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1
Gestão de Produção
Gestão de Produção
Autoria: Profa. Dra. Ana Beatriz Perriello Leme
Como citar este documento: LEME, Ana Beatriz Perriello. Gestão de Produção. Valinhos: 2017.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Definições e Conceitos Fundamentais dos Sistemas Produtivos 04
Unidade 2: Planejamento e Controle da Produção 27
Unidade 3: Previsões de Demanda 49
Unidade 4: Planejamento Agregado e Desagregado 74
Unidade 5: Programa Mestre de Produção 94
Unidade 6: Sistemas de Coordenação de Ordens 121
Unidade 7: Controle de Estoques 148
Unidade 8: Estratégias de Produção 172
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Apresentação da Disciplina
Ao apresentar esta disciplina, o primeiro te, pois, se não houver a alocação correta de
ponto que temos que mencionar é que por recursos, sejam eles, tempo, matéria-pri-
mais que você acredite que já saiba tudo so- ma, mão de obra, entre outros, e a projeção
bre gestão de produção, pequenos proble- e planejamento corretos da empresa, essas
mas podem aparecer desde a definição do não serão competitivas e estarão fadadas
nome da disciplina. Você conseguiria definir ao insucesso.
em poucas palavras o que é gestão? Ou, en- Desta forma, todo material foi estruturado
tão, dar exemplos de diferentes processos utilizando-se as melhores referências da
produtivos? Você pode ou não ter consegui- área, trazendo ferramentas indispensáveis
do, mas garantimos que no decorrer desta para sua atuação futura. Nosso principal
disciplina vamos entender a real importân- objetivo é a formação de excelentes pro-
cia de pensarmos desde a correta definição fissionais. Chegue mais perto, pois vamos
dos termos até a sua aplicação concreta embarcar em um novo processo de apren-
no processo em que você atuará. Assim, no dizagem, que desenvolverá as competên-
atual contexto empresarial, cada vez mais cias necessárias para que você se torne um
competitivo, é fundamental a existência de grande gestor.
um ou mais profissionais habilitados para
que o processo seja gerido adequadamen-
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Unidade 1
Definições e Conceitos Fundamentais dos Sistemas Produtivos
1. Objetivos
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2. Introdução
No ambiente competitivo que as empresas utilizado para agregar valor (recurso trans-
sempre se encontram, executar uma boa formador) ou recurso no qual o valor será
gestão dos recursos disponíveis é essencial. agregado (recurso transformado). Já a saída
Cada vez mais os recursos necessários para é o bem (produto ou componente de pro-
as transformações produtivas estão mais duto) ou serviço gerado ao fim do processo
escassos e/ou mais caros para serem obti- transformador dentro do sistema produti-
dos. Dessa forma, para conseguir a perpe- vo. Assim, gerir a produção em sistema pro-
tuidade de uma empresa no mercado, isto dutivo é planejar a maneira como o sequen-
dependerá de como será feita a gestão dos ciamento de atividades para agregação de
recursos utilizados nos processos transfor- valor ocorrerá em um sistema produtivo,
madores, sendo essa a etapa essencial. controlar para que o que foi planejado re-
Gerir sistemas produtivos significa plane- almente esteja acontecendo, organizar as
jar, controlar organizar e dirigir todo e qual- estruturas por trás dos sistemas produtivos
quer sequenciamento de atividades que e dirigir as pessoas que fazem parte desses
agreguem valor às entradas desse sistema sistemas produtivos.
produtivo, gerando saídas de maior valor, O planejamento da produção trabalha com
ou seja, saídas com valor agregado. Enten- a ideia de não haver surpresas no futuro.
de-se por entrada aquele recurso que será São decisões que abordam, apoiadas em
5/205 Unidade 1 • Definições e Conceitos Fundamentais dos Sistemas Produtivos
ferramentas gerenciais e estatísticas, quais to de se definir as regras para a produção e
as possibilidades do horizonte de planeja- também como a informação fluirá pelo sis-
mento de médio e longo prazo e também tema produtivo, bem como as respostas das
vislumbram os anseios das empresas para informações disponibilizadas (do inglês, fe-
esse período. Por serem apoiadas em ferra- edback).
mentas, quanto mais informações qualita- A organização da produção define respon-
tivas ou quantitativas estiverem disponíveis sabilidades dentro do sistema produtivo,
melhor serão as previsões e, consequente- tendo uma estrutura hierárquica, seja ela
mente, as previsões dentro desse horizonte qual for, com os devidos responsáveis pe-
de planejamento. las atividades dentro do planejamento e
Ao realizar o controle do sistema produti- controle da produção, além da interação/
vo deseja-se garantir que o que é realizado subordinação desses profissionais dentro
está conforme o planejado. São atividades do sistema produtivo. Assim, as atividades
com maior nível de detalhe, desagregadas definidas durante o controle da produção
e com implicações em um horizonte de pla- ganham um responsável por sua execução,
nejamento mais próximo, de curto prazo. que é quem irá executar a atividade.
Nessa etapa, define-se o que, como, quanto Em sistemas produtivos, para as atividades
e quando produzir, assim, este é momen- de agregação de valor as pessoas deverão
6/205 Unidade 1 • Definições e Conceitos Fundamentais dos Sistemas Produtivos
ser dirigidas. Dirigir é a ideia de comando 2.1. Conceituação de sistemas
para a execução de uma atividade, a exis- produtivos
tência de um responsável por definições
Para entendermos o que é a gestão da pro-
de última hora, alguém que motive, cobre, dução, teremos que compreender o que é
mantenha a equipe comprometida com as um sistema produtivo. Assim, sistema pro-
entregas estipuladas. Dessa forma, a ges- dutivo é todo e qualquer sequenciamento
tão de um sistema produtivo demanda a de atividade (processo) que transforme en-
existência de uma liderança, independente- tradas em saídas, com agregação de valor
mente de suas características pessoais. durante esse processo de transformação.
Ampliando esse conceito pode-se direcio-
nar o conceito de agregação de valor ao ali-
Link nhá-lo a um ou mais objetivos de desempe-
No vídeo indicado podem ser vistos conceitos nho da organização (empresa). As saídas do
básicos sobre o planejamento e controle da pro- sistema produtivo podem diferir entre bens
dução. Disponível em: <https://www.youtube. ou serviços, sendo chamados os sistemas
com/watch?v=w0_mSHdxXZc>. Acesso em: 3 produtivos com saídas em forma de bens de
out. 2017. sistemas de manufatura e os sistemas pro-
dutivos com saídas em formas de serviços
de sistemas de serviços.
