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celsio Bila

Alguns Aspectos Jurídicos de Família


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Lei da Famílía em Moçambique
História de Moçambique - Sua periodização desde o século X até o
pluripartidarismo
A minha juventude, o contexto actual - Maputo
A Adopção em Moçambique, como um instituto legal d...
sábado, 8 de março de 2014
O processo de Adopção em Moçambique.

Do ponto de vista prático, irei abordar um pouco sobre esta figura, que começa a ser
bastante solicitada por cidadãos moçambicanos, sobretudo jovens, querendo inverter
o cenário que até bem pouco tempo ocorria com frequência, que é o da adopção
internacional ou por estrangeiros.

Contudo, não pretendo de modo algum, questionar qualquer tipo de adopção


(estrangeira ou por nacionais), pois para mim, ambas são bem-vindas.

Em jeito de definição, podemos afirmar que a adopção é um procedimento legal,


que na essência, se traduz na transferência de todos os direitos e deveres de pais
biológicos para uma família substituta, conferindo para o menor todos os direitos e
deveres de filho. Ou seja, passa a ser filho e o adoptante pai, ganhando todos os
direito de filho e vice-versa.

Quanto à finalidade:

Delimitam-se duas vertentes conceptuais, justificadas pela dinâmica derivada das


preocupações sociais: 

 O rumo de salvação àqueles que não podem ter filhos biologicamente, dando-os


essa oportunidade e; 

 Itinerário de dar pais às crianças que os não podem ter, por imposições
circunstanciais.

Nada obsta que o casal que tenha filhos, possa adoptar uma criança, fazendo aqui
valer o  número 2, acima indicado.
Em Moçambique este instituto jurídico é regulamentado pela Lei da Família, pela
Lei de Promoção e Protecção da Criança e pela Lei da Organização Jurisdicional de
Menores, que determinam categoricamente que a adopção deve dar prioridade as
reais necessidades, interesses e direitos da criança.

A Lei da Família, Lei n.º 10/2004 de 25 de Agosto, regulamenta o instituto da


adopção em, no Título V – Adopção, artigos. 389.º a 406.º, trazendo vicissitudes
adaptadas à realidade moçambicana.

Uma das vicissitudes é a não existência da dualidade de adopção (adopção restrita e


plena). Vigorando agora a adopção sob único signo (arts 389.° – 406.° da Lei n.º
10/2004 de 25 de Agosto), que em termos doutrinários, corresponderia a adopção
plena. Ainda, em substituição a adopção restrita, veio consagrar o instituto
de Família de Acolhimento, que é um meio também, a semelhança da tutela, de
suprir o poder parental, com efeito pessoal diminuto, se comparado a adopção.

Ora, no artigo 97.º e seguintes da Lei da Organização Jurisdicional de Menores (Lei


nº 8/2008 de 15 de Julho), como lei adjectiva que é, encontramos os procedimentos
para a adopção nos seguintes termos:

Requerimento dirigido ao juiz presidente do tribunal competente indicando, neste

caso, o Tribunal de Menores da Cidade de Maputo, as vantagens da adopção

para o adoptando, incluindo, a Idade do adoptando, Idade dos adoptantes e o Estado

civil dos adoptantes.

Deste modo, recebido o requerimento pelo Meritíssimo Juiz Presidente do Tribunal


competente, é despachado, e, não havendo nada a rectificar-se, é encaminhado pela
Secretaria do mesmo para os Serviços de Acção Social para a sua
instrução, realizando inquérito social em colaboração com organizações de massas
da área da residência do adoptando e dos adoptantes, por forma a conhecer
o ambiente familiar dos requerentes e das reais vantagens da adopção para o menor
adoptando, conforme estabelece o artigo 98.º, n.º 1 e 2 da LOJM.

N.B: No requerimento, para além de se ter em conta as reais vantagens da adopção


para o adoptando, terão de se oferecer todos os elementos de prova, incluindo os
respeitantes à idade do adoptante ou adoptantes, os comprovativos do estado civil,
no caso de estarem ligados por laços matrimoniais, e as suas declarações de
rendimento (artigo 97.º, n.º 2, da LOJM);
Nos termos do n.° 3 do artigo 98.º a conclusão da instrução do processo deve ser no
prazo de trinta dias, pois há uma necessidade imperiosa de solicitar a colaboração de
organizações e entidades privadas para a realização de diligências, e deve emitir o
parecer um prazo de cinco dias sobre a atendibilidade da pretensão do requerente
(artigo 98.º, n. 4.º, da LOJM).

Prazos

A instrução do processo é concluída num prazo de trinta dias (30) dias;

Havendo dispensa do período de integração (geralmente o juiz decreta seis meses


para o menor se integrar na família pretendente, dispensando quando o menor já
vivia com os adoptantes), apresentado o relatório e parecer final dos Serviços de
Acção Social, o juiz ordena que os autos sigam com vista ao Curador de Menores,
para no prazo de cinco (5) dias se pronunciar sobre o pedido;
Não havendo outras diligências a realizar por parte do tribunal,  a sentença é
proferida no prazo de oito (8) dias, ou, se eventualmente o casal tiver filhos
biológicos, os mesmos são  chamados para se pronunciarem quanto à pretensão  dos
pais.

Publicada por Célsio à(s) 06:19çççç

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