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UNIVERSIDADE LUSÓFONA DA GUINÉ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MAR E DO AMBIENTE


3º ANO DE CURSO DE OCEANOGRAFIA E RECURSOS MARINHOS
=ETNOCOLOGIA DOS PESCADORES=

Análise sobre Lucro dos Pescadores Artesanais de porto Alto-Bandim - Bissau

Maio_Tchuda

Bissau, Julho 2018

Docente: Prof. Dr. Raul Mendes Fernandes


AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os pescadores de porto Alto-Bandim


que duma forma aceitaram os meus pedidos para a
realização deste trabalho e essencialmente para o
Presidentes de Associação Nacional dos Armadores de
Pesca Artesanal (ANAPA) Eng.º Augusto Djú pela
forma sábia que recebeu-me na sua residência para
entrevista que durou 30 minutos.

Por outro lado agradeço ao meu Professor Doutor Raul


Mendes Fernandes pelas orientações e empresto do
livro que ajudou bastante para enquadramento do
tema. E a todos os contribuíram direta ou
indiretamente para que o trabalho possa ser feito.

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Trabalho final do IIº Semestre 3º ano /Etnocologia dos Pescadores
Maio Tchuda
nfanrutchuda@gmail.com /96 673 26 89 /95 552 13 28
ÍNDICE Pág.
1- INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4
2- JUSTICAÇÃO ........................................................................................................ 5
3.1- Objectivo geral: ....................................................................................................... 6
3.2- Objectivos específicos: ............................................................................................. 6
4- AREA DE ESTUDO ................................................................................................ 6
5- METODOLOGIA.................................................................................................... 7
5.1- Procedimento metodológico para cálculo de despesas (soma de despesas): .................. 7
5.2- Procedimento metodológico para calcular o rendimento ou receita na venda de pescado
em cada saída: ................................................................................................................ 7
5.3- Procedimento metodológico para determinar o lucro de donos de canoas ou mestres
por cada saída: ............................................................................................................... 7
6- CRONOGRAMA .................................................................................................... 8
7- ATIVIDADE PESQUEIRA E VENDA DOS PESCADOS NO PORTO DE ALTO-
BANDIM ........................................................................................................................ 8
7.1- CASA DOS PESCADORES.................................................................................... 10
8- CONCLUSÃO ....................................................................................................... 15
9- REFERENCIAS .................................................................................................... 16
10- ANEXOS ............................................................................................................... 16

Lista de figuras:
Figura 1:Tabela de Despesas e lucro dos pescadores por faixa etária ------------------------------------ 10

Figura 2: Gráfico de despesas e lucro dos pescadores por faixas etárias -------------------------------- 11

Figura 3: Gráfico dos pescadores proprietários de uma canoa -------------------------------------------- 12

Figura 4: Gráfico dos pescadores proprietários de duas canoas ------------------------------------------- 12

Figura 5: Tabela 2- despesas e lucro de cada pescador proprietários de canoas ----------------------- 13

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1- INTRODUÇÃO

Desde muito tempo ou mesmo da antiguidade que o Homem utiliza a pesca para a sua
sobrevivência, e hoje em dia, gera empregos e benefícios para comunidade pesqueira e de
mais pessoas ligadas a este sector (LEANDRO et al. 2005. p. 1). Os dados foram recolhidos
durante mês de maio e junho de 2018 com 15 pescadores proprietários de canoas através das
entrevistas semiestruturas sobre lucro dos pescadores no porto de Alto-Bandim. Com vista a
saber a grandeza deste setor para comunidade pesqueira e no esforço no abastecimento dos
mercados nacionais e sub-regionais. A atividade da pesca artesanal teve a sua inovação na
Guiné-Bissau nos anos 80 com a utilização de motores fora de bordos (FERNANDES, 2012.
p.31,32).