7/205 Unidade 1 • Definições e Conceitos Fundamentais dos Sistemas Produtivos
Para saber mais
Objetivo de desempenho é a maneira pela qual uma empresa avalia seu posicionamento dentro de um
mercado comparado aos seus concorrentes. Existem cinco macro-objetivos de desempenho: (1) Custos;
(2) Qualidade; (3) Rapidez; (4) Flexibilidade e; (5) Confiabilidade. (1) A avaliação do desempenho em cus-
tos consiste em ser capaz de gerar produtos com menores custos, custos menores podem proporcionar
margens melhores e permitem que a empresa pratique preços mais competitivos. (2) Em qualidade diz
respeito a um produto que atenda às necessidades do cliente, que pode ser recompensada com uma
remuneração maior sobre o produto e também a não produção de itens não conformes, consequente-
mente reduzindo os custos produtivos. (3) Em rapidez avalia-se a rápida resposta as necessidades de um
cliente. (4) Em flexibilidade seria se a empresa tem condições de independente da demanda apresentada
pelo cliente, conseguir concluir a entrega conforme a solicitação. (5) Em confiabilidade tem a ver com a
resposta da empresa as solicitações dos clientes não variarem com o tempo, mantendo a conformida-
de (qualidade). Esses cinco macro-objetivos podem ser subdivididos em outros objetivos e desdobrados
dentro da empresa como objetivos táticos e operacionais. Por exemplo, ao escolher o macro objetivo
qualidade a empresa desdobra esse objetivo em número máximo de peças não conforme permitidas em
um período.
JOBSHOP FLOWSHOP
Operação em lotes. Operação em fluxo de materiais, componentes e
peças.
A produção varia conforme a variação do A produção varia com a alteração da taxa de
tamanho do lote ou da frequência de lotes. produção.
Custo de setup tende a ser maior. Custo de setup tende a ser menor.
O material é levado para cada centro de trabalho. Os centros de trabalho são sequenciados. Filas
Filas nos centros de trabalho são maiores. nos centros de trabalho são menores.
Utilizam máquinas de uso geral. Utilizam máquinas especializadas.
Fonte: elaborada pela autora.
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Considerações Finais (1/2)
• A Gestão da Produção se apoia em quatro processos básicos: Planejamento;
Identificação: como as atividades da empresa devem estar no médio e longo
prazo; Controle: conferência e distribuição das atividades no curto prazo;
Organização: estruturação hierárquica das atividades; e Direção: definição
das lideranças e responsáveis dentro do sistema produtivo;
• Sistema produtivo é a estrutura responsável por transformar recursos em
produtos e/ou serviços, agregando valor a esses itens. Essa agregação de
valores pode ser alinhada à execução de um ou mais objetivos de desempe-
nho;
• O sistema de classificação por produto e por processo avalia o volume de
produto obtido e a variabilidade dos produtos conseguidos. Dessa maneira
são distinguidos três tipos de sistemas: sistemas de produção contínuo, com
baixa variação entre produtos e alto volume; sistemas de grandes projetos,
com baixo volume e alta variação entre produtos; e sistemas intermitentes,
com volume e variabilidade de produtos ocorrendo a todo momento;
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Considerações Finais (2/2)
• O sistema de classificação de resposta à demanda avalia os prazos para res-
posta a uma solicitação do cliente e as etapas que ocorrem antes e depois
da solicitação. Podem ser classificadas sete estratégias: fazer para estoque;
rápida resposta para estoque; embalagem conforme pedido; montagem
conforme pedido; confecção conforme pedido; compras conforme pedido;
projeto conforme pedido.
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Referências
APICS. American Production and Inventory Cotrol Society. Dictionary. Falls Church, 1987.
FERNANDES, F. C. F. Concepção de um sistema de controle da produção em manufatura celu-
lar. Tese (Doutorado) da Escola de Engenharia de São Carlos. São Carlos, 1991.
JOHNSON, L. A.; MONTGOMERY, D. C. Operations research in production planning, scheduling
and inventory control. Nova Iorque: John Wiley, 1974.
SIPPER, D.; Bulfin Jr., R. L. Production planning, control and integration. Nova Iorque: MC-
Graw-Hill, 1997.
PUTNAM, A. O. MRP for repetitive manufacturing shops: a flexible kanban system for America.
Production and Inventory Management, 3. ed., p. 60-88, 1983.
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Questão 2
2. As atividades de planejamento focam ações em _________________,
enquanto o controle em ________________. Assinale a alternativa que
completa correta e respectivamente as lacunas.
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Questão 3
3. Sob a ótica da classificação por tipo de produto e tipo de processo, as-
sinale a alternativa que indica qual dos sistemas produtivos pode ser con-
siderado sistemas de grandes projetos.
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Questão 4
4. Sob a ótica da classificação por resposta a demanda, assinale a alternativa
que indica qual dos sistemas produtivos pode ser considerado como “Fazer
para estoque”.
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Questão 5
5. Sob a ótica da classificação por resposta a demanda, assinale a alterna-
tiva que indica qual dos sistemas produtivos pode ser considerado como
“Fazer conforme pedido”.
24/205
Gabarito
1. Resposta: A. 3. Resposta: A.
As principais atividades da Gestão da Pro- A construção de uma hidrelétrica é extre-
dução são planejamento, controle, organi- mamente complexa, com diversos itens
zação e direção, sendo que o planejamento únicos, dessa forma, pode ser considerada
foca ações em médio e longo prazo, o con- como um sistema de grande projeto.
trole no curto prazo, a organização define
a estrutura hierárquica da organização e a 4. Resposta: B.
direção as lideranças da organização para
garantia das atividades propostas. A produção de pastas de dente é feita inde-
pendente da solicitação de um cliente, elas
2. Resposta: C. ficam disponíveis nas gôndolas de super-
mercado, aguardando o cliente ir buscá-las.
As atividades do planejamento são focadas Os itens são produzidos para estoque e o
para o horizonte de planejamento de médio estoque do final do item é no supermerca-
e longo prazo, enquanto o controle garante do, o mesmo ocorre com os outros itens dis-
o desdobramento desse planejamento no poníveis da mesma forma.
curto prazo.
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Gabarito
5. Resposta: E.
Para fabricação de um bolo sob encomen-
da, apesar de todos os ingredientes estarem
disponíveis, só será possível iniciar a confec-
ção do bolo no momento que o cliente defi-
nir as dimensões do bolo, recheio, camadas
e outras características desse produto.
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Unidade 2
Planejamento e Controle da Produção
1. Objetivos
27/205
2. Introdução
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Referências
BURBIDGE. The principles of production control. Estover (Plymouth) MacDonald and Evans. Li-
mited, 1978.
BURBIDGE. Production control: a universal conceptual framework. Production Planning and
Control, v. 1, n. 1, p. 3-16, 1990.
FERNANDES, F. C. F. Concepção de um sistema de controle da produção em manufatura celu-
lar. Tese (Doutorado) da Escola de Engenharia de São Carlos. São Carlos, 1991.
FERNANDES, F. C. F.; GODINHO FILHO, M. Planejamento e controle da produção: dos funda-
mentos ao essencial. São Paulo. Atlas, 2010.
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Questão 2
2. Assinale a alternativa que indica no que as atividades de planejamento são
baseadas.
a) Intuição.
b) Previsões de demanda, estoques atuais, quantidade produzida no período atual, quantida-
des compradas no período atual e quantidade entregue no período atual.
c) Previsões de demanda, estoques futuros, quantidade produzida no futuro, quantidades
compradas no futuro e quantidade entregue no futuro.
d) Correções dos desvios entre real e planejado.
e) Decisões tomadas exclusivamente pelo corpo diretivo da empresa.
