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Universidade Federal de Alagoas/ Campus de Arapiraca

Aluno: Paulo César da Silva


Período: 5º
Disciplina: Filosofia da Ciência

Análise Crítica

A palavra “ciência” vem do latin “Scientia”, que pode ser diretamente traduzida como
“conhecimento”. Mas ciência não se refere a qualquer tipo de conhecimento, para ser
científico é preciso se adequar e passar por um conjunto de princípios e técnicas que servem
para organizar e avaliar sua credibilidade. E a esse conjunto de princípios e técnicas, damos o
nome de Método Científico.

Há milhares de anos o homem vem desenvolvendo métodos para decidir se é seguro ou


não acreditar em algo. No início esses métodos eram mais ligados a sistemas filosóficos e
baseados em lógica simples. Só século XVII é que foi criado o Método Científico moderno, com
uma base lógica aperfeiçoada e princípios sistematizados para encontrar “verdades”.

Desde então, especialmente no século XX, muita coisa mudou, contribuições como as
de Karl Popper, Thomas Kuhn, Imre Lakatos, Paul Feyerabend, Jerry Ravetz, entre vários
outros, tiveram grande impacto no desenvolvimento do modelo atual. E hoje temos o modelo
contemporâneo do método científico.

As bases do método continuam as mesmas, observação empírica e um sistema


lógico de pensamento. Porém o foco do cientista não é mais “provar” que algo seja verdadeiro
ou falso, porque hoje sabemos que isso é impossível. Qualquer teoria, a princípio considerada
verdadeira, está fadada a ser questionada e modificada por futuras evidências. Um processo
que é observado inúmeras vezes na história. Cientificamente falando, não é possível “provar”
coisa alguma, toda “verdade” é transitória. Então o método científico atualmente é um
processo contínuo, de verificar a adequação das hipóteses à realidade que foi observada até o
momento.

O cientista não é aquele que busca a verdade, mas sim aquele que aprendeu a conviver
com a incerteza.

Primeiro é preciso observar a natureza, o mundo a sua volta, e depois questiona-se o


que foi observado (“o que é isso?”, “como isso acontece?”, “porque?”, “isso é real ou só uma
ilusão?”). A partir destes questionamentos, propõe-se hipóteses, que são apenas palpites de
qual seria a resposta da pergunta. Essa hipótese deve prever alguma consequência na
natureza, caso seja verdadeira, então é hora de observar partes específicas da natureza, e
verificar se essas previsões realmente ocorrem, e para isso são realizados experimentos.

Se os resultados dos experimentos não concordarem com a hipótese, isso não é ruim,
pois aprendemos algo novo sobre a natureza, e também é ainda é possível revisar a hipótese,
modifica-la, expandi-la, ou então descarta-la de uma vez. A nova hipótese vai prever novas
consequências, e outro experimento é feito. Se os resultados concordam com a hipótese, então
se tem uma evidência a favor dela. Quando se reúne um grande número de evidências de
acordo com muitas hipóteses sobre um mesmo tema, então pode ser criada uma teoria.

Essa ilustração simplifica bem o processo, mas pode causar a falsa impressão de que
um cientista faz isso tudo de forma linear e sozinho, e esse nunca é o caso. É possível começar
ou terminar uma pesquisa ou projeto em qualquer estágio, e a qualquer momento outros
pesquisadores podem participar, conferindo, questionando, propondo alternativas,
replicando seus experimentos ou realizando os seus próprios.
Essa rede colaborativa é essencial para o funcionamento da ciência, pois cada pesquisa
individualmente traz pouca evidência sobre uma hipótese muito específica. É preciso o
trabalho gradual e acumulado de muitos para poder formular alguma teoria relativamente
segura sobre qualquer coisa. E além disso existem alguns detalhes que precisam ser
explicados.

Uma hipótese é uma proposta de explicação para um fenômeno, que é apenas um


palpite. Mas, para a hipótese ser considerada científica, ela precisa ser falseável, isto é,
testável. E para isso ela tem que ser específica e gerar previsões verificáveis. Se a hipótese não
for específica, ela pode admitir diversas possibilidades, e ser erradamente aceitada, porque
as evidências vão estar sempre de acordo. Ou então, pode ser que não existam meios para se
verificar as previsões da hipótese, e nesse caso a hipótese não pode ser discutida em termos
científicos até que seja criada alguma forma de verificar suas previsões.

Os experimentos são feitos para observar um ponto específico da natureza, e


verificar se as previsões da hipótese estão de acordo com a realidade. Se os resultados
concordarem com a hipótese, isso não “prova” que ela seja verdadeira. Como já disse, nada
pode ser “provado” por meios científicos. É possível que exista um erro nos seus resultados;
outros pesquisadores podem tentar replicar o experimento e obter um resultado diferente;
ou alguém pode conduzir um experimento diferente que acabe discordando com a sua
hipótese.

Mas se os resultados discordarem da hipótese, isso também não “prova” que ela seja
falsa. Pode haver algum problema no método usado, ou algum fator de confusão não
considerado. E mesmo se não for nada disso, ainda é possível revisar a hipótese para criar
uma nova e realizar outro experimento. Se lembre que o conhecimento científico é uma
construção coletiva, então é fundamental que os experimentos sejam reproduzíveis. Seu
modelo deve permitir que outros sejam capazes de repetir o experimento e obter resultados
semelhantes.

A publicação dos resultados, positivos ou negativos, é EXTREMAMENTE importante.


Ciência só se constrói com a colaboração de muitos, e para isso é preciso que todos
compartilhem suas ideias, métodos e resultados.

Isso tudo faz parte de uma visão bem ampla do método científico, e não preciso seguir
esse modelo rigidamente, você é livre para aplicar esses princípios de várias formas, sua única
limitação é sua imaginação e criatividade.

REFERENCIAS
http://artemetabolica.blogspot.com/2016/10/metodo-
cientifico.html#:~:text=Qualquer%20teoria%2C%20a%20princ%C3%ADpio%20considera
da,toda%20%E2%80%9Cverdade%E2%80%9D%20%C3%A9%20transit%C3%B3ria. Data
do acesso: 06 de abril de 2021

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