Na Guiné-Bissau a pesca artesanal é realizada na sua maioria por canoas e que podem ser
agrupados em dois grupos: motorizados e de remo ou movidos a vela. Tamanhos de canoas a
motores variam de 10 a 15 metros de comprimento e de remo ou a vela com comprimento de
5 a 7 metro (TE, 2005. p.1). E em geral na Guiné-Bissau, os pescadores que utilizam as
pirogas motorizas se encontram organizados hierarquicamente começando de capitão,
pescadores e aprendizes e variam de 4 a 10 pessoas (FERNANDES 2012. p.31). Os
pescadores artesanais de porto Alto-Bandim exercem uma influência no abastecimento dos
mercados do capital Bissau, assim também como nas sub-regiões, no casso de Senegal e
Guine Conacri, segundo o presidente de Associação Nacional de Armadores de Pesca
Artesanal (ANAPA) Augusto Djú, mais de 60% dos pescadores inscritos na associação na
secção de Alto-Bandim são estrangeiros, vindos de Senegal, Guinee Conacri, Sera Leoa e
com materiais de pesca bem equipados e sofisticados em comparação com os pescadores
nacionais. Para ele o setor da pesca artesanal não tem rendimento para os pescadores, mas
sim para as entidades que apropriam indiretamente dos pescados. Os peixes capturados pelos
pescadores artesanais na sua maioria são vendidas as “mulheres bideiras1” que revendem aos
consumidores e estima-se que elas ganham por mês um valor de U$ 229,24 superior ao ganho
pelos pescadores artesanais (INTCHAMA, 2009,p.15). Embora os pescadores não têm um
valor constante porque dependem do mar, se for bom alegrem e se não conformem.

1
Mulheres bideiras são as mulheres vendedeiras nos mercados ou ambulante na Guiné-Bissau.
2
Meter é o nome vulgar aos responsáveis das pirogas ou seja é usado para dar ou mostrar respeito
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2- JUSTICAÇÃO

O porto Alto-Bandim é um dos maiores portos de desembargue dos pescados da pesca


artesanal a nível nacional e que abastece os mercados de cidade de Bissau e como também
nas sub-regiões. Nos anos de 1976 a 1981 a pesca artesanal na Guiné-Bissau com apoio da
Suécia teve sucesso através do projeto pescarte que criou condições materiais e financeiras
para pescadores e a comercialização dos pescados, mas depois da saída da Suécia o projeto
não teve a continuidade (FERNANDES, 2012.p.47). Com base nisto, é preocupante saber dos
pescadores artesanais que estão ligados a atividade pesqueira sobre o rendimento (lucro)
desta atividade ou da venda de pescados. É sabido que a pesca tem papel importante para
populações guineenses no fornecimento das proteínas animal e emprega direta ou
indiretamente a população.

Atualmente na Guiné-Bissau, o número dos pescadores artesanais tem aumentado


significativamente, por dois motivos: aumento de número da população nacional e dos
imigrantes dos países vizinhos (CASSAMÁ, 2017.p.17).

“Segundo o presidente da ANAPA, Augusto Djú números dos pescadores


artesanais nacionais no porto Alto-Bandim são muito reduzidos em
comparação com os dos estrangeiros. Isto deve-se a vários fatores como por
exemplo a falta de apoio ou incentivo por parte do governo da Guiné-Bissau
para ao setor da pesca artesanal. Embora que o governo é ciente do impacto
positivo deste setor para população Guineense, no que concerne ao
abastecimento dos mercados nacional. Por isso que, deve haver um fundo
perdido para setor da pesca artesanal e que poderá ser gerido pela ANAPA.
Com isto, os pescadores artesanais poderão fazer empréstimos a partir do tal
fundo e depois devolver. Como sabemos que os bancos não aceitam dar
empréstimos aos pescadores. Quem depende de forma indireta é que ganha
com a pesca. No caso dos intermediários, podem conservar e vender no
momento propício e, nós não podemos conservar, porque não há meio. Por
isso que vendemos e voltemos para o mar. Como sabemos que a pesca
depende da “sorte”, pode fazer despesas e ir para o mar e voltar sem
pescado. Por isso que em cada saída das pesca pensamos em como voltar”,
(minha tradução).