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Questão 3
3. Assinale a alternativa correta. As atividades de controle são baseadas em:
a) Intuição.
b) Previsões de demanda, estoques atuais, quantidade produzida no período atual, quantida-
des compradas no período atual e quantidade entregue no período atual.
c) Previsões de demanda, estoques futuros, quantidade produzida no futuro, quantidades
compradas no futuro e quantidade entregue no futuro.
d) Correções dos desvios entre real e planejado.
e) Decisões tomadas exclusivamente pelo corpo diretivo da empresa.
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Questão 4
4. Assinale a alternativa correta. Sistemas de coordenação de ordens:
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Questão 5
5. Assinale a alternativa correta. A definição do lote de produção para um
pedido emergencial faz parte das atividades de:
a) Planejamento.
b) Auxílio ao comercial.
c) Faturamento.
d) Emergência.
e) Controle.
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Gabarito
1. Resposta: A. dos atuais (estoques, produtos comprados,
produtos produzidos e produtos entregues).
No planejamento de produção são utiliza-
dos dados sobre as famílias de produtos a 3. Resposta: D.
fim de diminuir o impacto das incertezas das
previsões de demanda. Na etapa de controle No processo de controle se verificam as res-
são utilizados dados por itens, uma vez que postas do sistema produtivo no curto prazo,
a análise é baseada em dados mais concre- os desvios e reprogramar-se.
tos como a carteira de pedidos, estrutura de
produto e roteiro de fabricação. 4. Resposta: A.
47/205
Gabarito
5. Resposta: E.
48/205
Unidade 3
Previsões de Demanda
1. Objetivos
49/205
2. Introdução
Este tema tem início no estudo das ativida- uma indústria do agronegócio se a
des pertencentes ao planejamento de pro- distribuição de chuvas no período so-
dução. Assim, serão abordados métodos freu grandes alterações);
qualitativos e quantitativos de análise de • Garantia de não existência de erros
dados futuros que auxiliarão as decisões to- sistemáticos. Erros sistemáticos são
madas nas etapas de planejamento da pro- erros trazidos por um modelo que não
dução. Desta forma, previsão seria a arte de representa a situação real que está
especificar informações significantes sobre sendo observada. Erros aleatórios
o futuro. Essas especificações futuras auxi- (que não são reflexo de uma modela-
liarão na tomada de decisão, assim, devem gem equivocada) são comuns em pro-
contemplar alguns requisitos para servirem cessos de previsão, deve ser possível
como boas previsões de demanda, garan- distinguir o que é um erro sistemá-
tindo robustez do método utilizado. Para tico e o que é um erro aleatório. Isso
isso, devem-se observar alguns pontos du- será melhor analisado em métodos de
rante a análise da demanda, são eles: controle de previsões;
• A permanência das características • Previsões agregadas são mais robus-
originais no sistema, cuja produção tas que previsões individuais, por isso
quer ser prevista (por exemplo, em
50/205 Unidade 3 • Previsões de Demanda
trabalha com análise de família de
produtos e não itens finais; Link
• Quão mais longe do período atual o No vídeo indicado, é possível verificar conceitos
horizonte de planejamento, menor a básicos de previsão de demanda e suas utiliza-
exatidão dessa previsão; ções. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=UZorwyW4c_U>. Acesso em: 4
• O método de previsão de demanda
out. 2017.
deve ser facilmente compreendido e
de fácil utilização;
2.1 Processo de previsão de de-
• O processo de previsão de demanda mandas
deve ser executado em interface com
outras áreas da empresa como as áre- A previsão de demandas deve ser vista como
as de marketing e vendas. um processo dentro do macroprocesso do
planejamento da produção. Suas atividades
são bem definidas dependendo de parâme-
tros que devem ser definidos antes do início
do processo de previsão. Os principais pa-
râmetros a serem definidos são o horizonte
A abordagem definida para a previsão de demanda pode ser definida em três modalidades, abor-
dagem qualitativa, abordagem causal e abordagem quantitativa. Essas três abordagens irão de-
pender dos dados disponíveis para a realização da análise de demandas. Quando não se tem
dados sobre a demanda que se deseja prever, nem é possível coletar esses dados, tende-se a
54/205 Unidade 3 • Previsões de Demanda
trabalhar com a abordagem qualitativa, quando existe um banco de dados que pode ser analisa-
do e se consegue avaliar uma relação de causa-efeito dentro desse banco de dados é utilizada a
abordagem causal. Não havendo relação de causa-efeito dentro do banco de dados, a aborda-
gem a ser considerada é a abordagem quantitativa. A atividade que define a abordagem para
previsão pode ser considerada conforme a Figura 1.
Figura 1 - Fluxograma decisório para escolha de abordagem
Link
No artigo de Ferreira, V. E. S et al., “Utilização de um
modelo quantitativo de previsão de demanda para
análise da demanda por concreto em uma empresa do
oeste potiguar”, pode ser analisado um caso de su-
cesso de implementação de previsão de demanda
utilizando métodos de análise quantitativa. Dispo-
nível em: <http://www.abepro.org.br/bibliote-
ca/enegep2013_TN_STO_177_008_22649.
pdf>. Acesso em: 4 out. 2017.
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Considerações Finais (2/2)
66/205
Referências
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Questão 2
2. Quando não existe base de dados para tomada de decisão qual aborda-
gem deve ser utilizada?
a) Qualitativa.
b) Quantitativa.
c) Causal.
d) Intuitiva.
e) Aleatória.
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Questão 3
3. Quando a base de dados existente apresenta relações de causa-efeito qual
abordagem deve ser utilizada?
a) Qualitativa.
b) Quantitativa.
c) Causal.
d) Intuitiva.
e) Aleatória.
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Questão 4
4. Quando a base de dados existente não apresenta relações de causa-efeito
qual abordagem deve ser utilizada?
a) Qualitativa.
b) Quantitativa.
c) Causal.
d) Intuitiva.
e) Aleatória.
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Questão 5
5. Dentre os métodos abaixo qual representa um método de controle de
previsão de demanda?
a) Suavização Exponencial.
b) Consenso do comitê executivo.
c) Faturamento.
d) Média Ponderada Móvel.
e) Desvio Absoluto Médio.
72/205
Gabarito
1. Resposta: B. que deve ser utilizada é a causal, pois dessa
forma consegue-se uma previsão mais pre-
Decisões operacionais são refletidas no cur- cisa.
to prazo, decisões táticas são refletidas no
médio prazo, decisões estratégicas são re- 4. Resposta: B.
fletidas no longo prazo.
Quando a base de dados existente não apre-
senta relações de causa-efeito, a aborda-
2. Resposta: A.
gem que deve ser utilizada é a quantitativa,
Quando não existe base de dados para to- pois dessa forma consegue-se aproveitar
mada de decisão a abordagem que deve ser a base de dados e inferir, por meio de mé-
utilizada é a qualitativa, pois consegue se todos estatísticos, possíveis valores de de-
basear em análises pessoais de profissio- manda futuros.
nais da área.
