Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Prefácio
Caro Professor
É com imenso prazer que colocamos nas suas mãos os Programas do Ensino Secundário Geral.
Com a introdução do Novo Currículo do Ensino Básico, iniciada em 2004, houve necessidade de se
reformular o currículo do Ensino Secundário Geral para que a integração do aluno se faça sem sobressaltos
e para que as competências gerais, tão importantes para a vida continuem a ser desenvolvidas e
consolidadas neste novo ciclo de estudos.
As competências que os novos programas do Ensino Secundário Geral procuram desenvolver, compreendem
um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores necessários para a vida que permitam ao
graduado do Ensino Secundário Geral enfrentar o mundo de trabalho numa economia cada vez mais
moderna e competitiva.
Estes programas resultam de um processo de consulta à sociedade. O produto que hoje tem em mãos é
resultado do trabalho abnegado de técnicos pedagógicos do INDE e da DINEG, de professores das várias
instituições de ensino e formação, quadros de diversas instituições públicas, empresas e organizações, que
colocaram a sua sabedoria ao serviço da transformação curricular e a quem aproveitamos desde já,
agradecer.
Aos professores, de que depende em grande medida a implementação destes programas, apelamos ao
estudo permanente das sugestões que eles contêm e que convoquem a vossa criatividade e empenho para
levar a cabo a gratificante tarefa de formar hoje os jovens que amanhã contribuirão para o combate à
pobreza.
2
1. Introdução
O Currículo do ESG, introduzido em 2008, assenta nas grandes linhas orientadoras que visam a
formação integral dos jovens, fornecendo-lhes instrumentos relevantes para que continuem a
aprender ao longo de toda a sua vida.
O novo currículo procura por um lado, dar uma formação sólida que integre uma componente
profissionalizante e, por outro, permitir aos jovens a aquisição de competências relevantes para
uma integração plena na vida política, social e económica do país.
Assim, o novo programa do ESG deverá responder aos desafios da educação, assegurando uma
formação integral do indivíduo que assenta em quatro pilares, assim descritos:
Saber Ser que é preparar o Homem moçambicano no sentido espiritual, crítico e estético,
de modo que possa ser capaz de elaborar pensamentos autónomos, críticos e formular os
seus próprios juízos de valor que estarão na base das decisões individuais que tiver de
tomar em diversas circunstâncias da sua vida;
Saber Fazer que proporciona uma formação e qualificação profissional sólida, um espírito
empreendedor no aluno/formando para que ele se adapte não só ao meio produtivo actual,
mas também às tendências de transformação no mercado;
3
Saber viver juntos e com os outros que traduz a dimensão ética do Homem, isto é,
saber comunicar-se com os outros, respeitar-se a si, à sua família e aos outros homens de
diversas culturas, religiões, raças, entre outros.
Agenda 2025:129
Estes saberes interligam-se ao longo da vida do indivíduo e implicam que a educação se organize
em torno deles de modo a proporcionar aos jovens instrumentos para compreender o mundo, agir
sobre ele, cooperar com os outros, viver, participar e comportar-se de forma responsável.
Neste quadro, o desafio da escola é, pois, fornecer as ferramentas teóricas e práticas relevantes
para que os jovens e os adolescentes sejam bem sucedidos como indivíduos e como cidadãos
responsáveis e úteis na família, na comunidade e na sociedade, em geral.
A escola confronta-se com o desafio de preparar os jovens para a vida. Isto significa que o papel
da escola transcende os actos de ensinar a ler, a escrever, a contar ou de transmitir grandes
quantidades de conhecimentos de história, geografia, biologia ou química, entre outros. Torna-se,
assim, cada vez mais importante preparar o aluno para aprender a aprender e para aplicar os seus
conhecimentos ao longo da vida.
Perante este desafio, que competências são importantes para uma integração plena na vida?
Naturalmente que o desenvolvimento das competências não cabe apenas à escola, mas também à
sociedade, a quem cabe definir quais deverão ser consideradas importantes, tendo em conta a
realidade do país.
4
i) Aplicação da formação profissionalizante na redução da pobreza;
j) Capacidade de lidar com a complexidade, diversidade e mudança;
k) Desenvolvimento de projectos e estratégias de implementação, individualmente ou em
grupo;
l) Adopção de atitudes positivas em relação aos portadores de deficiências, idosos e crianças.
