiloohm (KΩ), como o Megaohm (MΩ). As suas relações são:
1MΩ = 1000 000 Ω = 10 Ω - (Megaohm)
6

1KΩ = 1000 Ω = 10 Ω - (Kiloohm)


3

1mΩ = 0.001Ω = 10−3 Ω (miliohm)


1µΩ = 0.000001Ω = 10−6 Ω (𝑚𝑖𝑐𝑟𝑜𝑜ℎ𝑚)

NÃO CLASSIFICADO - 124 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

A medição de resistências, pode ser feita directamente com um ohmímetro. Ligam-se as pontas de
prova do aparelho, aos terminais da resistência. O circuito deverá estar cortado (sem tensão), para a
sua utilização.

Fig.5.06 - Medição de resistências

507. AGRUPAMENTOS DE RESISTÊNCIAS

Pretendendo-se valores diferentes de resistências, ou desejando-se determinados efeitos, associam-


se resistências, de diversas formas.
Tipos de Agrupamento

Com três resistências diferentes, montemos, sucessivamente, os dois circuitos


representados na figura seguinte, utilizando o mesmo gerador.

a) Associação série b) Associação paralelo


Fig.5.07

NÃO CLASSIFICADO - 125 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Verificaremos que, nos dois casos, o amperímetro indicará valores distintos de intensidade de
corrente. Daqui conclui-se que, para montagens dieferentes, obtemos intensidades de correntes
diferentes, embora os elementos intervenientes, sejam, exactamente os mesmos.
Analisemos então, em pormenor, cada um dos circuitos. Constatamos que, a corrente percorre,
apenas, um caminho ao longo de todo o circuito (a). O mesmo não acontece, em relação ao circuito
(b), pois, entre os pontos A e B, existem três caminhos possíveis. Quer dizer, no circuito (a), os
electrões que passarem numa das resistências, passarão, forçosamente, pelas outras duas. No
circuito (b), os electrões que passarem numa das resistências, já não passarão por nenhuma das
outras duas. Devido a este facto, diz-se que, no circuito (a), as resistências estão montadas em
série, quer dizer, umas a seguir às outras, e no circuito (b), estão montadas em paralelo, sendo
então, os circuitos denominados, respectivamente, por: circuito série-paralelo.

Para concretizarmos melhor a ideia, vejamos outras montagens:

Fig.5.08 - Outros exemplos de associação série

Fig.5.09 - Outros exemplos de agrupamento em paralelo

NÃO CLASSIFICADO - 126 - ORIGINAL


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No circuito representado, na figura seguinte, facilmente se verifica que as resistências R2 e R3


estão associadas em paralelo, e que por sua vez, este paralelo se encontra agrupado em série, com
a resistência R1.
A circuitos deste tipo, onde se encontram, simultaneamente, associações série e paralelo, dá-se o
nome de circuitos mistos.

Fig 5.10 - Circuito misto

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(Esta página foi propositadamente deixada em branco)

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CAPÍTULO 6 - LEI DE OHM

601. LEI DE OHM

Em 1827, o físico alemão Georg Simon Ohm (1787 – 1854), deduziu, teoricamente, uma lei que tem o
seu nome, e é, amplamente utilizada, por todos os profissionais que lidam com materiais eléctricos.
Essa lei, também pode ser estabelecida experimentalmente. Para isso, deve-se utilizar um circuito,
que permita estudar, como varia a tensão nos extremos de um fio condutor, quando se faz variar a
intensidade da corrente que o percorre. Um circuito, nessas condições, está esquematizado na
seguinte figura:

Fig 6.01 - Esquema do circuito eléctrico com o qual se pode estabelecer


experimentalmente a lei de Ohm

Para fazer variar, a intensidade da corrente que percorre o fio, basta variar a resistência total do
circuito, utilizando a resistência variável Rv.
Deve-se estar preparado para ler, no menor intervalo de tempo possível, os valores da intensidade da
corrente e da tensão, entre os extremos do fio utilizado. Deste modo, consegue-se evitar o
aquecimento e, consequente, subida da sua temperatura.

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O quadro que se segue, tem os valores obtidos por um grupo, que seguiu este protocolo
experimental:

Intensidade da corrente I Diferença de potêncial V


(A) (V)
0,2 1,7
0,3 2,5
0,4 3,4

Com estes dados, construíram o gráfico da seguinte figura.

Fig 6.02 - Gráfico que traduz a s variações da d.d.p. nos extremos do fio condutor e
as variações correspondentes da intensidade da corrente que o percorre.

Que relação matemática, existirá entre os valores da intensidade da corrente, I, e os valores da d.d.p.,
nos extremos do fio condutor, em estudo?
A análise do gráfico, permite concluir que, a valores maiores da intensidade da corrente,
correspondem, também, valores maiores de d.d.p. Assim, repare que quando a intensidade da
corrente é de 0.2A, a d.d.p. tem o valor 1,7V; quando a intensidade passou a ter o valor de 0,4A, isto
é, o dobro do valor anterior, também a d.d.p aumentou para o dobro, ou seja 3,4V.
Se a intensidade passasse para o triplo, a d.d.p. passaria igualmente para o triplo, e assim por diante.
Esta relação entre duas grandezas, chama-se, relação de proporcionalidade directa. Podemos,
portanto, dizer que, nas condições em que foi realizada a experiência, a intensidade da corrente

NÃO CLASSIFICADO - 130 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

eléctrica que percorre o metal condutor utilizado, e a d.d.p. entre os extremos deste condutor, são
directamente proporcionais.

Há um processo de dar forma matemática a esta relação, entre as duas grandezas interdependentes.
Observe que, se calcular os quocientes entre os valores da d.d.p. e da intensidade, como se indica no
quadro seguinte, pode concluir que, esses quocientes têm valor constante, desde que consideremos
que a pequena diferença verificada, se pode atribuir a erros, inevitáveis, de leitura:

Intensidade da Diferença de 𝑉
corrente I (A) potêncial V 𝐼

(V)
0,2 1,7 8,5
0,3 2,5 8,3
0,4 3,4 8,5

Note ainda, que esses quocientes correspondem ao valor da resistência do fio condutor. De facto,
vimos na secção anterior, que a resistência eléctrica de um condutor, se define, precisamente, pelo
quociente:
𝑽
𝑰
.
Conclui-se, deste modo, que a RESISTÊNCIA do fio condutor, utilizado na experiência, É
CONSTANTE. Não depende, por isso, da d.d.p. aplicada nos seus extremos, nem da intensidade da
corrente que o percorre.
Se repetíssemos esta experiência, com outros fios condutores, obteríamos resultados semelhantes,
desde que a temperatura, em cada fio, fosse mantida constante, durante a experiência.

Pode-se, em resumo, afirmar que, num fio condutor à temperatura constante, a diferença de potêncial
entre os seus extremos, e a intensidade da corrente que o percorre, são directamente proporcionais.

Esta afirmação constitui a chamada lei de ohm. A fórmula matemática que traduz a Lei de Ohm, por
isso, como se verifica no último quadro de valores, a seguinte:

NÃO CLASSIFICADO - 131 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

𝑉
= Constante
𝐼

Fig 6.03 - Resistencia linear

Saliente-se que, a Lei de Ohm não é geral, isto é, não se verifica com todos os condutores. Assim,
por exemplo, a RESISTÊNCIA de uma VÁLVULA de rádio NÃO É CONSTANTE, a cada temperatura.
E outros exemplos se poderiam dar, de condutores, para os quais, a resistência depende da tensão
V, aplicada.

𝑉
R= R- (Variável)
𝐼

Fig 6.04 - Resistencia não linear

Chama-se, condutor linear, condutor óhmico ou resistência óhmica, a todo o condutor que obedece à
lei de ohm. Os fios metálicos condutores, são afinal, os condutores aplicados em todas as instalações
eléctricas, e são condutores lineares. A palavra linear, provém do facto, de o gráfico (V,I), ser uma
linha recta – gráfico da figura anterior – corresponde a uma função ou aplicação matemática,
chamada linear.

Dois enunciados possíveis da lei de ohm


1º - Nos metáis condutores, a intensidade da corrente é proporcional à d.d.p. aplicada, mantendo-se
constante a temperatura.
2º - A uma dada temperatura, a resistência de um metal condutor é constante, seja qual for a d.d.p.
aplicada.
Os dois enunciados são traduzidos pela expressão matemática:
𝑽
= 𝑹 (𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒)
𝑰

NÃO CLASSIFICADO - 132 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

602. INTENSIDADE DA CORRENTE – VELOCIDADE DOS ELECTRÕES NUM CIRCUITO SÉRIE

Podemos colocar a seguinte questão:


− O que significa, a intensidade da corrente eléctrica passar para o dobro, triplo… isto é, variar o
seu valor?

Vejamos:
Quando, num metal condutor, transita uma corrente mais intensa, qualquer secção do condutor é
atravessada por maior número de electrões, por segundo. Mas, porque é maior o número de
electrões que atravessam qualquer secção do condutor, quando a corrente é mais intensa?

Duas hipóteses, se podem colocar:


− Ou porque há mais electrões de condução a mover-se, quando a corrente é mais intensa.
− Ou porque os electrões se movem mais rapidamente quando a intensidade é maior.

Uma simples reflexão, faz excluir, logo, a primeira hipótese. Com efeito, o número de electrões que
transportam a carga – ELECTRÕES DE CONDUÇÃO – é constante, num dado condutor e,
independentemente da intensidade da corrente, porque o número de átomos, desse condutor, é fixo e
é constante, o número de electrões de condução, por cada átomo.
Resta-nos, pois, a segunda hipótese. Para melhor a compreender, imagine um atleta, que vai, de uma
sala de espectáculos, à respectiva porta de saída.
Para um dado número de pessoas que saem, um porteiro, contará mais pessoas a atravessar a porta
de saída, durante um minuto, por exemplo, no caso de estas se moverem rapidamente, e contará
menos pessoas, no caso de elas se moverem, mais lentamente.
Algo de, muito semelhante, se passa com os electrões. Se eles se movem mais rapidamente, mais
electrões atravessam, por segundo, qualquer secção do condutor: a intensidade é maior.
Se eles se moveres mais lentamente, menos electrões atravessam, por segundo, qualquer secção do
condutor: a intensidade é menor.

CONCLUSÃO:
1º Num circuito série, o número de electrões livres, que transportam a carga - electrões de condução
– é constante num dado condutor, e, independente da intensidade de corrente.
2º A velocidade dos electrões, no circuito, é maior quando, a intensidade de corrente eléctrica é maior
– e vice-versa

NÃO CLASSIFICADO - 133 - ORIGINAL


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603. APLICAÇÕES DA LEI DE OHM A UM CIRCUITO ABERTO

1- Calcular o valor de uma resistência que quando alimentada com uma tensão de 110V, é
percorrida por uma intensidade de 5A.
V= 110V
𝑉 110
I= 5A 𝑅= = = 22 Ω
𝐼 5

R=?
2- Que tensão se deve aplicar aos terminais de uma resistência de 0.04 para fazer passar uma
corrente de 50A?
R= 0.04 Ω
I= 50A V= R x I = 0.04x50= 2V
V=?
3- Sendo uma resistência de 20 Ω alimentada com uma tensão de 100V, qual é o valor da corrente
que passa por ela?
R=20 Ω
V=100V I=?

𝑉 100
𝐼= = = 2𝑉
𝑅 20

4- Uma resistência de carvão tem, nos seus terminais, uma tensão de 57V quando a corrente é de
30mA (miliampere). Que valor tem a sua resistência óhmica?
V=57V
I=30mA= 0.30A R=?

𝑉 57
𝑅= = = 1900Ω
𝐼 0.03

5- A resistência de isolamento, de um condutor em relação à terra, é de 250 megaohms. Quantos


electrões, por segundo, circulam entre esse condutor e a terra, quando o potêncial do condutor
é 6.000V:
a) Cálculo da intensidade da corrente
R= 250M Ω = 250 × 10 Ω
6

NÃO CLASSIFICADO - 134 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

V=6000V
𝑉 6000 6 × 103 6 × 103
I= = 6
= 6
= = 𝟐. 𝟒 × 𝟏𝟎−𝟓 𝐀
𝑅 250 × 10 250 × 10 2.5 × 108

b) Conversão da intensidade em electrões por segundo

𝑄 1𝐶
𝐼= = = 𝑨
𝑡 1𝑠

𝑪
𝐼 = 2.4 × 10−5 𝐀 = 2.4 × 10−5
𝒔

Como 1C = 6.2 x 1018 e ( e - carga do electrão) virá:

𝑪
𝐼 = 2.4 × 10−5 𝐀 ↔ 2.4 × 10−5
𝒔
6.2 x 1018 e
𝐼 = 2.4 × 10−5
𝑠
= 15.12 × 10−13 𝑒/𝑠

R: 15.12 × 1013 electrões por segundo

604. APLICAÇÕES DA LEI DE OHM NUM CIRCUITO FECHADO

Num circuito, com uma fonte de tensão (gerador) e uma carga (resistência), podemos verificar
experimentalmente que:
𝑉
𝐼=
𝑅

“A intensidade da corrente eléctrica é directamente proporcional à tensão e inversamente


proporcional à resistência”

NÃO CLASSIFICADO - 135 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Fig 6.05 - A corrente vem determinada pela tensão e pela resistência

Podemos ver na figura 6.05, que a fonte de tensão é a bateria, a qual, devido à sua f.e.m., cria e
mantém, uma d.d.p. nos seus terminais, necessária para que flua corrente, logo, quanto maior for a
d.d.p., maior será a intensidade de corrente eléctrica a circular no circuito, e, quanto menor for a
d.d.p., menor será essa intensidade. Estamos a fazer estas considerações, partindo do princípio que,
a resistência do circuito se mantém inalterável, (é desprezada a resistência interna do gerador). A
resistência do circuito, é a oposição ao fluxo de corrente e portanto quanto maior for, menor será esse
fluxo. Por outro lado, se a resistência diminuir, o fluxo de corrente aumenta. Partindo agora, do
princípio que, a tensão de alimentação (d.d.p.) do circuito é constante:

Resumindo sob a forma de uma expressão matemática:

𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜
Corrente = ou,
𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎

𝑉
𝐼=
𝑅

ou então, em termos de unidades:

𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠
Amperes =
𝑂ℎ𝑚𝑠

Podemos determinar, tanto o valor de I, como o valor de V, como o valor de R, bastando para
isso, resolver a respectiva equação matemática.

NÃO CLASSIFICADO - 136 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

a. Determinação da intensidade da Corrente eléctrica

1ºExemplo:

𝑉 10𝑉
V=10V R = 5Ω logo , 𝐼= = = 𝟐𝐀
𝑅 5Ω

2ºExemplo:

𝑉 200𝑉
V=200V R = 50 Ω logo, 𝐼= = = 𝟒𝐀
𝑅 50Ω

3ºExemplo:

𝑉 400𝑉
V=400V R = 50 Ω logo, 𝐼= = = 𝟖𝐀
𝑅 50Ω

4ºExemplo:

𝑉 200𝑉
V=200V R=100 Ω logo , 𝐼= = = 2𝐀
𝑅 100Ω

Do 2º exemplo, para o 3º, a tensão duplicou, assim, como a intensidade da corrente, para a mesma
carga no circuito.
Do 2º exemplo, para o 4º, a resistência duplicou, o que fez com que a intensidade da corrente,
diminuísse para metade, mantendo-se constante a tensão.

NÃO CLASSIFICADO - 137 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Verificamos então que:


− A intensidade da corrente eléctrica, é directamente proporcional à tensão, e inversamente
proporcional à resistência.

5º Exemplo:

𝑉 9𝑉
V =9V R =3KΩ 𝐼= = = 𝟑𝐦𝐀
𝑅 3000Ω

6º Exemplo:
Um circuito com tensão de 120V e uma carga de 2.4KΩ.
V=120V R= 2.4KΩ = 2400Ω

𝑉 120𝑉
𝐼= = = 𝟎, 𝟎𝟓𝐀
𝑅 2400Ω

Podemos então reduzir a mA: 𝐼 = 0.05A = 50mA

7ºExemplo:
V = 25V R =5MΩ = 5000000Ω

𝑉 25𝑉
𝐼= = = 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎𝟓𝐀
𝑅 5000000Ω

Reduzindo a uma forma mais simples: 0.000005A = 5µA

OBS:
Temos constantemente de tomar atenção às unidades, ou reduzimos tudo para:
Amperes =
𝑽
𝑨𝒎𝒑𝒆𝒓𝒆 =

NÃO CLASSIFICADO - 138 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Se trabalharmos em miliamperes:
𝑉
𝑚𝑖𝑙𝑖𝑎𝑚𝑝𝑒𝑟𝑒 =
KΩ
E se trabalharmos em microamperes:
𝑉
𝑚𝑖𝑐𝑟𝑜𝑎𝑚𝑝𝑒𝑟𝑒 =
MΩ

b. Determinação da tensão
Para resolver-se problemas, em que seja necessário determinar o valor da tensão, tendo:

𝑉
𝐼= → 𝑽 = 𝑹. 𝑰
R

A tensão, é dada pelo produto da intensidade da corrente pela resistência.

1ºExemplo:

V=? R = 125Ω

𝑉 = 𝑅. 𝐼 → 𝑉 = 125 Ω × 0.5A = 𝟔𝟐. 𝟓𝐕

2ºExemplo:

𝑉𝑅1 = 𝑅1 . 𝐼 → 𝑉𝑅1 = 20 Ω × 2A = 𝟒𝟎𝐕

(Neste exemplo, apenas foi


determinado a tensão que
cai na resistência R1)

NÃO CLASSIFICADO - 139 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

3ºExemplo:
R1 = 1.2KΩ

V =?