5. Resposta: E.
3. Resposta: C. O desvio absoluto médio verifica a disper-
são dos erros, quanto mais próximo de zero,
Quando a base de dados existente apresen-
melhor a previsão está se comportando.
ta relações de causa-efeito, a abordagem
73/205
Unidade 4
Planejamento Agregado e Desagregado
1. Objetivos
74/205
2. Introdução
O tema quatro inicia o estudo dos processos em etapas de replanejamento com base nas
de comunicação entre os níveis organiza- variações de vendas dentro do período de
cionais da empresa. O planejamento agre- um mês, regulando as disponibilidades de
gado tem como objetivo desdobrar condi- recursos e suprimentos.
ções do âmbito estratégico para que geren-
tes e supervisores no âmbito tático tomem
suas decisões. Nesse ponto são verificadas
ações para decisões de médio prazo, com
objetivo de alinhar a capacidade produtiva
com a demanda projetada para o período.
Além disso, são verificados objetivos de de-
sempenho da organização para responder
aos anseios de posicionamento estratégi-
co da empresa no mercado. Dessa forma, o
planejamento agregado pode ser conside-
rado também como processo de sales and
operations planning (S&OP), que consistiria
Equação (6)
Onde D continua sendo a demanda do item i e E o estoque do item i.
Link
O artigo de Ana Paula Maia Tanajura e Sandro Cabral, “Planejamento de vendas e operações (S&OP): um
estudo de caso numa petroquímica”, discorre sobre um processo de planejamento agregado. Disponível
em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_tn_stp_135_856_18168.pdf>. Acesso
em: 4 out. 2017.
83/205 Unidade 4 • Planejamento Agregado e Desagregado
Glossário
Leadtime: tempo entre solicitação e resposta de um cliente.
Métodos heurísticos: métodos de pesquisa operacional que utilizam modelagem lógica, sendo
conhecidos por suas respostas rápidas, porém subótimas.
86/205
Referências
a) De curto prazo.
b) De médio prazo.
c) De longo prazo.
d) De armazenamento.
e) De produção.
88/205
Questão 2
2. Assinale a alternativa correta. Entre as decisões que utilizam a análise
do planejamento agregado podemos citar:
89/205
Questão 3
3. Assinale a alternativa que indica os dois tipos de abordagem para o pla-
nejamento agregado.
a) Quantitativa e qualitativa.
b) Aleatória e causal.
c) Intuitiva e causal.
d) Intuitiva e proativa.
e) Proativa e reativa.
90/205
Questão 4
4. Assinale a alternativa correta. Para a geração do Programa Mestre de
Produção em itens que será considerado o planejamento desagregado
podemos utilizar:
a) Análise qualitativa.
b) Análise quantitativa.
c) Análise causal.
d) Dados da carteira de pedidos.
e) Análise aleatória.
91/205
Questão 5
5. Assinale a alternativa correta. Como principal característica do método
de Tempo de Esgotamento Agregado podemos citar:
a) Considerar a capacidade produtiva da linha para gerar o tamanho dos lotes a serem produ-
zidos.
b) Considerar a opinião da diretoria.
c) Atender ao faturamento.
d) Considerar necessidades pontuais dos clientes.
e) Ser totalmente inerte a variações da demanda.
92/205
Gabarito
1. Resposta: B. 4. Resposta: D.
O planejamento agregado embasa decisões Quando não trabalhamos com antecipação
de nível tático que são enquadradas no ho- de produtos, principalmente itens que exi-
rizonte de planejamento de médio prazo. gem alto grau de customização, devemos
aguardar a colocação do pedido (carteira de
2. Resposta: C. pedidos) para executar a programação de
produção de itens finais.
Contratação de mão de obra é uma ativi-
dade de dimensionamento de recursos, a
aquisição desses recursos leva determinado
5. Resposta: A.
tempo entre recrutamento, seleção e trei-
O método de Tempo de Esgotamento Agre-
namento, devendo, dessa forma, fazer parte
gado considera as capacidades produtivas
de uma análise de médio prazo.
e os tempos de processamento para ga-
3. Resposta: E. rantir que os pedidos considerados serão
atendidos.
Quando trabalhamos com a demanda, a
abordagem é proativa, quando trabalhamos
com a produção, a abordagem é reativa.
93/205
Unidade 5
Programa Mestre de Produção
1. Objetivos
94/205
2. Introdução
O tema cinco inicia os estudos das ativida- mulação se estende por diversos períodos e
des relacionadas ao controle da produção, conta como linhas básicas para confecção:
mais precisamente o processo de Programa
• Linha de previsão de demanda inde-
Mestre de Produção (MPS). O MPS é a ati-
pendente: essa linha traz informações
vidade responsável por transferir as quan-
de demanda independente provindas
tidades de itens produzidos por família para
do planejamento desagregado para
quantidades de itens finais produzidas na-
esse item final;
quele período. Dessa forma, existem três
principais formas de alimentar o MPS: por • Pedidos em carteira: somatória dos
meio da desagregação de um planejamento pedidos disponíveis na empresa para
agregado, por meio de estimativas de de- entrega nesse período;
manda de itens finais ou por meio da car- • Demanda: é o valor a ser considera-
teira de pedidos, que, como já comentado, do para os cálculos de MPS. Seu valor
seria a quantidade de pedidos já concreti- é resultante da análise do maior va-
zados para a empresa. lor entre a previsão de demanda in-
Para melhor compreensão do MPS é utili- dependente e os pedidos em carteira
zado o quadro de registro básico no MPS, para o mesmo período;
conforme exemplifica Quadro 1. Sua for-
95/205 Unidade 5 • Programa Mestre de Produção
• Estoque disponível: seria o estoque disponível ao final da iteração de cálculo daquele pe-
ríodo. Informação que será utilizada para definir a necessidade de produção no período
futuro (t+1);
• Disponível para promessa: quantidade disponível de peças ou horas ociosas que poderá
ser prometida para clientes como antecipação de entregas ou permitir colocação de pedi-
dos com leadtime mais curto;
• MPS: quantidade de itens finais a ser produzida no período t.
Quadro 1 - Registro básico do MPS.
Períodos
ITEM: XXX
0 1 2 3 4 5 6 7
Previsão de demanda independente
Pedidos em carteira
Demanda
Estoque disponível
Disponível para promessa
Programa Mestre de Produção (MPS)
Fonte: elaborada pela autora.
Esse cálculo é iterativo, devendo acontecer para cada período presente no horizonte de planeja-
mento. O valor a ser considerado é o maior valor Xt dentre todos os períodos sondados.
Por exemplo, no quadro a seguir temos t=8 períodos e uma curva de demanda acumulada.
Quadro 2 - Exemplo de cálculo de Xt
Períodos
1 2 3 4 5 6 7 8
Demanda acumulada
380 740 1110 1450 1740 2050 2350 2640
no período t
Note que ao calcular Xt para cada um dos períodos o valor de maior Xt é o período 3 e dessa forma
o valor de X3 = 342 será considerado como valor de produção em todos os períodos.