Importa destacar que estas competências encerram valores a serem desenvolvidos na prática
educativa no contexto escolar e extra-escolar, numa perspectiva de aprender a fazer fazendo.
As competências acima indicadas são relevantes para que o jovem, ao concluir o ESG esteja
preparado para produzir o seu sustento e o da sua família e prosseguir os estudos nos níveis
subsequentes.
Perspectiva-se que o jovem seja capaz de lidar com economias em mudança, isto é, adaptar-se a
uma economia baseada no conhecimento, em altas tecnologias e que exigem cada vez mais novas
habilidades relacionadas com adaptabilidade, adopção de perspectivas múltiplas na resolução de
problemas, competitividade, motivação, empreendedorismo e a flexibilidade de modo a ter várias
ocupações ao longo da vida.
A transversalidade apresenta-se no currículo do ESG como uma estratégia didáctica com vista um
desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo. Com efeito, toda a comunidade escolar é
chamada a contribuir na formação dos alunos, envolvendo-os na resolução de situações-problema
parecidas com as que vão enfrentar na vida.
No currículo do ESG prevê-se uma abordagem transversal das competências gerais e dos temas
transversais. De referir que, embora os valores se encontrem impregnados nas competências e nos
temas já definidos no PCESG, é importante que as acções levadas a cabo na escola e as atitudes
dos seus intervenientes sobretudo dos professores constituam um modelo do saber ser, conviver
com os outros e bem fazer.
Neste contexto, toda a prática educativa gravita em torno das competências acima definidas de tal
forma que as oportunidades de aprendizagem criadas no ambiente escolar e fora dele contribuam
para o seu desenvolvimento. Assim, espera-se que as actividades curriculares e co-curriculares
sejam suficientemente desafiantes e estimulem os alunos a mobilizar conhecimentos, habilidades,
atitudes e valores.
O currículo do ESG prevê ainda a abordagem de temas transversais, de forma explícita, ao longo
do ano lectivo. Considerando as especificidades de cada disciplina, são dadas indicações para a sua
5
abordagem no plano temático, nas sugestões metodológicas e no texto de apoio sobre os temas
transversais.
O desenvolvimento de projectos comuns constitui-se também como uma das estratégias que
permite estabelecer ligações interdisciplinares, mobilizar as competências treinadas em várias
áreas de conhecimento para resolver problemas concretos. Assim, espera-se que as actividades a
realizar no âmbito da planificação e implementação de projectos, envolvam professores, alunos e
até a comunidade e constituam em momentos de ensino-aprendizagem significativos.
A comunicação constitui uma das competências considerada chave num mundo globalizado. No
currículo do ESG, são usados a língua oficial (Português), línguas Moçambicanas, línguas
estrangeiras (Inglês e Francês).
O desafio da escola é criar espaços para a prática das línguas tais como a promoção da leitura
(concursos literários, sessões de poesia), debates sobre temas de interesse dos alunos, sessões
para a apresentação e discussão de temas ou trabalhos de pesquisa, exposições, actividades
culturais em datas festivas e comemorativas, entre outros momentos de prática da língua numa
situação concreta. Os alunos deverão ser encorajados a ler obras diversas e a fazer comentários
sobre elas e seus autores, a escrever sobre temas variados, a dar opiniões sobre factos ouvidos ou
lidos nos órgãos de comunicação social, a expressar ideias contrárias ou criticar de forma
apropriada, a buscar informações e a sistematizá-la.
Particular destaque deverá ser dado à literatura representativa de cada uma das línguas e, no caso
da língua oficial e das línguas moçambicanas, o estudo de obras de autores moçambicanos
constitui um pilar para o desenvolvimento do espiríto patriótico e exaltação da moçambicanidade.
Para conseguir este feito, o professor deverá colocar desafios aos seus alunos, envolvendo-os em
actividades ou projectos, colocando problemas concretos e complexos. A preparação do aluno para
a vida passa por uma formação em que o ensino e as matérias leccionadas tenham significado para
a vida do jovem e possam ser aplicados a situações reais.
O ensino - aprendizagem das diferentes disciplinas que constituem o currículo fará mais sentido se
estiver ancorado aos quatro saberes acima descritos interligando os conteúdos inerentes à
disciplina, às componentes transversais e às situações reais.