R2 = 3.3KΩ

Neste caso, para determinar a tensão total, é necessário, determinar a resistência total
e depois, então, multiplicá-la pela corrente.

RT = R1 + R2 = 1.2KΩ + 3.3KΩ = 4.5KΩ ; I= 1mA

V = 4.5KΩ x 1mA = 4.5V

4ºExemplo:

𝑉 = 𝑅. 𝐼 → 𝑉 = 6.8MΩ × 2µA
R = 6.8MΩ
= 6800000Ω × 0.00000 2A

= 𝟏𝟑. 𝟔 𝑽

I = 2µA

As unidades neste caso:


Volt = Ohm x Ampere
Volt = Kilo Ohm x miliampere
Volt = Mega Ohm x microampere

NÃO CLASSIFICADO - 140 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

c. Determinação da resistência Óhmica

Neste caso:
𝑽
𝑹=
𝑰
1ºExemplo:

E = 24V R=?

𝑉 24𝑉
𝑅= → 𝑅= = 𝟓Ω
𝐼 4.8𝐴

2ºExemplo:

E = 15V R=?
𝑉 15𝑉 15𝑉
𝑅= → 𝑅= = = 3000Ω
𝐼 5𝑚𝐴 0.005𝐴
I=5mA R = 3KΩ

3ºExemplo:

R=?

𝑉 6𝑉 6𝑉
𝑅= → 𝑅= = = 3000000Ω
𝐼 2µ𝐴 0.000002𝐴
I = 2 µA
R = 3MΩ

NÃO CLASSIFICADO - 141 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

As unidades:

Ohm =

Kilo Ohm =

Mega Ohm =

605. DETERMINAÇÃO DO VALOR DA RESISTÊNCIA UTILIZANDO A LEI DE OHM

Utilizando a lei de Ohm, podemos medir a resistência de um receptor. Efectivamente, desejando-se


conhecer a resistência eléctrica de um elemento do circuito, necessitamos de uma “fonte de tensão”,
com um valor conveniente de tensão, um amperímetro e um voltímetro.
Tendo de usar-se um voltímetro e um amperímetro, é conhecido este método, por voltamperimétrico.
É um método, não de leitura directa, mas sim indirecto, porque há necessidade de aplicar fórmulas e
fazer cálculos.
A ligação do voltímetro em paralelo, pode ser feita de duas formas diferentes, como mostram as
figuras:

Fig 6.06 - Montagem com o voltímetro a Fig 6.07 - Montagem do voltímetro a


jusante para pequenas resistências montante para grandes resistências

Como se pode observar, o voltímetro pode estar ligado DEPOIS do amperímetro ou ANTES (posições
relativas ao gerador).
No primeiro caso(fig. 6.06), o voltímetro mede a tensão aos terminais da resistência, mas, o
amperímetro mede a intensidade de corrente:

NÃO CLASSIFICADO - 142 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

𝑉 𝑉
𝐼= =
𝐼 𝐼𝑅 + 𝐼𝑉

Visto que, o denominador, é aproximado por excesso, o valor obtido para a resistência, com esta
ligação, será menor que o valor exacto.

No segundo caso (fig. 6.07), o amperímetro mede, realmente, a intensidade de corrente na


resistência. No entanto, o voltímetro mede uma tensão: V = VA + VR
Aplicando, de novo, a Lei de Ohm, obtém-se:

𝑉 𝑉𝐴 + 𝑉𝑅
=
𝐼𝑅 𝐼𝑅

Constata-se portanto, que, qualquer das montagens, dá-nos um erro. Uma, por excesso, outra, por
defeito.

É um erro devido à montagem, que não pode ser eliminado, e que se designa por ERRO
SISTEMÁTICO.

Poder-se-ia demonstrar, que a percentagem do erro cometido, varia com o valor da resistência a
medir, e a montagem. Para que o erro seja mínimo, simplesmente dizemos, que se deve utilizar a
montagem a jusante, para medir resistências de valor inferior à dezena de ohms, e a montagem a
montante, quando pretendemos medir valores superiores àquele.
Para além deste erro, temos a acrescentar erros, devido ao ambiente, ao aparelho, às leituras, etc.
Estes, podem ser praticamente eliminados, fazendo várias leituras e calculando a média aritmética,
dentro da montagem mais conveniente. O valor assim determinado, será, sem dúvida, o valor mais
provável.

NÃO CLASSIFICADO - 143 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

NÃO CLASSIFICADO - 144 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

CAPÍTULO 7 - LEI DE JOULE

701. ENERGIA TÉRMICA E EFEITO TÉRMICO

Realize as seguintes experiências muito simples:


• Esfregue as mãos, uma contra a outra;
• Friccione, dois objectos metálicos, um contra o outro, repetidas vezes;
• Faça chocar, uma esfera metálica, maciça, contra uma parede resistente, impelindo a esfera
com muita força.
Que notará, quer nas superfícies de contacto friccionadas (zonas de ATRITO), quer na região de
contacto da esfera, com a parede, após a COLISÃO?
Seja pelo tacto, seja pelo recurso a um termómetro, poderá observar uma ELEVAÇÃO DA
TEMPERATURA (aquecimento).

Que conclusões poderemos tirar destas observações?

Em termos de energia, devemos salientar:


1º. Na FRICÇÃO dos dois corpos, houve TRANSFERÊNCIA de energia mecânica, para as
superfícies de contacto. Esta energia transferida, manifesta-se por uma elevação de
temperatura – EFEITO TÉRMICO.
A este novo aspecto de energia, que se manifesta por um efeito térmico, damos o nome de
ENERGIA TÉRMICA.
2º. Na COLISÃO dos dois corpos, houve, igualmente, TRANSFERÊNCIA, agora parcial, de energia
mecânica e sua TRANSFORMAÇÃO, a seguir, em energia térmica, nas superfícies de contacto.
Esta transformação é acompanhada, como já dissemos, de um EFEITO TÉRMICO.
3º. Nos três casos, parte da energia térmica obtida, FLUI (dispersando-se) para o ambiente (MEIO
que envolve os corpos) sob a forma de FLUXO CALORIFICO (calor).

Resumindo:
− Verificamos que o efeito térmico, não é mais do que, o produto de uma transformação de
energia não térmica, em térmica. Esta transformação, é OBSERVÁVEL através de, uma
variação de temperatura e, a seguir, de um fluxo calorífico (ENERGIA EM TRÂNSITO) do
corpo, para o ambiente ou deste para o corpo).

NÃO CLASSIFICADO - 145 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

CONCLUSÔES:
1. A ENERGIA TÉRMICA, é a forma de energia que se manifesta por uma VARIAÇÃO de
temperatura, dos corpos a que está associada – EFEITO TÉRMICO.
2. O EFEITO TÉRMICO é o resultado da transformação de qualquer energia NÃO TÉRMICA, em
energia TÉRMICA.

702. EFEITO TÉRMICO DA CORRENTE ELÉCTRICA OU EFEITO JOULE

Podem fazer-se algumas observações experimentais elucidativas, utilizando uma montagem


simples, como a indicada na figura 7.01.

Fig 7.01 – Verificação do efeito de Joule

O circuito é formado por um gerador G, um amperímetro A, um fio condutor, A1 B1, onde se


pendura um peso metálico C, um reóstato R, e um interruptor K.
A experiência, consiste em ligar a corrente, por meio do interruptor K, e regular a sua intensidade
(que se lê no amperímetro A), por intermédio do reóstato R, de modo que o FIO A1- B1 ATINJA O
RUBRO. De facto, depois da corrente ligada, o fio A1-B1 (RESISTÊNCIA) AQUECE, aumenta de
comprimento (o peso C desce) e chega facilmente ao rubro.

Que conclusões podemos tirar, destas observações experimentais? Vejamos algumas:


1º. A energia eléctrica, no fio condutor A1 - B1, transformou-se em energia térmica.
2º. Esta energia térmica aqueceu o fio e, depois, transferiu-se, em parte, para o ambiente, sob a
forma de fluxo calorífico (calor).
3º. A corrente eléctrica, num fio condutor, produz efeito térmico.

NÃO CLASSIFICADO - 146 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Este efeito térmico, da corrente eléctrica, foi estudado pelo físico inglês James P. Joule (1818 –
1889), no século XIX, e passou a designar-se, por isso, EFEITO DE JOULE.
IMPORTANTE:
− O EFEITO DE JOULE ou EFEITO TÉRMICO DA CORRENTE ELÉCTRICA, é o resultado
da transformação de energia eléctrica, em energia térmica.

703. VARIÁVEIS DE QUE DEPENDE O EFEITO JOULE

a. A medida de energia
A energia, é uma grandeza, cujas quantidades se podem medir, e para a qual, se podem
escolher unidades apropriadas. Assim, a energia eléctrica, transformada em energia térmica e,
gasta em aquecimento e iluminação, nas nossas casas, é medida no CONTADOR
ELÉCTRICO, e avaliada em QUILOWATT-HORA (SÍMBOLO: kWh). A ENERGIA QUÍMICA ,
QUE NOS É FORNECIDA PELOS ALIMENTOS QUE INGERIMOS, AVALIA-SE EM CALORIA
(símbolo: cal). A energia química, libertada sob a forma de fluxo calorífico, pelos combustíveis
quando ardem, exprime-se em CALORIA ou em JOULE (símbolo: J).
A CALORIA, foi uma das primeiras unidades de energia a ser estabelecida. Foi definida,
inicialmente, como a ENERGIA NECESSÁRIA, PARA ELEVAR DE UM GRAU CELSIUS, A
TEMPERATURA DE 1,0g DE ÁGUA PURA, no estado líquido à pressão normal.
Esta definição, mantém-se, ainda hoje, embora com uma pequena modificação.
Nestas condições, a elevação da temperatura, permite determinar, facilmente, a energia gasta
no aquecimento de uma DETERMINADA quantidade de matéria.

Assim, para a ÁGUA PURA, temos:



o
1g de água, recebe 1 cal, quando se eleva de 1 C a sua temperatura;

o
100g de água, recebem 100 cal quando se eleva de 1 C a sua temperatura;

o
100g de água, recebem 2 x 100 cal = 200 cal, quando se eleva de 2 C a sua
temperatura;

o
100g de água, recebem 10 x 100 cal = 1000 cal, quando se eleva de 10 C a sua
temperatura;

IMPORTANTE:
As unidades de energia mais correntes são as seguintes:
• CALORIA (símbolo: cal);

NÃO CLASSIFICADO - 147 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

• JOULE (símbolo: J);


É a unidade de energia no SISTEMA INTERNACIONAL (SI).
A sua relação com a caloria é a seguinte:
1 cal = 4,18 J
1 J = 0,24 cal
• QUILOWATT-HORA (símbolo: kWh):
É a unidade usada para medir a energia eléctrica, nas instalações domésticas e
industriais.
As suas relações de grandeza, com as unidades anteriores são:
6
1 kWh = 3,60 x 10 J
6
1 kWh = 0,86 x 10 cal

b. Variáveis de que depende o efeito de JOULE


Utilizando uma montagem, análoga à indicada nas figuras seguintes, podem efectuar-se
algumas experiências, que permitem tirar conclusões importantes.
− Liga-se a corrente e regula-se a sua intensidade, por meio do reóstato, de modo que o
amperímetro marque, por exemplo 1,0 A.
− Mantém-se o circuito ligado, até que a resistência A1-B1 fique ao RUBRO, tomando-se
nota, do TEMPO correspondente.

Fig 7.02

− Em seguida, desliga-se a corrente, deixa-se arrefecer o fio A1-B1 e recomenda-se a


experiência, regulando, agora, a intensidade, de modo que o amperímetro marque um valor,
maior do que o anterior, por exemplo 1,5 A.
− Verificar-se-á que, a resistência A1-B1 atinge o rubro, em MENOS TEMPO.

NÃO CLASSIFICADO - 148 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Que conclusões se podem tirar das experiências indicadas?


Que energia térmica, obtida por efeito Joule num fio condutor, metálico:
1º. AUMENTA com a INTENSIDADE, I, da corrente;
2º. AUMENTA com o TEMPO, t, de passagem da corrente.

Com a mesma montagem, pode fazer-se outro tipo de experiências:


− Substitui-se por ex., a resistência A1 B1, por outra, constituída por fio da mesma substância, de
igual comprimento, porém mais fino (de secção igual a metade, p. ex.), e, por isso, com
resistência maior, que a anterior.
− A seguir, regula-se a intensidade da corrente, de modo que o amperímetro marque 1,0 A, como
no início da experiência anterior. Aguarda-se, depois, que o fio fique ao rubro. Verificar-se-á,
que se a RESISTÊNCIA tiver sido AUMENTADA, levou MENOS TEMPO a ficar ao rubro. Isto
significa que a energia térmica libertada, por unidade de tempo, foi maior.

Que nova conclusão se pode extrair, destas experiências?


− Que a energia térmica, obtida por efeito de Joule, num fio metal condutor, AUMENTA
com a RESISTÊNCIA eléctrica do fio.

Resumindo, podemos afirmar que, a quantidade de energia eléctrica transformada em energia


térmica, por efeito de Joule, num fio condutor, metálico:
1º. DEPENDE das variáveis, INTENSIDADE da corrente (I), da RESITÊNCIA (R) do fio condutor,
e do TEMPO (t) de passagem da corrente.
2º. AUMENTA, quando AUMENTAM, os valores de cada uma destas variáveis.

Acrescenta-se por fim, que as LEIS EMPÍRICAS (leis descobertas através de experiências)
verificadas no efeito de Joule, e INDUZIDAS pelo físico Joule, nos seus trabalhos experimentais, em
1841, indicam as relações de proporcionalidade, entre a energia térmica e a resistência do condutor,
a intensidade da corrente e o tempo de passagem da corrente. Essas relações de proporcionalidade
são as seguintes:
− A resistência eléctrica do condutor ( R);

2
O quadrado da intensidade da corrente que percorre o condutor (I );
− O tempo de passagem da corrente (∆t).

NÃO CLASSIFICADO - 149 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Estas relações de proporcionalidade, indicam, por exemplo, que se a resistência eléctrica do


condutor duplicar, duplica a energia térmica; se triplicar, triplica a energia térmica, etc; e assim
sucessivamente, desde que se mantenham constantes a intensidade da corrente e o tempo de
passagem da corrente – fig. 7.03(a).

Fig 7.03 - Energia calorífica Vs Resistência

Já a relação, entre a energia e a intensidade da corrente eléctrica, é de outro tipo:


A energia térmica desenvolvida no condutor é, directamente proporcional, ao quadrado da
intensidade da corrente. Que quer isto dizer?
Isto quer dizer que, se por exemplo, a intensidade da corrente aumentar duas vezes, então, a energia
térmica, aumentará 4 vezes (4 é o quadrado de 2); se aumentar 3 vezes, a energia térmica
2 2
aumentará, 9 vezes (9 = 3 ); se aumentar 4 vezes, a energia térmica aumentará, 16 vezes (16 = 4 ); e
assim, sucessivamente, desde que não varie a resistência, e o tempo da passagem da corrente – fig
7.03 (b)

Fig 7.03 - Energia calorífica Vs Corrente eléctrica

NÃO CLASSIFICADO - 150 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Esta relação, de proporcionalidade directa ao quadrado, pode ser evidenciada, graficamente, se


representarmos, num eixo, não os valores da intensidade da corrente, mas sim, quadrados desses
valores. Nessas condições, o gráfico é rectilíneo, e corresponde, a uma proporcionalidade directa –
figura (c).

Fig 7.03 - Energia calorífica Vs Corrente eléctrica ao quadrado

Existe uma fórmula, que contém em si, todas estas relações de proporcionalidade. Essa fórmula
traduz, portanto, a lei de Joule e é a seguinte:

W=RxI xt
2 (em Joules)

Mas, como, cada Joule equivale a 0,24 calorias (1J = 0,24 cal), a energia térmica obtida, pode ser
calculada, pela expressão:

2 (em calorias)
Q = 0,24 x R x I x t

Sendo:
Q – Energia térmica obtida em calorias [cal]
E – Valor da resistência em ohms [Ω]
I – Intensidade da corrente em amperes [A]
t – Tempo em segundos [s]
W – Energia térmica obtida em Joules [J]

NÃO CLASSIFICADO - 151 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

CONCLUSÕES:
1. O EFEITO DE JOULE, OU EFEITO TÉRMICO DA CORRENTE ELÉCTRICA, é o resultado
da transformação de energia eléctrica, em energia térmica.
2. A ENERGIA TÉRMICA, obtida por efeito de Joule, num fio metal condutor, é directamente
proporcional:
− À resistência do condutor;
− Ao quadrado da intensidade da corrente, que percorre o condutor;
− Ao tempo de passagem da corrente.

PROBLEMAS
1) Calcular a energia eléctrica absorvida, e transformada em calor, por uma resistência de
15Ω, percorrida por uma corrente de 10 A, durante 5 minutos.
R = 15 Ω
2 2
W = R x I x t = 15 x 10 x 300
I = 10 A = 15 x 100 x 300
t = 5 min. = 300 s = 450 000 J
W=?

