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Leonida Correia
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Salários de eficiência
Sindicatos e abordagem Insider/Outsider
* Bibliografia recomendada:
Correia, Leonida (1997). “O mercado de trabalho e o desemprego: factores de rigidez salaria real”, Série Didáctica das Ciências
Sociais e Humanas, nº 15, UTAD.
Borjas, George ( 2013). Labor Economics. McGraw-Hill International Editions Series, 6th edition. (Capítulos 10 e 11)
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Contratos de trabalho
A natureza de longo prazo dos contratos laborais leva a
oportunidades de negociação de ambas as partes
Um contrato especifica o salário e as horas de trabalho para um
determinado conjunto de condições macroeconómicas agregadas
Numa economia de mercado, a existência de contratos é essencial
para promover proteção ao emprego
Tais contratos existem mesmo que os trabalhadores não tenham
representação sindical; são contratos implícitos*
Contributo de Azariadis, Costas (1975). "Implicit Contracts and Underemployment Equilibria," Journal of Political Economy,
University of Chicago Press, 83(6): 1183-1202.
Revisão da literatura em: Rosen, Sherwin (1985). "Implicit Contracts: A Survey," Journal of Economic Literature, 23(3): 1144-75.
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Proteção ao emprego*
Perspetiva histórica
o Até aos anos 1970: maioria dos países tinha elevado grau de proteção ao emprego
o Anos 1970 e 1980: As crises petrolíferas o fenómeno de estagflação geraram níveis
elevados de desemprego. Tal motivou discussão sobre o papel das instituições do
mercado de trabalho e, nomeadamente, da legislação de proteção ao emprego.
Surgem os contratos a prazo como forma de aumentar a flexibilidade laboral,
permitindo uma maior facilidade de ajustamento às flutuações cíclicas da atividade ec.
Caso de Portugal
o Os contratos a prazo têm vindo a crescer significativamente em Portugal
o Em 1976: institui-se uma das mais flexíveis legislações de contratos a prazo de toda a
Europa (não havendo direito a indemnização em caso de despedimento). O objetivo
era promover a criação de emprego
o Várias revisões da legislação laboral ao longo do tempo. As mais importantes e
recentes: 1989, 1996, 1999, 2001, 2004, 2009, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016
o Atualmente, o mercado de trabalho português é segmentado, isto é, coexiste um
setor primário em que os contratos são de natureza permanente e protegidos e um
setor secundário com trabalho precário e contratos a prazo
Time-rate:
o Usado quando há dificuldades de monitorizar os trabalhadores (ex: trabalho
intelectual ou em equipa)
o A probabilidade de existência de comportamentos free-rider (“andar à boleia”)
mais frequentes para o sistema piece-rate (sobretudo no caso de trabalho
em equipa) pode conduzir à opção pelo sistema time-rate
o A verificação do ratchet effect (“efeito cremalheira”) nos contratos piece-rate
pode desencorajar os trabalhadores a adotar técnicas de produção mais
eficientes e a preferirem contratos do tipo time-rate
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Doeringer, Peter and Michael Piore (1971). “Internal Labor Markets and Manpower Analysis”. Lexington, MA: DC Heath.
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o Razões para a sua existência: têm a ver com a existência dos “custos de rotação da
mão-de-obra” (custos de contratação, formação e despedimento). O mercado interno
permite reduzir os custos de rotação da MO e estabilizar o emprego
Salários de eficiência
Q = f [F(w)*L]
L: nº trabalhadores empregues pela empresa
F(w)* L: quantidade de trabalho eficiente (trabalho da empresa medido em
unidades de esforço)
PMdw = q/w
Salário de eficiência:
PMgw = PMdw
Ou
ε = ∆%q/∆%w = 1
o O salário eficiente é aquele para o qual o aumento de 1 p.p. no salário
proporciona o crescimento do produto em exatamente 1 p.p., ou seja, a
elasticidade do produto em relação ao salário é igual à unidade
* Ver determinação gráfica do salário de eficiência em Borjas (2013: 486), na Figura 11.5.
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*Nota: o debate sobre a relevância dos modelos “salários de eficiência” e a validação da “crítica bonding” continua ativo.
Como resultado, ainda não se sabe se tal crítica reduz a potencial importância dos salários de eficiência no mundo real
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