Tendo presente que a tarefa do professor é facilitar a aprendizagem, é importante que este
consiga:
6
· organizar tarefas ou projectos que induzam os alunos a mobilizar os seus conhecimentos,
habilidades e valores para encontrar ou propor alternativas de soluções;
· encontrar pontos de interligação entre as disciplinas que propiciem o desenvolvimento de
competências. Por exemplo, envolver os alunos numa actividade, projecto ou dar um
problema que os obrigam a recorrer a conhecimentos, procedimentos e experiências de
outras áreas do saber;
· acompanhar as diferentes etapas do trabalho para poder observar os alunos, motivá-los e
corrigi-los durante o processo de trabalho;
· criar, nos alunos, o gosto pelo saber como uma ferramenta para compreender o mundo e
transformá-lo;
· avaliar os alunos no quadro das competências que estão a ser desenvolvidas, numa
perspectiva formativa.
7
O ensino e aprendizagem de História
Este Programa de Ensino foi concebido e estruturado com base no Plano Curricular do Ensino
Secundário Geral, (PCESG), tendo em conta o processo de revisão curricular realizado no Ensino
Básico.
Neste programa foram introduzidas alterações que consistiram na redução parcial dos conteúdos
referentes à história universal tendo-se mantido o essencial; foram igualmente introduzidos conteúdos
referentes a processos históricos de África e de Moçambique e sugeridas formas de abordagem que se
aproximam da estratégia definida para o Ensino Básico.
Este programa assim como todos os outros devem ter em conta os temas transversais que deverão ser
integrados ao longo da planificação das unidades temáticas. Para complementar a abordagem dos temas
transversais poder-se-ão realizar através de actividades extracurriculares. O ensino desta disciplina
contribue para o desenvolvimento de atitudes de respeito pelos direitos e crenças dos outros, de
solidariedade, de tolerância, consciência patriótica e vontade de participar activamente na construção de
uma sociedade moçambicana democrática.
8
Competências a Desenvolver no 2º Ciclo do Ensino Secundário Geral
9
Objectivos Gerais do Ciclo
10
Visão Geral dos Conteúdos do Ensino Secundário Geral
8ª Classe 9ª Classe 10ª Classe 11ª Classe 12ª Classe
1. A História como 1.- O Periódo da 1. As contradições 1- Sobre a
Ciência Formação do Imperialistas dos 1- Introdução à periodização da
Sistema finais do século História História de
Capitalista XIX até final da I Moçambique
Mundial Séculos Guerra Mundial
XV-XVIII
11
3. Objectivos da aprendizagem da História na 12ª Classe
12
Visão Geral dos Conteúdos da Disciplina de História da 12ª classe
Unid. Temáticas Conteúdos C. Horária
1:Sobre a
periodização da
1. Periodização da História de Moçambique 3
História de 1.2. Os tipos de fontes da História de Moçambique
Moçambique
2: Moçambique:
Da comunidade
2. As comunidades de caçadores e recolectores
2.1. Os povos de origem Bantu:
9
Primitiva ao 2.2. As sociedades moçambicanas após a expansão Bantu
surgimento das 2.3. O início da diferenciação etnolinguística em Moçambique
sociedades de
exploração
3: Os Estados 3. Abordagem teórica sobre a origem do Estado
de Moçambique 3.1. Os estados moçambicanos e a penetração mercantil estrangeira
e a penetração
mercantil
3.2.O Estado dos Mwenemutapas:
3.3. O Estado Marave
33
estrangeira 3.4. A penetração árabe-persa:
3.5. A penetração mercantil europeia
3.6. Os prazos da Coroa em Moçambique
3.7. A decadência do Estado dos Mwenemutapa
3.8. A presença portuguesa e o Estado Marave (1693-1750)
3.9 O comércio do marfim e a expansão colonial:
4. O ciclo de Escravos (1750/60-1836/século XX) – Aspectos gerais
4.1. Os Estados de Moçambique no século XIX
4.2. Os Estados Ajaua
4.3. Os Estados afro-islâmicos da costa
4.4. O Estado de Gaza
4: O período da 4. Colonização e teorias de resistência
dominação 4.1. O colonialismo português em Moçambique, de 1890-1930
colonial em 4.2. O papel específico de Portugal na penetração imperialista em Moçambique
Moçambique e o 4.3. A corrida imperialista e a delimitação das fronteiras de Moçambique