2) Que intensidade deve passar durante 10 minutos, por uma resistência de 4Ω, para que
dissipe 60 000 J? Note que todo o calor produzido pela resistência, é dissipado no ar
ambiente.
2
t = 10 min. W=RxI xt
R=4Ω
2
60 000 = 4 x I x 600
2
W = 60 000 J 60 000 = 2 400 x I
2 60 000
I=? I = ⇔ I = √25 I=5A
2 400

3) Uma resistência de 30 Ω , é percorrida por uma corrente de 3,5 A. Que quantidade de calor
fornece, em 3 minutos?
R = 30 Ω
2
Q = 0,24 x R x I x t
2
I = 3,5 A Q = 0,24 x 30 x 3,5 x 180
t = 3 min. = 180 s Q = 0,24 x 30 x 12,25 x 180
Q=? Q = 15876 cal
Q = 15,876 Kcal

NÃO CLASSIFICADO - 152 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

4) Um condutor, com a resistência de 50 Ω ,é percorrido por uma corrente de 2 A , durante 30


minutos. Determine a energia dissipada por efeito de Joule, e a correspondente quantidade
de calor fornecida?
R = 50 Ω
2
W=RxI xt
2
I=2A W = 50 x 2 x 1800
t = 30 min. = 1800 s W = 360 000 J
W=?
Q=? como ,1 J = 0,24 cal então:

Q = 0,24 x W
Q = 0,24 x 360 000
Q = 86 400 cal

704. APROVEITAMENTO DE EFEITO DE JOULE – MAUS CONTACTOS

a. Curto-circuito, fusíveis e relés térmicos

Existe um CURTO-CIRCUITO, em qualquer das seguintes ocorrências:


− Contacto directo, entre os terminais de uma lâmpada ou de uma resistência – fig. 7.04(a);
− Contacto directo, entre os pólos de um gerador – fig. 7.04 (b);

Fig 7.04 - Curto - circuito

NÃO CLASSIFICADO - 153 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Num curto-circuito, a RESISTÊNCIA torna-se, praticamente NULA. Daí, resulta uma intensidade de
corrente (SOBRECARGA), superior ao normal, que pode avariar alguns dos componentes do circuito,
em particular, aparelhos de medida, lâmpadas, etc.

Fig. 7.05 – Componentes a proteger em caso de curto-circuito

Os FUSÍVEIS, constituem um dos dispositivos de segurança, que se empregam para proteger os


circuitos eléctricos, contra os efeitos de um curto-circuito (correntes de intensidade excessiva).
O FUSÍVEL, é um fio, de resistência MUITO PEQUENA, de modo a fundir facilmente, quando a
corrente ultrapassa valores perigosos para a instalação. INTERROMPE, imediatamente, a corrente
protegendo, assim, os componentes do circuito .

Fig. 7.06 – Fusíveis (protecção contra curto-circuitos)

RELÉ TERMICO
Este relé é constituído, fundamentalmente, por uma lâmina bimetálica. Na realidade, temos 2 lâminas,
de metais diferentes, presas pelas extremidades.
Quando as lâminas aquecem, devido à corrente que passa no enrolamento que as envolve, e como
têm coeficientes de dilatação diferentes, uma dilata mais que a outra, existindo um encurvamento.

NÃO CLASSIFICADO - 154 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Este encurvamento, é aproveitado para accionar um dispositivo mecânico, que abre o circuito que se
pretende proteger.

b. Aparelhagem doméstica
O aproveitamento do efeito de Joule, constitui o fundamento da construção de diversas
aparelhagens de uso doméstico. Vamos apresentar alguns exemplos.
(1). OS AQUECEDORES ELÉCTRICOS
Nestes aparelhos, um fio de resistência elevada, enrolado em espiral ou em zig-zag
espiralado, é levado ao rubro pela passagem da corrente eléctrica. A energia térmica
obtida, é depois, em grande parte, e sob a forma de fluxo calorífico, irradiada para o
ambiente, não só directamente, mas, também, por meio de um reflector metálico.
(2). O FERRO DE ENGOMAR
A energia térmica, desenvolvida numa resistência eléctrica vai, sob a forma de fluxo
calorífico, aquecer o invólucro metálico, maciço, cuja base plana, é utilizada para passar
a roupa.
(3). OS FOGÕES ELÉCTRICOS
Tal como no caso anterior, agora são aquecidos discos metálicos, onde se colocam as
panelas e os tachos.
(4). AS LÂMPADAS DE INCANDESCÊNCIA
Fundamentalmente (ver fig.7.07), são constituídas por um filamento de tungsténio, F,
o
enrolado em hélice, ou em zig-zag, que aquece até uma temperatura superior a 2 000 C,
sem fundir. Um terminal, F1, deste fio está soldado ao casquilho, A, geralmente em
forma de rosca para atarraxar. O outro terminal, F2, está soldado à parte central. Esta e
o casquilho estão separados por uma substância isoladora, B.
Para que o filamento aquecido não entre em combustão, a ampola de vidro contém um
gás, árgon por exemplo, que não reage com o filamento.

Fig. 7.07 - Partes constituíntes de uma lâmpada de incandescência

NÃO CLASSIFICADO - 155 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

(5). A RESISTÊNCIA PORTÁTIL DE VIAGEM


É uma resistência que se utiliza em viagem quando, no quarto do apartamento ou hotel,
se pretende aquecer um copo de água ou de leite, fazer café, etc.

Fig. 7.08 – Resistência portátil

c. Maus contactos – Experiência


− Liguemos dispositivos de cobre entre os pontos A e B, encostando-se, apenas, um ao
outro, se vê na figura 7.09.
− Com a ajuda do reóstato, façamos variar a intensidade da corrente que passa no circuito,
aumentando-a.
− Constataremos, que os fios aquecem, de forma anormal, junto do contacto. Podemos,
mesmo, levá-los à incandescência. Um mau contacto, pode ser perigoso.
− O calor aí desenvolvido, é muito maior, do que no resto do circuito, pois, o CONTACTO
APRESENTA UMA RESISTÊNCIA ELEVADA.

Fig. 7.09 – Experiência com maus contactos

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NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

CAPÍTULO 8 - POTÊNCIA ELÉCTRICA

801. POTÊNCIA ELÉCTRICA

A energia eléctrica, MANIFESTA-SE através da corrente eléctrica. A corrente eléctrica, não é mais do
que um fluxo de cargas eléctricas, de um ponto para o outro, devido à d.d.p. existente entre os pontos.
Quanto maior for a intensidade da corrente eléctrica, maior será a energia eléctrica transferida, ou posta
em jogo, de um lado para o outro, através de um condutor. Quanto mais tempo se MANTIVER a
corrente, maior será a quantidade de energia posta em jogo, e quanto maior, for a d.d.p. entre os dois
PONTOS, maior poderá ser a intensidade da corrente eléctrica, e consequentemente, a ENERGIA
TRANSFERIDA.

Logo, a ENERGIA ELÉCTRICA (W) posta em jogo, entre dois pontos de um circuito, depende:
− Da intensidade da corrente eléctrica;
− Da diferença de potêncial, entre os pontos; W = V. I. t
− Do tempo, durante o qual se manifesta (t).

V – em volts (V
I – em amperes (A)
t – em segundos (S)
W - vem em Joules (J)

No capítulo anterior (da Lei de Joule), determinarmos num circuito eléctrico, de um receptor, a energia
eléctrica transformada em energia calorífica, e chegamos a uma fórmula semelhante:

2
W=RxI xt
pela Lei de Ohm
𝑉 𝑉
𝑅= 𝑊 = � � . 𝐼2 . 𝑡 → 𝑾 = 𝑽. 𝑰 . 𝒕
𝐼 𝐼

Na prática, não nos interessa apenas saber, a quantidade de energia que um gerador, um receptor ou
qualquer sistema fornece ou recebe. De facto, duas máquinas podem fornecer ou receber,a mesma
quantidade de energia, em mais ou menos tempo.

NÃO CLASSIFICADO - 157 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Por exemplo temos:


− Uma máquina fornece, 1000 J em 5 s
− Outra máquina fornece, 1000 J em 500 s

A primeira máquina, fornece os J, em menos tempo, que a segunda máquina. Para medir A RAPIDEZ
COM QUE QUALQUER Gerador, receptor ou sistema TRANSFERE ENERGIA, define-se uma
grandeza: Potência (P).

IMPORTANTE:
− Potência (P) é a quantidade de energia recebida ou fornecida, por unidade de tempo
(Quantidade de trabalho realizado na unidade de tempo).

𝑾
𝑷=
𝒕

𝑊 𝑉. 𝐼. 𝑡
𝑃= = = 𝑉. 𝐼
𝑡 𝑡
V- Tensão em Volts (V)
I – Corrente em Amperes (A)
P – Potência em Watts (W)

− Em corrente contínua, a potência eléctrica, é directamente proporcional à tensão entre os


pontos considerados e à intensidade da corrente existente.
− Para determinar a energia, consumida ou fornecida, num certo intervalo de tempo, basta
multiplicar a potência, pelo tempo.

W=Pxt

802. UNIDADES DE POTÊNCIA – SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES

A unidade em que se exprime a potência, é o Watt (W), em homenagem a James Watt, pioneiro das
máquinas a vapor (1736 – 1819).

NÃO CLASSIFICADO - 158 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

1𝐽𝑜𝑢𝑙𝑒 1𝐽
1W = =
1 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜 1𝑠

WATT, é a potência de uma máquina que absorve ou fornece, a energia de 1 Joule, em cada
segundo.

Assim, uma máquina que tenha a potência de 1000W, transfere a energia de 1000 Joule, em cada
segundo.
Empregam-se muito, alguns submúltiplos e múltiplos do Watt, tais como:

• miliWatt (mW) : 1mW = 0.001 W


• KiloWatt (KW) : 1KW = 1000W
• MegaWatt (MW) : 1MW = 1000.000W = 1000KW

9
GigaWatt (GW) : 1GW = 1000.000.000W = 10 W

• Cavalo-Vapor (Cv): 1Cv = 736W = 0.736KW

O Cavalo-vapor, é uma unidade muito utilizada na indicação da potência, que os motores (eléctricos
ou não) podem fornecer.

WATT-HORA – é a energia absorvida ou fornecida, por uma máquina com a potência de 1W,
durante 1hora (unidade de energia).
W=Pxt
1Wh = 1W x 1h

2
Se na fórmula, W = R x I x t, o tempo estiver em horas, a energia vem em Wh
1Wh = 1W x 3600s
1Wh = 3600J

803. RECEPTORES CALORÍFICOS

Uma vez que a potência está relacionada, com rapidez com que se gasta (transforma) energia, ou a
pressa com que se realiza trabalho, é costume dizer-se, porque estão relacionadas pelo tempo,
potência fornecida, potência absorvida, conforme se trata de gerador ou receptor.

NÃO CLASSIFICADO - 159 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Ora, em cada momento, a potência fornecida por um, é igual à potência absorvida pelo outro, ligado
aos seus terminais. Mas, devido à possibilidade de se variar o número de receptores, ligados a uma
fonte, como ainda, a potência absorvida por qualquer deles, como acontece, quase sempre, com os
motores eléctricos que accionam máquinas, a potência fornecida ou absorvida, não é, geralmente
constante.

Fig 8.01

Contudo, as resistências alimentadas a tensão não variável, absorvem potências constantes, e são
designadas, não só pelo seu valor óhmico, como também pela sua potência. Uma vez que
transformam a energia eléctrica, em térmica, ao longo do tempo de funcionamento, e sendo
calculadas para funcionar a determinada temperatura, sob pena de se queimarem, se esta for
ultrapassada, devem ser capazes de libertar (dissipar) o calor, com a mesma rapidez com que ele é
produzido. Para isto, concorre não só, a sua forma, como as dimensões e condições de trabalho
(ventilação).

Fig 8.02 – Receptores caloríficos

NÃO CLASSIFICADO - 160 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

A escolha adequada, de uma resistência (resistor), implica saber-se, a quantidade de calor que ela
pode libertar, por unidade de tempo, para que seja utilizada correctamente, segundo os limites de
segurança, previstos pelo fabricante. Uma resistência de 10W, só pode ser usada num circuito,
desde que, a quantidade de calor produzida, não seja superior a 10Joules, por segundo. Então,
como se pode saber, qual a tensão máxima a que se pode ligar, ou a corrente que deve passar,
sabendo-se a sua potência?
Pela Lei de Ohm :
𝑉
𝐼=
𝑅
e substituindo-se em P= V x I vem:

𝑉 𝑉2 𝑽𝟐
𝑃 = 𝑉. = → 𝑷=
𝑅 𝑅 𝑹

E ainda sendo:
𝑉 = 𝑅. 𝐼
vem:
𝑃 = 𝑅. 𝐼. 𝐼 = 𝑅 . 𝐼2 → 𝑷 = 𝑹 . 𝑰𝟐

2
Que aliás, sendo W = P x t, temos W = R x I x t, expressão da Lei de Joule.

Nestas fórmulas:
V em Volts (V) logo: W=Pxt
I em amperes (A) W=VxIxt
𝑉2
R em Ohms (Ω) W= 𝑡
𝑅
2
W em Joules (J) W=RxI xt
T em segundos (s)
P em Watts (W)

804. MEDIÇÕES DA POTÊNCIA E ENERGIA ELÉCTRICA

a. Medições com o Voltímetro e o Amperímetros


Sendo a potência eléctrica recebida (receptor), ou fornecida (gerador), dada por P = V x I
podemos determinar a tensão (V) e a intensidade corrente (I), bem como multiplicar os seus
valores para obter a potência (P). Trata-se de uma medida indirecta da Potência eléctrica.

NÃO CLASSIFICADO - 161 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Fig 8.03 - Medições de potência absorvida indirectamente

b. Medições com o Wattímetro


O Wattímetro dá-nos, directamente, o valor da potência eléctrica. Para tal, tem internamente
dois circuitos distintos: circuito amperimétrico (a) e circuito voltímétrico (v), sendo ambos,
constituídos por uma bobina (fio condutor isolado e enrolado).

Fig 8.04 - Medições de potência directamente

No circuito amperimétrico, faz-se passar a corrente (I) e ao circuito voltímétrico aplica-se a


tensão (V). O ponteiro desvia-se, proporcionalmente ao produto de V por I.
Na figura seguinte, mostra-se como se fazem as ligações de um Wattímetro.

NÃO CLASSIFICADO - 162 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Fig 8.05 – Ligações eléctricas de um Wattímetro

c. Medição de Energia Eléctrica


A medição de energia eléctrica faz-se, directamente, por meio de Contadores de Energia
Eléctrica. Estes, tal como os Wattímetros, têm um circuito amperimétrico e um circuito
voltímétrico. Têm ainda, um disco, que roda consoante a energia eléctrica que circula,
accionando por meio de engrenagens, e um totalizador que soma a energia fornecida ou
recebida.

Fig 8.06

Em todas as instalações de consumo de energia eléctrica: domésticas, industriais, etc., há um


contador de energia eléctrica à entrada das instalações, e com o fim de medir a energia
consumida.
Todos os meses fazem-se as leituras dos totalizadores, e, por subtracção, obtém-se o valor da
energia consumida nesse intervalo de tempo.

NÃO CLASSIFICADO - 163 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Fig 8.07 – Contador de energia

805. PROBLEMAS DE POTÊNCIA ELÉCTRICA

1 – Um gerador mecânico de corrente contínua, debita uma corrente de 12.5A, sob uma tensão nos
terminais de 220V. Calcular a potência fornecida.
V = 220V
I = 12.5A P = V x I = 220 x 12.5 = 2 750W
P =?

2 – Um motor alimentado sob 220V, absorve uma intensidade de corrente de 1.2A. Calcular a
potência consumida.
V = 220V
I = 1.2A P = V x I = 220 x 1.2 = 264W

P=?

3 – Um ferro eléctrico de soldar, com a potência de 100W, é ligado a uma tomada de 220V.
Calcular:
a) A intensidade de corrente absorvida;
b) O valor óhmico da sua resistência.

P = 100W
𝑃 100
V = 220V 𝑎) 𝐼= = = 𝟎. 𝟒𝟓𝑨
𝑉 220
I =?
R =? 𝑉 220
𝑏) 𝑅= = = 𝟒𝟖𝟖, 𝟖𝜴
𝐼 0.45

NÃO CLASSIFICADO - 164 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

𝑃 𝑉2
ou 𝑏) 𝑅= ou ainda 𝑏) 𝑅=
𝐼2 𝑃

4 – Uma lâmpada de incandescência de 100W, funciona com a tensão de 220V. Determine a


intensidade de corrente que ela absorve, e o valor da sua resistência a quente.
Solução:
P = 100W P=VxI
V = 220V
P 100
𝐼 = = = 𝟎. 𝟒𝟓Ω
V 220

𝑉 220
R = = = 𝟒𝟖𝟗Ω
𝐼 0.45

5 – Um condutor, com a resistência de 50 Ω ,é percorrido por uma corrente de 2A ,durante 30


minutos. Determine a potência e a energia dissipadas por efeito de Joule.
Solução:
2 2
R = 50 Ω P = R x I = 50 x 2 = 200W
I = 2A
T = 30 min = 1800s = 0.5h W = P x t = 200 x 1800 = 360.000J ou
W = P x t = 200 x 0.5 = 100Wh ou
2 2
W = R x I x t = 50 x 2 x 0.5 = 100Wh

6 – Um ferro eléctrico tem a potência de 750W, funcionando com uma tensão de 220V.
Determine:
a) O valor da sua resistência e da corrente absorvida.
b) A energia consumida ao fim de 3 horas e a quantidade de calor libertada.
Solução:
𝑈2 𝑈2 2202
P = 750W a) P= → 𝑅= = = 𝟔𝟒. 𝟓Ω
𝑅 𝑃 750

V = 220V
𝑈 220
t = 3h I= = = 𝟑. 𝟒A
𝑅 64.5

Obs:

NÃO CLASSIFICADO - 165 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Primeiro, podia calcular (I), e depois, determinar (R)


𝑈
por meio de R =
𝐼

b) W = P x t = 750 x 3 = 2250Wh = 2.25KWh


A quantidade de calor libertada, é igual à energia consumida, pois, numa resistência
toda a energia eléctrica é transformada em calor.
W = 2250Wh = 2250 x 3600 = 8 100 000J
Q = 0.24 x 8 100 000 = 1 944 000 cal = 1 944 Kcal

7 – Uma lâmpada de 60W, está ligada durante 2.5 horas. Que energia consome?
P = 60W
t = 2.5h W = P x t = 60 x 2.5 = 150Wh = 0.15KWh

8 – Uma resistência de 2W e 147 a que tensão máxima poderá ser ligada?