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3- OBJECTIVO

3.1- Objectivo geral:

 O presente trabalho tem como objectivo geral estimar ou analisar o lucro da


comunidade de pescadores artesanais de porto Alto-Bandim na capital da Guiné-
Bissau.

3.2- Objectivos específicos:

 Analisar o lucro dos pescadores artesanais mestres ou donos de pirogas (canoas) no

porto Alto-Bandim;

 Analisar o rendimento dos pescadores não proprietários de pirogas (canoas) no porto

Alto-Bandim;

 Analisar ou estimar as despesas feitas por mestres ou proprietários das pirogas

(canoas) em cada saída de pesca;

 Estimar o lucro anual de cada proprietário das pirogas:

4- AREA DE ESTUDO

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5- METODOLOGIA

A metodologia utilizada na realização do presente trabalho de inquérito sobre o lucro dos


pescadores mestres ou proprietários de canoas no porto Alto-Bandim. Foi produzido um
roteiro de inquérito através de uma entrevista semiestruturada com pescadores. Em primeiro
lugar foi realizada a recolhido ou levantamento dos dados e referencias bibliográficas
necessárias ao estudo. E prosseguiu-se com recolhas de dados ou informações no porto
através das referidas entrevistas com pecadores sobre as despesas feitas antes, durante e
depois da pesca e receitas recolhidas na venda dos pescados, como também o custo de
pagamento dos trabalhadores e foram feitas as observações diretas. E as entrevistas foram
realizadas em 8 dias com início no dia 21 de mês de maio de 2018 pelas 9 horas e terminou
em 10 de junho do mesmo ano. Os pescadores foram agrupados de acordo com as faixas
etárias como ilustra a tabela nº 1. Assim, também com a quantia dos pescadores trabalhadores
por cada embarcação ou canoa.

5.1- Procedimento metodológico para cálculo de despesas (soma de despesas):


Para calcular as despesas do dono ou mestre2 de canoas. Em primeiro lugar foram
adicionados os valores de todas as despesas desde (comedoria, gasolina, óleo, gelo, taxas
pagadas no porto, vencimento dos pescadores trabalhadores) o deu em soma de despesas por
cada saída.

5.2- Procedimento metodológico para calcular o rendimento ou receita na venda


de pescado em cada saída:
Para calcular o valor obtido na venda de pescado, foi utilizado a média dos três valores
indicados por inqueridos no roteiro do inquérito de cada canoa por cada saída o deu em valor
de venda de peixe.

5.3- Procedimento metodológico para determinar o lucro de donos de canoas ou


mestres por cada saída:
Foram escolhidos os dois valores: valor de venda de peixes subtraindo com soma das
despesas (Valor de venda de peixes - Soma das despesa = lucro) a diferença dos dois
valores resulta em um valor liquido e este valor será subtraído com despesa da próxima
saída a e o valor obtido será o lucro de dono ou mestre da canoa por cada saída feita.

2
Meter é o nome vulgar aos responsáveis das pirogas ou seja é usado para dar ou mostrar respeito
proprietário ou capitão da canoa.
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6- CRONOGRAMA
MÊS
ATIVIDADES
MAIO JUNHO
Foram feitas inquérito com 2 pescadores pelas 9 de manhã 21
Foram feitas três (3) inquéritos com um pescador de 2 canoas e dois com uma canoa, pelas 17 22
horas
Também realizei 2 inquérito com 2 proprietários de 2 canoas 23
Realizei um inquérito com um pescador Senegalense com 3 canoas, pelas 10 de manhã e 26
entrevistei bideira de mercado de Caracol (Clara Djú)
Realizei com dois pescadores um com uma canoa e outro com dois, pelas 10 horas 2
Foram feitas inquérito com dois pescadores e tirei fotos aos pescadores 3
Foram feitas inquérito com dois pescadores as 11 e a tarde fui entrevistar o presidente de 9
ANAPA na sua residência pelas 16 horas com duração de 25 minutos,
Foi último dia de inquérito e encontrei com um pescador 10