Movimento de
Libertação
4.4. As resistências no norte, centro e sul de Moçambique
4.5. A montagem do Estado colonial
42
Nacional 4.6. A Economia colonial
4.7. O Norte e a Companhia do Niassa
4.8. Os prazos e a Companhia da Zambézia
4.9. O Centro e a Companhia de Moçambique
5. O sul e o trabalho migratório
5.1 A politica social
5.2. As primeiras formulações nacionalistas
5.3.O período do colonialismo português a partir de 1930
5.4. A Conjuntura política e económica e os marcos de viragem
5.5. A política colonial: a crescente importância da colonização mental
5.6. Alterações na politica colonial
5.7. O nacionalismo moçambicano
5.8 A luta anti-colonial
5.9. A fusão dos 3 movimentos e criação da Frente de Libertação de Moçambique
6. O desencadeamento da Luta Armada de Libertação Nacional.
6.1 A crise do Colonialismo português.
6.2. A Independência Nacional
5: Moçambique
depois da
5. A independência nacional e a República Popular de Moçambique
5.1. As estratégias politicas, económicas e sociais (interna e internacional)
12
independência 5.2 Guerra de desestabilização: 1976-1992
5.3. Os processos eleitorais em Moçambique
13
Carga Horária Por Trimestre
N/B: As seis horas reservadas para avaliação, correspondem a todas avaliações que o professor vai efectuar
ao longo do trimestre
.
14
Plano Temático
15
Sugestões metodológicas
Para esta unidade sugere-se que se explorem as competências que os alunos adquiriram
nas classes anteriores.
No que respeita à periodização, sugere-se que o professor trabalhe com os seus alunos na
elaboração de gráficos de tempo e quadros - resumo, indicando as principais características
de cada período.
Importa também referir sobre o carácter relativo e subjectivo da periodização que depende
do historiador, das fontes utilizadas e dos critérios de periodização.
Indicadores de desempenho
Bibliografia
16
Unidade 2: Moçambique: Da comunidade Primitiva ao surgimento das sociedades de exploração
Objectivos específicos Conteúdo Competências básicas Carga
Horária
-Caracterizar a vida das comunidades de 2. As comunidades de caçadores e recolectores:
caçadores e recolectores; · os Khoisan
· Elabora mapas sobre: a expansão
-Relacionar a expansão Bantu com a 2.1. Os povos de origem Bantu: bantu, a difusão da tecnologia do
difusão da tecnologia do ferro; · a expansão e fixação Bantu; ferro e os grupos etno-linguísticos de
- Analisar as diversas teorias sobre a · as causas da expansão Moçambique;
expansão Bantu; · as diversas teorias sobre a expansão bantu segundo
Martin Hall · Usa correctamente o vocabulário
-Diferenciar as comunidades primitivas histórico para expressar as suas ideias;
das sedentárias; 9
2.2. As sociedades moçambicanas após a expansão Bantu
· as actividades económicas; · Pesquisa, selecciona e organiza
-Explicar a importância da tecnologia do · a organização social e política; informação para transformar em
ferro para as sociedades moçambicanas; · a ideologia conhecimento mobilizável;
- Explicar o papel da ideologia nas 2.3. O início da diferenciação etnolinguística em Moçambique · Utiliza elementos de antropologia para
sociedades moçambicanas;
· as linhagens matrilinear e patrilinear: características explicar a origem da diferenciação
gerais etnolinguística de Moçambique.
- Diferenciar a linhagem matrilinear da
· localização dos grupos etnolinguísticos de
patrilinear;
Moçambique
- Localizar no mapa os grupos
etnolinguísticos de Moçambique.
17
Sugestões metodológicas
Nesta unidade sugere-se exploração dos pré-requisitos que os alunos possuem de classes anteriores no que diz respeito as principais
características das sociedades primitivas e sedentárias.
Em relação às diversas teorias sobre a expansão Bantu, deve basear-se fundamentalmente em Martin Hall que resumiu em três
aspectos fundamentais as grandes discussões que linguistas, arqueólogos e historiadores têm realizado sobre a expansão bantu i) a
teoria rácica ; ii) a teoria linguística e iii) a teoria da domesticação das plantas e animais e da expansão da metalurgia do ferro. Deve-se
destacar que a teoria linguística é a que explica as razões da expansão bantu. Para a consolidação, sugere-se que os alunos elaborem
mapas sobre a expansão bantu e a tecnologia do ferro.