Na estratégia Programa Mestre de Produção, via previsões semanais individuais – estratégia de
acompanhamento da demanda, o valor resultante da demanda (avaliação de qual valor é maior
entre a previsão de demanda independente e os pedidos em carteira) será considerado direta-
mente como o valor do MPS, desconsiderando a existência de estoque a ser consumido.
A estratégia Programa Mestre de Produção via exclusivamente carteira de pedidos – estratégia
de acompanhamento da demanda trabalha com itens que têm alto grau de complexidade de
constituição e baixo volume, então torna-se necessário o consumo imediato de qualquer unida-
de que esteja em estoque e não produção de itens que tenham destino do estoque. Dessa forma,
a produção deve ocorrer exclusivamente para itens com demanda concreta, pedido posto em
carteira.
Item x 0 1 2 3 4 5 6 7 8
Previsão de demanda independente 340 350 370 340 290 310 300 290
Pedidos em carteira 380 360 320 200 40 0 0 0
Demanda 380 360 370 340 290 310 300 290
Estoque 500 120 510 140 550 260 700 400 110
Disponível para promessa (ATP) 120 70 510 750
ATP Acumulado 120 190 190 700 700 1450 1450 1450
Programa Mestre de Produção 750 750 750
Fonte: elaborado pela autora.
Note que para o cálculo do Programa Mestre são considerados os valores de demanda e estoque
período a período. Já o cálculo do disponível a promessa segue a seguinte forma:
• Semana 1 = Estoque – Pedidos em carteira = 500 – 380 = 120;
• Semana 2 = MPS – (Pedidos em carteira semana 2 e 3) = 750–(360+320)= 70;
• Semana 3 – coberta pelo cálculo de ATP da semana 2;
• Semana 4 = MPS – (Pedidos em carteira semana 4 e 5) = 750–(200+40) = 510;
102/205 Unidade 5 • Programa Mestre de Produção
• Semana 5 – coberta pelo cálculo de 2.3 Análise grosseira da capaci-
ATP da semana 4; dade produtiva (RCCP)
• Semana 6 = MPS =750, não há pedi-
Para que um Programa Mestre seja viável
dos em carteira;
são necessárias análises de outros itens
• Semanas 7 e 8 – cobertas pelo cálculo para sua constituição, como análises de
de ATP da semana 6, não há pedidos capacidade produtiva e disponibilidade de
em carteira. materiais. Quando se fala de calcular a ca-
pacidade produtiva de um sistema produti-
Link vo são realizadas diversas análises como:
No artigo de Cecília Farid Zago e Marco Aurélio de a. Cálculo da carga de trabalho necessá-
Mesquita, “Implantação da ferramenta available ria para a realização de um dado MPS,
to promise (ATP): um estudo de caso na produção considerando quais recursos podem
de papel, é apresentado um caso de sucesso de vir a ser gargalos;
cálculo de ATP em uma indústria. Disponível em: b. No horizonte de planejamento realizar
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/ene- a análise período a período se a capa-
gep2010_TN_STP_113_739_16920.pdf>. cidade projetada e a capacidade dis-
Acesso em: 4 out. 2017. ponível são compatíveis;
103/205 Unidade 5 • Programa Mestre de Produção
c. A existência de valores negativos nas análises indica que a capacidade disponível não é
suficiente para o atendimento do projetado, há um gargalo, devendo ser utilizadas estra-
tégias para correção dessa não conformidade, como, por exemplo, utilização de horas-ex-
tras, balanceamento de atividades com MPS futuros ou passados não concretizados.
Uma das maneiras de realizar essa análise de capacidade produtiva é por meio da análise de uti-
lização dos centros de trabalho disponíveis na organização. Para essa análise, dois novos fatores
devem ser considerados: o tempo padrão para realização de uma etapa do trabalho e a lista téc-
nica dos produtos que estão sendo analisados.
A lista técnica de um produto é uma estrutura simplificada do que temos no roteiro de fabrica-
ção. Trata-se do fluxograma do processo de confecção de um item final considerando apenas os
104/205 Unidade 5 • Programa Mestre de Produção
tempos de produção e o período que o mesmo deve ocorrer para não gerar impacto (atrasos) no
fluxo de materiais.
Para saber mais: O roteiro de fabricação é uma descrição detalhada do fluxograma de processo,
que os componentes que formam um produto passam antes de se transformarem em um item
final. Junto com a estrutura de um produto definem as quantidades de matéria-prima a serem
alocadas etapa por etapa, quanto dos recursos serão alocados por etapa (hora/máquina ou hora/
homem), sequenciamento de atividades, tempo de início de uma atividade, prazo máximo para
essa atividade ser encerrada, setores que serão ativados para execução desse componente ou
item final etc.
Considerando a lista técnica, os tempos padrões e o MPS de dois produtos seguintes, segue, nos
quadros, um exemplo de cálculo de uma análise grosseira da capacidade produtiva.
Quadro 4 - Lista técnica dos itens finais A e B
1 2 3 4 5 6 7 8
MPS Produto A 230 170 210 190 180 200 210 190
MPS Produto B 115 130 140 150 140 135 150 145
Fonte: elaborada pela autora.
Centro de trabalho -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7
X 11,5 68,2 54,8 65,4 59,6 56,7 63 64,9 5,6 0
Y 46 66,2 78,4 77,2 78 79,2 79,8 80 0,6 0
Z 0 0 67,8 59,6 69,3 67,6 63,6 66,3 71,4 66,5
Fonte: elaborada pela autora.
Centro de trabalho -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7
X 60,5 3,8 17,2 6,6 12,4 15,3 9 7,1 26,4 72
Y 26 5,8 -6,4 -5,2 -6 -7,2 -7,8 -8 31,4 72
Z 72 72 4,15 12,4 2,7 4,4 8,4 5,65 0,6 5,45
Fonte: elaborada pela autora.
Link
O artigo de Simone Cristina Kopak e Fábio Favaretto, “Análise comparativa entre modelos conceituais de
planejamento e controle da produção com foco nas restrições de capacidade”, apresenta uma discussão
de várias técnicas de análise de capacidade produtiva, entre elas o RCCP. O artigo se torna ainda mais in-
teressante por ampliar o conhecimento sobre diversas técnicas de análise podendo ampliar o repertório
do aluno no caso de futuras análises de capacidade produtiva que se façam necessárias. Disponível em:
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2003_tr0103_0787.pdf>. Acesso em: 4 out. 2017.
111/205
Considerações Finais (2/2)
112/205
Referências
114/205
Questão 2
2. Assinale a alternativa que apresenta o que é disponível para promessa.
a) Quantidade de horas ou produtos que pode ser ofertado a clientes em sistemas feitos para
estoque ou componentes para montagem.
b) Quantidade de horas ou produtos que pode ser ofertado a clientes em sistemas feitos con-
forme pedido.
c) Quantidade de horas ou produtos que pode ser ofertado a clientes em sistemas montados
conforme pedido, considerando apenas seus itens finais.
d) Quantidade de horas ou produtos que pode ser ofertado a clientes em sistemas projetados
conforme pedido.
e) Quantidade de horas ou produtos que pode ser ofertado a clientes em sistemas com aquisi-
ções conforme pedido.
