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Maio_Tchuda
Lista de figuras:
Figura 1:Tabela de Despesas e lucro dos pescadores por faixa etária ------------------------------------ 10
Figura 2: Gráfico de despesas e lucro dos pescadores por faixas etárias -------------------------------- 11
Desde muito tempo ou mesmo da antiguidade que o Homem utiliza a pesca para a sua
sobrevivência, e hoje em dia, gera empregos e benefícios para comunidade pesqueira e de
mais pessoas ligadas a este sector (LEANDRO et al. 2005. p. 1). Os dados foram recolhidos
durante mês de maio e junho de 2018 com 15 pescadores proprietários de canoas através das
entrevistas semiestruturas sobre lucro dos pescadores no porto de Alto-Bandim. Com vista a
saber a grandeza deste setor para comunidade pesqueira e no esforço no abastecimento dos
mercados nacionais e sub-regionais. A atividade da pesca artesanal teve a sua inovação na
Guiné-Bissau nos anos 80 com a utilização de motores fora de bordos (FERNANDES, 2012.
p.31,32).
Na Guiné-Bissau a pesca artesanal é realizada na sua maioria por canoas e que podem ser
agrupados em dois grupos: motorizados e de remo ou movidos a vela. Tamanhos de canoas a
motores variam de 10 a 15 metros de comprimento e de remo ou a vela com comprimento de
5 a 7 metro (TE, 2005. p.1). E em geral na Guiné-Bissau, os pescadores que utilizam as
pirogas motorizas se encontram organizados hierarquicamente começando de capitão,
pescadores e aprendizes e variam de 4 a 10 pessoas (FERNANDES 2012. p.31). Os
pescadores artesanais de porto Alto-Bandim exercem uma influência no abastecimento dos
mercados do capital Bissau, assim também como nas sub-regiões, no casso de Senegal e
Guine Conacri, segundo o presidente de Associação Nacional de Armadores de Pesca
Artesanal (ANAPA) Augusto Djú, mais de 60% dos pescadores inscritos na associação na
secção de Alto-Bandim são estrangeiros, vindos de Senegal, Guinee Conacri, Sera Leoa e
com materiais de pesca bem equipados e sofisticados em comparação com os pescadores
nacionais. Para ele o setor da pesca artesanal não tem rendimento para os pescadores, mas
sim para as entidades que apropriam indiretamente dos pescados. Os peixes capturados pelos
pescadores artesanais na sua maioria são vendidas as “mulheres bideiras1” que revendem aos
consumidores e estima-se que elas ganham por mês um valor de U$ 229,24 superior ao ganho
pelos pescadores artesanais (INTCHAMA, 2009,p.15). Embora os pescadores não têm um
valor constante porque dependem do mar, se for bom alegrem e se não conformem.
1
Mulheres bideiras são as mulheres vendedeiras nos mercados ou ambulante na Guiné-Bissau.
2
Meter é o nome vulgar aos responsáveis das pirogas ou seja é usado para dar ou mostrar respeito
Universidade Lusófona da Guiné
Trabalho final do IIº Semestre 3º ano /Etnocologia dos Pescadores
Maio Tchuda
nfanrutchuda@gmail.com /96 673 26 89 /95 552 13 28
2- JUSTICAÇÃO
porto Alto-Bandim;
Alto-Bandim;
4- AREA DE ESTUDO
2
Meter é o nome vulgar aos responsáveis das pirogas ou seja é usado para dar ou mostrar respeito
proprietário ou capitão da canoa.
Universidade Lusófona da Guiné
Trabalho final do IIº Semestre 3º ano /Etnocologia dos Pescadores
Maio Tchuda
nfanrutchuda@gmail.com /96 673 26 89 /95 552 13 28
6- CRONOGRAMA
MÊS
ATIVIDADES
MAIO JUNHO
Foram feitas inquérito com 2 pescadores pelas 9 de manhã 21
Foram feitas três (3) inquéritos com um pescador de 2 canoas e dois com uma canoa, pelas 17 22
horas
Também realizei 2 inquérito com 2 proprietários de 2 canoas 23
Realizei um inquérito com um pescador Senegalense com 3 canoas, pelas 10 de manhã e 26
entrevistei bideira de mercado de Caracol (Clara Djú)
Realizei com dois pescadores um com uma canoa e outro com dois, pelas 10 horas 2
Foram feitas inquérito com dois pescadores e tirei fotos aos pescadores 3
Foram feitas inquérito com dois pescadores as 11 e a tarde fui entrevistar o presidente de 9
ANAPA na sua residência pelas 16 horas com duração de 25 minutos,
Foi último dia de inquérito e encontrei com um pescador 10
E quanto ao rendimento dos pescadores artesanais resultantes das capturas, varia em função
ou categoria dos pescadores. No porto Alto-Bandim o número dos pescadores variam em
cada embarcação de 5 a 8 pescadores, em que recebem um salário de U$ 160,47 e os
responsáveis recebem U$ 275,08 a 343,86 por mês e resultante da captura de pescados
(CASSAMÁ, 2017. p.34). Mas de acordo com os dados obtidos no inquérito em maio e junho
de 2018, os pescadores proprietários têm mais rendimento (lucro) em comparação com os
pescadores trabalhadores. Segundo o pescador Ab, os pescadores proprietários têm uma boa
condição de vida em relação aos pescadores trabalhadores. Como o mar depende de “sorte”
as vezes os pescadores voltem com quantidade pequenos peixe, e daí ao vender peixe, têm
que tirar despesas, fundo de canoas, da rede, de motor e o que resta o capitão ou proprietário
toma a sua parte e depois o resto é dividido aos pescadores trabalhadores e aprendizes. Neste
caso, o pescador trabalhador pode ficar sem dinheiro ou pedir empréstimo ao dono da canoa.