7- ATIVIDADE PESQUEIRA E VENDA DOS PESCADOS NO


PORTO DE ALTO-BANDIM
O setor da pesca tem um papel importante na economia do país no
que concerne ao aumento de Produto Interno Bruto (PIB) como
também na subsistência e elevado número de emprego para
população guineense e estrangeiros. A captura da pescado foi
estimada na Guiné-Bissau por volta de 85 mil toneladas por ano, das
quais 20,4 mil toneladas (24%) são da pesca artesanal (CASSAMÁ,
2017. p.34). Pescador na reconstrução da rede no Alto-
Bandim

E quanto ao rendimento dos pescadores artesanais resultantes das capturas, varia em função
ou categoria dos pescadores. No porto Alto-Bandim o número dos pescadores variam em
cada embarcação de 5 a 8 pescadores, em que recebem um salário de U$ 160,47 e os
responsáveis recebem U$ 275,08 a 343,86 por mês e resultante da captura de pescados
(CASSAMÁ, 2017. p.34). Mas de acordo com os dados obtidos no inquérito em maio e junho
de 2018, os pescadores proprietários têm mais rendimento (lucro) em comparação com os
pescadores trabalhadores. Segundo o pescador Ab, os pescadores proprietários têm uma boa
condição de vida em relação aos pescadores trabalhadores. Como o mar depende de “sorte”
as vezes os pescadores voltem com quantidade pequenos peixe, e daí ao vender peixe, têm
que tirar despesas, fundo de canoas, da rede, de motor e o que resta o capitão ou proprietário
toma a sua parte e depois o resto é dividido aos pescadores trabalhadores e aprendizes. Neste
caso, o pescador trabalhador pode ficar sem dinheiro ou pedir empréstimo ao dono da canoa.
Por isso que qualquer pescador pensa ter a sua própria embarcação e ser autónomo.

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Existe a homogeneidade entre pescadores, mulheres vendedeiras (bideiras) e consumidores.
O que torna se difícil de distinguir as diferenciações sócias de acordo com os factos
observados durante o inquérito. Todos os dias, as mulheres bideiras da cidade de Bissau,
costumam levantar em direção ao porto, a procura de pescado e depois voltar para o mercado
onde vendem. Mas há outras que compram pescados a partir dos pescadores e revendem no
mesmo porto. E acontece também que quando as mulheres bideiras que vendem nos
mercados da cidade a atrasem chegar ao porto ou se não houver muito pescados. As bideiras
intermediarias compram os pescados a partir dos pescadores e revendem as bideiras. O que
pode resultar em aumento de preço de peixe no mercado de capital. Segundo uma bibeira
Clara Djú que vende no mercado de Caracol, muitas vezes não conseguimos peixes a partir
dos pescadores e compramos na mão das bideiras que estão no porto e levamos para revender
no mercado.

Por seu lado os consumidores fazem compra dos


peixes no porto e os outros compram os peixes a
partir das bideiras e outras compram nas mãos dos
trabalhadores não pescadores que conseguem peixe
através dos serviços prestados aos pecadores como
descarregar pescados, carregar gelo, combustíveis Os aprendizes a colocarem gelo na piroga ou canoas

nas canoas. Há também jovens que trabalham com carrinhos (carretas) e são pagos com peixe
e no final de trabalho vendem os seus pescados aos consumidores ou as bideiras.

E arredor do porto há mercado, os pescadores compram quase tudo que necessitam para
pesca, arroz, óleo de cozinha, óleo de motor, peças de motores, cigarros. Também há fábrica
de gelo. A atividade pesqueira joga um papel tanto para pescadores, comerciantes, bideiras,
trabalhadores não pescadores e consumidores. E com essa interação tornou-se difícil a
diferenciação social. Em Itamaracá no interior das vilas (praias) se verifica dois tipos de
pesca: pesca de linha junta em que pescadores juntem as capturas e depois vendem e dividem
o conseguido ao passo que pesca em linha separada onde cada pescador ao capturar peixe
coloque uma marca no pescado (Diegues, 1983.p.224). O mesmo fenómeno foi verificado
durante o inquérito no porto Alto-Bandim, há algumas pirogas (canoas) em que se fazem
pesca de forma separada e cada pescador coloque a sua marca no pescado. No caso da
Agência Chinesa, constroem canoas e entregaram aos pescadores, e tudo que capturarem
vendem para a Agencia.