115/205
Questão 3
3. Assinale a alternativa correta. Quando se fala de itens feitos conforme
pedido, qual a estratégia melhor se adequa para gerar o Programa Mestre
de Produção?
116/205
Questão 4
4. Assinale a alternativa correta. Com a análise grosseira da capacidade pro-
dutiva podemos afirmar:
a) Quais centros de trabalho e em quais períodos não teremos capacidade produtiva suficiente
para atender às necessidades impostas pelas demandas.
b) Qual ordem de produção será atendida primeiro.
c) Se o sistema fabril tem um bom projeto de layout.
d) Que a carteira de pedidos está completa.
e) Serão necessárias compras de novos maquinários no horizonte de planejamento de curto
prazo.
117/205
Questão 5
5. Para calcular a demanda no MPS consideramos o valor máximo entre
quais dados:
118/205
Gabarito
1. Resposta: C. 3. Resposta: B.
Programa Mestre desdobra as necessidades Por se tratar de itens feitos conforme pedido
colocadas em termos de famílias de produ- deve se tratar com itens concretos, reporta-
tos em itens individualizados, tornando-se dos pela carteira de pedidos.
assim a interface entre atividades de pla-
nejamento e controle dentro dos sistemas 4. Resposta: A.
produtivos.
Podemos apenas afirmar que a capacidade
2. Resposta: A. produtiva não é suficiente para atender às
necessidades da demanda, até mesmo uma
Disponível para promessa trata da disponi- análise afirmativa da capacidade não é viá-
bilidade expressa em horas ou até mesmo vel, pois existem questões inerentes ao pro-
itens disponíveis para períodos futuros. É o cesso produtivo que podem impossibilitar a
quanto você poderá prometer a um cliente concretização do Programa Mestre (quebra
sem atrapalhar ou ter que reprogramar as de máquina, falta de energia etc).
atividades produtivas já programadas.
119/205
Gabarito
5. Resposta: C.
120/205
Unidade 6
Sistemas de Coordenação de Ordens
1. Objetivos
121/205
2. Introdução
O tema seis traz os estudos de como deve vêm da explosão da lista de materiais), além
ser realizada a programação da execução de a emissão da ordens de produção e de
das tarefas de um sistema produtivo. Quan- compra forem vinculadas às necessidades
do se fala de programação da execução de de materiais e componentes. Os métodos
tarefas em um sistema produtivo, procura- utilizados para essa organização são co-
-se definir para as pessoas do chão de fábri- nhecidos como Sistemas de Coordenação
ca as respostas para algumas perguntas co- de Ordens (SCO).
muns no cotidiano produtivo, o que realizar
(comprar, produzir ou entregar?), quando
realizar, quanto realizar e quem deve reali-
zar. Realizar essa coordenação só é possível
se, sistematicamente, as necessidades para
a execução da programação forem conhe-
cidas em seus mínimos detalhes (necessi-
dades de materiais e/ou componentes que
Link
No artigo de Paulo César Augustus Medes Quezado, Carlos Roberto de Oliveira Cardoso e Dálvio Fer-
rari Tubino, “Programação e controle da produção sob encomenda utilizando PERT/CPM e heurísticas”, há
um exemplo mais detalhado de um sistema de pedido programado, utilizando além do Gráfico de Gantt
outras ferramentas de gestão de projetos para pedidos sob encomenda. Disponível em: <http://www.
abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1999_A0381.PDF>. Acesso em: 4 out. 2017.
Reparem que o cálculo de netting apenas verifica a necessidade real, não havendo estoque do
item seu valor é igual ao que vem do MPS, já o offsetting considera o valor de leadtime, que no caso
é =1, e desloca o valor provindo do netting para o período em que a produção deve ser executada
para não haver atrasos no sistema produtivo.
Link
No artigo de Rodolfo Florence Teixeira Junior, Flavio César Faria Fernandes e Néocles Alves Pereira, “Apli-
cação e operacionalização do sistema de coordenação de ordens period batch control (PBC) em fundições de
mercado”, apresenta-se uma outra metodologia de fluxo programado utilizada para produção em lotes o
Period Batch Control (PBC), em inglês ou Controle por Período de Lote, aplicado a uma empresa produtora
de molde. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2007_tr570427_8997.
pdf>. Acesso em: 4 out. 2017.
138/205
Considerações Finais (1/2)
139/205
Considerações Finais (2/2)
140/205
Referências
CORREA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just in time, MRP II e OP: um enfoque estratégico. 2. ed. São Pau-
lo. Atlas, 1996.
FERNANDES, F. C. F.; GODINHO FILHO, M. Planejamento e controle da produção: dos funda-
mentos ao essencial. São Paulo. Atlas, 2010.
MONDEN, Y. Toyota production system. Industrial Enginerring and Management Press, Nor-
cross, GA, 1993.
SIPPER, D.; BULFIN JR., R. L. Production planning, control and integration. Nova Iorque. MC-
Graw-Hill, 1997.
VOLLMANN, T. E.; BERRY, W. L.; WHYBARK, D. C. Manufacturing planning and control systems.
4. ed. Nova Iorque. MCGraw-Hill, 1997.
142/205
Questão 2
2. Com relação ao sistema de pedido controlado, assinale a alternativa
correta.
143/205
Questão 3
3. Assinale a alternativa correta. Em um sistema controlado por nível de
estoque:
144/205
Questão 4
4. Assinale a alternativa correta. Em sistema de fluxo programado:
145/205
Questão 5
5. Assinale a alternativa correta. Sistemas kanban e MRP são exemplos de,
respectivamente:
146/205
Gabarito
1. Resposta: C. 4. Resposta: A.
Em SCO, busca-se uma sistemática que me- Sistema utilizado para coordenação base-
lhor organiza o fluxo de materiais e informa- ado no congelamento do Programa Mestre
ções em um sistema produtivo. de Produção, fazendo com que todas as ati-
vidades/tarefas no sistema sejam executa-
2. Resposta: C. das para garantir que o fluxo programado
ocorra.
Sistema utilizado para coordenação de
construção de pontes, prédio e afins, possui 5. Resposta: A.
alta variabilidade de itens finais possíveis,
utilizando a sistema de gestão de projetos. Kanban é o maior expoente dos sistemas de
controle por nível de estoque e o MRP um
3. Resposta: B. dos principais sistemas controlados por flu-
xo programado.
Sistema utilizado para coordenação base no
estoque do processo subsequente.
