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G U I A D E P R E S C R I Ç Ã O A M B U L AT O R I A L

DISSECÇÃO AÓRTICA
2 GUIA DE PRESCRIÇÃO AMBULATORIAL | DISSECÇÃO AÓRTICA

Guia de prescrição ambulatorial

DISSECÇÃO AÓRTICA
O que é Como eu trato?

Dissecção aórtica é uma emergência na qual a camada in- O tratamento se baseia em conduta cirúrgica e condutas
tima da aorta se rompe, havendo então uma cisão entre a clínicas para prevenir que a dissecção do paciente pro-
íntima e a média, com isso criando uma falsa luz no vaso. grida.
Dessa forma, temos três linhas de medicações que devem
ser utilizadas: beta bloqueadores, Vasodilatadores e anal-
gésicos, de preferência opioides.
Em relação aos betabloqueadores, a intenção dos mes-
mos é diminuir a frequência cardíaca do paciente, ali-
viando também em parte a pós carga e evitando a taqui-
cardia reflexa do paciente ao se iniciar um vasodilatador
endovenoso. Um bom betabloqueador a ser utilizado é
o Esmolol, pelo fato de o mesmo ser facilmente titulá-
vel em um paciente crítico. Como podemos prescrever
o Esmolol:

Esmolol

-> Ataque 250-500mcg/kg EV em Bolus


-> Manutenção: 25-50mcg/kg/min até uma dose
máxima de 300mcg/kg/min. A infusão pode ser
aumentada a cada 5-10 minutos, até a frequência
cardíaca chegar ao ponto desejado.
Caso Esmolol não esteja disponível podemos utilizar
Metoprolol ou mesmo Labetalol (pouco disponível)
Metoprolol
-> Infusão de 5mg EV a cada 5-15 minutos até um
máximo de 15mg.

A classificação é feita de acordo com a extensão e o local Labetalol:


de inicio da dissecção. Temos duas classificações usuais:
Stanford e deBakey.  Ataque: 20mg EV inicialmente
 Bolus subsequentes: 20 a 80mg EV a cada 10
minutos até uma dose máxima de 300mg ou
 Infusão continua: 0,5 a 2mg/minute EV.
Vasodilatadores intravenosos:
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O intuito aqui é diminuir a Pressão arterial do paciente


para que a dissecção não progrida. Lembre que inicial-
mente nós controlamos a PA do paciente antes de ini-
ciarmos os vasodilatadores. No Brasil, a droga utilizada é
o Nitroprussiato de sódio na maioria das vezes.
Nitroprussiato de sódio 25mg/mL – ampola de 2mL
Dilua 1 ampola, normalmente 50mg em 250mL de soro
glicosado a 5%
Isso resultará em uma solução de 200mcg/mL

Então inicie a medicação em bomba de infusão e titule


a PA. Usualmente queremos uma PAS menor que 110-
120mmHg.
Em relação a dor, podemos utilizar quais medicações,
mas usualmente opioides são necessários. Dessa forma
podemos administrar:
Morfina 0.1mg/kg EV ou mesmo realizar bolus

de 2mg até atingir controle álgico adequado,
respeitando as doses “máximas” e o risco de
toxicidade.

Fentanil diluído ou puro. 50mcg EV (normalmente



1mL).

 Outros analgésicos comuns podem ser utilizados.


Devemos controlar demais sintomas do paciente e se ne-
cessário também realizar Benzodiazepinicos para ansie-
dade.
Por fim, lembrem:
Dissecção aórtica Stanford A necessita de cirurgia de
emergência. Acionem os serviços de cirurgia vascular e
cirurgia cardiovascular.
Dissecção aórtica Stanford B não necessita necessaria-
mente de procedimento cirúrgico. Avaliação pelos es-
pecialistas, clínica do paciente, sinais vitais, exames, que
vão elucidar a conduta necessária.
www.grupomedcof.com.br/

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