R = 147Ω
𝑉2
P = 2W 𝑃= → 𝑉 = √𝑃. 𝑅 = √2 × 147 = 𝟏𝟕. 𝟏𝟒𝟔 𝐕
𝑅

9 – Uma corrente eléctrica de 3A, atravessa durante 15 minutos um aparelho, quando ligado a
uma tensão de 220V. Calcular:
a) A energia consumida;
b) Quanto se teria de pagar, sendo a 2$40 o KWh
I = 3A
t = 15 minutos
V = 220V
a) W = V x I x t = 220 x 3 x 0.25 = 165Wh = 0.165 KWh
b) Custo =

10 – Qual o valor da potência consumida numa resistência de 22Ω , na qual há uma queda de
tensão de 5V?

𝑉2 52 25
P = → P = = = 𝟏. 𝟏𝟑𝐖
𝑅 22 22

NÃO CLASSIFICADO - 166 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

11 – Que quantidade de potência, é fornecida a um circuito de 16Ω de resistência, por uma


bateria de 12V?
𝑉2 122 144
P = → P = = = 𝟗𝐖
𝑅 16 16

12 – Calcule a potência dissipada, num circuito ao qual se aplicam 50V e percorrido por uma
corrente de 3.2A.
𝑃 = 𝑉. 𝐼 → 𝑃 = 20 × 3.2 = 𝟏𝟔𝟎𝐖

13 – Qual a intensidade de corrente eléctrica, que percorre um circuito, ao qual está aplicada
uma tensão de 120V e dissipando uma potência de 75W?
𝑃 75
𝐼 = → 𝐼= = 𝟎. 𝟔𝟐𝟓𝐀 ou 𝟔𝟐𝟓𝐦𝐀
𝑉 120

14 – Qual a queda de tensão, numa lâmpada que dissipa 60W, com uma corrente de 0.5A a
atravessá-la?
𝑃 60
𝑉 = → 𝑉= = 𝟏𝟐𝟎 𝐕
𝐼 0.5

15 – Qual o valor da potência dissipada, no circuito da figura:

R = 40Ω
I = 0.5
2 2
P=RxI → P = 40 x (0.5) ↔ P = 40 x 0.25 = 10W

NÃO CLASSIFICADO - 167 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

16 – Qual a potência dissipada na resistência R1 do circuito seguinte:

R1 = 10Ω
I= 2A
P=?

2 2
P = R1 x I → P = 10 x 2 ↔ P = 104 = 40W

17 – Qual a potência dissipada na resistência (R), do circuito seguinte:

P=?
P=VxI → P = 6 x 0.5 = 3W

Outro modo:
2 2
P=RxI → P = 12 x (0.5)
P = 12 x 0.25
P = 3W

18 – Determinar o valor da tensão, aplicada ao circuito:

V=?
𝑉2
𝑃= → 𝑉 = √𝑃. 𝑅 = √3 × 1200 = 𝟔𝟎 𝐖
𝑅

2
Também da fórmula P = R x I , se pode tirar outra, para determinar a corrente. Basta dividir
ambos os membros, por (R).

𝑃 𝑅 × 𝐼2 𝑃 𝑃
= → 𝐼2 = → 𝐼= �
𝑅 𝑅 𝑅 𝑅

NÃO CLASSIFICADO - 168 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

806. NOÇÃO DE RENDIMENTO

Estudámos que, quando se faz a transformação de energia, de uma forma noutra, a energia obtida
é inferior àquela que é absorvida.
Há sempre uma parte dela que se degrada, sob a forma de energia calorífica:

Energia absorvida (W a) Conversor Energia útil (W u)

Energia perdida

Atendendo que a energia útil, é inferior à energia inicial, a percentagem daquela, dá-nos o
rendimento. Então:
𝑊𝑢
𝜂=
𝑊𝑎

Em geral, considera-se, em vez de energias, as potências que lhe são proporcionais, o que dá:
𝑊𝑢 𝑃𝑢 × 𝑡 𝑃𝑢
𝜂= = 𝜂= =
𝑊𝑎 𝑃𝑎 × 𝑡 𝑃𝑎

Este quociente, é sempre inferior à unidade, não tem unidades e exprime-se em percentagem:

𝑃𝑢
𝜂= × 100 ( %)
𝑃𝑎

807. PROBLEMAS SOBRE O RENDIMENTO

1 – Um motor pequeno de corrente contínua com a potência de 0.5CV, esteve ligado durante 65
minutos, consumindo 0.498 KWh. Calcular:
a) A potência absorvida pelo mesmo;
b) O seu rendimento.
Resolução:
65
𝑡 = 65 min → 𝑡 = ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠
60

NÃO CLASSIFICADO - 169 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

1CV = 736 W
𝑃𝑢 = 0.5𝐶𝑉 → 𝑃𝑢 = 0.5 × 736 W

𝑊𝑎 0.498
𝑎) 𝑃𝑎 = → 𝑃𝑎 = = 𝟎. 𝟒𝟖𝟑 𝐖
𝑡 65
60
𝑃𝑢 0.5×736
𝑏) 𝜂= 𝑃𝑎
× 100 → 𝜂= × 100 = 𝟕𝟔%
0.483

2 – Um motor de corrente contínua de 5CV, tem um rendimento de 80% e, é ligado a uma tensão de
220V. Calcular:
a) A potência absorvida;
b) A intensidade de corrente.
Resolução:
𝑃𝑢 5 × 736 3680
𝑎) 𝑃𝑎 = → 𝑃𝑎 = = = 𝟒𝟔𝟎𝟎𝐖
𝜂 0.8 0.8
𝑃𝑎 4600
𝑏) 𝐼𝑎 = → 𝐼𝑎 = = 𝟐𝟎. 𝟗 𝐀
𝑉 220

3 – Um motor eléctrico, cuja potência útil é 15CV, absorve uma potência de 12KW. Calcule o seu
rendimento:
Pu = 15CV
Pa = 15KW

Resolução:

𝑃𝑢 = 15 × 736 = 11000𝑊 = 𝟏𝟏𝐊𝐖

𝑃𝑢 11
𝜂= × 100 → 𝜂= × 100 = 𝟗𝟐%
𝑃𝑎 12

4 – Um gerador eléctrico, proporciona uma energia útil de 100KWh; o seu rendimento é de 90%.
Calcule a energia absorvida e a energia perdida.
Resolução:
W u = 100KWh

NÃO CLASSIFICADO - 170 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

𝜂 = 90%
Energia absorvida:
𝑊𝑢 𝑊𝑢 100
𝜂= → 𝑊𝑎 = = = 𝟏𝟏𝟏. 𝟏 𝐊𝐖𝐡
𝑊𝑎 𝜂 0.9
Energia perdida:
𝑊𝑃 = 𝑊𝑎 − 𝑊𝑢 → 𝑊𝑃 = 111.1 − 100 = 𝟏𝟏. 𝟏 𝐊𝐖𝐡

5 – Um gerador eléctrico, cujo rendimento é de 85%, fornece uma energia de 15KWh, em 6horas.
Determine a sua potência útil e a potência absorvida.
Resolução:
η = 85%
t = 6h
Wu = 15KWh

Potência útil:
𝑊𝑢 15
𝑃𝑢 = → 𝑃𝑢 = = 𝟐. 𝟓 𝐊𝐖
𝑡 6
Potência absorvida:
𝑃𝑢 2.5
𝑃𝑎 = → 𝑃𝑎 = = 𝟐. 𝟗𝟒 𝐊𝐖
𝜂 0.85

6 – Um motor eléctrico, tem uma potência útil de 10CV, e funciona com uma tensão de 220V, sendo
o seu rendimento de 90%. Calcule a potência absorvida pelo motor, e a intensidade da corrente que
o percorre.
Resolução:

η = 90%
Pu = 10Cv = 0.736 x 10 = 7.36KW
V = 220V
𝑃𝑢 7.36
𝑃𝑎 =? 𝑃𝑎 = → 𝑃𝑎 = = 𝟖. 𝟐 𝐊𝐖
𝜂 0.9
𝑃𝑎 8.2
𝐼𝑎 =? 𝑃𝑎 = 𝑉. 𝐼𝑎 → 𝐼𝑎 = = = 𝟑𝟕. 𝟑𝐀
𝑉 220

NÃO CLASSIFICADO - 171 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

7 – Um gerador eléctrico que funciona 5000horas por ano, fornece uma corrente de 400A,
com uma tensão de 6000V. Determine:
a) A potência fornecida pelo gerador;
b) A energia produzida anualmente;
c) A potência absorvida sendo o seu rendimento de 95%.
Resolução:
t = 5000h
I = 400A
V= 6000V
η = 95%

a) Pu = V x I = 6000 x 400 = 2400.000W = 2.4MW


b) Wu = Pu x t = 2.4 x 5000 = 12000MWh = 12GWh
𝑃𝑢 2.4
c) 𝑃𝑎 = → 𝑃𝑎 = = 𝟐. 𝟓𝟑 𝐌𝐖
𝜂 0.95

NÃO CLASSIFICADO - 172 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

CAPÍTULO 9 - CIRCUITO ELÉCTRICO SIMPLES

901. INTRODUÇÃO

Na figura 9.01(a), pode-se observar, a montagem de um circuito eléctrico simples. É composto um


gerador (G), ligado a um interruptor (K), a uma lâmpada (L) e a um amperímetro (A).

Fig 9.01 - Montagem de um circuito eléctrico simples

Um CIRCUITO ELÉCTRICO é, pois, um conjunto de elementos eléctricos, convenientemente


ligados. Os circuitos de corrente contínua, que agora estudaremos, são constituídos por um
GERADOR e pelos restantes elementos, cujo conjunto se costuma designar por CARGA DO
CIRCUITO.
Antes da montagem de qualquer circuito, é da máxima conveniência fazer uma representação
simbólica do mesmo: o chamado ESQUEMA DO CIRCUITO. O esquema do circuito da figura (a),
encontra-se na figura, (b). A montagem, deve respeitar, rigorosamente, o esquema, e ser verificada
antes de se fechar o circuito, no interruptor K.
Quando os elementos de um circuito, estão dispostos de tal modo, que há UMA E SÓ UMA, VIA
POSSIVEL PARA A PASSAGEM DA CORRENTE ELÉCTRICA estamos perante um CIRCUITO
SÉRIE. Tal, é o caso do circuito da figura 9.01.

NÃO CLASSIFICADO - 173 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

902. UMA DESCOBERTA EXPERIMENTAL DE POUILLET

Com um circuito eléctrico simples, como o da figura seguinte, pode tirar algumas conclusões
experimentais importantes.

Fig 9.02 - Montagem de um circuito eléctrico simples

Assim, se introduzir, primeiro, um só elemento de pilha, depois dois elementos de pilha, e assim
sucessivamente, e se medir em cada caso, a diferença de potêncial entre os pólos do gerador e a
intensidade de corrente, pode concluir que:
QUANTO MAIOR FOR A D.D.P. NOS EXTREMOS DE UM CIRCUITO SÉRIE, MAIOR SERÁ A
INTENSIDADE DA CORRENTE NESSE CIRCUITO

Se a seguir, utilizar sempre o mesmo gerador (d.d.p. constante) e for variando a posição do
amperímetro no circuito, verá que este aparelho indica sempre o mesmo valor para a intensidade da
corrente. Esta observação experimental, foi feita pela primeira vez, pelo físico francês POUILLET
(1790-1968).
Pode resumir-se assim:
− SE A DIFERENÇA DE POTÊNCIAL NÃO VARIAR, A INTENSIDADE DA CORRENTE É
CONSTANTE, AO LONGO DE TODO UM CIRCUITO-SÉRIE.

Se permutar os dispositivos componentes do circuito, dispondo-os por várias ordens, e ler em cada
caso, a intensidade da corrente, poderá concluir o seguinte:
− A INTENSIDADE DA CORRENTE NUM CIRCUITO-SÉRIE, NÃO DEPENDE DA SEQUÊNCIA
EM QUE ESTÃO DISPOSTOS OS COMPONENTES.

NÃO CLASSIFICADO - 174 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Se inverter a polaridade no circuito, para o que basta trocar os contactos entre os fios e os pólos do
gerador, poderá observar que:
− A INTENSIDADE DA CORRENTE NUM CIRCUITO-SÉRIE NÃO DEPENDE DO SENTIDO DA
CORRENTE.

Se, finalmente, desligar um dos elementos que compõem o circuito (pode, por exemplo, desatarraxar
a lâmpada L do seu casquilho), verá que deixa de haver corrente eléctrica no circuito.

RESUMO:
1- Quanto maior for a d.d.p. nos extremos de um CIRCUITO-SÉRIE, maior será o valor da
intensidade da corrente no circuito.
2- Se a d.d.p. não variar, a INTENSIDADE DA CORRENTE É CONSTANTE, AO LONGO
DE TODO UM CIRCUITO-SÉRIE.
3- A intensidade da corrente, num circuito-série, não depende da sequência em que estão
dispostos os componentes.
4- Invertendo a polaridade num CIRCUITO-SÉRIE, a intensidade da corrente não se altera
(apenas se inverte o sentido da corrente).
5- Desligando um dos dispositivos que compõem um CIRCUITO-SÉRIE, deixa de haver
corrente eléctrica no mesmo.

OBS: Num dado condutor, a corrente é MAIS INTENSA quando os electrões se deslocam MAIS
RÁPIDAMENTE; é menos intensa quando eles se deslocam MAIS LENTAMENTE.

903. ESTUDO DE CIRCUITOS ELÉCTRICOS COM DIFERENTES LIGAÇÕES DOS RECEPTORES

Num circuito eléctrico, quase sempre, existe, mais do que um receptor. Os vários receptores, dum
circuito eléctrico, podem ser associados (ligados) de várias formas, tomando o circuito, o nome dessa
associação.
Assim, teremos circuitos série, paralelo e mistos.
Seguidamente passaremos a efectuar o estudo destes tipos de circuitos.

a. Circuitos Série
Podemos ligar duas pilhas (como por exemplo as que se adquirem no mercado para os rádios
portáteis) e duas lâmpadas, L1, L2, EM SÉRIE, conforme indicada na figura 9.03.

NÃO CLASSIFICADO - 175 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

No laboratório, podemos utilizar, em vez das pilhas ligadas em série, uma fonte de alimentação
ligada à rede eléctrica. É mais cómodo, pois permite utilizar tensões diferentes, conforme o tipo
de lâmpadas utilizado.
Neste tipo de associação de lâmpadas, um resultado pode imediatamente ser verificado: se
desatarraxarmos uma das lâmpadas, desligando-a, a outra também se apaga, porque o circuito
fica interrompido. O mesmo acontece se uma delas fundir.

Fig 9.03 - Duas lâmpadas em série

Algumas experiências simples permitem-nos tirar conclusões importantes. Numa delas, liga-se
uma lâmpada de 6V a uma tensão de 6V (que se lê no voltímetro) e observa-se que apresenta
BRILHO NORMAL e é percorrida por uma corrente de intensidade de 0.5A.

Fig 9.04 - Brilho normal para uma lâmpada de 6V ligada a uma fonte de 6V

Numa segunda experiência, utilizam-se 3 lâmpadas iguais às anteriores, de 6V, ligando-as EM


SÉRIE e aos pólos da mesma bateria de 6V. A intensidade da corrente (lida no amperímetro),
baixa para cerca de 0.15A, a tensão de 6V. Repare-se, igualmente, por cada uma das
lâmpadas e o brilho torna-se muito fraco.

NÃO CLASSIFICADO - 176 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Fig 9.05 - Fraco brilha para 3 lâmpadas de 6V ligadas a uma fonte de 6V

Daqui, resulta que, a LIGAÇÃO EM SÉRIE CONVÉM, QUANDO É NECESSÁRIO REPARTIR


UMA TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO POR VÁRIAS LÂMPADAS.
É o caso, por exemplo de uma instalação doméstica, como a árvore de Natal. O número de
lâmpadas que é preciso ligar em série, nesta árvore, obtém-se dividindo a tensão disponível
(220V na rede eléctrica que abastece a casa), pela tensão que cada lâmpada suporta (vem, em
regra, gravada na ampola ou no casquilho).

b. Circuito paralelo
Na figura 9.06, pode-se observar, a montagem de um circuito eléctrico, composto por um
gerador G, ligado a um interruptor K, a uma carga constituída por duas lâmpadas L1 e L2
ligadas em paralelo e um amperímetro A.

