Você está na página 1de 32

Ficha Técnica

Título: Hstória, Programa da 12ª Classe


Edição: ©INDE/MINED - Moçambique
Autor: INDE/MINED – Moçambique
Capa, Composição, Arranjo gráfico: INDE/MINED - Moçambique
Arte final: INDE/MINED - Moçambique
Tiragem: 1000 Exemplares
Impressão: DINAME
Nº de Registo: INDE/MINED – 6284/RLINLD/2010

1
Prefácio

Caro Professor

É com imenso prazer que colocamos nas suas mãos os Programas do Ensino Secundário Geral.

Com a introdução do Novo Currículo do Ensino Básico, iniciada em 2004, houve necessidade de se
reformular o currículo do Ensino Secundário Geral para que a integração do aluno se faça sem sobressaltos
e para que as competências gerais, tão importantes para a vida continuem a ser desenvolvidas e
consolidadas neste novo ciclo de estudos.

As competências que os novos programas do Ensino Secundário Geral procuram desenvolver, compreendem
um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores necessários para a vida que permitam ao
graduado do Ensino Secundário Geral enfrentar o mundo de trabalho numa economia cada vez mais
moderna e competitiva.

Estes programas resultam de um processo de consulta à sociedade. O produto que hoje tem em mãos é
resultado do trabalho abnegado de técnicos pedagógicos do INDE e da DINEG, de professores das várias
instituições de ensino e formação, quadros de diversas instituições públicas, empresas e organizações, que
colocaram a sua sabedoria ao serviço da transformação curricular e a quem aproveitamos desde já,
agradecer.

Aos professores, de que depende em grande medida a implementação destes programas, apelamos ao
estudo permanente das sugestões que eles contêm e que convoquem a vossa criatividade e empenho para
levar a cabo a gratificante tarefa de formar hoje os jovens que amanhã contribuirão para o combate à
pobreza.

Aires Bonifácio Baptista Ali.

Ministro da Educação e Cultura

2
1. Introdução

A Transformação Curricular do Ensino Secundário Geral (TCESG) é um processo que se enquadra


no Programa Quinquenal do Governo e no Plano Estratégico da Educação e Cultura e tem como
objectivos:

· Contribuir para a melhoria da qualidade de ensino, proporcionando aos alunos


aprendizagens relevantes e apropriadas ao contexto socioeconómico do país.
· Corresponder aos desafios da actualidade, através de um currículo diversificado, flexível e
profissionalizante.
· Alargar o universo de escolhas, formando os jovens, tanto para o mercado de trabalho
como para a continuação de estudos.
· Contribuir para a construção de uma nação de paz e justiça social.

Constituem principais documentos curriculares:


· O Plano Curricular do Ensino Secundário (PCESG) – documento orientador que contém os
objectivos, a política, a estrutura curricular, o plano de estudos e as estratégias de
implementação;
· Os programas de ensino de cada uma das disciplinas do plano de estudos;
· O regulamento de avaliação do Ensino Secundário Geral (ESG);
· Outros materiais de apoio.

1.1. Linhas Orientadoras do Currículo do ESG

O Currículo do ESG, introduzido em 2008, assenta nas grandes linhas orientadoras que visam a
formação integral dos jovens, fornecendo-lhes instrumentos relevantes para que continuem a
aprender ao longo de toda a sua vida.

O novo currículo procura por um lado, dar uma formação sólida que integre uma componente
profissionalizante e, por outro, permitir aos jovens a aquisição de competências relevantes para
uma integração plena na vida política, social e económica do país.

As consultas efectuadas apontam para a necessidade de a escola responder às exigências do


mercado cada vez mais moderno que apela às habilidades comunicativas, ao domínio das
Tecnologias de Informação e Comunicação, à resolução rápida e eficaz de problemas, entre outros
desafios.

Assim, o novo programa do ESG deverá responder aos desafios da educação, assegurando uma
formação integral do indivíduo que assenta em quatro pilares, assim descritos:

Saber Ser que é preparar o Homem moçambicano no sentido espiritual, crítico e estético,
de modo que possa ser capaz de elaborar pensamentos autónomos, críticos e formular os
seus próprios juízos de valor que estarão na base das decisões individuais que tiver de
tomar em diversas circunstâncias da sua vida;

Saber Conhecer que é a educação para a aprendizagem permanente de conhecimentos


científicos sólidos e a aquisição de instrumentos necessários para a compreensão, a
interpretação e a avaliação crítica dos fenómenos sociais, económicos, políticos e naturais;

Saber Fazer que proporciona uma formação e qualificação profissional sólida, um espírito
empreendedor no aluno/formando para que ele se adapte não só ao meio produtivo actual,
mas também às tendências de transformação no mercado;

3
Saber viver juntos e com os outros que traduz a dimensão ética do Homem, isto é,
saber comunicar-se com os outros, respeitar-se a si, à sua família e aos outros homens de
diversas culturas, religiões, raças, entre outros.
Agenda 2025:129

Estes saberes interligam-se ao longo da vida do indivíduo e implicam que a educação se organize
em torno deles de modo a proporcionar aos jovens instrumentos para compreender o mundo, agir
sobre ele, cooperar com os outros, viver, participar e comportar-se de forma responsável.

Neste quadro, o desafio da escola é, pois, fornecer as ferramentas teóricas e práticas relevantes
para que os jovens e os adolescentes sejam bem sucedidos como indivíduos e como cidadãos
responsáveis e úteis na família, na comunidade e na sociedade, em geral.

1.2. Os desafios da Escola

A escola confronta-se com o desafio de preparar os jovens para a vida. Isto significa que o papel
da escola transcende os actos de ensinar a ler, a escrever, a contar ou de transmitir grandes
quantidades de conhecimentos de história, geografia, biologia ou química, entre outros. Torna-se,
assim, cada vez mais importante preparar o aluno para aprender a aprender e para aplicar os seus
conhecimentos ao longo da vida.

Perante este desafio, que competências são importantes para uma integração plena na vida?

As competências importantes para a vida referem-se ao conjunto de recursos, isto é,


conhecimentos, habilidades atitudes, valores e comportamentos que o indivíduo mobiliza para
enfrentar com sucesso exigências complexas ou realizar uma tarefa, na vida quotidiana. Isto
significa, que para resolver um determinado problema, tomar decisões informadas, pensar critica e
criativamente ou relacionar-se com os outros um indivíduo necessita de combinar um conjunto de
conhecimentos, práticas e valores.

Naturalmente que o desenvolvimento das competências não cabe apenas à escola, mas também à
sociedade, a quem cabe definir quais deverão ser consideradas importantes, tendo em conta a
realidade do país.