Por isso que qualquer pescador pensa ter a sua própria embarcação e ser autónomo.
nas canoas. Há também jovens que trabalham com carrinhos (carretas) e são pagos com peixe
e no final de trabalho vendem os seus pescados aos consumidores ou as bideiras.
E arredor do porto há mercado, os pescadores compram quase tudo que necessitam para
pesca, arroz, óleo de cozinha, óleo de motor, peças de motores, cigarros. Também há fábrica
de gelo. A atividade pesqueira joga um papel tanto para pescadores, comerciantes, bideiras,
trabalhadores não pescadores e consumidores. E com essa interação tornou-se difícil a
diferenciação social. Em Itamaracá no interior das vilas (praias) se verifica dois tipos de
pesca: pesca de linha junta em que pescadores juntem as capturas e depois vendem e dividem
o conseguido ao passo que pesca em linha separada onde cada pescador ao capturar peixe
coloque uma marca no pescado (Diegues, 1983.p.224). O mesmo fenómeno foi verificado
durante o inquérito no porto Alto-Bandim, há algumas pirogas (canoas) em que se fazem
pesca de forma separada e cada pescador coloque a sua marca no pescado. No caso da
Agência Chinesa, constroem canoas e entregaram aos pescadores, e tudo que capturarem
vendem para a Agencia.
No porto de Alto-Bandim existe uma casa denominada de casa dos pescadores. É um lugar
em que os pescadores consertem as suas redes e outros materiais que podem estragar no mar
durante a pesca.
Também é lugar de concertação sobre assuntos que
estão ligados à atividade da pesca artesanal e esta,
serve como lugar de diversão e de troca de ideias.
A imagem à direita, mostra os pescadores
trabalhadores e aprendizes a carregar as pirogas com
(combustíveis e gelo) e como é baixa maré,
aproveitem colocar os seus pertences da pesca e assim que estiver cheia vão partir para o mar.
5- RESULTADA E A DISCUSSÃO
De acordo com os dados, foram entrevistados 15 pescadores proprietários de canoas e 10
pescadores trabalhadores e 5 aprendizes. Entre 15 proprietários havia 1 com 3 canos, 8
proprietários têm uma (1) canoa e 6 têm 2 canoas. Os dados de entrevista com proprietários
de canoas se registam em 166 pescadores trabalhadores que estão distribuídas de forma
desigual em 23 canoas. Mas se estima que em média, 7 pescadores trabalhadores estão em
cada piroga ou canoa de acordo com o resultado.
5.1- Tabela nº1: Despesas e lucro dos pescadores por faixa etária
Nº de pescadores Pescador
com canoa Nº de Fundo da Valores pagos Valores da
es donos Nº de Despesa Lucro por
trabalhad próxima aos pescadores venda de
Idade dos de canoas Geral cada saída
ores saída trabalhadores pescado
Pescadores canoas
61 a cima 0 0 0 0 0 0 0 0
1650000
2 000 000 Fcfa 916000 1435000
929000 Lucro dos pescadores
482000 0
36500 proprietáios
0 Fcfa
0 - 25 26 - 35 36 - 45 46 - 60 61 -
Pescadores
Em termo dos valores obtidos na venda dos peixes, a faixa etária 36 – 45 tem valor mais
elevado contra a faixa 26 – 35. Mas o que acontece no lucro a faixa 26– 35 é superior contra
a faixa 36 – 45. E comparando com a faixa de 26 – 35 que apresenta um valor médio na
venda dos pescados e despesas inferior em relação as duas faixas citas, e paga os
trabalhadores um valor inferior a despesas, mas lucros são iguais a todas as faixas.
0 Fcfa
A E -7500
F J L M N O
-100 000 Fcfa
Pescadores
Entre pescadores com uma canoa, o pescador L tem mais lucro e paga trabalhadores menos
em comparação com o pescador E. O pescador M ocupa a segunda posição em termo de
lucro e paga os trabalhadores um valor muito menor a todos pescadores e bom saber que ele
tem menor número dos trabalhadores, por isso que o valor não pode ser superior. Mas o E, o
valor pago aos trabalhadores no total é superior ao seu lucro, isto mostra um bom sinal. E
acontece que o pescador F numa saída não conseguiu lucro. Como pode observar na tabela
nº2.
5.4- Figura 2: Pescadores proprietários com duas canoas
Comparando o lucro dos pescadores com duas canoas, o pescador G e D têm mais lucro e H
com o lucro pouco elevado, mas paga valor inferior em comparação com os outros
pescadores donos de canoas. No caso de pescador G e H, têm 12 trabalhador por cada, mas o
G paga aos seus trabalhadores duas vezes superior aos trabalhadores do H. O pescador I com
lucro negativo, mas em comparação com os outros proprietários, ele tem mais número de
trabalhadores e ocupa segunda posição no pagamento dos trabalhadores (ver na tabela-2). O
pescador D e K têm 16 trabalhadores e recebem mesmos valores.
10- ANEXOS