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Caso

clínico interdisciplinar

ANAMNESE

E.S.N, 54 anos, sexo masculino, pardo, aposentado, residente da cidade de Lagoa Santa – MG,
com histórico de pneumonia pneumocócica. Deu entrada no ambulatório do Hospital
Neurológico – acompanhado de sua esposa – para uma consulta encaminhada pelo clínico geral
do Hospital Benta Flores, devido ao caso de pneumonia pneumocócica acompanhada de
cefaleia, episódios de febre, mal-estar generalizado e rigidez nas costas.

Dona Josefina, informou ao médico – Dr. Rodolfo, que o marido tinha sido diagnosticado com
pneumonia pneumocócica a 2 meses atras, sendo que a rigidez nas costas começou a algumas
semanas atras. Contudo, por morarem longe do Hospital Benta Flores, negligenciaram as dores
e compareceram ao hospital quatro dias atras. Após gestos confirmatórios ao relato da esposa,
o paciente relatou sentir enjoos frequentes, mas que não houve episódios de vômitos.

Dr. Rodolfo, frente ao histórico clínico do paciente somado aos sinais clínicos observados
durante a anamnese, suspeitou-se de que o paciente poderia estar apresentando sintomas
relacionados a meningite pneumocócica, a qual manifestará no corpo do paciente secundária a
infecção primária da bactéria, no caso do paciente a pneumonia.

Dr. Rodolfo, tendo em mente a gravidade da possível infecção, solicitou de imediato a punção
do LCR, para a análise microbiológica, imunológica e bioquímica do liquor.

EXAMES FÍSICOS

Após a coleta de 4 tubos de LCS, foi realizado primeiramente a análise microbiológica, para ver
se havia uma meningite bacteriana, primeiramente a amostra mais estéril foi submetida a
coloração de gram, onde foi detectado a presença de bactérias gram positivas. Contudo, saber
se a bactéria é gram positiva ou gram negativa é muito amplo, desse modo, a amostra foi
submetida a alguns testes bioquímicos, o primeiro foi o teste de catalase, onde o microrganismo
em questão testou negativo para a presença de Staphylococcus. Posteriormente a amostra foi
submetida ao crescimento em ágar sangue de carneiro a 5%, onde foi evidenciado hemólise à
um padrão alfa-hemolítico - onde há hemólise parcial. Após analisar todos os resultados obtidos
foi possível observar que esse senhor tinha em seu organismo a bactéria Streptococcus
pneumoniae bactéria responsável por causar meningites bacterianas.

O restante da amostra foi utilizado para as análises citológicas e bioquímicas. Na análise


citológica foi possível observar uma amostra com turbidez anormal aumentada, fato que
evidencia que há presença de leucócitos na amostra. Assim, foi feito a contagem de células, na
amostra não diluída e bem-homogeneizada, após a realização da análise, foi possível observar o
número de células aumentadas – 540 de células/uL , e o aumento de leucócitos com predomínio
de neutrófilos – 95 neutrófilos/uL, caracterizando pleocitose neutrofílica. Quanto a análise
bioquímica, o LCR apresentou aumento de proteínas totais – 199 mg/dL hiperproteinorraquia e
glicose baixa – 10 mg/dL.

Posteriormente, como um exame complementar foi realizado a imunofixação de proteína para


identificação da proteína excedente, assim foi ratificado que havia a infecção pois houve o
aumento de gama imunoglobulina.


Disciplinas correlacionadas e análise da interdisciplinaridade

Para elaboração do caso clínico acima foi necessário a aplicação do conhecimento


interdisciplinar adquirido durante esse semestre. A aplicação da microbiologia clínica foi
necessária para o entendimento da patogenicidade e virulência do microrganismos em estudo
– Streptococcus pneumoniea – e para a determinação diagnóstica da bactéria em questão, isto
é, da análise microbiológica do LCR através da aplicação de técnicas de coloração (como a
coloração de Gram), e testes bioquímicos. A abordagem da bioquímica clínica foi necessária para
o entendimento do perfil bioquímico do LCR, tanto em estado de normalidade – fisiológico –
quanto em estado patológico – no caso em questão, na condição clínica de meningite
bacteriana. Não obstante, através do conhecimento das técnicas laboratoriais introduzidos pela
disciplina, foi possível a introdução de ensaios clínicos para a determinação do perfil do liquor,
como, a eletroforese de proteínas totais, bem como, a interpretação dos dados obtidos em
exames laboratoriais, com a finalidade de correlacionar a doença em questão. A introdução da
citologia clínica, por sua vez, foi indispensável para o entendimento das características
citológicas do LCR, como a presença de células e a turbidez apresentada pelo LCR, em seu estado
fisiológico e patológico. Ademais, foi preciso recordar os conhecimentos citológicos práticos,
que por sua vez foram norteadores para os fundamentos da coleta adequada da amostra de
LCR, como, o local onde é realizado a punção no paciente. Além disso, o conhecimento da
imunologia clínica foi necessária para esclarecer o comportamento humano, mais precisamente
do sistema imunológico, frente a exposição de um microrganismo específico. Pode-se ter como
exemplo, as manifestações clínicas provenientes da infecção, como, inflamação das meninges,
febre e outros sinais clínicos, que serviram de norte para pedidos de exames complementares
solicitados pelo médico, para ter uma conclusão do diagnóstico clínico. Foi utilizado também,
para o entendimento das técnicas imunodiagnosticas, como a imunofixação, cujo objetivo no
caso se aplica a determinação da proteína excedente, alarmados nos exames bioquímicos, e
associa-lá a condição clínica que se encontra o paciente, isto é, o estado de infecção.

INTEGRANTES DO GRUPO

- Ester Thayara de Almeida Coutinho

- Gabrielle da Silva Moreira

- Heloísa Miranda Mapa

- João Victor Vasconcellos Silva

- Marcelly Júlia da Cruz

- Maria Lúcia Ferraz de Carvalho

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