Neste contexto, reserva-se à escola o papel de desenvolver, através do currículo, não só as


competências viradas para o desenvolvimento das habilidades de comunicação, leitura e escrita,
matemática e cálculo, mas também, as competências gerais, actualmente reconhecidas como
cruciais para o desenvolvimento do indivíduo e necessárias para o seu bem estar, nomeadamente:

a) Comunicação nas línguas moçambicana, portuguesa, inglesa e francesa;


b) Desenvolvimento da autonomia pessoal e a auto-estima; de estratégias de aprendizagem e
busca metódica de informação em diferentes meios e uso de tecnologia;
c) Desenvolvimento de juízo crítico, rigor, persistência e qualidade na realização e
apresentação dos trabalhos;
d) Resolução de problemas que reflictam situações quotidianas da vida económica social do
país e do mundo;
e) Desenvolvimento do espírito de tolerância e cooperação e habilidade para se relacionar bem
com os outros;
f) Uso de leis, gestão e resolução de conflitos;
g) Desenvolvimento do civismo e cidadania responsáveis;
h) Adopção de comportamentos responsáveis com relação à sua saúde e da comunidade bem
como em relação ao alcoolismo, tabagismo e outras drogas;

4
i) Aplicação da formação profissionalizante na redução da pobreza;
j) Capacidade de lidar com a complexidade, diversidade e mudança;
k) Desenvolvimento de projectos e estratégias de implementação, individualmente ou em
grupo;
l) Adopção de atitudes positivas em relação aos portadores de deficiências, idosos e crianças.

Importa destacar que estas competências encerram valores a serem desenvolvidos na prática
educativa no contexto escolar e extra-escolar, numa perspectiva de aprender a fazer fazendo.

(...) o aluno aprenderá a respeitar o próximo se tiver a oportunidade de experimentar


situações em que este valor é visível. O aluno só aprenderá a viver num ambiente limpo se a
escola estiver limpa e promover o asseio em todos os espaços escolares. O aluno cumprirá as
regras de comportamento se elas forem exigidas e cumpridas por todos os membros da
comunidade escolar de forma coerente e sistemática.
PCESG:27

Neste contexto, o desenvolvimento de valores como a igualdade, liberdade, justiça, solidariedade,


humildade, honestidade, tolerância, responsabilidade, perseverança, o amor à pátria, o amor
próprio, o amor à verdade, o amor ao trabalho, o respeito pelo próximo e pelo bem comum, deverá
estar ancorado à prática educativa e estar presente em todos os momentos da vida da escola.

As competências acima indicadas são relevantes para que o jovem, ao concluir o ESG esteja
preparado para produzir o seu sustento e o da sua família e prosseguir os estudos nos níveis
subsequentes.

Perspectiva-se que o jovem seja capaz de lidar com economias em mudança, isto é, adaptar-se a
uma economia baseada no conhecimento, em altas tecnologias e que exigem cada vez mais novas
habilidades relacionadas com adaptabilidade, adopção de perspectivas múltiplas na resolução de
problemas, competitividade, motivação, empreendedorismo e a flexibilidade de modo a ter várias
ocupações ao longo da vida.

1.3. A Abordagem Transversal

A transversalidade apresenta-se no currículo do ESG como uma estratégia didáctica com vista um
desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo. Com efeito, toda a comunidade escolar é
chamada a contribuir na formação dos alunos, envolvendo-os na resolução de situações-problema
parecidas com as que vão enfrentar na vida.

No currículo do ESG prevê-se uma abordagem transversal das competências gerais e dos temas
transversais. De referir que, embora os valores se encontrem impregnados nas competências e nos
temas já definidos no PCESG, é importante que as acções levadas a cabo na escola e as atitudes
dos seus intervenientes sobretudo dos professores constituam um modelo do saber ser, conviver
com os outros e bem fazer.

Neste contexto, toda a prática educativa gravita em torno das competências acima definidas de tal
forma que as oportunidades de aprendizagem criadas no ambiente escolar e fora dele contribuam
para o seu desenvolvimento. Assim, espera-se que as actividades curriculares e co-curriculares
sejam suficientemente desafiantes e estimulem os alunos a mobilizar conhecimentos, habilidades,
atitudes e valores.

O currículo do ESG prevê ainda a abordagem de temas transversais, de forma explícita, ao longo
do ano lectivo. Considerando as especificidades de cada disciplina, são dadas indicações para a sua

5
abordagem no plano temático, nas sugestões metodológicas e no texto de apoio sobre os temas
transversais.

O desenvolvimento de projectos comuns constitui-se também como uma das estratégias que
permite estabelecer ligações interdisciplinares, mobilizar as competências treinadas em várias
áreas de conhecimento para resolver problemas concretos. Assim, espera-se que as actividades a
realizar no âmbito da planificação e implementação de projectos, envolvam professores, alunos e
até a comunidade e constituam em momentos de ensino-aprendizagem significativos.

1.4 As Línguas no ESG

A comunicação constitui uma das competências considerada chave num mundo globalizado. No
currículo do ESG, são usados a língua oficial (Português), línguas Moçambicanas, línguas
estrangeiras (Inglês e Francês).

As habilidades comunicativas desenvolvem-se através de um envolvimento conjugado de todas as


disciplinas e não se reserva apenas às disciplinas específicas de línguas. Todos os professores
deverão assegurar que alunos se expressem com clareza e que saibam adequar o seu discurso às
diferentes situações de comunicação. A correcção linguística deverá ser uma exigência constante
nas produções dos alunos em todas as disciplinas.

O desafio da escola é criar espaços para a prática das línguas tais como a promoção da leitura
(concursos literários, sessões de poesia), debates sobre temas de interesse dos alunos, sessões
para a apresentação e discussão de temas ou trabalhos de pesquisa, exposições, actividades
culturais em datas festivas e comemorativas, entre outros momentos de prática da língua numa
situação concreta. Os alunos deverão ser encorajados a ler obras diversas e a fazer comentários
sobre elas e seus autores, a escrever sobre temas variados, a dar opiniões sobre factos ouvidos ou
lidos nos órgãos de comunicação social, a expressar ideias contrárias ou criticar de forma
apropriada, a buscar informações e a sistematizá-la.

Particular destaque deverá ser dado à literatura representativa de cada uma das línguas e, no caso
da língua oficial e das línguas moçambicanas, o estudo de obras de autores moçambicanos
constitui um pilar para o desenvolvimento do espiríto patriótico e exaltação da moçambicanidade.

1.5. O Papel do Professor

O papel da escola é preparar os jovens de modo a torná-los cidadãos activos e responsáveis na


família, no meio em que vivem (cidade, aldeia, bairro, comunidade) ou no trabalho.

Para conseguir este feito, o professor deverá colocar desafios aos seus alunos, envolvendo-os em
actividades ou projectos, colocando problemas concretos e complexos. A preparação do aluno para
a vida passa por uma formação em que o ensino e as matérias leccionadas tenham significado para
a vida do jovem e possam ser aplicados a situações reais.

O ensino - aprendizagem das diferentes disciplinas que constituem o currículo fará mais sentido se
estiver ancorado aos quatro saberes acima descritos interligando os conteúdos inerentes à
disciplina, às componentes transversais e às situações reais.

Tendo presente que a tarefa do professor é facilitar a aprendizagem, é importante que este
consiga:

6
· organizar tarefas ou projectos que induzam os alunos a mobilizar os seus conhecimentos,
habilidades e valores para encontrar ou propor alternativas de soluções;
· encontrar pontos de interligação entre as disciplinas que propiciem o desenvolvimento de
competências. Por exemplo, envolver os alunos numa actividade, projecto ou dar um
problema que os obrigam a recorrer a conhecimentos, procedimentos e experiências de
outras áreas do saber;
· acompanhar as diferentes etapas do trabalho para poder observar os alunos, motivá-los e
corrigi-los durante o processo de trabalho;
· criar, nos alunos, o gosto pelo saber como uma ferramenta para compreender o mundo e
transformá-lo;
· avaliar os alunos no quadro das competências que estão a ser desenvolvidas, numa
perspectiva formativa.