Fig 9.06

Com um circuito deste tipo, pode-se tirar algumas conclusões experimentais importantes.
Assim, se ligar um amperímetro em série com cada uma das lâmpadas, como na figura
seguinte:

NÃO CLASSIFICADO - 177 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Fig 9.07

Irá verificar que o somatório dos valores das correntes indicadas em A1 e A2 é precisamente
igual ao valor indicado em A. Donde, se pode concluir que :
− Num circuito paralelo, a corrente fornecida pelo gerador, é igual ao somatório das
correntes que passa em cada ramo paralelo.
Se agora ligar um voltímetro aos terminais do gerador, assim como aos terminais de cada uma
das lâmpadas, como mostra a figura.

Fig 9.08

Verificará que todos os voltímetros marcam o mesmo valor. Donde, se pode concluir que :
− A tensão aos terminais de cada ramo em paralelo é a mesma e igual à da fonte.

Se se inverter a polaridade no circuito, para o qual, basta trocar os contactos entre os fios e os pólos
do gerador, irá verificar que: os valores, indicados pelos diversos aparelhos de medida, instalados
no circuito, não sofreram alteração (deflexão).
Se, finalmente, desligar uma das lâmpadas, a outra ligada permanecerá acesa. No entanto, valor
indicado pelo amperímetro diminuirá.

RESUMO:
1- Num circuito paralelo, a corrente total que o percorre (corrente debitada pelo gerador) é
igual ao somatório das correntes que passam em cada um dos ramos.

NÃO CLASSIFICADO - 178 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

2- Num circuito paralelo, a tensão aos terminais de cada um dos ramos, é a mesma e igual à
d.d.p. do gerador.
3- O valor da corrente total e em cada um dos ramos não depende da polaridade da fonte,
bem como, as tensões aos seus terminais.
4- Para a mesma tensão da fonte, a corrente que percorre o circuito, é tanto maior, quanto
maior for, o número de circuitos derivados e vice-versa.

c. Circuito misto (Série - paralelo)


Na figura 9.09, pode observar-se a montagem de um circuito misto, que consta de um gerador,
ligado a um interruptor, a uma carga constituída por três lâmpadas L1, L2 e L3 e a um
amperímetro.

Fig 9.09 - Circuito misto

Com um circuito deste tipo, pode-se tirar algumas conclusões experimentais importantes
Assim, quando ligar o interruptor K, o amperímetro indicará um determinado valor de corrente,
correspondente à intensidade debitada pelo gerador. Se agora, colocar outro amperímetro
entre L1 e o ponto M do circuito, e ainda um outro entre o interruptor e o terminal positivo do
gerador, irá verificar que todos os amperímetros indicam o mesmo valor de corrente. Coloque
agora, um amperímetro em série com L2 e outro com L3 como na figura. O que verifica?

Fig 9.10 - Circuito misto (experiência)

NÃO CLASSIFICADO - 179 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

− Os amperímetros A, A1 e A4, marcam o mesmo valor, como tinha verificado anteriormente,


mas, A2 e A3 marcam valores diferentes, sendo o seu somatório igual ao indicado pelos
outros aparelhos. Assim, pode-se concluir, que uma parte do circuito se comporta como se
fosse ligado em série, outra parte como se ligado em paralelo. Por outras palavras, L1 está
ligado em série com o conjunto paralelo, formado por L2 e L3.

904. RESISTÊNCIA TOTAL OU EQUIVALENTE DE UM CIRCUITO

Nos circuitos estudados, é possível substituí-los por um circuito eléctrico simples, desde que, os
efeitos eléctricos, sejam precisamente os mesmos, isto é, que a corrente debitada pelo gerador seja a
mesma. A este circuito chama-se CIRCUITO EQUIVALENTE.

Fig 9.11 - Circuitos equivalentes

Até agora, temos utilizado como receptores, lâmpadas. Para facilitar o estudo, iremos a partir de
agora utilizar resistências. Assim sendo, podemos desde já, chamar ao receptor, do circuito
equivalente, resistência total ou resistência EQUIVALENTE do circuito. Vejamos, então, como se
determina a RESISTÊNCIA TOTAL DUM CIRCUITO ELÉCTRICO.

a. Circuito Série

No circuito seguinte (fig. 9.12), cada uma das resistências que o formam, é percorrida pela
mesma corrente, tal como concluído anteriormente.

NÃO CLASSIFICADO - 180 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Fig 9.12 – Circuito série e o seu equivalente

Segundo a Lei de OHM, a corrente I ao passar em cada uma das resistências 𝑅1 , 𝑅2 𝑒 𝑅3 ,


origina quedas de tensão, correspondente ao valor indicado por cada um dos voltímetros
𝑉1 , 𝑉2 𝑒 𝑉3 . Assim sendo, poderemos dizer que :
V = I x RT ; V1 = I x R1 ; V2 = I x R2 ; V3 = I x R3

Podemos ainda verificar, analisando as indicações dos vários voltímetros, que a tensão da
fonte é precisamente igual ao somatório das diversas quedas de tensão.
V = V1 + V2 + V3

Substituindo cada tensão pelo seu valor, teremos:


I.RT = I.R1 + I.R2 +I.R3

Colocando I em evidência:
I = RT = I (R1 + R2 + R3)

Se, agora, dividir ambos os membros da equação por I:

RT = R 1 + R 2 + R 3

Conclui-se assim que:


− Para calcular a resistência total ou equivalente de uma associação em série, basta
somar o valor das resistências associadas.

NÃO CLASSIFICADO - 181 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

b. Aplicações
1- Dados os circuitos A, B e C, calcular a resistência total do circuito.

Resolução:
Circuito A RT = ?
R1 = 10Ω ; R2 = 20Ω ; R3 = 30Ω, logo

RT = R 1 + R 2 + R 3
RT = 10Ω + 20Ω + 30Ω = 60Ω

Circuito B RT = ?
Neste caso são apenas duas resistências logo:
R1 = 1KΩ ; R2 = 5KΩ

RT = R 1 + R2
RT = 1KΩ + 5KΩ = 6KΩ

Circuito C RT = ?
R1 = 500Ω ; R2 = 1KΩ ; R3 = 750Ω
R4 = 1.2KΩ ; R5 = 600Ω ; R6 = 3.3KΩ

RT = R 1 + R 2 + R 3 + R 4 + R 5 + R 6
Sendo necessário não esquecer, que para se poder somar, é necessário que
todas tenham as mesmas unidades. Logo:
RT = 500Ω + 1000Ω + 750Ω + 1200Ω + 600Ω + 3300Ω
= 7350Ω ou 7.35KΩ

NÃO CLASSIFICADO - 182 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

2 – Considere o esquema da figura, onde a d.d.p. nos extremos do gerador, é de 120V e:


R1 = 8Ω
R2 = desconhecida
R3 = 15Ω

− Calcular a resistência R2 e a d.d.p. nos extremos de cada resistência, sabendo que o


amperímetro marca 4A.
Resolução:
V= 120V ( d.d.p) R2=? ; V1= ? ; V2=? ; V3=?
I=4A

A resistência R, equivale à resitencia total da associação (série) e o seu valor é:


𝑉 120
𝑅= = = 30Ω
𝐼 4

Sabemos que: R = R1 + R2 + R3, logo


R2 = R – (R1 + R3)
R2 = 30 – (8 + 15) = 30 – 23 = 7Ω
R2 = 7Ω

Aplicando agora a Lei de Ohm, a cada resistência, tem-se:


V1 = R1 x I = 8 x 4 = 32V
V2 = R2 x I = 7 x 4 = 28V
V3 = R3 x I = 15 x 4 = 60V

NÃO CLASSIFICADO - 183 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

3- Dado o circuito série seguinte, determina a resistência total do circuito, a intensidade da corrente
que circula no circuito, a queda de tensão em cada uma das resistências e a sua potência
dissipada.

A corrente é a mesma em todas as resistências. Determina-se, dividindo a tensão aplicada, pela


resistência total do circuito RT. No circuito série, RT é igual à soma de todas as resistências.

Resolução:
𝑅𝑇 =? ; 𝐼 =? ; 𝑉𝑅1 =? ; 𝑉𝑅2 =? ; 𝑉𝑅3 =?

Resistência total do circuito:


RT = R 1 + R 2 + R 3
RT = 10KΩ + 5KΩ + 15KΩ
RT = 30KΩ (resistencia total do circuito)

Sabendo RT, é fácil determinar a corrente total do circuito:


𝑉 15
𝐼= → 𝐼= = 𝟎. 𝟎𝟎𝟎𝟓𝐀
𝑅𝑇 30000
Ou I = 0.5 mA

Como a corrente, é a mesma em todas a resistências, a queda de tensão, em qualquer delas, pode
determinar-se multiplicando a corrente, pelo valor da dita resistência:
VR1 = I x R1 VR1 = 0.0005 x 10000 = 5 V
VR2 = I x R2 VR2 = 0.0005 x 5000 = 2.5 V
VR3 = I x R3 VR3 = 0.0005 x 15000 = 7.5V

NÃO CLASSIFICADO - 184 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Potência dissipada:

2 2
PR1 = R1. I VR1 = 10000 x (0.0005) = 2.5 mW
2 2
PR2 = R2 . I VR2 = 5000 x (0.0005) = 1.25 mW
2 2
PR3 = R3 . I VR3 = 15000 x (0.0005) =3.75 mW

c. Circuito paralelo
Num circuito paralelo, a corrente total (I ) que o percorrem, é igual ao somatório das correntes,
que passam em cada um dos ramos da associação. A tensão aos terminais de cada um dos
ramos, é a mesma e igual à d.d.p. da fonte de alimentação (V).

Sabemos ainda, que segundo a Lei de Ohm, a corrente QUE PERCORRE cada uma das
resistências, é inversamente proporcional ao seu valor ÓHMICO. Assim sendo, poderemos
dizer:
𝑉 𝑉 𝑉
𝐼= ; 𝐼1 = ; 𝐼2 =
𝑅𝑇 𝑅1 𝑅2

Como a corrente total é igual ao somatório das correntes parciais:


𝐼 = 𝐼1 + 𝐼2

Logo, substituindo cada uma das correntes pelo seu valor, temos:
𝑉 𝑉 𝑉
= +
𝑅𝑇 𝑅1 𝑅2

Dividindo ambos os membros da equação por V, obteremos:

1 1 1
= +
𝑅𝑇 𝑅1 𝑅2

NÃO CLASSIFICADO - 185 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Ou ainda, por resolução da equação:

𝑅1 × 𝑅2
𝑅𝑇 =
𝑅1 + 𝑅2

Conclui-se assim que o inverso da resistência total ou equivalente de uma associação de


resistências em paralelo, é igual ao somatório dos inversos das resistências.

Genéricamente e para n resistências em paralelo, teremos:

1 1 1 1 1
= + + + ….+
𝑅𝑇 𝑅1 𝑅2 𝑅3 𝑅𝑛

1
𝑅𝑇 =
1 1 1 1
+ + + ⋯+
𝑅1 𝑅2 𝑅3 𝑅𝑛

d. Aplicações

1 – Ligações em paralelo – duas resistências

Para determinar o paralelo de duas resistências, faz-se o seguinte cálculo:

𝑅1 × 𝑅2
𝑅𝑇 =
𝑅1 + 𝑅2

Circuito A: R1=15Ω R2=10Ω

15Ω × 10Ω 150


𝑅𝑇 = = = 𝟔𝛀
15Ω + 10Ω 25

NÃO CLASSIFICADO - 186 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Circuito B: R1 = 1KΩ R2 = 9KΩ

1 × 9 9
𝑅𝑇 = = = 𝟎. 𝟗𝛀
1+9 10

2 – Ligação em paralelo – mais de duas resistências

Como existem, mais do que duas resistências em paralelo, vamos determinar a resistência total
pelo somatório dos inversos de cada resistênçia:

1
𝑅𝑇 =
1 1 1 1
+ + + ⋯+
𝑅1 𝑅2 𝑅3 𝑅𝑛

Apliquemos então, esta fórmula à figura anterior:

Circuito A: R1 = 100Ω R2 = 100Ω R3 = 400Ω R4 = 400Ω

1 1 1
𝑅𝑇 = → RT = =
1 1 1 1 1 1 1 1 2 2
+ + + + + + +
R1 R 2 R 3 R 4 100 100 400 400 100 400
1 1 400
= = = = 40 Ω
8 2 10 10
+
400 400 400
𝑹𝑻 = 𝟒𝟎𝜴

NÃO CLASSIFICADO - 187 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Circuito B: R1 = 500Ω R2 = 500Ω R3 = 250Ω

1 1 1
RT = → RT = = =
1 1 1 1 1 1 2 1
+ + + + +
R1 R 2 R 3 500 500 250 500 250
1 1 500
= = = = 125Ω
2 2 4 4
+
500 500 500
𝑹𝑻 = 𝟏𝟐𝟓𝜴

3 – Resistências iguais em paralelo


Para resistências iguais em paralelo é muito fácil ver o valor do paralelo pois:

valor de uma das resistências


𝑅𝑇 =
número de resistências em paralelo

uito

Circuito A:
20
𝑅1 = 𝑅2 = 𝑅 = 20Ω → 𝑅𝑇 = = 1𝟎𝛀
2

ou então como efectuado anteriormente:


𝑅1 × 𝑅2 20 × 20 400
𝑅𝑇 = → 𝑅𝑇 = = = 1𝟎𝛀
𝑅1 + 𝑅2 20 + 20 40

Circuito B:
330
𝑅1 = 𝑅2 = 𝑅3 = 𝑅 = 330Ω → 𝑅𝑇 = = 𝟏𝟏𝟎𝛀
3

NÃO CLASSIFICADO - 188 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

ou então, como efectuado anteriormente:

1 1 1 330
𝑅𝑇 = → 𝑅𝑇 = = = = 𝟏𝟏𝟎𝛀
1 1 1 1 1 1 3 3
+ + + +
𝑅1 𝑅2 𝑅3 330 330 330 330

Circuito C
16
𝑅1 = 𝑅2 = 𝑅3 = 𝑅4 = 𝑅 = 16𝐾Ω → 𝑅𝑇 = = 𝟒𝐊𝛀
4

ou
1 1 1 𝑹
RT = ������������� R = = =
1 1 1 1 R1=R2=R3 =R4=R T 1 1 1 1 4 𝟒
+ + + + + +
R1 R 2 R 3 R 4 R R R R R

16
𝑅 = 16𝐾Ω → 𝑅𝑇 = = 𝟒𝐊𝛀
4

Portanto, resistências iguais e em paralelo, basta dividir o seu valor pelo número resistências.

4 – Três resistências R1 = 2Ω, R2 = 6Ω, e R3 = 3Ω, são montadas em paralelo e submetidas a uma d.d.p.
de 4V.

NÃO CLASSIFICADO - 189 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Calcular:
a) A resistência equivalente à associação;
b) A intensidade de corrente em cada resistência;
c) A intensidade de corrente debitada pelo gerador.

Resolução
a)
1 1 1 1 1 1 1 1
= + + → = + +
RT R1 R 2 R 3 𝑅𝑇 2 6 3

1
↔ = 1Ω → 𝑅𝑇 = 𝟏𝛀
𝑅𝑇

b) Cada resistência está submetida a uma tensão de 4V, logo:


𝑉 4
𝐼1 = → 𝐼1 = = 𝟐𝑨
𝑅1 2
𝑉 4
𝐼2 = → 𝐼2 = = 0.66𝐴 ≅ 𝟎. 𝟕𝑨
𝑅2 6
𝑉 4
𝐼3 = → 𝐼3 = = 1.33𝐴 ≅ 𝟏. 𝟑𝑨
𝑅3 3

c) Intensidade debitada pelo gerador:


𝑉 4
𝐼= → 𝐼= = 𝟒𝑨
𝑅𝑇 1

5 – Dado o circuito seguinte figura:

NÃO CLASSIFICADO - 190 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Determinar:
a) O valor da corrente da corrente total e em cada resistência.
b) A potência dissipada em todos os ramos.

Resolução:

a) Para determinar a corrente, em qualquer uma das resistências, basta aplicar a Lei de Ohm:

CIRCUITO PARALELO: 𝑉𝑅1 = 𝑉𝑅2 = 𝑉𝑅3 = 𝑽

Corrente em R1?
𝑉 15𝑉
𝐼𝑅1 = → 𝐼𝑅1 = = 0.0015 A ↔ 𝑰𝑹𝟏 = 𝟏, 𝟓 𝐦𝐀
𝑅1 10𝐾Ω

Corrente em R2?
𝑉 15𝑉
𝐼𝑅2 = → 𝐼𝑅2 = = 0,003 A ↔ 𝑰𝑹𝟐 = 𝟑 𝐦𝐀
𝑅2 5𝐾Ω
Corrente em R3?

