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Gabapentina

Aplicações na terapia anticonvulsivante e no controle da dor

Estudos demonstraram que a gabapentina, parece


Atualização
de fato, ter vários benefícios como agente adjuvante na
terapia anticonvulsiva com fenobarbital e/ou brometo de
A Fórmula Animal apresenta neste material a
potássio em alguns cães com epilepsia refratária, na
gabapentina, uma substância análoga ao ácido
medida em que conseguiu diminuir a severidade e a
gaminobutírico (GABA) com uma boa penetração na barreira
frequência dos ataques epileptiformes desses mesmos
hemato-encefálica (BHE), utilizada como anticonvulsivante
cães e, em outros pacientes conseguiu fazer com que não
e para tratar síndromes da dor, incluindo a dor neuropática.
houvessem mais convulsões durante o período de estudo.
A gabapentina é um análogo do GABA. Seu
A gabapentina promoveu analgesia supraespinhal
mecanismo de ação não está totalmente esclarecido,
por ativação noradrenérgica descendente após lesão de
havendo mais de uma teoria para seu modo de ação. Pensa-
nervo periférico em ratos, sugerindo que a administração
se que a gabapentina facilite o transporte do GABA para o
perioperatória de gabapentina possa reduzir o potencial
exterior das células, ao atuar nos receptores GABA. Alguns
desencadeado pela injúria do nervo em se tornar dor
autores defendem que a gabapentina não interage com
neuropática.
receptores GABA, acredita-se que possa ligar a uma
subunidade dos canais de cálcio ativados por voltagem
podendo aumentar a síntese de GABA. Conheça as sugestões de formulações da Fórmula Animal.

No cão a gabapentina é bem absorvida oralmente,


atingindo os valores séricos máximos 2 horas após a
administração oral, com meia-vida de 3 a 4 horas. Os
estudos farmacocinéticos sugerem que este fármaco
possua uma biodisponibilidade de aproximadamente 80% e
seja excretado por via renal, no entanto, em cães ocorre
biotransformação hepática de 30-40%.
A gabapentina demonstrou ser eficaz como
coadjuvante na terapêutica anticonvulsiva em cães com
epilepsias idiopáticas refratária além de, ter outras
utilizações potenciais, nomeadamente no alívio da dor
neuropática que não responde aos anti-inflamatórios não
esteroidais (AINES) ou aos opiáceos.

* A gabapentina é controlada pela Instrução Normativa nº 25/2012, lista C1, portanto, será manipulada mediante a retenção de receita.
Gabapentina
Aplicações na terapia anticonvulsivante e no controle da dor

Protocolo sugerido Protocolo sugerido


Suspensão anticonvulsivante de Gabapentina para cães Pasta de Gabapentina para gatos

Gabapentina..................................2,5-10 mg/kg/dose/VO Gabapentina....................................5-10 mg/kg/dose/VO


Suspensão...............................................................q.s.p. Pasta.......................................................................q.s.p.

Modo de uso: Dar 1 dose a cada 8 -12 horas. Modo de usar: Dar 1 dose a cada 8-12 horas.

Indicação – Adjuvante na terapêutica anticonvulsiva, Indicação – Adjuvante na terapêutica anticonvulsiva e,


pode-se associar ao fenobarbital e ao brometo de para alívio da dor crônica e dor neuropática.
potássio.
Nota – Deve-se efetuar a introdução da gabapentina de
Nota – Deve-se efetuar a introdução da gabapentina de forma gradual durante alguns dias para evitar sedação
forma gradual durante alguns dias para evitar sedação excessiva do animal. Em gato com diagnóstico de
excessiva do animal. neuroma por onicectomia foi observado melhora clínica
após a administração diária de 5mg/kg de

gabapentina.
Protocolo sugerido
Suspensão analgésica de Gabapentina para cães

Indicação – Alívio da dor crônica e dor neuropática.


Gabapentina...................................5-40 mg/kg/dose/VO
Nota – Deve-se efetuar a introdução da gabapentina de
Suspensão..............................................................q.s.p. forma gradual durante alguns dias para evitar sedação
excessiva do animal. Iniciar com 5 a 15mg/kg e, se
necessário aumentar a dose gradualmente até atingir
Modo de usar: Dar 1 biscoito a cada 8-12 horas. 40mg/kg.

Literatura consultada
1. AGHIGHI, S. A; et al. Assessment of the effects of adjunctive gabapentin on post operative pain af ter intervertebral
disc surger y in dogs. Vet Anaesth Analg., v. 39, n. 6, p. 636-646, 2012.
2. CÂMARA, C. C. Estudo dos efeitos antinociceptivos compor tamentais e regenerativos do tratamento com
gabapentina em modelo experimental de dor neuropática. Universidade Federal do Ceará. Tese de doutorado em
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3. CARLTON, S. M.; ZHOU, S. Attenuation of formalin-induced nociceptive behaviors following local peripheral injection
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4. CASTRO, A. C. P. Epilepsia em animais de companhia. Universidade Técnica de Lisboa. Disser tação de mestrado
integrado em medicina veterinária. Lisboa, 2008.
5. PAPICH, M. G. Manual Saunders Terapia Veterinária – Pequenos e Grandes Animais. Tradução da 3 ed. Rio de
Janeiro, Elsevier, p. 417-417, 2012.
6. PLATT, S. R; et al. Treatment with gabapentin of 11 dogs with refractor y idiopathic epilepsy. Veterinar y Record, v.
159, n. 26, p. 881-884, 2006.
7. PLUMB, D. C. Veterinar y Drug Handbook. 8 ed. Stockolm, Wisconsin, Pharma Vet, p. 478-480, 2015.

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