Este empreendimento exige do professor uma mudança de atitude em relação ao saber, à


profissão, aos alunos e colegas de outras disciplinas. Com efeito, o sucesso deste programa passa
pelo trabalho colaborativo e harmonizado entre os professores de todas as disciplinas. Neste
sentido, não se pode falar em desenvolvimento de competências para vida, de interdisciplinaridade
se os professores não dialogam, não desenvolvem projectos comuns ou se fecham nas suas
próprias disciplinas. Um projecto de recolha de contos tradicionais ou da história local poderá
envolver diferentes disciplinas. Por exemplo:
- Português colaboraria na elaboração do guião de recolha, estrutura, redacção e
correcção dos textos;
- História ocupar-se-ia dos aspectos técnicos da recolha deste tipo de fontes;
- Geografia integraria aspectos geográficos, físicos e socio-económicos da região;
- Educação Visual ficaria responsável pelas ilustrações e cartazes.

Com estes projectos treinam-se habilidades, desenvolvem-se atitudes de trabalhar em equipa, de


análise, de pesquisa, de resolver problemas e a auto-estima, contribuindo assim para o
desenvolvimento das competências mais gerais definidas no PCESG.

As metodologias activas e participativas propostas, centradas no aluno e viradas para o


desenvolvimento de competências para a vida pretendem significar que, o professor não é mais um
centro transmissor de informações e conhecimentos, expondo a matéria para reprodução e
memorização pelos alunos. O aluno não é um receptáculo de informações e conhecimentos. O
aluno deve ser um sujeito activo na construção do conhecimento e pesquisa de informação,
reflectindo criticamente sobre a sociedade.

O professor deve assumir-se como criador de situações de aprendizagem, regulando os recursos e


aplicando uma pedagogia construtivista. O seu papel na liderança de uma comunidade escolar
implica ainda que seja um mediador e defensor intercultural, organizador democrático e gestor da
heterogeneidade vivencial dos alunos.

As metodologias de ensino devem desenvolver no aluno: a capacidade progressiva de conceber e


utilizar conceitos; maior capacidade de trabalho individual e em grupo; entusiasmo, espírito
competitivo, aptidões e gostos pessoais; o gosto pelo raciocínio e debate de ideias; o interesse pela
integração social e vocação profissional.

7
O ensino e aprendizagem de História

Este Programa de Ensino foi concebido e estruturado com base no Plano Curricular do Ensino
Secundário Geral, (PCESG), tendo em conta o processo de revisão curricular realizado no Ensino
Básico.

Neste programa foram introduzidas alterações que consistiram na redução parcial dos conteúdos
referentes à história universal tendo-se mantido o essencial; foram igualmente introduzidos conteúdos
referentes a processos históricos de África e de Moçambique e sugeridas formas de abordagem que se
aproximam da estratégia definida para o Ensino Básico.

Mais do que o referido no parágrafo anterior, a mudança reside na metodologia de abordagem do


programa e dos conteúdos nele prescritos, bem como das sugestões de actividades a realizar em cada
unidade temática e da filosofia que sustenta este Programa de ensino.

Este programa assim como todos os outros devem ter em conta os temas transversais que deverão ser
integrados ao longo da planificação das unidades temáticas. Para complementar a abordagem dos temas
transversais poder-se-ão realizar através de actividades extracurriculares. O ensino desta disciplina
contribue para o desenvolvimento de atitudes de respeito pelos direitos e crenças dos outros, de
solidariedade, de tolerância, consciência patriótica e vontade de participar activamente na construção de
uma sociedade moçambicana democrática.

O Programa da 12ª Classe é constituído por cinco unidades, nomeadamente:


1. Periodização da História de Moçambique;
2. Moçambique - Da comunidade Primitiva ao surgimento das sociedades de exploração;
3. Os Estados de Moçambique e a penetração mercantil estrangeira;
4. O período da dominação colonial em Moçambique;
5. Moçambique depois da independência.

8
Competências a Desenvolver no 2º Ciclo do Ensino Secundário Geral

· Usa e aprofunda a terminologia da disciplina de História para descrever acontecimentos sócio-


históricos;
§ Usa as línguas (portuguesa, inglesa, local e outras) para a recolha e sistematização de
informação de interesse sócio-histórico, cultural e patrimonial;
· Busca permanentemente estratégias independentes de aprendizagem e de informação em
diferentes meios para aprofundar seu conhecimento sobre matérias de História Universal, de
África e de Moçambique;
· Relativiza os factos e revela o sentido crítico perante o fluxo de informações que lhe chegam
através de vários meios de comunicação;
· Usa os conhecimentos que possui sobre o mundo, adquiridos quer através das ciências naturais
quer através das ciências sociais, para analisar e compreender as relações e os laços que unem
homens e mulheres ao seu meio ambiente.;
· Participa nos esforços da comunidade e do país na luta contra a pobreza através do seu
envolvimento consciente em acções de produção em seu benefício e da comunidade;
· Tem consciência de ser e pertencer a uma nação a fim de dispor de referências que lhe permitem
situar-se no mundo e respeitar as outras culturas;
· Promove acções visando a defesa dos direitos humanos, de cidadania, da democracia e tolerância
pelas diferenças;
· Promove o espírito patriótico de cooperação inter-pessoal, entre as comunidades e povos;
· Age em conformidade com a lei na gestão e resolução de conflitos sociais;
· Respeita as leis nacionais, internacionais e de cada país;
· Discute a importância de resolução pacífica dos conflitos;
· Participa na organização dos processos político-sociais do país;
· Aplica os conhecimentos no desenvolvimento de projectos que beneficiem a sua comunidade e o
país.

9
Objectivos Gerais do Ciclo

O objectivo central deste Programa de Ensino pode assim resumir-se no seguinte:


· Analisar criticamente e problematizar os factos sociais;
· Dominar os conceitos e outros instrumentos operatórios de História;
· Adquirir hábitos de exigência e de rigor, ensaiando metodologias de investigação;
· Reconhecer a relatividade e a constante reconstrução do saber histórico;
· Perceber que a História de África (da África negra, em particular) é parte integrante da História
Universal;
· Reconhecer a existência de factores externos que condicionaram o desenvolvimento do
continente, designadamente a intromissão colonial;
· Reconhecer que a História é baseada numa teoria científica sempre em evolução e não apenas
uma simples colecção de factos;
· Relacionar os acontecimentos nacionais, surgidos em África e os de alcance mundial;
· Descobrir na História as referências e o papel das suas comunidades no seu conhecimento
preservação;
· Estabelecer analogias, semelhanças e diferenças entre o seu eu e o (s) outro (s) de diversos tempos e
lugares, como a procurarem o sentido das permanências e mudanças culminando com a
compreensão da realidade presente;
· Analisar conteúdos numa base global nacional, como forma de contribuir para a fortificação da
unidade nacional;
· Estabelecer nexos entre os conhecimentos teóricos da aula e a experiência prática, devendo a
pesquisa dos alunos ter como ponto de partida o levantamento de problemas reais e actuais;
· Fortalecer a unidade nacional e o espírito patriótico através dos conteúdos da História do país;
· Compreender a dinâmica da História do país nos níveis sócio-politico e económico.