𝑉 15𝑉
𝐼𝑅3 = → 𝐼𝑅3 = = 0.001𝐴 ↔ 𝑰𝑹𝟑 = 𝟏 𝐦𝐀
𝑅3 15𝐾Ω

Corrente total?
A corrente total é então, a soma de todas as correntes, dos diferentes ramos:
𝐼𝑇 = 𝐼𝑅1 + 𝐼𝑅2 + 𝐼𝑅3 → 𝐼𝑇 = 1,5 + 3 + 1 ↔ 𝑰𝑻 = 𝟓. 𝟓𝐦𝐀

Há outro modo de achar a corrente total do circuito. É através da resistência total:


1 1
𝑅𝑇 = → 𝑅𝑇 = = 2727Ω
1 1 1 1 1 1
+ + + +
𝑅1 𝑅2 𝑅2 10000 5000 15000
Pela Lei de Ohm:
𝑉 15
𝐼𝑇 = → 𝐼𝑇 = = 0.0055𝐴 ↔ 𝑰𝑻 = 𝟓. 𝟓𝐦𝐀
𝑅𝑇 2727

NÃO CLASSIFICADO - 191 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

b) Quanto à potência dissipada em cada um dos ramos pode determinar-se multiplicando a corrente
pela queda de tensão:

𝑃𝑅1 = 𝑉. 𝐼𝑅1 → 𝑃𝑅1 = 15 × 0.001 = 0.015W ↔ 𝑷𝑹𝟏 = 𝟏𝟓 𝐦𝐖


𝑃𝑅2 = 𝑉. 𝐼𝑅1 → 𝑃𝑅2 = 15 × 0.003 = 0.045W ↔ 𝑷𝑹𝟐 = 𝟒𝟓 𝐦𝐖
𝑃𝑅3 = 𝑉. 𝐼𝑅3 → 𝑃𝑅3 = 15 × 0.0015 = 0.0225W ↔ 𝑷𝑹𝟑 = 𝟐𝟐, 𝟓 𝐦𝐖
Quanto à potência total pode-se calcula-la de diversas formas:

𝑃𝑇 = 𝑃𝑅1 + 𝑃𝑅2 + 𝑃𝑅3 → 𝑃𝑇 = 0.015 + 0.045 + 0.0225 = 0.085W ↔ 𝑷𝑻 = 𝟖𝟐, 𝟓 𝐦𝐖


ou

𝑃𝑇 = 𝑅𝑇 . 𝐼𝑇2 → 𝑃𝑇 = 2727 × 0.00552 = 0,0824999𝑊 ↔ 𝑷𝑻 = 𝟖𝟐, 𝟓 𝐦𝐖


ou
2 2
𝑉 15
𝑃𝑇 = → 𝑃𝑇 = = 0,08250𝑊 ↔ 𝑷𝑻 = 𝟖𝟐, 𝟓 𝐦𝐖
𝑅𝑇 2227

e. Circuito Misto

No seguinte circuito, uma das partes comporta-se como se fosse um circuito série, outra parte
como se fosse paralelo.

Por outras palavras, R1 está ligada em série com o conjunto paralelo, formado por R2 e R3.
Assim sendo, podemos substituir o conjunto paralelo, por uma resistência equivalente (𝑅𝐴𝐵 ), a
qual ficará ligada em série com R1, formando, desta forma, o seguinte circuito equivalente:

NÃO CLASSIFICADO - 192 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Como o circuito da figura anterior, já por nós estudado (dua resistências em série) teremos:

𝑅𝑇 = 𝑅1 + 𝑅𝐴𝐵

Ligações Série – Paralelo

É uma mistura dos dois tipos anteriores:


Vejamos:
1º Exemplo

Primeiro, determina-se a resistência equivalente do paralelo e, assim, obtemos um circuito série, donde
podemos, facilmente, determinar a resistência total do circuito. Calculemos então:
Paralelo:
𝑅2 × 𝑅3 200 × 300 60000
𝑹𝑨 = → 𝑅𝐴 = = = 120𝛺
𝑅2 + 𝑅3 200 + 300 500
Série:
𝑅𝑇 = 𝑅1 + 𝑹𝑨 + 𝑅4 → 𝑅𝑇 = 100 + 𝟏𝟐𝟎 + 300 = 𝟓𝟐𝟎𝜴

NÃO CLASSIFICADO - 193 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

𝑹𝑻 = 𝟓𝟐𝟎𝜴

O circuito que resulta da simplificação pode, então, ser tratado como um circuito série que, por nós, já é
conhecido.

2º Exemplo:

As figuras que se seguem, pretendem mostrar uma sequência de simplificações, sucessivas, até obter-
se o valor da resistência total do circuito.

De A para B: calculamos 𝑅𝐴 = (𝑅4 ∕∕ 𝑅5 ∕∕ 𝑅6 )


1 1 1 1 20
𝑹𝑨 = + = = = =𝟓𝛀
1 1 1 1 1 2 2 4 4
+ + + +
10 20 20 10 20 20 20 20

NÃO CLASSIFICADO - 194 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

De B para C: calculamos 𝑅𝐵 = (𝑅3 + 𝑅𝐴 + 𝑅7 )


𝑹𝑩 = 15 + 𝟓 + 30 = 5𝟎𝛀

De C para D: calculamos 𝑅𝐶 = (𝑅2 ∕∕ 𝑅𝐵 ):


50 × 50 2500
𝑹𝑪 = = = 𝟐𝟓Ω
50 + 50 100

De D para E: calculamos, finalmente, a resistência total 𝑹𝑻 = (𝑅1 + 𝑅𝐶 + 𝑅8 )


𝑹𝑻 = 20 + 25 + 30 = 𝟕𝟓𝛀

Os esquemas simplificados, permitem-nos calcular todas as variáveis, nos diversos ramos do circuito.
Se, por exelmplo, a este circuito tivesse sido aplicado uma tensão de V= 225V, teríamos através de:

E Cálculo da corrente total e Potência total:

𝑉 = 225𝑉
𝑅𝑇 = 75Ω
𝑉 225
𝐼𝑇 = = = 𝟑𝑨
𝑅𝑇 75

𝑃𝑇 = 𝑉. 𝐼 = 225 × 3 = 𝟔𝟕𝟓𝐖

D Cálculo das quedas de tensão, correntes e potências em R1,RC e R8


𝐼𝑇 = 3𝐴
𝑉𝑅1 , 𝑉𝑅𝐶 𝑒 𝑉𝑅8 = ?

𝑰𝑹𝟏 = 𝐼𝑅𝐶 = 𝑰𝑹𝟖 = 𝑰𝑻 = 𝟑𝑨

Quedas de tensão:
𝑽𝑹𝟏 = 𝐼𝑇 . 𝑅1 → 𝑉𝑅1 = 3 × 20 = 𝟔𝟎𝑽
𝑉𝑅𝐶 = 𝐼𝑇 . 𝑅𝐶 → 𝑉𝑅𝐶 = 3 × 25 = 75𝑉
𝑽𝑹𝟖 = 𝐼𝑇 . 𝑅8 → 𝑉𝑅8 = 3 × 30 = 𝟗𝟎𝑽

NÃO CLASSIFICADO - 195 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

(Notar que a soma destas três quedas de tensão é igual ao valor de tensão
aplicada, neste exemplo - 225V)

C 𝑽𝑹𝟐 = 𝑉𝑅𝐶 → 𝑉𝑅2 = 𝟕𝟓𝑽

𝐼𝑅3 = 𝐼𝑅7 = 𝐼𝐴 = 𝐼𝐵

𝑉𝑅2 75
𝐼𝐵 = = = 1.5𝐴 → 𝐼𝑅3 = 𝐼𝑅7 = 𝐼𝐵 = 1,5𝐴
𝑅𝐵 50

𝑽𝑹𝟑 = 𝐼𝐵 . 𝑅1 → 𝑉𝑅1 = 1.5 × 15 = 𝟐𝟐, 𝟓𝑽


𝑽𝑹𝟕 = 𝐼𝐵 . 𝑅7 → 𝑉𝑅7 = 1.5 × 30 = 𝟒𝟓𝑽
𝑉𝑅𝐴 = 𝐼𝐵 . 𝑅𝐵 → 𝑉𝑅𝐴 = 1.5 × 5 = 7,5𝑉

A 𝑉𝑅4 = 𝑉𝑅5 = 𝑉𝑅6 = 𝑉𝑅𝐴 = 𝟕, 𝟓𝑽

Tendo calculado as correntes e as tensões em todos os ramos, podemos agora facilmente calcular as
respectivas potências dissipadas em resistencia:

𝑉2
𝑃 = 𝑉. 𝐼 ↔ 𝑃= ↔ 𝑃 = 𝑅. 𝐼2
𝑅

Exemplos:
2
𝑷𝑹𝟏 = 𝐼𝑅1 . 𝑅1 → 𝑉𝑅1 = 32 × 20 = 1𝟖𝟎𝑾
2
𝑷𝑹𝟖 = 𝐼𝑅8 . 𝑅8 → 𝑉𝑅8 = 32 × 30 = 𝟐𝟕𝟎𝑽

NÃO CLASSIFICADO - 196 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Resumindo, na forma de tabela:

R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8
R(Ω) 20 50 15 20 20 10 30 30
V(V) 60 75 22,5 7,5 7,5 7,5 45 90
I(A) 3 1,5 1,5 0,375 0,375 0,75 1,5 3
P(W) 180 112,5 33,75 2,81 2,81 5,63 67,5 270

Verifique que, a soma de todas as potências parciais é igual à potência total, calculada
anteriormente, ou seja, P=675W.

905. SHUNTS E RESISTÊNCIAS ADICIONAIS

APROVEITANDO AS PROPRIEDADES das associações de resistências, em série e em paralelo,


podemos agora fazer o estudo de resistências utilizadas para fins especificados, como é o caso dos
shunts e das resistências adicionais.

a. Shunts
São resistências de valor apropriado, introduzidas em paralelo com um circuito ou parte deste,
para que nelas passe uma parte da corrente, evitando assim excessos de corrente que podem
ser prejudiciais a alguns componentes do circuito.
É o caso, por exemplo dos amperímetros, como representa a figura, nos quais só pode circular
uma determinada intensidade de corrente.

Se quisermos medir correntes maiores, teremos de introduzir um Shunt no circuito de modo a


que nele passe o excesso de corrente.

NÃO CLASSIFICADO - 197 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Na figura sendo:

Rg – Resistência do amperímetro
Ig – Máxima corrente que o pode percorrer (deflexão máxima do amperímetro)
Rs – Resistência do Shunt a introduzir no circuito
Is – Corrente que percorre o Shunt
I – Corrente que pretendemos medir

Podemos dizer que:

𝐼 = 𝐼𝑠 − 𝐼𝑔

ou que
𝐼𝑠 = 𝐼 − 𝐼𝑔

Como a tensão aos terminais de cada ramo do paralelo é a mesma, podemos dizer que:
Rg x Ig = Rs x Is
ou que
Rg. Ig = Rs (I – Ig)
Desenvolvendo a equação, teremos:
Rg. Ig = I. RS – Ig. Rs ----- Passando Ig Rs para o outro membro,virá:
Rg. Ig + Rs x Ig = I .Rs ----- Colocando Ig em evidência, virá:
Ig (Rg + Rs) = I.Rs ----- Retirando o valor de I,virá:

𝑅𝑔 + 𝑅𝑠
I = Ig .
𝑅𝑠
Dividindo ambos os membros por Ig:

𝑅𝑔 + 𝑅𝑠 𝐼
=
𝑅𝑠 𝐼𝑔

Designando por factor multiplicador do shunt – M- a relação I / Ig, ou seja a relação entre a corrente
que pretendemos medir, e o máximo de corrente que pode percorrer o aparelho de medida,
teremos:

Rg + Rs 𝐼
=M ∧ 𝑀=
Rs 𝐼𝑔

NÃO CLASSIFICADO - 198 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Desenvolvendo a equação obtida teremos:


Rs x M = Rg + Rs ----- passando Rs para o outro membro:
RsM – Rs = Rg ----- pondo em evidência Rs:
Rs (M – 1) = Rg ----- retirando o valor de Rs, vem, finalmente:

2
A equação que nos permite determinar o valor da resisitência do Shunt a colocar no
circuito:
𝑅𝑔
𝑅𝑠 =
𝑀−1

Vejamos agora um exemplo prático de utilização de um Shunt.

Exemplo:
Dispomos de um amperímetro, cujo ponteiro atinge a máxima deflexão para uma corrente de
100mA. A resistência interna do aparelho é de 0.5. Calcular o valor da resistência do Shunt
para que possa medir correntes até aos 300mA.

1º) Calcular o factor de multiplicação M:

𝐼 300
𝑀= → 𝑀= =3
𝐼𝑔 100

2º) Calcular o valor da resistência do Shunt:


𝑅𝑔 0,5 0,5
𝑅𝑠 = → 𝑅𝑠 = = = 𝟎, 𝟐𝟓Ω
𝑀−1 3−1 2

b. Resistências adicionais
Tal como fizemos para os amperímetros, podemos também usar os voltímetros para medir
tensões maiores do que aquelas para as quais foram construídos, desde que se utilize uma
RESISTÊNCIA ADICIONAL de valor adequado.

2
Resistencia do Shunt ou, simplesmente, valor do Shunt

NÃO CLASSIFICADO - 199 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Observe-se a figura, em que temos o voltímetro V, em paralelo com am carga R em série com
ele, a RESISTÊNCIA ADICIONAL Ra.

Na figura sendo:
R – A resistência de carga, aos terminais da qual se pretende medir a queda de tensão
Rv – A resistência interna do voltímetro
Ra – A resistência adicional a intercalar
Vv – O máximo valor que o aparelho pode medir (deflexão máxima do voltímetro)

Podemos dizer, que a queda de tensão na resistência R, é:


V = (Ra + Rv) I

E que a intensidade da corrente que percorre o voltímetro, é:


𝑉𝑣
I=
𝑅𝑣
Então, podemos dizer que:
V = (Ra + Rv) Vv / Rv

Desenvolvendo a equação teremos:

𝑉
(Ra + Rv) = . 𝑅𝑣
𝑉𝑣

Designando por FACTOR DE MULTIPLICAÇÃO M, a relação entre a tensão que pretendemos


medir V e o máximo valor que o aparelho pode medir Vv teremos:

Ra + Rv = M x Rv
em que:,

𝑉
𝑀=
𝑉𝑣

NÃO CLASSIFICADO - 200 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Então, o valor da resistência adicional, será:

Ra = Rv (M – 1)

Equação que nos traduz o valor, da resistência adicional a intercalar em série com o
voltímetro.

Vejamos agora, um exemplo prático da utilização de uma Resistência Adicional.

EXEMPLO:
Pretendemos medir tensões até 1000V, cuja escala é de 100V. A resistência interna do aparelho é
de 500Ω. Calcular o valor da resistência adicional a utilizar.

1º - Calcular o FACTOR DE MULTIPLICAÇÃO M


𝑉 1000
𝑀= → M= = 𝟏𝟎
𝑉𝑣 100

2º - Calcular a RESISTÊNCIA ADICIONAL

𝑅𝑎 = 𝑅𝑣(𝑀 − 1) → 𝑅𝑎 = 500 � 10 – 1 �
= 500 x 9
= 4500Ω
Ra = 4.5KΩ

NÃO CLASSIFICADO - 201 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

906. CIRCUITOS ESPECIAIS SÉRIE PARALELO – CIRCUITOS EM PONTE

Uma das aplicações práticas dos circuitos mistos é o circuito em Ponte, a sua forma mais usual é a
seguinte:

a. Ponte Equilibrada
Um circuito em ponte equilibrada é aquele em que a tensão entre os dois terminais de saída é
0 Volts e colocando um voltímetro é essa a indicação que podemos ler.
Na figura seguinte temos uma ponte em equilíbrio. Observe-se que R1 é igual a R2 e assim a
tensão no ponto A em relação à terra é metade da tensão de alimentação, quer dizer, 10V. A
tensão no ponto B é também 10V pela mesma razão e por conseguinte entre A e B a tensão é
0V porque os pontos estão ao mesmo potêncial. Não há tensão e assim também não há
corrente.

NÃO CLASSIFICADO - 202 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Mas pode acontecer que as resistências tenham valores diferentes e a ponte esteja em
equilíbrio.

Tensão no ponto A:

V 30V 30V
IA = → IA = = = 𝟎, 𝟎𝟏𝐀
R 1 + R2 1KΩ + 2Ω 3 KΩ

A tensão em R2 é:

𝑉R2 = IA × R2 → 𝑉R2 = 0.01A × 2000Ω = 𝟐𝟎𝐕

Logo a tensão no ponto A é 20V

Tensão no ponto B:

V 30V 30V
IB = → IB = = = 𝟎, 𝟎𝟎𝟏𝐀
R3 + R4 10KΩ + 20KΩ 30KΩ

𝑉R4 = IB × R4 → 𝑉R4 = 0.001A × 20000Ω = 𝟐𝟎𝐕

Logo a tensão no ponto B é, também, 20V

Então, A e B estão ao mesmo potêncial, logo, não há tensão nem há corrente. Podemos
observar que R1 e R2 têm a mesma relação que R3 e R4, o que se pode traduzir
matematicamente por:
𝑅1 𝑅3
=
𝑅2 𝑅4

NÃO CLASSIFICADO - 203 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

b. Ponte desiquilibrada
Neste caso um dos braços da ponte tem um potenciómetro o que permite variar a resistência
desse braço e consequentemente alterar o estado de equilíbrio da ponte.

Quando passamos o potenciómetro de 200Ω para 400Ω, a ponte fica desequilibrada. E,


contrariamente, ao que se passava (ponto A = 15V e ponto B = 15V), o ponto A mantém os
15V, mas o ponto B não. Como R4 passou a ser o dobro de R3, também a queda de tensão em
R4 passou a ser o dobro da queda em R3. Logo, em R3 caem 10V e em R4, 20V. A tensão no
ponto B passou a 20V.
Entre os pontos A e B há agora uma tensão de 5V (20V – 15V) e vai fluir uma pequena
corrente através do aparelho de medida. Se o desequilíbrio provocado for como se indica na
figura C (R4 diminui) a corrente flui também mas em sentido contrário à da situação anterior
(figura B).

c. Ponte de Wheatstone
Esta ponte destina-se a medir resistências.
Neste circuito R1 e R2 são resistências fixas e iguais. Rs é um potenciómetro que tem uma
escala calibrada e Rx é a resistência a determinar que se liga entre as duas pontas de prova da
ponte. O aparelho de medida é agora um galvanómetro que tem grande sensibilidade para
medição de correntes em ambos os sentidos.
Para determinar o valor desse Rx só temos que ajustar Rs até que o galvanómetro indique 0.
Nessa altura (R1= R2) o valor de Rx é o mesmo de Rs e este é obtido por leitura directa na
escala do potenciómetro.

