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Prova 1 de HUM01
Aluna
Maria Beatriz Fiorin Sousa Barros
Turma 3
4 de maio de 2021
Bertrand Russel era um influente filósofo e matemático que buscava compreender o
mundo a partir da ciência. Nesse sentido, redigiu o ilustre livro “Os problemas da filosofia”[1],
cujo um dos objetivos é argumentar qual seria a melhor forma de produzir conhecimento, tendo
o indutivismo como um dos aspectos a serem abordados. Desse modo, a ciência utiliza esse
método de pesquisa a fim de promover estudos em relação ao futuro e prever a melhor forma
de reagir a um determinado acontecimento, o que introduz o ideal de uniformidade da natureza
que é duramente criticado por Russel em sua obra.
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fenômeno não será o mesmo para diferentes seres, o que pode gerar discordâncias e
inconclusões em sua explicação.
Além disso, percebe-se que diferentes níveis de conhecimento também impactam nas
percepções dos fenômenos. A especialização de quem analisa o episódio é fundamental para
que haja atenção focada às proposições de observação, visto que a verificação de um exame por
um médico possui conclusões diferentes de um leigo, por exemplo. Nesse sentido, o
experimento de Newton descrito em “A "Nova Teoria sobre Luz e Cores" de Isaac Newton”[3]
apenas conseguiu chegar ao entendimento referente a dispersão da luz devido à experiência do
cientista na física, que possibilitou uma percepção distinta da usual, uma vez que o fenômeno
do prisma já era largamente conhecido. Dessa maneira, vê-se um caso em que a explicação
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sobre o evento observado depende da base teórica intrínseca a um especialista, o que indica a
estreita relação de dependência e submissão da observação frente à teoria.
Apesar de a teoria precedente à observação ser bastante eficaz para a ciência, ainda há
questionamentos acerca da sua exatidão. As teorias falíveis e incompletas que constituem o
conhecimento científico podem dar orientações falsas a um observador, o que estabelece o
problema da dependência da observação relativamente à teoria. Assim como a anterior
observação origina problemas na formulação da teoria, também há a possibilidade da anterior
teoria ser embasada em fundamentos errôneos que se alastram no experimento e proporcionam
conclusões falaciosas. Contudo, Alan Chalmers, no livro “O que é ciência afinal?”[6], propõe
uma solução para tal adversidade. Segundo ele, o problema deve ser enfrentado pelo
aperfeiçoamento e maior alcance das teorias e não pelo registro interminável de uma lista de
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observações sem objetivo. Portanto, a precedência da tese em relação à observação pode ser
defendida como um método de adquirir conhecimento científico em oposição ao indutivismo
empregado na uniformidade da natureza.
Referências
[2] HUME, David. Uma investigação sobre o entendimento humano. In: MARCONDES,
Danilo. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999, p. 106
[4] MARTINS, Roberto de Andrade (trad.) Tratado sobre a luz, de Christiaan Huygens [A
commented translation of Huygens “Traité de la lumière”]. Publicado em: Cadernos de História
e Filosofia da Ciência (suplemento 4): 1-99, 1986.