10
Visão Geral dos Conteúdos do Ensino Secundário Geral
8ª Classe 9ª Classe 10ª Classe 11ª Classe 12ª Classe
1. A História como 1.- O Periódo da 1. As contradições 1- Sobre a
Ciência Formação do Imperialistas dos 1- Introdução à periodização da
Sistema finais do século História História de
Capitalista XIX até final da I Moçambique
Mundial Séculos Guerra Mundial
XV-XVIII

2.-Origem e 2.- O Capitalismo 2. O Mundo depois 2- Invasão, 2- Moçambique-


Evolução do Industrial e o da I Guerra Partilha e Da comunidade
Homem Movimento Mundial até ao Primitiva ao
ocupação efectiva
Operário nos final da II Guerra surgimento das
de África,
séculos XVIII- Mundial sociedades de
XIX exploração
3.- As 3.- Do 3. O Movimento de 3- África no 3- Os Estados
Diferenciações Capitalismo Libertação e a período colonial de Moçambique
Sociais e a Industrial ao Independência e a penetração
Formação de Imperialismo Nacional de mercantil
Estados no Mundo, Moçambique estrangeira
África e
Moçambique
4. As Relações 4. Moçambique e o 4- Movimento de 4: O período da
Sócio-políticas na Mundo no período Libertação dominação
Europa e na África entre a Nacional e as colonial em
entre séc.VII-XV confrontação e o Moçambique e
independências em
desanuviamento Movimento de
África
Libertação
Nacional
5- Problemas 5- Moçambique
Africanos de Hoje: depois da
1960 – aos nossos independência
dias

11
3. Objectivos da aprendizagem da História na 12ª Classe

· Abordar as fontes, cronologia e periodização da História de Moçambique;


· Descrever as primeiras comunidades em Moçambique - origem actividades, organização social
e os sistemas políticos;
· Caracterizar as formações políticas (Estados) em Moçambique e a penetração mercantil
estrangeira - as fases de ouro, de marfim e de escravos;
· Descrever os períodos da dominação colonial portuguesa em Moçambique;
· Caracterizar o Movimento de Libertação Nacional, a Independência Nacional e o período pós -
independência;
· Interpretar criticamente e saber fundamentar os acontecimentos do mundo actual, através da
compreensão do funcionamento estrutural e da dinâmica evolutiva das sociedades nos "Estados
de Moçambique";
· Questionar cientificamente as realidades sociais do passado e do presente fazendo uso de
atitudes e competências metodológicas;
· Estimular, produzir e consumir bens culturais pelo enriquecimento da capacidade de reflexão e
juízo crítico, no contacto com a diversidade de manifestações históricas da cultura;
· Desenvolver um sistema de valores próprio nas áreas sócio-política e cultural;
· Desenvolver a consciência da cidadania na sua dimensão nacional e universal de modo a
incentivar uma intervenção responsável na vida social e política;
· Fazer uso fluente dos vocábulos inerentes às matérias leccionadas em exposições orais ou
trabalhos escritos;
· Elaborar independentemente monografias sobre assuntos tratados nas aulas ou com eles
relacionados.

12
Visão Geral dos Conteúdos da Disciplina de História da 12ª classe
Unid. Temáticas Conteúdos C. Horária
1:Sobre a
periodização da
1. Periodização da História de Moçambique 3
História de 1.2. Os tipos de fontes da História de Moçambique
Moçambique
2: Moçambique:
Da comunidade
2. As comunidades de caçadores e recolectores
2.1. Os povos de origem Bantu:
9
Primitiva ao 2.2. As sociedades moçambicanas após a expansão Bantu
surgimento das 2.3. O início da diferenciação etnolinguística em Moçambique
sociedades de
exploração
3: Os Estados 3. Abordagem teórica sobre a origem do Estado
de Moçambique 3.1. Os estados moçambicanos e a penetração mercantil estrangeira
e a penetração
mercantil
3.2.O Estado dos Mwenemutapas:
3.3. O Estado Marave
33
estrangeira 3.4. A penetração árabe-persa:
3.5. A penetração mercantil europeia
3.6. Os prazos da Coroa em Moçambique
3.7. A decadência do Estado dos Mwenemutapa
3.8. A presença portuguesa e o Estado Marave (1693-1750)
3.9 O comércio do marfim e a expansão colonial:
4. O ciclo de Escravos (1750/60-1836/século XX) – Aspectos gerais
4.1. Os Estados de Moçambique no século XIX
4.2. Os Estados Ajaua
4.3. Os Estados afro-islâmicos da costa
4.4. O Estado de Gaza
4: O período da 4. Colonização e teorias de resistência
dominação 4.1. O colonialismo português em Moçambique, de 1890-1930
colonial em 4.2. O papel específico de Portugal na penetração imperialista em Moçambique
Moçambique e o 4.3. A corrida imperialista e a delimitação das fronteiras de Moçambique
Movimento de
Libertação
4.4. As resistências no norte, centro e sul de Moçambique
4.5. A montagem do Estado colonial
42
Nacional 4.6. A Economia colonial
4.7. O Norte e a Companhia do Niassa
4.8. Os prazos e a Companhia da Zambézia
4.9. O Centro e a Companhia de Moçambique
5. O sul e o trabalho migratório
5.1 A politica social
5.2. As primeiras formulações nacionalistas
5.3.O período do colonialismo português a partir de 1930
5.4. A Conjuntura política e económica e os marcos de viragem
5.5. A política colonial: a crescente importância da colonização mental
5.6. Alterações na politica colonial
5.7. O nacionalismo moçambicano
5.8 A luta anti-colonial
5.9. A fusão dos 3 movimentos e criação da Frente de Libertação de Moçambique
6. O desencadeamento da Luta Armada de Libertação Nacional.
6.1 A crise do Colonialismo português.
6.2. A Independência Nacional
5: Moçambique
depois da
5. A independência nacional e a República Popular de Moçambique
5.1. As estratégias politicas, económicas e sociais (interna e internacional)
12
independência 5.2 Guerra de desestabilização: 1976-1992
5.3. Os processos eleitorais em Moçambique

13
Carga Horária Por Trimestre

Trimestre Unidade Temática Carga


Horária
1º Trimestre Unidade 1 Sobre a periodização da História de Moçambique 3

Unidade2 Moçambique- Da comunidade Primitiva ao surgimento das 9


sociedades de exploração
Unidade 3 Os Estados de Moçambique e a penetração mercantil estrangeira 12
Avaliação 6
Unidade 3 Os Estados de Moçambique e a penetração mercantil estrangeira 3
2º Trimestre
Unidade 4 O período da dominação colonial em Moçambique e o Movimento de 27
Libertação de Nacional
Avaliação 6
3º Trimestre Unidade 4: O período da dominação colonial em Moçambique e o Movimento de
Libertação Nacional 17

Unidade 5: Moçambique depois da independência 10


Avaliação 6

N/B: As seis horas reservadas para avaliação, correspondem a todas avaliações que o professor vai efectuar
ao longo do trimestre
.