No que respeita às sociedades moçambicanas após a fixação bantu, sugere-se que se enfatize as principais transformações ocorridas
nos domínios económico, político social e ideológico, destacando os locais de interesse histórico que provam a presença bantu em
Moçambique nomeadamente: as estações arqueológicas na Matola, em Xai-Xai, Vilanculos, Marrape, Hola-Hola, Mavita, Chongoene,
Bilene, Zitundo, Serra Maúa, Monte Mitukué, entre outros locais. Nas escolas próximas destes locais poderão ser organizados
excursões e visitas de estudo.
Nesta Unidade Temática o conteúdo sobre a expansão e fixação Bantu deve-se relacionar com o tema transversal: ambiente e uso
sustentável dos recursos naturais para explicar que a expansão foi motivada por razões naturais, económicas e sociais . Os alunos
poderão fazer trabalhos de pesquisa sobre a vida dos povos de origem Bantu (antes e depois da fixação).
18
Sugere-se a elaboração de mapas sobre os grupos etnolinguísticos de Moçambique, o que ajudará a compreender melhor a
diversidade linguística em Moçambique, bem como a diversidade multi-cultural da sociedade moçambicana, ajudando a forjar o
sentimento da unidade nacional.
O professor deverá trabalhar os seguintes conceitos: bando, família alargada, clã, tribo, linhagem e, sociedades de exploração,
diversidade cultural.
Indicadores de desempenho
Bibliografia básica:
SERRA, Carlos (ed). História de Moçambique, Vol.1, Maputo, Livraria Universitária,2000.
SOUTO, Amélia Neves de. Guia Bibliográfico para o estudante de História de Moçambique, Maputo, UEM/CEA,1996
19
Unidade 3: Os Estados de Moçambique e a penetração mercantil estrangeira
Objectivos específicos Conteúdo Competências básicas Carga
Horária
3. Abordagem teórica sobre a origem do Estado.
· a surgimento da diferenciação social Diferencia as diferentes
- Explicar o processo do surgimento · algumas teorias sobre a origem do Estado: concepções de origem do
do Estado; · a concepção marxista; Estado;
· a concepção liberal;
· a concepção totalitária
20
Objectivos específicos Conteúdo Competências básicas Carga
Horária
capital mercantil;
3.5. A penetração mercantil europeia
· factores económicos, sociais e religiosos da penetração europeia
· a presença portuguesa e o Estado dos Mwenemutapa
- Explicar a importância do capital (1505/1693):
mercantil para o reforço da classe · os lutas entre portugueses e árabes; Pesquisa, selecciona e
dominante; · os acordos de 1607 e 1629: suas repercussões organiza informação para
transformar em
3.6 Os Prazos da Coroa em Moçambique: conhecimento mobilizável;
· Formação
· localização
- Explicar a importância do capital
· base económica
mercantil para a desestruturação dos
· estrutura social e aparato ideológico
Estados moçambicanos;
3.7 A decadência do Estado dos Mwenemutapas:
· os conflitos inter-dinásticos na sociedade Shona;
· o papel do capital mercantil no Mwenemutapa Analisa o papel do capital
- Caracterizar as diversas etapas da · a revolta de Changamire Dombo (1693) mercantil estrangeiro em
penetração mercantil em · As consequências do Ciclo do Ouro Moçambique, tomando um
Moçambique; posicionamento crítico;
3.8 A presença portuguesa e o Estado Marave (1693-1750)
· - o papel do capital mercantil nos Estados Marave
· - a decadência dos Estados Marave
21
Objectivos específicos Conteúdo Competências básicas Carga
Horária
crime contra a Humanidade; · Destino dos escravos Estados;
· Impacto do tráfico de escravos para as sociedades
moçambicanas
- Analisar o impacto da penetração
mercantil Europeia (portuguesa) para 4.1. Os Estados de Moçambique no século XIX
os Estados Africanos; · os Estados Militares do Vale do Zambeze Analisa a vida política
· formação económica e social das
· base económica sociedades de Moçambique
· estrutura social e aparato ideológico nas vésperas da partilha
Explicar a importância do capital europeia de África.