147/205
Unidade 7
Controle de Estoques
1. Objetivos
148/205
2. Introdução
Trataremos agora sobre controle de esto- bre os sistemas de controle de estoque do
ques, mais precisamente de sistemas de ponto de vista contábil, fiscal e gerencial.
controle de estoques. Anteriormente, abor- No caso estudado será trabalhado com o
damos sistemas que utilizam a posição do ponto de vista gerencial.
estoque da atividade subsequente para de-
finição da necessidade de produção ou não, As decisões sobre estoques afetam dire-
em que os sistemas de fluxo controlado a tamente os riscos que as empresas estão
posição do estoque ajudava a definir a ne- dispostas a ter para seus retornos, existem
cessidade líquida de itens a serem produzi- riscos de obsolescência de itens estocados,
dos. Apenas com esses dois exemplos já é existe risco de falta de itens, se os estoques
possível observar a importância de uma boa forem mal dimensionados, existe o risco do
sistemática para o controle de estoques. nível de serviço da empresa (capacidade de
atendimento da empresa) ser afetado pela
Há um consenso sobre a definição de es- falta de estoques.
toque que seriam os itens guardados para
consumo posterior, sejam eles provindos de Controlar estoques significa definir o que
fornecedores internos ou externos. Porém, pedir, quando e quanto pedir. Além disso,
apesar de a definição de estoque ser con- o sistema definido para controle do esto-
sensual, a definição de sistema de controle que deve conseguir definir quem emitirá o
de estoques não é. Existem divergências so- pedido de compra, garantir que a ordem de
Considerando um sistema de revisão contínua quando o estoque chegar ao nível P, deve-se com-
prar Q unidades desse item. Os cálculos de Q já foram demonstrados nesse tema, já P pode ser
calculado da seguinte forma:
161/205
Considerações Finais (1/2)
• Estoque são os itens guardados para consumo posterior, sejam eles provin-
dos de um fornecedor interno ou externo. Controle de estoque são as de-
cisões sobre estoques que afetam diretamente os riscos que as empresas
estão dispostas a ter para seus retornos, existem riscos de obsolescência de
itens estocados, de falta de itens, se os estoques forem mal dimensionados,
de risco do nível de serviço da empresa (capacidade de atendimento da em-
presa) ser afetado pela falta de estoques;
• Os custos de estoques servirão de variáveis básicas para os cálculos de oti-
mização de estoques, seja por execução de um lote econômico de compra
ou por um lote econômico de aquisição ou pelo acompanhamento do giro
de estoque;
• Estoque de segurança é uma determinada quantia de material que ficará
disponível em estoque para que, independentemente das variações de de-
manda, haja material disponível na empresa;
162/205
Considerações Finais (2/2)
163/205
Referências
CORREA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just in time, MRP II e OP: um enfoque estratégico. 2. ed. São Pau-
lo. Atlas, 1996.
FERNANDES, F. C. F.; GODINHO FILHO, M. Planejamento e controle da produção: dos funda-
mentos ao essencial. São Paulo. Atlas, 2010.
MONDEN, Y. Toyota production system. Industrial Enginerring and Management Press, Nor-
cross, GA, 1993.
SIPPER, D.; BULFIN JR., R. L. Production planning, control and integration. Nova Iorque. MC-
Graw-Hill, 1997.
VOLLMANN, T. E.; BERRY, W. L.; WHYBARK, D. C. Manufacturing planning and control systems.
4. ed. Nova Iorque. MCGraw-Hill, 1997.
165/205
Questão 2
2. Assinale a alternativa que apresenta as diferenças entre lote econômico
de compra (LEC) e de produção (LEP).
166/205
Questão 3
3. Com relação a principal crítica ao Lote Econômico de Produção, analise
os itens:
167/205
Questão 4
4. Assinale a alternativa correta. Com relação às formas de cálculo, o sis-
tema de revisão periódica e o sistema de revisão contínua diferem:
168/205
Questão 5
5. Com relação aos aspectos envolvidos na garantia do estoque de segu-
rança, assinale a alternativa correta:
169/205
Gabarito
1. Resposta: B. 3. Resposta: E.
Sistema de Controle de Estoque busca defi- Difícil contabilização de custos para gerar
nir qual é o momento correto para execução os cálculos, pois algumas de suas variáveis
de solicitações de ressuprimentos, afim de são levantadas com base em estimativas;
evitar estoques desnecessários e faltas no não compreende a ideia de nivelamento
processo produtivos. da produção, a análise é feita sobre o en-
foque apenas de custos, acaba sendo uma
2. Resposta: A. análise de ótimo local, que não gera um
ótimo global; parametrização relacionada
O lote de econômico de compra considera diretamente a demanda, que é variável.
reposições pontuais, enquanto o lote eco-
nômico de produção considera que o pro- 4. Resposta: D.
cesso produtivo está constantemente re-
pondo produtos no sistema, de forma que a Deve-se considerar o período entre avalia-
demanda passa a ser uma função do tempo. ções de estoque, porém em um sistema de
revisão contínua esse tempo é zero, ficando
apenas o leadtime.
170/205
Gabarito
5. Resposta: E.
171/205
Unidade 8
Estratégias de Produção
1. Objetivos
172/205
2. Introdução
No último tema serão vistas as estratégias mercado por meio de práticas que visavam
que permeiam os sistemas produtivos. Es- à melhoria permanente, ampliar a fatia de
tratégias de produção são princípios defini- mercado que a empresa detém, reduzir o
dos para o controle e planejamento da pro- tempo de resposta ao cliente (por meio de
dução, determinando qual seria o melhor redução do tempo de fluxo dos materiais
sistema de coordenação de ordens para um dentro da empresa) e a eliminação de des-
sistema produtivo. Nesse tema serão abor- perdícios.
dadas três estratégias produtivas: Just in
A Manufatura Enxuta (ME) difere do JIT,
Time, Planejamento de Recursos de Manu-
pois trata-se de uma estratégia de Gestão
fatura (MRP II, em inglês) e a Teoria da Res-
de Produção, que é mais complexo e com-
trições.
pleto que uma estratégia de controle, pois
visualiza também pontos de organização
2.1 Just in time
e liderança na produção. A ME pode então
Just in time (JIT) é a estratégia de controle da ser definida como uma abordagem na qual
produção desenvolvida na Toyota, durante existe uma melhor maneira de gerenciar as
a década de 1970. Sua formulação se deu interações entre uma empresa e seus clien-
com objetivos competitivos da empresa, tes, sua cadeia de fornecedores e operações
buscando a perpetuidade da empresa no de tal forma que com menos recursos possa
173/205 Unidade 8 • Estratégias de Produção
se fazer mais, o JIT faz uma análise apenas Seguem os principais princípios ligados in-
das relações de controle ou ao controle re- diretamente ao PCP:
lacionados.