14
Plano Temático

Unidade 1.: Sobre a periodização da História de Moçambique

Objectivos específicos Conteúdo Competências básicas Carga


Horária
- Conceitos de periodização e 1. Periodização da História de Moçambique
cronologia; · os conceitos de periodização e Cronologia Elabora gráficos de tempo sobre a
· proposta de periodização da História de Moçambique periodização da História de Moçambique;
- Identificar os períodos da História · as fontes da História de Moçambique:
de Moçambique; 1.2. Os tipos de fontes Analisa criticamente os diferentes tipos de 3
· as suas limitações fontes existentes sobre a História de
- Explicar limitações das fontes da · a importância da tradição oral Moçambique.
História de Moçambique;

- Explicar a importância da tradição


oral na reconstituição da História
de Moçambique.

15
Sugestões metodológicas

Para esta unidade sugere-se que se explorem as competências que os alunos adquiriram
nas classes anteriores.
No que respeita à periodização, sugere-se que o professor trabalhe com os seus alunos na
elaboração de gráficos de tempo e quadros - resumo, indicando as principais características
de cada período.
Importa também referir sobre o carácter relativo e subjectivo da periodização que depende
do historiador, das fontes utilizadas e dos critérios de periodização.

Em relação às Fontes da História de Moçambique o professor poderá conduzir os seus


alunos a compreenderem os problemas que se colocam na reconstituição da História de
Moçambique no que se refere a disponibilidade, credibilidade, acesso e distribuição das
fontes.

Nesta Unidade Temática o conteúdo sobre as Fontes da História de Moçambique deve-se


relacionar com o tema transversal: preservação do património cultural, identidade cultural
e moçambicanidade. Os alunos podem fazer trabalhos de pesquisa sobre a importância
das fontes da História de Moçambique, destacando as fontes escritas, arqueológicas,
monumentais e orais. O professor poderá organizar visitas de estudo a Museus,
monumentos e outros locais de interesse Histórico nacional, para além de entrevistas à
personalidades.

Sugere – se que se trabalhe com os seguintes conceitos: cronologia; periodização, fontes


históricas.

Indicadores de desempenho

-Analisa a importância das fontes orais na reconstituição da História de Moçambique;

-Diferencia cronologia e periodização histórica.

Bibliografia

SERRA, Carlos (ed) História de Moçambique – Parte I – Primeiras sociedades


sedentárias e impacto dos mercadores, 200/300 – 1885, Vol 1, Maputo, Universidade
Eduardo Mondlane, 2000, pp. 1-7

JOSÉ. A. e MENEZES. Paula M.G. Moçambique 16 anos de Historiografia: Focos,


Problemas, Metodologia, Desafios para a Década de 90. Vol . Maputo: 1991. pp. 17-27

16
Unidade 2: Moçambique: Da comunidade Primitiva ao surgimento das sociedades de exploração
Objectivos específicos Conteúdo Competências básicas Carga
Horária
-Caracterizar a vida das comunidades de 2. As comunidades de caçadores e recolectores:
caçadores e recolectores; · os Khoisan
· Elabora mapas sobre: a expansão
-Relacionar a expansão Bantu com a 2.1. Os povos de origem Bantu: bantu, a difusão da tecnologia do
difusão da tecnologia do ferro; · a expansão e fixação Bantu; ferro e os grupos etno-linguísticos de
- Analisar as diversas teorias sobre a · as causas da expansão Moçambique;
expansão Bantu; · as diversas teorias sobre a expansão bantu segundo
Martin Hall · Usa correctamente o vocabulário
-Diferenciar as comunidades primitivas histórico para expressar as suas ideias;
das sedentárias; 9
2.2. As sociedades moçambicanas após a expansão Bantu
· as actividades económicas; · Pesquisa, selecciona e organiza
-Explicar a importância da tecnologia do · a organização social e política; informação para transformar em
ferro para as sociedades moçambicanas; · a ideologia conhecimento mobilizável;

- Explicar o papel da ideologia nas 2.3. O início da diferenciação etnolinguística em Moçambique · Utiliza elementos de antropologia para
sociedades moçambicanas;
· as linhagens matrilinear e patrilinear: características explicar a origem da diferenciação
gerais etnolinguística de Moçambique.
- Diferenciar a linhagem matrilinear da
· localização dos grupos etnolinguísticos de
patrilinear;
Moçambique
- Localizar no mapa os grupos
etnolinguísticos de Moçambique.

17
Sugestões metodológicas

Nesta unidade sugere-se exploração dos pré-requisitos que os alunos possuem de classes anteriores no que diz respeito as principais
características das sociedades primitivas e sedentárias.

Em relação às diversas teorias sobre a expansão Bantu, deve basear-se fundamentalmente em Martin Hall que resumiu em três
aspectos fundamentais as grandes discussões que linguistas, arqueólogos e historiadores têm realizado sobre a expansão bantu i) a
teoria rácica ; ii) a teoria linguística e iii) a teoria da domesticação das plantas e animais e da expansão da metalurgia do ferro. Deve-se
destacar que a teoria linguística é a que explica as razões da expansão bantu. Para a consolidação, sugere-se que os alunos elaborem
mapas sobre a expansão bantu e a tecnologia do ferro.

No que respeita às sociedades moçambicanas após a fixação bantu, sugere-se que se enfatize as principais transformações ocorridas
nos domínios económico, político social e ideológico, destacando os locais de interesse histórico que provam a presença bantu em
Moçambique nomeadamente: as estações arqueológicas na Matola, em Xai-Xai, Vilanculos, Marrape, Hola-Hola, Mavita, Chongoene,
Bilene, Zitundo, Serra Maúa, Monte Mitukué, entre outros locais. Nas escolas próximas destes locais poderão ser organizados
excursões e visitas de estudo.
Nesta Unidade Temática o conteúdo sobre a expansão e fixação Bantu deve-se relacionar com o tema transversal: ambiente e uso
sustentável dos recursos naturais para explicar que a expansão foi motivada por razões naturais, económicas e sociais . Os alunos
poderão fazer trabalhos de pesquisa sobre a vida dos povos de origem Bantu (antes e depois da fixação).

18
Sugere-se a elaboração de mapas sobre os grupos etnolinguísticos de Moçambique, o que ajudará a compreender melhor a
diversidade linguística em Moçambique, bem como a diversidade multi-cultural da sociedade moçambicana, ajudando a forjar o
sentimento da unidade nacional.

O professor deverá trabalhar os seguintes conceitos: bando, família alargada, clã, tribo, linhagem e, sociedades de exploração,
diversidade cultural.

Indicadores de desempenho

-Compara a sociedade moçambicana antes e depois da expansão Bantu;


-Diferencia a linhagem matrilinear da patrilinear
-Localiza os diferentes grupos etnolinguísticos de Moçambique

Bibliografia básica:
SERRA, Carlos (ed). História de Moçambique, Vol.1, Maputo, Livraria Universitária,2000.