· decadência
mercantil para o reforço da
aristocracia dominante.
4. 2. Os Estados Ajaua
· formação
· base económica
· estrutura social e aparato ideológico
· decadência
22
Sugestões metodológicas
Ao destacar os ciclo do ouro, do marfim e dos escravos, chama-se a atenção que o ciclo
do ouro que começa com a chegada dos árabes – persas e prolonga-se com a chegada dos
europeus.
Sugere-se que se explore o papel da religião africana nos estados moçambicanos, pois a
legitimidade do chefe só é reconhecida se passar por cerimónias mágico - religiosas.
Ainda sobre o capital mercantil, o professor deverá promover debate com seus alunos o
papel do mesmo no reforço do poder da classe dominante e na desestruturação das
sociedades moçambicanas.
Nesta Unidade Temática o conteúdo sobre a escravatura está relacionado com o tema
transversal Cultura de Paz, direitos humanos e democracia, os alunos podem fazer
23
trabalhos de pesquisa sobre impacto económico, social e cultural da escravatura em
Moçambique, destacando a violação dos direitos humanos e suas consequências.
Indicadores de desempenho
-Localiza no mapa os Estados de Moçambique entre os séculos XV e XIX;
-Explica o processo de formação e declínio dos diferentes estados;
-Explica a importância do comércio de ouro e de marfim no desenvolvimento dos estados
de Moçambique;
-Caracteriza as relações entre os europeus e os povos de Moçambique no âmbito da
penetração mercantil estrangeira;
-Descreve o impacto dos escravos nas formações políticas moçambicanas.
Bibliografia básica:
24
Unidade 4: O período da dominação colonial em Moçambique e o Movimento de Libertação Nacional
Objectivos específicos Conteúdo Competências básicas Carga
Horária
Explicar as teorias da resistência 4. Colonização e teorias de resistência
africana; · Teorias de resistência segundo Terence O. Ranger Analisa o colonialismo como
· A importância e consequências das resistências uma violação dos direitos
humanos;
Explicar o papel desempenhado pela 4.1. O colonialismo português em Moçambique, de 1890-1930
economia de tráfico até se chegar à · A II Corrida à África (revisão)
fase imperialista; · - as viagens de exploração
· -a Conferência de Berlim
Explicar o papel específico de 4.2. O papel específico de Portugal na penetração imperialista em
Portugal na penetração imperialista Moçambique
em Moçambique; 27
4.3. A corrida imperialista e a delimitação das fronteiras de Moçambique
Explicar o processo de delimitação · As campanhas militares e a ocupação de Moçambique
das fronteiras moçambicanas; · A delimitação das fronteiras moçambicanas - Analisa o papel específico de
Portugal na penetração
Analisar a natureza do duplo poder imperialista;
4.4. As resistências no norte, centro e sul de Moçambique
Estado Colonial/Companhias até
1930;
4.5. A montagem do Estado colonial
Explicar as formas de dependência 4.6. A Economia colonial
de Moçambique em relação ao
· características gerais
capital estrangeiro não português;
4.7 O Norte e a Companhia do Niassa
· a periodização da história da Companhia do Niassa e principais
Caracterizar a economia colonial em
acontecimentos;
Moçambique;
· o papel dos grupos financeiros;
Caracterizar a actuação do · as formas de exploração desses grupos financeiros
colonialismo português em · o declínio da Companhia
Moçambique, no âmbito económico,
político e social; 4.8. Os prazos e a Companhia da Zambézia
· A acção do Estado colonial e a transformação dos prazos em
plantações
Explicar o papel das companhias no · O surgimento da Companhia.