• Eliminação de desperdícios: desmem-
Os princípios do JIT podem ser relaciona- brados como sete tipos de desperdí-
dos como direta ou indiretamente ligados cio para facilitar a visualização e ação
ao PCP. Os princípios do JIT diretamente li- de correção, corresponde ao processo
gados ao PCP são itens que afetam direta- de eliminar atividades que não agre-
mente etapas de controle ou planejamento guem valor ao bem ou serviço. São co-
da produção, como por exemplo o princípio nhecidos como os sete desperdícios:
de produção de lotes unitários que acaba
• Superprodução: produção acima
afetando a forma como se executa o desdo-
do necessário;
bramento de uma Programa Mestre de Pro-
dução. Os princípios ligados indiretamente • Tempo de espera: erro de projeto
ao PCP podem ser utilizados em sistemas de trabalho que faz com que a má-
produtivos que sejam regidos por outras quina espere o homem ou que o
estratégias, é o exemplo do princípio da eli- homem espere a máquina;
minação de desperdícios, que pode ser utili- • Transporte: transferências internas
zado em qualquer sistema produtivo. de materiais não agregam valor;
174/205 Unidade 8 • Estratégias de Produção
• Processamento: quando o proces- momentos de planejamento em sis-
so pelo qual o material passa não temas produtivos com a estratégia
possui falhas que fazem com que se JIT. Eles fazem parte de grupos de me-
gastem mais recursos para atender lhoria contínua dentro do espaço de
ao mesmo resultado; trabalho, possuem autonomia para
• Estoque; solicitar paradas de linha, programam
materiais (kanban) entre outras ativi-
• Movimento: relacionado a movi- dades;
mentações desnecessárias do co-
laborador no ambiente de trabalho; • Gestão da Qualidade Total (TQM, em
inglês): é um conjunto de ferramen-
• Produtos defeituosos: produtos tas de controle da qualidade que o JIT
defeituosos geram desperdícios de utiliza. O apelo pela qualidade é mui-
recursos que deverão ser descarta- to grande dentro da estratégia JIT, fa-
dos e recursos que serão alocados zendo uso de ferramentas estatísticas
para refazer o item descartado. e de gestão para análise de variações
• Envolvimento dos trabalhadores na do sistema produtivo, suas correções
tomada de decisão: os trabalhadores e possíveis melhorias. Entre as ferra-
participam diretamente em diversos mentas utilizadas no TQM estão os
175/205 Unidade 8 • Estratégias de Produção
diagramas de Ishikawa, Pareto, his- contínua com acerto de parâmetros,
togramas, listas de verificações entre resultado de um processo iterativo de
outros; melhorias pequenas ao longo do tem-
• Recebimentos just in time: a ideia de po; a radical se dá por um salto quali-
receber materiais exatamente no mo- tativo grande, que pode ser realizado
mento necessário, de difícil ocorrên- por meio de incremento de uma nova
cia no cotidiano das empresas por tecnologia;
depender de uma série de variáveis, • Funcionários multifuncionais: colabo-
como fatores logísticos, fatores exter- radores que desempenhem múltiplas
nos de produção (fornecedores, ser- tarefas dentro de um sistema produ-
viços terceirizados etc.) e internos de tivo são cruciais para a estratégia JIT,
produção (quebra de máquinas, falta pois o absenteísmo não pode afetar
de energia, entre outros); o fluxo de materiais da empresa e ao
• Melhorias: a busca pela melhoria está mesmo tempo não deve haver ociosi-
no cerne do JIT. Nessa estratégia de dades de colaboradores;
produção existem dois tipos de me- • Zero defeito (Ferramentas de Controle
lhoria: incremental ou radical. A in- da Qualidade): metodologias de con-
cremental se dá por meio da melhoria trole de qualidade que garantem a não
176/205 Unidade 8 • Estratégias de Produção
existência de defeitos no sistema pro- desses valores gera parada de linha
dutivo, a fim de evitar o desperdício para correções. Na aparição de se-
de recursos. Ferramentas de controle quências de seis valores, subindo
estatístico são extremamente impor- ou descendo, também é aconse-
tantes para execução de controle. Al- lhada a parada de linha;
gumas ferramentas seriam: • Jidoka seriam máquinas que detec-
• Poka-yoke é uma ferramenta utili- tam automaticamente variações
zada na sistemática de zero defei- no processo produtivo;
tos, essa ferramenta utiliza de um • Quando ocorre uma falha no sis-
projeto de trabalho que evita erros tema produtivo, conhecida como
não intencionais; efeito, existem ferramentas para
• Para verificação de desvios no pro- verificar suas causas. Entre as fer-
cesso produtivo a ferramenta uti- ramentas para identificação dessas
lizada é o controle estatístico de causas existe o diagrama de cau-
processo, que calcula limites ad- sa-efeito ou diagrama espinha de
missíveis de variação de atributos peixe ou diagrama de Ishikawa. O
(características de produtos ou diagrama dispõe o efeito apresen-
serviços), qualquer variação fora tado e seis possíveis macro causas,
177/205 Unidade 8 • Estratégias de Produção
conhecidos como 6Ms (método, mão de obra, máquina, métrica, meio ambiente, maté-
ria-prima).
188/205
Referências
CORREA, H. L.; GIANESI, I. G. N. Just in time, MRP II e OP: um enfoque estratégico. 2. ed. São Pau-
lo. Atlas, 1996.
FERNANDES, F. C. F.; GODINHO FILHO, M. Planejamento e controle da produção: dos funda-
mentos ao essencial. São Paulo. Atlas, 2010.
MONDEN, Y. Toyota production system. Industrial Enginerring and Management Press, Nor-
cross, GA, 1993.
SIPPER, D.; BULFIN JR., R. L. Production planning, control and integration. Nova Iorque. MC-
Graw-Hill, 1997.
VOLLMANN, T. E.; BERRY, W. L.; WHYBARK, D. C. Manufacturing planning and control systems.
4. ed. Nova Iorque. MCGraw-Hill, 1997.
190/205
Questão 2
2. Entre as atividades que ocorrem no MRP-II, não pode ser citado:
a) Previsão de demanda.
b) Planejamento agregado da produção.
c) Programa Mestre de Produção.
d) Kanban.
e) Análise de Capacidade (RCCP).
191/205
Questão 3
3. Dentre os princípios da Teoria das Restrições, julgue os itens a seguir
em V (verdadeiro) ou F (falso).
192/205
Questão 4
4. Assinale a alternativa que apresenta itens que podem ser correlaciona-
dos:
193/205
Questão 5
5. Assinale a alternativa correta. Sistemas MRP pode ser relacionado à estra-
tégia de produção:
a) MRP-II.
b) JIT.
c) OPT.
d) TOC.
e) POLCA.
194/205
Gabarito
1. Resposta: E. 4. Resposta: C.
No JIT se estimula o desenvolvimento de Kanban é o sistema de coordenação de or-
melhoria contínua, os sistemas produtivos dens do JIT.
são puxados, objetivo de produção zero de-
feitos e grande participação dos colabora- 5. Resposta: A.
dores do chão de fábrica.
Sistema de coordenação de ordens MRP são
2. Resposta: D. regidos por MRP-II que consideram além
dos materiais a serem utilizados outros re-
Kanban é o sistema de coordenação de or- cursos, como recursos de mão de obra.
dens utilizado pela estratégia JIT.
3. Resposta: E.
Todos os itens citados fazem parte dos 11
princípios da Teoria da Restrições.
195/205