SOUTO, Amélia Neves de. Guia Bibliográfico para o estudante de História de Moçambique, Maputo, UEM/CEA,1996

19
Unidade 3: Os Estados de Moçambique e a penetração mercantil estrangeira
Objectivos específicos Conteúdo Competências básicas Carga
Horária
3. Abordagem teórica sobre a origem do Estado.
· a surgimento da diferenciação social Diferencia as diferentes
- Explicar o processo do surgimento · algumas teorias sobre a origem do Estado: concepções de origem do
do Estado; · a concepção marxista; Estado;
· a concepção liberal;
· a concepção totalitária

3.1. Os estados moçambicanos e a penetração mercantil estrangeira


- Descrever algumas teorias sobre a · o Estado do Zimbabwe: Elabora resumos sobre a
origem do Estado; · origem; penetração mercantil
estrangeira em 12
· actividades económicas;
Moçambique;
· a organização político-social
· a decadência

- Explicar o processo de formação 3.2.O Estado dos Mwenemutapas:


dos Estados Moçambicanos; · origem
· actividades económicas
· a organização político-administrativa
· a estrutura sócio-económica
· a ideologia

- Explicar o papel da ideologia nos 3.3. O Estado Marave


Estados Moçambicanos; · origem
· actividades económicas
· a organização político-administrativa
· a estrutura sócio-económica
- Caracterizar forma de actuação do · a ideologia
capital mercantil em Moçambique;
3.4. A penetração árabe-persa:
- Relacionar o processo de · os factores da penetração: geográficos, técnicos e económicos
desenvolvimento dos Estados · os contactos ao longo da costa e suas repercussões
Moçambicanos com a actuação do
· as marcas da presença árabe nos nossos dias

20
Objectivos específicos Conteúdo Competências básicas Carga
Horária
capital mercantil;
3.5. A penetração mercantil europeia
· factores económicos, sociais e religiosos da penetração europeia
· a presença portuguesa e o Estado dos Mwenemutapa
- Explicar a importância do capital (1505/1693):
mercantil para o reforço da classe · os lutas entre portugueses e árabes; Pesquisa, selecciona e
dominante; · os acordos de 1607 e 1629: suas repercussões organiza informação para
transformar em
3.6 Os Prazos da Coroa em Moçambique: conhecimento mobilizável;
· Formação
· localização
- Explicar a importância do capital
· base económica
mercantil para a desestruturação dos
· estrutura social e aparato ideológico
Estados moçambicanos;
3.7 A decadência do Estado dos Mwenemutapas:
· os conflitos inter-dinásticos na sociedade Shona;
· o papel do capital mercantil no Mwenemutapa Analisa o papel do capital
- Caracterizar as diversas etapas da · a revolta de Changamire Dombo (1693) mercantil estrangeiro em
penetração mercantil em · As consequências do Ciclo do Ouro Moçambique, tomando um
Moçambique; posicionamento crítico;
3.8 A presença portuguesa e o Estado Marave (1693-1750)
· - o papel do capital mercantil nos Estados Marave
· - a decadência dos Estados Marave

- Diferenciar a actuação do capital 3.9 O comércio do marfim e a expansão colonial:


mercantil árabo -persa da europeia; · as principais zonas do comércio do marfim
· os principais intervenientes
· a Companhia dos Mazanes: seu papel
· a separação de Moçambique de Goa (1752): sua importância
· a makuana
- Explicar o surgimento das novas
unidades políticas em Moçambique; 4. O Ciclo dos Escravos (1750/60- 1836/ século XX) - Aspectos gerais
· o início do tráfico de escravos em Moçambique
· Locais de recrutamento Elabora mapas mostrando a
- Considerar a escravatura como um localização espacial dos

21
Objectivos específicos Conteúdo Competências básicas Carga
Horária
crime contra a Humanidade; · Destino dos escravos Estados;
· Impacto do tráfico de escravos para as sociedades
moçambicanas
- Analisar o impacto da penetração
mercantil Europeia (portuguesa) para 4.1. Os Estados de Moçambique no século XIX
os Estados Africanos; · os Estados Militares do Vale do Zambeze Analisa a vida política
· formação económica e social das
· base económica sociedades de Moçambique
· estrutura social e aparato ideológico nas vésperas da partilha
Explicar a importância do capital europeia de África.
· decadência
mercantil para o reforço da
aristocracia dominante.
4. 2. Os Estados Ajaua
· formação
· base económica
· estrutura social e aparato ideológico
· decadência

4.3. Os Estados afro-islâmicos da costa


· Formação
· Base económica
· Estrutura social e aparato ideológico
· Decadência

4.4. O Estado de Gaza


· O Mfecane e o estado de Gaza
· Formação
· Base económica
· Estrutura social e aparato ideológico
· Decadência

22
Sugestões metodológicas

Nesta unidade sugere-se que se explorem as competências que os alunos possuem de


classes anteriores sobre o processo do surgimento do Estado, destacando o papel do
excedente, que, ao ser apropriado pelas classes dirigentes, contribuiu para o surgimento
da diferenciação social.

Em relação aos primeiros Estados Moçambicanos sugere-se que se elabore tabelas -


resumos, destacando os seguintes aspectos:
i) Estado;
ii) Ano de fundação;
iii) Organização político-administrativa;
iv) Classes Sociais;
v) Formas de exploração económica;
vi) Fontes económicas do poder dos chefes;
vii) Decadência.

Ao caracterizar a forma de actuação do capital mercantil estrangeiro em Moçambique,


sugere-se que se diferencie a actuação do capital árabe - persa do europeu, pois enquanto
que o primeiro se preocupava fundamentalmente com a actividade comercial, mantendo
boas relações com os Estados Moçambicanos, o segundo preocupava-se em controlar
todos os domínios, penetrando até na esfera ideológica.

Ao destacar os ciclo do ouro, do marfim e dos escravos, chama-se a atenção que o ciclo
do ouro que começa com a chegada dos árabes – persas e prolonga-se com a chegada dos
europeus.

Sugere-se que se explore o papel da religião africana nos estados moçambicanos, pois a
legitimidade do chefe só é reconhecida se passar por cerimónias mágico - religiosas.
Ainda sobre o capital mercantil, o professor deverá promover debate com seus alunos o
papel do mesmo no reforço do poder da classe dominante e na desestruturação das
sociedades moçambicanas.

Ao abordar os Estados de Moçambique no século XIX é importante destacar o


envolvimento dos estados militares do vale do Zambeze, Ajaua e Afro-Isâmicos no
tráfico de escravos, fazendo referência ao impacto deste facto tanto no florescimento
como na decadência dos mesmos.

Sobre o comércio de escravos, deve-se enfatizar que o mesmo é considerado actualmente


um crime contra a Humanidade, procurando com seus alunos exemplos de escravatura
dos tempos modernos, contribuindo assim para desenvolver uma atitude de repulsa contra
todas as formas de escravatura.

Nesta Unidade Temática o conteúdo sobre a escravatura está relacionado com o tema
transversal Cultura de Paz, direitos humanos e democracia, os alunos podem fazer

23
trabalhos de pesquisa sobre impacto económico, social e cultural da escravatura em
Moçambique, destacando a violação dos direitos humanos e suas consequências.