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7.1- CASA DOS PESCADORES

No porto de Alto-Bandim existe uma casa denominada de casa dos pescadores. É um lugar
em que os pescadores consertem as suas redes e outros materiais que podem estragar no mar
durante a pesca.
Também é lugar de concertação sobre assuntos que
estão ligados à atividade da pesca artesanal e esta,
serve como lugar de diversão e de troca de ideias.
A imagem à direita, mostra os pescadores
trabalhadores e aprendizes a carregar as pirogas com
(combustíveis e gelo) e como é baixa maré,
aproveitem colocar os seus pertences da pesca e assim que estiver cheia vão partir para o mar.

5- RESULTADA E A DISCUSSÃO
De acordo com os dados, foram entrevistados 15 pescadores proprietários de canoas e 10
pescadores trabalhadores e 5 aprendizes. Entre 15 proprietários havia 1 com 3 canos, 8
proprietários têm uma (1) canoa e 6 têm 2 canoas. Os dados de entrevista com proprietários
de canoas se registam em 166 pescadores trabalhadores que estão distribuídas de forma
desigual em 23 canoas. Mas se estima que em média, 7 pescadores trabalhadores estão em
cada piroga ou canoa de acordo com o resultado.

5.1- Tabela nº1: Despesas e lucro dos pescadores por faixa etária

Nº de pescadores Pescador
com canoa Nº de Fundo da Valores pagos Valores da
es donos Nº de Despesa Lucro por
trabalhad próxima aos pescadores venda de
Idade dos de canoas Geral cada saída
ores saída trabalhadores pescado
Pescadores canoas

0 a 25 2 18 3 387250 Fcfa 99000Fcfa 492250Fcfa 916000Fcfa 36500Fcfa

26 a 35 6 73 10 1638750Fcfa 1179500Fcfa 2836250Fcfa 5910000Fcfa 1435000Fcfa

36 a 45 5 62 8 2854250Fcfa 2900500Fcfa 5766750Fcfa 9550000Fcfa 929000Fcfa

46 a 60 2 13 2 518500Fcfa 125000Fcfa 649500Fcfa 1650000Fcfa 482000Fcfa

61 a cima 0 0 0 0 0 0 0 0

Total 15 166 23 5398750Fcfa 4304000Fcfa 9744750Fcfa 18026000Fcfa 2882500Fcfa

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A faixa etária de 26 a 35 anos apresenta 6 pescadores proprietários e 73 pescadores
trabalhadores e com 10 pirogas ou canoas, contra a faixa de 36 a 45 anos com 5 pescadores
proprietários, 62 pescadores trabalhadores e com 8 canoas ou pirogas como ilustra a tabela
acima. Embora que os pescadores trabalhadores não são agrupados de acordo com as faixas
etárias. Em termo de lucros obtidos, a faixa de 26 a 35 anos apresentam maior lucro no valor
de 1435000Fcfa contra a faixa de 36 a 45 anos com o valor de 929000 Fcfa. E em média dos
15 pescadores proprietários de canoas o lucro obtidos em cada saída por cada pescador ronda
num valor de 192167 Fcfa de acordo com os resultados obtidos durante inquérito no Alto-
Bandim.

5.2- Figura 1: Faixa etária dos pescadores e lucros obtidos

Pescadores proprietários por cada faixa etária


12 000 000 Fcfa

10 000 000 Fcfa 9550000

Fundo da próxima saída


8 000 000 Fcfa
5910000
6 000 000 Fcfa Despesa geral por saída

4 000 000 Fcfa Valor da venda de peixe

1650000
2 000 000 Fcfa 916000 1435000
929000 Lucro dos pescadores
482000 0
36500 proprietáios
0 Fcfa
0 - 25 26 - 35 36 - 45 46 - 60 61 -
Pescadores

Em termo dos valores obtidos na venda dos peixes, a faixa etária 36 – 45 tem valor mais
elevado contra a faixa 26 – 35. Mas o que acontece no lucro a faixa 26– 35 é superior contra
a faixa 36 – 45. E comparando com a faixa de 26 – 35 que apresenta um valor médio na
venda dos pescados e despesas inferior em relação as duas faixas citas, e paga os
trabalhadores um valor inferior a despesas, mas lucros são iguais a todas as faixas.