NÃO CLASSIFICADO - 204 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

907. RESISTÊNCIA INTERNA DO GERADOR

A corrente eléctrica no circuito representado, depois de passar no circuito exterior pela resistência,
atravessa também o gerador. Os electrões no seu trajecto através dele, encontram como em qualquer
outro meio, uma certa resistência. A essa resistência dá-se o nome de resistência interna do gerador
e representa-se por Ri.

a. Queda de tensão interna


Todos os geradores, têm resistência interna, qualquer que seja o seu tipo ou princípio de
funcionamento. Nas pilhas e nos acumuladores, esta é devida ao electrólito; nos dínamos
depende da resistência dos enrolamentos da máquina. Passando corrente na resistência Ri,
dá-se uma queda de tensão na mesma. Esta, porque se verifica no interior de gerador é
designada por queda de tensão interna, sendo determinada por Vi = Ri x I. Ou seja, é igual ap
produto da resistência interna pela intensidade de corrente no circuito.

NÃO CLASSIFICADO - 205 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

b. Esquema equivalente
Um gerador como acabamos de estudar, tem perdas. Um gerador ideal seria aquele que não
as tivesse. A resistência interna existe sempre e por isso é origem de perdas eléctricas. Para a
resolução de certos problemas, como veremos adiante, torna-se conveniente separar
teoricamente a resistência interna, da f.e.m. Desta forma, representam-se as duas
características em separado (fig seg) como se fosse um gerador perfeito de f.e.m. E em série
com uma resistência Ri. Estabelecendo-se um circuito com uma resistência exterior R, o
gerador perfeito de f.e.m. e proporciona uma corrente não só à sua própria resistências interna,
como também àquela em série.

c. Tensão nos terminais


Com o interruptor desligado (fig seg), o circuito encontra-se interrompido e portanto não haverá
corrente eléctrica no mesmo. Contudo o voltímetro indicará uma tensão, originada pela f.e.m.
do gerador. E esta tensão será designada por tensão em vazio, pois não há débito, não existe
qualquer “carga” ligada. Representemo-la por V0. Este valor é aproximadamente o da f.e.m. do
gerador. Efectivamente, o voltímetro e a pilha formam um circuito fechado. Deste modo o
aparelho de medida é atravessado por uma pequeniníssima intensidade de corrente,
originando-se uma queda de tensão. Quanto menos for aquela (consequentemente menor será
a intensidade de corrente que passa por ele), mais o valor medido V0 se aproxima do valor da
f.e.m. Portanto, para melhores medições, há que escolher um voltímetro de maior resistência
interna. No caso dos aparelhos usados em laboratórios, pode considerar-se:
V0 = E

NÃO CLASSIFICADO - 206 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Fechando-se oi circuito, circulará uma intensidade de corrente que, passando pela carga e pelo
interior do gerador originará duas quedas de tensão. Assim, a tensão nos terminais, será
diminuída em relação à que tinha em vazio, devida à queda de tensão interna. Deste modo, a
tensão nos terminais do gerador em carga (circuito fechado) será por:

V = E – Ri x I V e E em Volt (V)
Ri em Ohm
I em amperes

Esta expressão é designada por vezes por lei de Ohm para um gerado e permite calcular a
d.d.p. nos terminais do gerador desde que se conheça a sua f.e.m. (E), a sua resistência interna
(Ri), bem como a corrente debitada (I).

908. LEI DE OHM PARA UM CIRCUITO FECHADO

Desprezando a resistência dos fios de ligação, há duas formas de calcular a tensão entre A e B.
Efectivamente a tensão V é comum aos terminais da resistências R e do gerador. Segundo a Lei de
Ohm, para uma resistência, V = R x I e para o gerador V = E – Ri x I .
Como estes valores são iguais, podemos escrever:

NÃO CLASSIFICADO - 207 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

R = E – Ri x I
E = R + Ri x I
E = (R + Ri) I fazendo R + Ri = RT (resistência total)
E = RT x I donde,
𝐸 𝐸
RT = 𝑜𝑢 𝐼=
𝐼 𝑅𝑇

que traduz a Lei de Ohm para um circuito fechado, dizendo-mos que existe proporcionalidade entre
a f.e.m. e a corrente no circuito, mas o coeficiente de proporcionalidade agora é a resistência total
RT do circuito. Se em vez de uma única resistência, tivermos várias, R passa a ser resistência
equivalente da associação. Então:
𝐸
𝐼=
𝑅𝑇 + 𝑅𝑖

909. PROBLEMAS

1 – Sabendo-se que a f.e.m. de um gerador é de 1.5V e que a corrente no circuito é de 0.25A,


calcular a resistência total do mesmo

𝐸 1,5
𝑅𝑇 = = = 6Ω
𝐼 0,25

2 – Um gerador debita uma corrente de 11A, sob uma d.d.p. de 30.7V. Sendo a sua f.e.m. 34V,
calcular:
a) A sua resistência interna;
b) A tensão nos terminais do gerador, se ele debita sobre uma resistência de 4.7Ω.

Resolução:
𝐸−𝑉 34−30,7 3,3
a) V = E – Ri x I Ri x I = E – V Ri = = = = 0,3Ω
𝐼 11 11

𝐸 34 34
b) I = = = = 6,8𝐴
𝑅+𝑅𝑖 4,7+0,3 5

V = E – Ri x I = 34 – 0,3 x 6,8 = 34 – 2,04 = 31,96V

NÃO CLASSIFICADO - 208 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

3 – Nos terminais de um gerador de f.e.m. E = 120V, e de resistência interna 1.5Ω, montam-se 3


resistências em paralelo: R1 = 11Ω;
R2 = 22Ω R3 = 33Ω

Calcular:
a) A resistência equivalente do paralelo;
b) A intensidade de corrente debitada pelo gerador;
c) A intensidade de corrente em cada resistência.

a)

1 1 1 1 1 1 1 1
= + + → = + +
𝑅𝑇 𝑅1 𝑅2 𝑅3 𝑅𝑇 11(6) 22 (3) 33(2)
66 66
↔ 𝑅𝑇 = = = 𝟔Ω
6+3+2 11

b)

𝐸 120 120
𝐼= → 𝐼= = = 𝟏𝟔𝑨
𝑅𝑇 + 𝑅𝑖 6 + 1,5 7,5

c) V = E – Ri x I → V =20 – 1,5 x 16 = 120 – 24 = 96V

𝑉1 96
𝐼1 = = = 𝟖, 𝟕𝑨
𝑅1 11

𝑉2 96
𝐼2 = = = 𝟒, 𝟑𝟔𝑨
𝑅2 22

𝑉3 96
𝐼3 = = = 𝟐, 𝟗𝑨
𝑅3 33

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NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

NÃO CLASSIFICADO - 210 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

CAPÍTULO 10 - CIRCUITOS COMPOSTOS

1001. PASSAGEM À LINHA

Muitas vezes, os desenhos dos circuitos não nos aparecem de forma clara, pelo que, por vezes
surgem dificuldades em nos apercebermos do tipo de circuito.
Torna-se então, necessário passar o circuito à linha, ou seja, desenha-lo de forma mais perceptível,
sem o alterar electricamente.
Observemos atentamente a seguinte figura:

Facilmente concluímos, tratar-se dum circuito misto. Mas, é-nos bastante difícil, dizermos quais das
resistências estão ligadas em serie e quais as que estão ligados em paralelo. Torna-se então
necessário passar o circuito á linha.
Vejamos então, como se procede. Para tal, vamos imaginar o percurso da corrente quando
alimentarmos o circuito entre os postos A e B, saindo esta do ponto A.

1- A corrente saindo do ponto A, percorre totalmente a resistência R1, chegando ao ponto C do


circuito. Desenhamos então:

2- Chegada a este ponto (ponto C), a corrente vai-se dividir para dois lados, para a resistência R2
e para a resistência R5, desenhamos:

NÃO CLASSIFICADO - 211 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

3 – Logicamente, a corrente que percorre R2, percorre também R3 e R4, porque não se divide, por mais lado
nenhum no seu trajecto, até atingir o ponto D.

Desenhamos então:

4 – No ponto D do circuito dá-se de novo a junção da corrente, que se tinha dividido no ponto C, seguindo
então para o ponto B depois de passar por R6.

Temos desta forma o circuito passado à linha, sendo agora mais fácil visualizar a forma como as
resistências estão ligadas entre si, e também no caso de conhecermos os seus valores de calcular o valor
da sua resistência equivalente ou total.

NÃO CLASSIFICADO - 212 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

1002. PROBLEMAS

1- Passe o seguinte circuito à linha

1003. LEIS DE KIRCHHOFF

a. Introdução

Estudamos no capítulo anterior, circuitos que podiam-se resolver, aplicando as leis dos agrupamentos
de resistências e de Ohm. Há contudo, circuitos mais complexos, que mesmo depois de passadas à
linha, como o que se apresenta na seguinte figura, em que não é possível associar os elementos em
serie ou paralelo.

Existem vários processos que permitem a resolução destes circuitos, e vamos estudar um deles,
que foi desenvolvido por Gustavo Kirchhoff (1824 – 7).

Entretanto, necessitamos de algumas noções importantes, como:

NÃO CLASSIFICADO - 213 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

− NÓ OU NODO: ponto de junção de pelo menos três condutores pertencentes a dias ou mais
malhas adjacentes. Na figura, temos como exemplo os pontos A e D.
− Os assinalados por B, C e F não são nodos;

− RAMO: chama-se assim, uma parte do circuito, com receptores e/ou geradores, compreendida
entre dois nós, em que aqueles estão em serie. São exemplo na figura, os trajectos A, B, C, D,
A, F, E, D;

− MALHA: circuito fechado, constituído por uma sucessão de ramos. Sendo exemplos destes, os
circuitos A, B,C,D,A,A,D,E,F,A e A,B,C,D,E,F,A. Duas é que são distintas, pois a terceira já
contem elementos da rede incluídos nelas;

− REDE: é conjunto de malhas interligadas, constituindo vários circuitos fechados, tendo um ou


mais ramos comuns com circuitos adjacentes.

Kirchhoff, mais não fez, do que ampliar o uso de lei de OHM. Para tal, criou duas leis que ficaram
conhecidas pelo seu nome. Lei dos nós ou das correntes e leis das malhas ou das tensões. Façamos
então o seu estudo.

b. Lei dos Nós

As cargas eléctricas não se podem acumular num dado ponto de um circuito, ou seja, o número de
electrões que chega a um determinado ponto é precisamente igual, ao que de lá sai.

Observemos a figura.

No ponto A a corrente que entra I1 ‘e precisamente igual ao somatório das correntes que saem I2 e I3.

NÃO CLASSIFICADO - 214 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

I1=I2+I3 → I1-I2-I3=0

Enunciado da lei dos Nós


A soma das correntes que convergem, num ponto qualquer de um circuito, é
precisamente igual ao somatório das correntes que divergem, desse mesmo ponto.

Por outras palavras, pode-se dizer que:


A soma algébrica de todas as correntes, num nó, é igual a ZERO

c. Lei das malhas


Sabemos de estudos, feitos anteriormente, que um circuito fechado a soma de todas as
quedas de tensão é precisamente igual à F.E.M. da fonte.
Observemos a figura:

A corrente I ao passar pelas resistências provoca uma queda de tensão em cada uma delas V1;
V2;V3 respectivamente. ENTÃO:

E1 + E2 = V1 + V2+ V3 → E1+E2-V1-V2-V3=0

Enunciado da lei das malhas


Numa malha, a soma das F.E.M.s., é igual ao somatório de todas as quedas de tensão.
Por outras palavras, pode-se dizer:
− Numa malha, a soma algébrica das F.E.M.s com as quedas de tensão é igual a
ZERO.

NÃO CLASSIFICADO - 215 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

d. Aplicações práticas das Leis de Kirchhoff

Na prática, para resolução de problemas, teremos que conjugar, simultaneamente, as duas leis
enunciadas, através de sistemas de equações.
Tomando como exemplo a figura, verifiquemos então, com se procede para aplicar LEIS DE
KIRCHHOFF, que irão permitir determinar o valor das incógnitas.

1- Atribui-se, arbitrariamente, o sentido às correntes que percorrerão as resistências.


2- Escolhe-se, arbitrariamente também um sentido de contagem (sentido de percurso na
malha), representando-o por uma seta curva.
3- Percorre-se a malha, a partir de um ponto, no sentido da contagem. Quando. nos aparecer
uma fonte de alimentação, atribui-se á F.E.M. o sinal do terminal encontrado
primeiramente.

Exemplos:

a) Na malha ABCD da figura, iniciando a contagem em A e tendo em consideração o sentido


desta, teremos:
- E1 - E2

b) Na malha CEED da mesma figura, iniciando a contagem em C, teremos:

+ E2 – E3

NÃO CLASSIFICADO - 216 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

4- Ao fazer-se o percurso na malha, quando encontramos uma resistência, a sua queda de


tensão terá um sinal consoante o sentido de corrente que se lhe atribuiu. Assim, se o
sentido da corrente for coincidente com o sentido da corrente a queda de tensão será
positiva (+) se os sentidos de corrente atribuída e de contagem forem contrários será
negativa (-).

Exemplos:
a) Na malha ABCD
I1R1 – I2R2
b) Na malha CEED
+I2R2 – I3R3

5- Estamos, neste momento, em condições de escrever as equações que traduzem a 2a LEI


DE KIRCHHOFF (Lei das malhas), vejamos:

a) Malha ABCD
-E1-E2 =-I1R1-I2R2 → -E1-E2+I1R2+I2R2=0

b) Malha CEED
+E2-E3=+I2R2 – I3R3 → +E2-E3-I2R2+I3R3=0

6- Seguidamente, vamos traduzir a 1ª lei de Kirchhoff (leis dos Nós) num ponto qualquer do
circuito, por exemplo o ponto C.

I1=I2+I3

7- Com as equações obtidas constitui-se o sistema de equações.


−𝐸1 − 𝐸2 + 𝐼1 𝑅1 + 𝐼2 𝑅2 = 0


+𝐸2 − 𝐸3 − 𝐼2 𝑅2 + 𝐼3 𝑅3 = 0


⎩ 𝐼1 = 𝐼2 + 𝐼3

NÃO CLASSIFICADO - 217 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

NOTA:
Os valores absolutos obtidos, são, efectivamente, os valores das incógnitas. No entanto, se
esse valor for positivo, indica-nos que o sentido arbitrário é o sentido real, se o valor obtido for
negativo, indica-nos que o sentido real é o contrário do sentido arbitrado.

e. Exemplos práticos

1 – Dado os seguinte circuito, calcular a corrente que percorre cada uma das resistências.

Depois de atribuirmos sentido às correntes e á contagem, por exemplo os indicados, vamos


escrever as equações que traduzem o 1º e 2º LEIS de KIRCHHOFF.

𝐼2 = 𝐼1 + 𝐼3


12 = −2𝐼3 + 3𝐼1


⎩ 24 = 6𝐼2 + 2𝐼3

Escritas as equações, passemos à resolução do respectivo sistema. Note que o sistema de


equações terá tantas equações, quanta as incógnitas a determinar.

𝐼2 = 𝐼1 + 𝐼3 ______________ _____________
⎧ ⎧ ⎧
⎪ ⎪ ⎪
12 = −2𝐼3 + 3𝐼1 ↔ 12 = −2𝐼3 + 3𝐼1 ↔ 12 = −2𝐼3 + 3𝐼1
⎨ ⎨ ⎨
⎪ ⎪ 24 = 6(𝐼1 + 𝐼3 ) + 2𝐼3 ⎪ 24 = 6𝐼1 + 6𝐼3 + 2𝐼3
⎩ 24 = 6𝐼2 + 2𝐼3 ⎩ ⎩

NÃO CLASSIFICADO - 218 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

_____________ ______________
⎧ ⎧
⎪ ⎪ 72
12 = −2𝐼3 + 3𝐼1 ↔ 48 = −8𝐼3 + 12𝐼1 ↔ 𝐼1 = ↔ 𝑰𝟏 = 𝟒𝑨
⎨ ⎨ 18
⎪ 24 = 6𝐼1 + 8𝐼3 ⎪ 24 = 8𝐼3 + 6𝐼1
⎩ ⎩

72 = 0 + 18𝐼1

Determinado o valor de 𝑰𝟏 , vamos substitui-la numa das equações, como por exemplo, esta:

I2 = -2I3 + 3I1 ↔ 12 = -2I3 +3 x 4


↔ 12 =-2I3 + 12
↔ 12 -12 =-2I3
↔ 0 = -2I3
↔ I3 = 0 A

E por ultimo·
I2 = I1 + I3 → I2 = 4 + 0 ↔ I2 =4A

Então, pelos resultados obtidos, teremos:


I1= 4A;
I2 =4A;
I3=0A

Sendo os sentidos reais das correntes, os que nós tínhamos atribuído arbitrariamente.