No que respeita ao Estado de Gaza, sugere-se que se destaque o papel do M’fecane na


formação do mesmo. Ao terminar a unidade, sugere-se que oriente os seus alunos a
elaborar um resumo sobre o impacto da penetração mercantil estrangeira, destacando as
fases do ouro, marfim e escravos.

Sugere-se que se trabalhe os seguintes conceitos: Excedente; Estado; Classes Sociais;


Capital mercantil; Ideologia.

Indicadores de desempenho
-Localiza no mapa os Estados de Moçambique entre os séculos XV e XIX;
-Explica o processo de formação e declínio dos diferentes estados;
-Explica a importância do comércio de ouro e de marfim no desenvolvimento dos estados
de Moçambique;
-Caracteriza as relações entre os europeus e os povos de Moçambique no âmbito da
penetração mercantil estrangeira;
-Descreve o impacto dos escravos nas formações políticas moçambicanas.

Bibliografia básica:

SERRA, Carlos (ed). História de Moçambique, Vol.1, Maputo, Livraria


Universitária,2000.
SOUTO, Amélia Neves de. Guia Bibliográfico para o estudante de História de
Moçambique, Maputo, UEM/CEA,1996

24
Unidade 4: O período da dominação colonial em Moçambique e o Movimento de Libertação Nacional
Objectivos específicos Conteúdo Competências básicas Carga
Horária
Explicar as teorias da resistência 4. Colonização e teorias de resistência
africana; · Teorias de resistência segundo Terence O. Ranger Analisa o colonialismo como
· A importância e consequências das resistências uma violação dos direitos
humanos;
Explicar o papel desempenhado pela 4.1. O colonialismo português em Moçambique, de 1890-1930
economia de tráfico até se chegar à · A II Corrida à África (revisão)
fase imperialista; · - as viagens de exploração
· -a Conferência de Berlim
Explicar o papel específico de 4.2. O papel específico de Portugal na penetração imperialista em
Portugal na penetração imperialista Moçambique
em Moçambique; 27
4.3. A corrida imperialista e a delimitação das fronteiras de Moçambique
Explicar o processo de delimitação · As campanhas militares e a ocupação de Moçambique
das fronteiras moçambicanas; · A delimitação das fronteiras moçambicanas - Analisa o papel específico de
Portugal na penetração
Analisar a natureza do duplo poder imperialista;
4.4. As resistências no norte, centro e sul de Moçambique
Estado Colonial/Companhias até
1930;
4.5. A montagem do Estado colonial
Explicar as formas de dependência 4.6. A Economia colonial
de Moçambique em relação ao
· características gerais
capital estrangeiro não português;
4.7 O Norte e a Companhia do Niassa
· a periodização da história da Companhia do Niassa e principais
Caracterizar a economia colonial em
acontecimentos;
Moçambique;
· o papel dos grupos financeiros;
Caracterizar a actuação do · as formas de exploração desses grupos financeiros
colonialismo português em · o declínio da Companhia
Moçambique, no âmbito económico,
político e social; 4.8. Os prazos e a Companhia da Zambézia
· A acção do Estado colonial e a transformação dos prazos em
plantações
Explicar o papel das companhias no · O surgimento da Companhia.

25
Objectivos específicos Conteúdo Competências básicas Carga
Horária
contexto da Economia Colonial; · O impacto do mussoco e do trabalho nas plantações, para a
população camponesa
4.9. O Centro e a Companhia de Moçambique
· A origem da Companhia de Moçambique
· O sistema tributário: o mussoco e o imposto de palhota;
· A política concessionária;
Caracterizar as formas de exploração · A política laboral Analisa a dependência de
de força de trabalho moçambicana 5. O sul e o trabalho migratório Moçambique colonial ao capital
nas plantações e minas da África do · A situação política e económica do sul do Save em 1880 estrangeiro não português;
Sul;
· Os acordos sobre o trabalho: 1867; 1897,1901, 1909 e 1928
· a entrada do sul do Save a economia -mundo
· as vias de comunicação
5.1. A política social
· a estrutura social;
· a emergência do proletariado urbano
Caracterizar as primeiras · a luta do proletariado urbano
manifestações nacionalistas; · I Guerra Mundial e a crise económica e social da década de 20
5.2. As primeiras formações nacionalistas
· diferença entre o nacionalismo europeu e africano
· o papel das associações: o Grémio Africano; a Liga Africana; a
Associação Africana de Moçambique
· o papel da imprensa
· as manifestações literárias e artísticas
Caracterizar o nacionalismo Usa correctamente o vocabulário
económico de Salazar; 5.3.O período do colonialismo português, a partir de 1930 histórico
5.4. A Conjuntura política e económica e os marcos de viragem para expressar as suas ideais;
· o nacionalismo económico de Salazar: características gerais
· o Acto Colonial e a Carta Orgânica do Império colonial Português
· a Crise de 1929 e suas repercussões em Moçambique
· o capital comercial no quadro da agricultura forçada: o caso do
algodão, arroz e chá
· a continuação da exportação mão-de-obra e da dependência em
relação ao capital estrangeiro
Caracterizar a sociedade colonial; 5.5. A política social: a crescente importância da colonização mental

26
Objectivos específicos Conteúdo Competências básicas Carga
Horária
Caracterizar o ensino colonial; · o papel das missões católicas
· a natureza do ensino
5.6. Alterações na política colonial
· o crescimento da população colona
· os colonatos
· os planos de fomento: primeiro plano (1953-1958); segundo plano
(1959-1964),

5.7. O nacionalismo moçambicano


Explicar o surgimento dos · os factores do nacionalismo moçambicano
movimentos nacionalistas;
· o papel das Associações e movimentos estudantis:
· a Associação dos Naturais de Moçambique
· o Movimento do Jovens Democratas Moçambicanos (MJDM);
· o Núcleo dos Estudantes Secundários de Moçambique (NESAM) Diferencia o nacionalismo
· o papel da Casa dos Estudantes do Império e o Centro de Estudos moçambicano do europeu;
Africanos
5.8. A luta anti-colonial
Caracterizar a luta anti-colonial; · a resistência no campo;
· a formação das primeiras organizações nacionalistas: Convenção
do Povo de Moçambique;
-União Nacional para Moçambique (MANU)
-União Democrática Nacional de Moçambique (UDENAMO),
-União Nacional Africana de Moçambique Independente (UNAMI);

Destacar o papel de Eduardo 5.9. A fusão dos três movimentos e a criação da Frente de Libertação de
Mondlane na fusão das três formações Moçambique Identifica as diferentes fases da
políticas e fundação da FRELIMO; luta pela independência;

Descrever o desenrolar da Luta 6. O desencadeamento da Luta Armada de Libertação Nacional.


Armada de Libertação Nacional;

Caracterizar a crise do colonialismo; 6.1. A crise do Colonialismo português.

27
Objectivos específicos Conteúdo Competências básicas Carga
Horária
Explicar o significado da 6.2 A Independência Nacional:
independência Nacional. · A República Popular de Moçambique

Explica o significado
importância da independência
nacional;

Caracterizar as medidas
tomadas para o desenvolvimento
sócio-económico do país.