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5.3- Figura 1: Os pescadores proprietários com uma canoa

Lucro dos pescadores proprietários de um (1) canoa


700 000 Fcfa

600 000 Fcfa 577000


Valor pago aos
500 000 Fcfa pescadores
trabaladores
400 000 Fcfa 365000

300 000 Fcfa Lucro do


pescador
200 000 Fcfa proprietário de
127000 117000 114500
96000 94000 80000 95000 canos
100 000 Fcfa 54000 66500 80000 77000
54500 45000

0 Fcfa
A E -7500
F J L M N O
-100 000 Fcfa
Pescadores
Entre pescadores com uma canoa, o pescador L tem mais lucro e paga trabalhadores menos
em comparação com o pescador E. O pescador M ocupa a segunda posição em termo de
lucro e paga os trabalhadores um valor muito menor a todos pescadores e bom saber que ele
tem menor número dos trabalhadores, por isso que o valor não pode ser superior. Mas o E, o
valor pago aos trabalhadores no total é superior ao seu lucro, isto mostra um bom sinal. E
acontece que o pescador F numa saída não conseguiu lucro. Como pode observar na tabela
nº2.
5.4- Figura 2: Pescadores proprietários com duas canoas

Lucro dos pescadores proprietários de duas (2) canoas


800 000 Fcfa
708000
700 000 Fcfa
600 000 Fcfa Valor pago aos
526000 pescadores
500 000 Fcfa trabaladores
411500
400 000 Fcfa
300 000 Fcfa 256000 240000
240000 225000
200 000 Fcfa 168000 Lucro do
87500 108000 pescador
100 000 Fcfa 45000 proprietário de
0 Fcfa canos

-100 000 Fcfa B D G H I


-54500
K
Pescadores

Comparando o lucro dos pescadores com duas canoas, o pescador G e D têm mais lucro e H
com o lucro pouco elevado, mas paga valor inferior em comparação com os outros
pescadores donos de canoas. No caso de pescador G e H, têm 12 trabalhador por cada, mas o
G paga aos seus trabalhadores duas vezes superior aos trabalhadores do H. O pescador I com
lucro negativo, mas em comparação com os outros proprietários, ele tem mais número de
trabalhadores e ocupa segunda posição no pagamento dos trabalhadores (ver na tabela-2). O
pescador D e K têm 16 trabalhadores e recebem mesmos valores.

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5.5- Tabela nº 2: Despesas e lucro dos pescadores proprietários
Pescadores
Nº dos
proprietário Valor pago aos Valor da Lucro do pescador
Nº trabalhador Valor de gasolina Valor de Óleo Valor de gelo Taxa paga no Somas Das Fundo para
s Comedoria pescadores venda de proprietário de
CANOAS es por para motor de motor para pescado porto Despesas próxima saída
entrevistado trabalhadores peixe canoa
canoa
s
127 000 Fcfa
A 1 6 22 000 Fcfa 60 000 Fcfa 1 000 Fcfa 125 000 Fcfa 54 000 Fcfa 3 000 Fcfa 600 000 Fcfa 265 000 Fcfa 335 000 Fcfa
256 000 Fcfa
B 2 12 27 000 Fcfa 56 000 Fcfa 10 000 Fcfa 87 500 Fcfa 180 000 Fcfa 3 000 Fcfa 800000fcfa 363 500 Fcfa 436500 Fcfa
325 000 Fcfa
C 3 24 60 000 Fcfa 312 500 Fcfa 15 000 Fcfa 750 000 Fcfa 2 400 000 Fcfa 0 Fcfa 5 000 000 Fcfa 3 537 500 Fcfa 1 462 500 Fcfa
526 000 Fcfa
D 2 16 25 000 Fcfa 84 500 Fcfa 6 000 Fcfa 250 000 Fcfa 240 000 Fcfa 3 000 Fcfa 1 500 000 Fcfa 608 500 Fcfa 891 500 Fcfa
94 000 Fcfa
E 1 8 30 000 Fcfa 91 000 Fcfa 7 500 Fcfa 250 000 Fcfa 96 000 Fcfa 3 000 Fcfa 950 000 Fcfa 477 500 Fcfa 472 500 Fcfa
-7 500 Fcfa
F 1 7 22 000 Fcfa 56 000 Fcfa 6 000 Fcfa 250 000 Fcfa 66 500 fcfa 3 000 Fcfa 730 000 Fcfa 403 500 Fcfa 326 500 Fcfa