25
Objectivos específicos Conteúdo Competências básicas Carga
Horária
contexto da Economia Colonial; · O impacto do mussoco e do trabalho nas plantações, para a
população camponesa
4.9. O Centro e a Companhia de Moçambique
· A origem da Companhia de Moçambique
· O sistema tributário: o mussoco e o imposto de palhota;
· A política concessionária;
Caracterizar as formas de exploração · A política laboral Analisa a dependência de
de força de trabalho moçambicana 5. O sul e o trabalho migratório Moçambique colonial ao capital
nas plantações e minas da África do · A situação política e económica do sul do Save em 1880 estrangeiro não português;
Sul;
· Os acordos sobre o trabalho: 1867; 1897,1901, 1909 e 1928
· a entrada do sul do Save a economia -mundo
· as vias de comunicação
5.1. A política social
· a estrutura social;
· a emergência do proletariado urbano
Caracterizar as primeiras · a luta do proletariado urbano
manifestações nacionalistas; · I Guerra Mundial e a crise económica e social da década de 20
5.2. As primeiras formações nacionalistas
· diferença entre o nacionalismo europeu e africano
· o papel das associações: o Grémio Africano; a Liga Africana; a
Associação Africana de Moçambique
· o papel da imprensa
· as manifestações literárias e artísticas
Caracterizar o nacionalismo Usa correctamente o vocabulário
económico de Salazar; 5.3.O período do colonialismo português, a partir de 1930 histórico
5.4. A Conjuntura política e económica e os marcos de viragem para expressar as suas ideais;
· o nacionalismo económico de Salazar: características gerais
· o Acto Colonial e a Carta Orgânica do Império colonial Português
· a Crise de 1929 e suas repercussões em Moçambique
· o capital comercial no quadro da agricultura forçada: o caso do
algodão, arroz e chá
· a continuação da exportação mão-de-obra e da dependência em
relação ao capital estrangeiro
Caracterizar a sociedade colonial; 5.5. A política social: a crescente importância da colonização mental
26
Objectivos específicos Conteúdo Competências básicas Carga
Horária
Caracterizar o ensino colonial; · o papel das missões católicas
· a natureza do ensino
5.6. Alterações na política colonial
· o crescimento da população colona
· os colonatos
· os planos de fomento: primeiro plano (1953-1958); segundo plano
(1959-1964),
Destacar o papel de Eduardo 5.9. A fusão dos três movimentos e a criação da Frente de Libertação de
Mondlane na fusão das três formações Moçambique Identifica as diferentes fases da
políticas e fundação da FRELIMO; luta pela independência;
27
Objectivos específicos Conteúdo Competências básicas Carga
Horária
Explicar o significado da 6.2 A Independência Nacional:
independência Nacional. · A República Popular de Moçambique
Explica o significado
importância da independência
nacional;
Caracterizar as medidas
tomadas para o desenvolvimento
sócio-económico do país.
28
Sugestões metodológicas
Ao abordar-se esta unidade, sugere-se que se faça uma ligação com os conteúdos
abordados na 11ª Classe sobre os sistemas coloniais em África. Ao tratar as teorias sobre
as resistência em África destacar os três postulados defendidos por T.O. Ranger, a saber:
i) em primeiro lugar, afirmou-se que a resistência africana era importante, já que provava
que os africanos nunca se haviam resignado à ocupação europeia; ii) em segundo lugar,
sugeriu-se que longe de ser desesperada ou ilógica, essa resistência era muitas vezes
movida por ideologias racionais e inovadoras; iii) em terceiro lugar, argumentou-se que
os movimentos de resistência não eram insignificantes; pelo contrário, tiveram
consequências importantes, em seu tempo, e tem ainda hoje, notável ressonância.
Sugere-se também que trabalhe com seus alunos, as várias etapas do nacionalismo
moçambicano, desde as primeiras formulações nacionalistas até ao surgimento das
primeiras organizações nacionalista.
29
· A criação de uma frente única – Frente de Libertação de Moçambique em Dar-es-
Salaam/1962
Indicadores de desempenho
Bibliografia básica:
30
Unidade 5: Moçambique depois da independência
31
Sugestões metodológicas
Com esta Unidade pretende-se dotar os alunos de conhecimentos sobre a História recente do
país, particularmente dos processos do período pós-independência.
Nesta unidade o professor poderá enquadrar os temas transversais ligados a cultura de paz,
direitos humanos e democracia; identidade cultural e moçambicanidade para além do tema
sobre o género e equidade ao analisar a orientação politica de Moçambique após –
independência.
Indicadores de desempenho
-Analisa as estratégias de desenvolvimento económico adoptadas por Moçambique no
período pós-independência;
-Defende a importância da resolução pacífica dos conflitos;
-Discute a importância da manutenção dos processos democráticos.
Bibliografia
Nesta Unidade recomenda-se a leitura das seguintes obras:
32