28
Sugestões metodológicas

Ao abordar-se esta unidade, sugere-se que se faça uma ligação com os conteúdos
abordados na 11ª Classe sobre os sistemas coloniais em África. Ao tratar as teorias sobre
as resistência em África destacar os três postulados defendidos por T.O. Ranger, a saber:
i) em primeiro lugar, afirmou-se que a resistência africana era importante, já que provava
que os africanos nunca se haviam resignado à ocupação europeia; ii) em segundo lugar,
sugeriu-se que longe de ser desesperada ou ilógica, essa resistência era muitas vezes
movida por ideologias racionais e inovadoras; iii) em terceiro lugar, argumentou-se que
os movimentos de resistência não eram insignificantes; pelo contrário, tiveram
consequências importantes, em seu tempo, e tem ainda hoje, notável ressonância.

Ao tratar a partilha e a ocupação de África sugere-se que se elabore mapas de África


antes e depois da partilha para uma melhor compreensão da ocupação efectiva deste
continente. No que se refere a Moçambique, deverá conduzir seus alunos a explicarem o
processo de delimitação das fronteiras moçambicanas, destacando o papel específico de
Portugal na penetração imperialista. É importante referir que perante a ocupação do seu
território os moçambicanos resistiram, destacando o papel dos principais resistentes. A
elaboração de tabelas sobre as resistências no norte, centro e sul de Moçambique,
contribuirá para sistematizar os conteúdos e a levantar o orgulho de pertença a uma
nação.

Os dois períodos do colonialismo português (1890-1930; 1930-1962) devem ser bem


destacados, mencionando os principais aspectos característicos, enfatizando que com a
subida de Salazar, as colónias passam efectivamente a servirem os interesses da burguesia
metropolitana portuguesa. O estudo de documentos como o Acto Colonial, o Acordo
Missionário, a Concordata, entre outros ajudarão a compreender melhor a actuação do
colonial - fascismo e em particular, o Nacionalismo económico de Salazar.

Sugere-se também que trabalhe com seus alunos, as várias etapas do nacionalismo
moçambicano, desde as primeiras formulações nacionalistas até ao surgimento das
primeiras organizações nacionalista.

Nesta unidade o professor poderá enquadrar os temas transversais ligados a identidade


cultural e moçambicanidade para além do tema sobre o género e equidade. Os alunos podem
analisar informações recolhidas sobre o papel desempenhado pelos nacionalistas na luta
contra o colonialismo.

O professor, poderá orientar os alunos a aprofundar os conhecimentos sobre a História da


Frente de Libertação de Moçambique, destacando os seguintes aspectos:
· A História dos três movimentos
-União Nacional para Moçambique (MANU)
-União Democrática Nacional de Moçambique (UDENAMO),
-União Nacional Africana de Moçambique Independente (UNAMI);

29
· A criação de uma frente única – Frente de Libertação de Moçambique em Dar-es-
Salaam/1962

Deverá trabalhar os seguintes conceitos: colonialismo, imperialismo, economia colonial,


mussoco, proletariado, nacionalismo, nacionalismo económico, luta de libertação e
unidade nacional.

Indicadores de desempenho

- Elabora mapas localizando as companhias monopolistas;


-Avalia a actuação do colonialismo português no aspecto económico, político e social;
-Recolhe e sistematiza informação junto dos seus pais e encarregados de educação;
autoridades locais e outras sobre o sistema opressor colonial.

Bibliografia básica:

BOHAEN, A. Adu (ed). História Geral da África- A África sob dominação


colonial,1880-1935,Vol. VII, Paris, UNESCO/Ática, 1991

MONDLANE, Eduardo Chivambo. Lutar por Moçambique. Maputo, Minerva


Central,1995.

SERRA, Carlos (ed). História de Moçambique, Vol.1, Maputo, Livraria


Universitária,2000.

SOUTO, Amélia Neves de. Guia Bibliográfico para o estudante de História de


Moçambique, Maputo, UEM/CEA,1996

30
Unidade 5: Moçambique depois da independência

Objectivos específicos Conteúdos Competências Básicas Carga


O aluno: Horária
Analisar as estratégias de 5.1 As estratégias políticas, económicas e Sociais, (interna e internacional):
desenvolvimento depois da · PPI
independência; · PEC Analisa a orientação
· PRE e PRES politica de Moçambique
Caracterizar a política interna e · SADCC e SADC após a independência;
externa de Moçambique depois · O Não Alinhamento
da Independência; · A Linha da Frente
Analisar a importância da 5.2 Guerra de desestabilização: 1976-1992
resolução não violenta de 10
· A conjuntura nacional, regional e internacional,
conflitos;
· As consequências politicas, sociais e económicas,
· A Constituição de 1990 e a adopção do multipartidarismo,
Descrever os passos rumo à Analisa os esforços de
Reconciliação Nacional; · O Acordo Geral de Paz, Moçambique na
estabilidade política,
económica e social.
Destacar a importância dos 5.3 Os processos eleitorais em Moçambique:
processos eleitorais e da · Legislativas,
consolidação da democracia em · Presidenciais,
Moçambique. · Autárquicas e provinciais.

31
Sugestões metodológicas

Com esta Unidade pretende-se dotar os alunos de conhecimentos sobre a História recente do
país, particularmente dos processos do período pós-independência.

Assim, mais do que o processo de ensino-aprendizagem na sala de aulas recomenda-se o


recurso a exposições/palestras de convidados e visitas a museus, bibliotecas e outros locais e
centros de interesse histórico.

Nesta unidade o professor poderá enquadrar os temas transversais ligados a cultura de paz,
direitos humanos e democracia; identidade cultural e moçambicanidade para além do tema
sobre o género e equidade ao analisar a orientação politica de Moçambique após –
independência.

O professor poderá orientar os alunos para a leitura e interpretação da Constituição da


República. Este trabalho poderá ser apresentado e debatido em sala de aula. Este é um
momento importante para se trabalhar a necessidade de se respeitar as diferenças raciais,
sexo, religiosas, filiação partidária e outras.

Em relação as eleições presidenciais, legislativas, autárquicas e provinciais o professor


deverá orientar os alunos para a busca de informação que caracteriza cada um destes
momentos históricos desde o Acordo Geral de Paz assinado em 4 de Outubro de 1992,
destacando a pertinência de sua participação na vida do País.

Indicadores de desempenho
-Analisa as estratégias de desenvolvimento económico adoptadas por Moçambique no
período pós-independência;
-Defende a importância da resolução pacífica dos conflitos;
-Discute a importância da manutenção dos processos democráticos.

Bibliografia
Nesta Unidade recomenda-se a leitura das seguintes obras:

· História de Moçambique Vol. II


· Coelho, João Paulo Borges: as fontes coloniais escritas no estudo da Luta
Armada de Libertação Nacional: Sobre uma experiência de investigação no
Arquivo Histórico. in: Arquivo Maputo ( Moçambique) 1(1) : 53 – 39, Abril de
1987.
· Mondlane, Eduardo Chivambo – Movimento de Libertação de Moçambique, in:
Arquivo Histórico: Maputo ( Moçambique), 5 : 5 – 13, Abril de 1989.

32

Você também pode gostar