708 000 Fcfa


G 2 12 23 000 Fcfa 77 000 Fcfa 3 000 Fcfa 87 500 Fcfa 108 000 fcfa 3 000 Fcfa 1200000 Fcfa 301 500 Fcfa 898500 Fcfa
411 500 Fcfa
H 2 12 20 000 Fcfa 81 250 Fcfa 3 000 Fcfa 75 000 Fcfa 45 000 fcfa 3 000 Fcfa 800000 Fcfa 227 250 Fcfa 572750 Fcfa
-54 500 Fcfa
I 2 18 27 500 Fcfa 249 750 Fcfa 6 000 Fcfa 80 000 Fcfa 225 000 Fcfa 3 000 Fcfa 900 000 Fcfa 591 250 Fcfa 308 750 Fcfa
227 500 Fcfa
J 1 7 29 000 Fcfa 81 000 Fcfa 6 000 Fcfa 250 000 Fcfa 87 500 Fcfa 3 000 Fcfa 1 050 000 Fcfa 456 500 Fcfa 593 500 Fcfa
168 000 Fcfa
K 2 16 37 000 Fcfa 148 500 Fcfa 9 000 Fcfa 450 000 Fcfa 240 000 Fcfa 3 000 Fcfa 1 700 000 Fcfa 887 500 Fcfa 812 500 Fcfa

577 000 Fcfa


L 1 8 40 000 Fcfa 65 000 Fcfa 5 000 Fcfa 95 000 Fcfa 360 000 Fcfa 3 000 Fcfa 1 350 000 Fcfa 568 000 Fcfa 782 000 Fcfa

365 000 Fcfa


M 1 5 17 000 Fcfa 50 000 Fcfa 1 500 Fcfa 100 000 Fcfa 45 000 Fcfa 3 000 Fcfa 750 000 Fcfa 216 500 Fcfa 533 500 FCFA
117 000 Fcfa
N 1 8 22 000 Fcfa 75 000 Fcfa 3 000 Fcfa 250 000 Fcfa 80 000 Fcfa 3 000 Fcfa 900 000 Fcfa 433 000 Fcfa 467 000 Fcfa
114 500 Fcfa
O 1 7 20 000 Fcfa 81 250 Fcfa 1 500 Fcfa 225 000 Fcfa 77 000 Fcfa 3 000 Fcfa 850 000 Fcfa 407 750 Fcfa 442 250 Fcfa