1004. PROBLEMAS

1 - Partindo dos valores dados, calcular a intensidade de corrente nos diferentes ramos do
seguinte circuito:

E1 = 12V E2 = 12V Ri1 = 0,1Ω Ri2 =0,2Ω R=2Ω

NÃO CLASSIFICADO - 219 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

R: I1 = 3,87A; I2 = 1,935A; I3 = 5,805A

2- No esquema representado na figura, pretende-se calcular o valor de corrente em R2

E1 = 12V E2 = 12V E3= 6V R1=3Ω R2=2Ω R3=1Ω

R: I1 = 1,09A; I2 =1,64A; I3 = 2,73A

1005. DIVISORES DE TENSÃO

Um dos circuitos série paralelo mais utilizado é o divisor de tensão que serve na maior parte das
aplicações para obter varias tensões de saída da mesma alimentação
Ao desenhar um divisor de tensão, se desprezarmos a corrente que passa na carga, temos o
seguinte circuito:

NÃO CLASSIFICADO - 220 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Sabemos que o circuito é equivalente a uma serie de resistências com uma RT = 150Ω, logo, a
corrente no circuito, terá:

𝐸 300
𝑰= → 𝑰= = 𝟐𝑨
𝑅𝑇 150

Esta corrente, ao percorrer as resistências, causará nelas uma certa queda de tensão que nós é
dada por:

V=R x I → V =2 x 50 = 100V

Ou seja, em cada resistência fica uma queda de tensão de 100V, ou ainda, existem diferenças de
potêncial entre os pontos A e B, B e C e C e D, de 100V cada.

Se ligássemos um receptor, por exemplo, entre B e C, estaríamos a aplicar-lhe 100V de tensão.

Vimos que os 300V da fonte foram, assim, divididos por três pares de terminais, de modo a
poderem ser aplicadas a três cargas diferentes. É lógico que, podemos também obter 200V, para
aplicar (VAC). Vamos agora, fazer, mais ainda, ligando o ponto C à terra que, como sabemos tem
potêncial ZERO, ou seja irá fazer como que uma referencia, dando valores positivos e negativos no
divisor de tensão.

Observe-se então a seguinte figura, e vamos supor que a corrente tem o sentido marcado.

NÃO CLASSIFICADO - 221 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Sabemos que a queda de tensão nas resistências tem polaridade, ainda pelo sentido da corrente,
será menos no terminal de entrada, e mais no de saída.
Assim, as quedas de tensão 100V, entre terminais A, B, C e D, terão as polaridades marcadas na
figura. Vemos assim que, embora o C esteja ao potêncial ZERO, o D está com um potêncial 100V
inferior, ou seja, -100V, enquanto que o B, por sua vez, mais positivo que o C, estará a +100V.
Logicamente o A em relação ao C, estará também mais positivo, a +200V.

Facilmente se vê também que o A está a +100V que o B, e que, finalmente entre A e D existirão os
300V da fonte, com as mesmas polaridades desta.
Conseguimos assim dividir os 300V fonte, de várias formas, para poderem ser aplicados a várias
cargas.
Assim, teremos:
VAD = 300V
VAB = 100V
VBC = 200V
VAC = 200V
VCD = -100V

No entanto, tudo o que vimos é valido, apenas quando as cargas não estão ligadas, pois que, nessa
situação, tudo se altera.
Observe-se a figura seguinte, em que temos o mesmo divisor de tensão mas com o ponto D ligado
à terra e com duas cargas ligadas.
Se não ligarmos os interruptores, já sabemos quais os valores de tensão entre os terminais do
divisor.

NÃO CLASSIFICADO - 222 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Quando ligamos as cargas, o circuito passará a ser diferente, e poderá ser desenhado como o da
figura.

Neste caso, passamos a ter uma associação mista de cinco resistências.


Vamos calcular a RT e a intensidade da corrente:

RT = R1 + RBD =?

50 × 50
𝑅𝐶𝐷 = = 25Ω
50 + 50

R2+RCD = 50 + 25 =75Ω

100 × 75
R BD = ≅ 43Ω
100 + 75

NÃO CLASSIFICADO - 223 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

RT = R1 + RBD → RT = 50 + 43 = 93Ω

A resistência total do circuito é agoira de 93Ω, logo, a corrente será:

𝐸 300
𝐼= → 𝐼 = ≅ 𝟑, 𝟐𝐀
𝑅𝑇 93

Percorrendo o circuito, estes 3,2A irão causar uma queda de tensão em R1, que é:

VR1 = I × R1 = 3,2 x 50 = 160V

Nota-se que, sem as cargas ligadas, tínhamos apenas 100V. Agora, temos 160V, o que quer dizer
que apenas 140V estarão aplicados ao paralelo entre B e D. Como esses 140V são comuns aos
dois ramos desse paralelo, podemos dizer, desde já, que a tensão aplicada á carga de 100Ω é de
140V:
VBD=140V

O ramo inferior do paralelo tem uma resistência de 75Ω

R2+RCD =50 + 25 = 75Ω

Logo, a corrente nesse ramo. Será:


𝑉𝐵𝐷 140
𝐼= → 𝐼= = 1.85𝐴
R2 + RCD 75

e a queda de tensão em R2, será:

VR2=1,85 x 50 = 92,5V

Logo a queda de tensão aos terminais do paralelo CD, será:

VCD=140 – 92,5 =47,5V

Teremos assim os 300V da fonte divididos e aplicados às duas cargas.

NÃO CLASSIFICADO - 224 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Atendendo ainda, à referência da terra e ao sentido da corrente I, teremos então, os seguintes


valores de tensão:

VAE=160V
VBD =140V (carga 100Ω)
VCD = 47,5V (carga 50Ω)

Vê-se aqui que a realização dos divisores de tensão tem de obedecer a um estudo muito cuidado,
pois as cargas têm grande influência nos resultados finais.

1006. EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

1 – Considerando o divisor de tensão da figura, calcule a tensão do ponto B em relação à terra, nos
dois casos:

a) Com o interruptor aberto.


b) Com o interruptor fechado.

NÃO CLASSIFICADO - 225 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

2 – No divisor de tensão representado na figura, calcular os seguintes valores, depois de fechados


os interruptores.

a) A resistência total entre A e D


b) A corrente que percorre R1
c) O valor da tensão aplicada à carga ligada entre BD
d) A intensidade da corrente que percorre a carga ligada entre CD.

NÃO CLASSIFICADO - 226 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

CAPÍTULO 11 - CONSTITUIÇÃO DO CIRCUITO ELÉCTRICO

1101. INTRODUÇÃO

Como vimos nos capítulos anteriores, o circuito eléctrico é um conjunto de elementos formando um
percurso fechado onde se faz a corrente eléctrica.

Há uma grande variedade de circuitos eléctricos conforme a sua função ou utilização.


Os elementos que podem constituir um circuito eléctrico são:

𝐹𝑜𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎çã𝑜 (𝑔𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟)



𝐶𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑒 𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠

⎪ 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑙ℎ𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑛𝑜𝑏𝑟𝑎
Circuito eléctrico 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑙ℎ𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎
⎨𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑙ℎ𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑡𝑒𝑐çã𝑜
⎪ 𝐴𝑝𝑎𝑟𝑒𝑙ℎ𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑔𝑢𝑙𝑎çã𝑜

⎩ 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑝𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠

1102. FONTES DE ALIMENTAÇÃO

A função das fontes de alimentação ou geradores é a de criar e manter constante uma d.d.p. aos
terminais do circuito.

Os geradores transformam em energia eléctrica outras formas de energia.

Seguidamente apresenta-se uma classificação dos geradores, indicando entre parêntesis se,
produzem CORRENTE CONTINUA (C.C.) (corrente de corrente de um só sentido) ou corrente
alternada:

NÃO CLASSIFICADO - 227 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Os geradores estáticos não têm partes em movimento, tal como as pilhas e as baterias de
acumuladores pois transformam a energia química em energia eléctrica. Estes geradores produzem
energia em pequena escala.

Os geradores dinâmicos têm partes rotativas pois que transformam a energia mecânica em energia
eléctrica. Podem produzir energia em larga escala.

As baterias de acumuladores são recarregáveis, isto é podem a qualquer momento receber energia
eléctrica que transformam em energia química.

Os dínamos são geradores que produzem corrente contínua, ou seja corrente que se desloca num
só sentido, podendo ser accionados por qualquer tipo de órgão propulsor tais como Dieseis,
turbinas, etc.).

NÃO CLASSIFICADO - 228 - ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

Os alternadores são geradores de corrente alternada, corrente esta que se desloca ora num sentido
ora noutro, e que são utilizados nas Centrais eléctricas accionadas por turbinas hidráulicas ou a
vapor. São também utilizados para produção de energia em pequena escala sendo accionados por
motores a diesel e outros.

Há ainda outros tipos geradores de energia eléctrica como seja:

• Pares Termoeléctricos – que por aquecimento da junção de dois metais diferentes criam
uma tensão eléctrica aos seus terminais.
• Células Fotovoltaicas – que transformam a energia luminosa em energia eléctrica.
• Cristais Piezo eléctricos – estes cristais são utilizados na célula dos giros – discos. A agulha
destes acoplada ao cristal e conforme a ondulação dos sulcos dos discos assim ela
comprime mais ou menos o cristal. Então entre duas faces estatele-se uma tensão eléctrica
proporcional às pressões exercidas. Esta tensão eléctrica é amplificada no amplificador e
depois é aplicada aos altifalantes onde se obtém o som corresponde á gravação.

1103. CONDUTORES E ISOLOADORES

a. Condutores
Para conduzir a corrente eléctrica, até aos aparelhos de utilização, usam-se materiais bons
condutores. Estes condutores, são metais, dado que são os materiais que melhor conduzem a
corrente eléctrica. Tal, deve-se ao facto de terem muitos electrões, que facilmente se tornam
livres e se deslocam entre átomos.

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NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

A prata é o metal que melhor conduz a corrente eléctrica, sendo no entanto, pouco utilizado
dado ao seu custo elevado. Utiliza-se nos fios de curto-circuitos fusíveis e nos contactos de
alguns interruptores.

O cobre e o alumínio são os metais utilizados nos circuitos eléctricos. O cobre conduz melhor a
corrente eléctrica mas tem um preço mais elevado que o alumínio. Por outro lado, o alumínio é
menos denso que o cobre o que é uma vantagem para a construção das linhas eléctricas
aéreas tornando-as mais leves, o que implica que os postes ficam sujeitos a menores esforços
podendo ter uma constituição mais simples e portanto de preço mais reduzido.

b. Isoladores
Para que a corrente eléctrica apenas se desloque nos condutores é necessário empregar
substâncias isolantes nos condutores para proteger os utilizadores.
Estes materiais isolantes ou isoladores não se deixam atravessar pela corrente eléctrica dado
que lhe fazem uma grande oposição. Isto deve-se a que os electrões periféricos não se tornam
livres, por estarem muito atraídos pelo núcleo.

Há dois processos para isolar os condutores:

1 – O condutor é revestido de isolamento como nos cabos eléctricos.

2 – O condutor não é revestido, condutor nu, mas está assente ou suportado por isoladores
que não deixam passar a corrente eléctrica para as paredes ou para os postes. É o que
acontece nos Postos de Transformação e nas Linhas Aéreas.

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Seguidamente, apresenta-se uma lista dos materiais isoladores mais utilizados.

𝑃𝑜𝑙𝑖𝑐𝑙𝑜𝑟𝑒𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑉𝑖𝑛𝑖𝑙𝑜 (𝑝𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑝𝑣𝑐)



𝐵𝑜𝑟𝑟𝑎𝑐ℎ𝑎

⎪ 𝑃𝑜𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎𝑛𝑎
⎪ 𝐴𝑟
⎪ 𝐵𝑎𝑞𝑢𝑒𝑙𝑖𝑡𝑒
Materiais Isolantes 𝑉𝑖𝑑𝑟𝑜
⎨ 𝑃𝑎𝑝𝑒𝑙

⎪ 𝑂𝑙𝑒𝑜
⎪ 𝐸𝑏𝑜𝑛𝑖𝑡𝑒
⎪𝑉𝑒𝑟𝑛𝑖𝑧 𝑖𝑠𝑜𝑙𝑎𝑑𝑜𝑟
⎩ 𝑒𝑡𝑐

1104. COMANDOS

Instalando um determinado circuito eléctrico com fim a levar a corrente eléctrica a um receptor, por
exemplo uma lâmpada, há a necessidade de ter um aparelho que feche e a abre o circuito.
Assim existem os interruptores, os comutadores de lustre, os comutadores de escada, etc.

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NÃO CLASSIFICADO PEETNA 2208

1105. APARELHOS DE MEDIDA

Para sabermos o que está a passar num circuito eléctrico, ou seja, para sabermos o valor da tensão
da fonte de alimentação, a intensidade da corrente que o percorre ou a energia que se consome num
dado intervalo de tempo (numa resistência ou numa fabrica, por exemplo) temos de intercalar
aparelhos de medida no circuito.

Os aparelhos mais vulgarmente utilizados são:

a. Amperímetro
– Medem a intensidade da corrente eléctrica sendo instalados em serie no circuito.

b. Voltímetros
– Medem a tensão entre quaisquer dois pontos do circuito, sendo ligados em paralelo.

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c. Contadores de energia eléctrica


– Medem a energia consumida ou produzida, num certo intervalo de tempo, por uma instalação.

1106. APARELHOS DE PROTECÇÃO

Para evitar danos, provocados pelo funcionamento anormal dos circuitos, há aparelhos que
desligam o circuito automaticamente, quando detectam a anomalia.
Temos assim, por exemplo, os corta-circuitos fusíveis e os disjuntores que interrompem o circuito,
quando a intensidade atinge valores perigosos para os aparelhos ou a instalação. Nos primeiros
ocorre a fusão de um fio condutor, enquanto que, nos segundos, dá-se a abertura de um interruptor.
Há aparelhos que protegem os circuitos contra outras anomalias tais como abaixamento de tensão,
sobre-tensões.

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1107. APARELHOS DE REGULAÇÃO

Por vezes, há necessidade de regular, nos circuitos, tensões, intensidades ou outra grandeza pelo
que se utilizam múltiplos aparelhos, alguns electrónicos.
Um exemplo da necessidade do uso de aparelhos de regulação de intensidade de corrente, é o caso
das salas de cinema, quando se pretende reduzir lentamente a iluminação da sala.

1108. RECEPTORES

Os receptores, são todos os aparelhos que necessitam de energia eléctrica para funcionarem.
Seguidamente indicamos, alguns dos mais usuais:

𝐿â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑐𝑎𝑛𝑑𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎
𝐿â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑓𝑙𝑢𝑜𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒
Iluminação �
𝐿â𝑚𝑝𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑁é𝑜𝑛
𝑒𝑡𝑐.

𝐼𝑟𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒�
⎧ 𝐶𝑜𝑛𝑣𝑒𝑐𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠

⎪ 𝑇𝑒𝑟𝑚𝑜𝑎𝑐𝑢𝑚𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 (𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜)
Aquecimento 𝐹𝑒𝑟𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑔𝑜𝑚𝑎𝑟
⎨ 𝐹𝑒𝑟𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑑𝑎𝑟

⎪ 𝐹𝑜𝑔õ𝑒𝑠
⎩ 𝑒𝑡𝑐.

𝐶𝑎𝑚𝑝𝑎𝑖𝑛ℎ𝑎
Sinalização �𝑄𝑢𝑎𝑑𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑎𝑙𝑣𝑜𝑠
𝑒𝑡𝑐.

𝐶𝑢𝑏𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟𝑜𝑙𝑖𝑠𝑒
Químicos �𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑒 𝑎𝑐𝑢𝑚𝑢𝑙𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠
𝑒𝑡𝑐.

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𝐴𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠
⎧ 𝐸𝑛𝑐𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠

⎪ 𝑀𝑎𝑞𝑢𝑖𝑛𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑙𝑎𝑣𝑎𝑟 𝑟𝑜𝑢𝑝𝑎
⎪𝑀𝑎𝑞𝑢𝑖𝑛𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑙𝑎𝑣𝑎𝑟 𝑙𝑜𝑢ç𝑎
⎪ 𝐵𝑎𝑡𝑒𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠
Força Motriz 𝑉𝑒𝑛𝑡𝑜𝑖𝑛ℎ𝑎𝑠
⎨ 𝐺𝑟𝑎𝑣𝑎𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑚
⎪ 𝐺𝑖𝑟𝑎 𝑑𝑖𝑠𝑐𝑜𝑠

⎪ 𝐵𝑜𝑚𝑏𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑎𝑔𝑢𝑎
⎪ 𝐶𝑎𝑟𝑟𝑜𝑠 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜𝑠
⎩ 𝑇𝑟𝑜𝑙𝑙𝑒𝑦𝑠, 𝐶𝑜𝑚𝑏𝑜𝑖𝑜𝑠 𝑒𝑙𝑒𝑐𝑡𝑟𝑖𝑐𝑜𝑠, 𝑒𝑡𝑐.

1109. ASSOCIAÇÃO DE RECEPTORES NAS INSTALAÇÕES DOMESTICAS E INDUSTRIAIS.

A mesma fonte, normalmente, alimenta mais de receptor. Daqui, a necessidade deles serem
associados. Embora se possa fazer em serie ou em paralelo, esta é a mais vulgar, pelas suas
vantagens e comodidade de ligação.
Todos os receptores são fabricados para funcionar a tensão constante, e só a montagem em
paralelo é que poderá proporcionar. No caso de avaria de qualquer deles, não há influência noutro.
O funcionamento é independente.

Para além disto, as secções dos condutores para as ligações são diferentes, conforme a potência de
cada.

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Ligação de receptores em paralelo à rede de alimentação

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