19680.000 4 284 500 Fcfa


Total 23 166 421 500 Fcfa 1 568 750 Fcfa 83 500 Fcfa 3 325 000 Fcfa 4 574 000 Fcfa 42 000 Fcfa 9 744 750 Fcfa 9665250 Fcfa
Fcfa
Obs. As letras alfabéticas indicadas, não correspondem ao inicial de nome dos pescadores, mas sim, para manter anonimato dos inqueridos.
Fonte: Elaborado por autor.
Universidade Lusófona da Guiné
Trabalho final do IIº Semestre 3º ano /Etnocologia dos Pescadores
Maio Tchuda
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A tabela nº 2 ilustra as despesas feitas em diferentes moldes como também os lucros obtidos
por cada pescador proprietário de canoa. Os dados indicam que os pecadores proprietários
embora que são proprietários, mas têm um valor muito superior aos trabalhadores. Mas com o
fundo ou lucro que os pescadores donos de canoas ganhem por saída, se qualquer coisa
acontecer com canoa, motor, rede, o fundo não será suficiente para solucionar problema.
O pescador C tem mais lucro em comparação com outros pescadores, mas isto deve-se ao
local de venda dos pescados, segundo este pescador de nacionalidade senegalense, os seus
pescados são vendidos no Senegal. E as vezes vendem na Guiné-Bissau caso a capturam for
em quantidade desejada.
Os restantes pescadores trabalhadores, só ganham um valor elevado se o mar for bom ou se
houver “a sorte”. Porque para um pescador a sorte é o princípio de todas as coisas. O que
significa que pode fazer várias despesas, e se o pescado não for suficiente “mestre” ou
proprietário tem que descontar despesas e se sobejar alguma coisa se divide para os
trabalhadores inclusive com o mestre ou proprietário.

Cargas que estão a ser levados para zonas das ilhas.


Viatura que transporta peixes (Becuda, Cimpote Imagem tirada no porto de Alto-Bandim em 23 de maio
e Cinápa) para Senegal de 2018 com telemóvel.

Esta viatura frigorífica da Agencia O porto de Alto-Bandim, não só é usado


Senegalesa transporta os pescados em para atividade pesqueira, como também de
quantidade para Senegal. Eles compram transporte para zonas insulares como
pescados (Becuda - Sphyraena towler, Bica Bubaque, Canhabaque. Embora que o
e Cimpot) nas mãos dos pescadores transporte dos passageiros nas pirogas de
Senegalenses pesca não é regulamentada e os pescadores
das ilhas, transportem bagagens das
familiares para ilhas e vice-versa.

São fatos observados durante estadia no


porto.

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8- CONCLUSÃO
O setor da pesca artesanal na Guiné-Bissau é a força motriz no abastecimento dos mercados
nacionais e sub-regionais. Fornece proteínas animais para organismos humanos e emprega
direta ou indiretamente os homens e as mulheres, o que mostra diferentes níveis de
intermediários ligados a pesca artesanal. Mas se carece dos meios e condições para a sua
melhor realizações de acordo com as informações obtidas e observações “in loco”. O porto
de Alto-Bandim serve de descarga dos pescados capturados em diferentes zonais das nossas
águas como interiores e mar territorial. Mas muitos pescadores não conseguem navegar no
mar territorial devido meios ineficientes de navegação. Os pescadores estrangeiros que
conseguem navegar nas zonas do mar territorial, porque possuem equipamentos mais
sofisticados em comparação com os nacionais. A pesca artesanal não apresenta lucro para os
pescadores, de acordo com os resultados obtidos no inquérito, porque em 15 pescadores
proprietários de canoas inqueridos ganham um valor em média de 192167 Fcfa. Com este
valor durante uma saída, se o motor tiver problema ou a rede estragar, o fundo em causa não
será capaz de colmatar os estragos.

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9- REFERENCIAS
 FERNANDES R.M. 2012 O informal e o Artesanal: Pescadores e Revendedeiras de peixe
na Guiné-Bissau-Universidade de Coimbra-Coimbra-2012
 CASSAMÁ J.B.F. 2017 Análise do Sector da Pesca Artesanal em Guiné-Bissau-
Florianópolis 2017
 TE A.G;2005 – Pescarias Industriais de Arrasto na Plataforma Continental de Guiné-
Bissau

 CARDOSO L.P; Costa A.A; Abdallah P. R; Tagliani P.R.2005-Análise Beneficio-


Custo: Uma Contribuição a pesca Artesanal no externo Sul do Brasil-Rio Grande
Brasil-2005
 INTCHAMA J.F; Araújo R.C.P. 2009-Análise da produção e economia do setor pesqueiro
de Guiné-Bissau, Costa Ocidental da África Brasil Fortaleza
 DIEGUES A.C.S 1983.Pescadores, Camponeses e trabalhadores do Mar. São Paulo. Ática
1983.p.224.

10- ANEXOS

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