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Índice
1. Introdução............................................................................................................................ 3
5. Conclusão ............................................................................................................................ 9
1. Introdução
O presente trabalho tem como tema procedimento disciplinar nas empresas e inicia com a
definição do procedimento disciplinar, descrevendo em seguida todas as fases do procedimento
disciplinar, sendo elas a fase da acusação, da defesa, da Instrução, da decisão e da impugnação.
São abordados ainda, os aspectos como infracções disciplinares, despedimento por infracção
disciplinar, processo disciplinar, causas de invalidade do processo disciplinar, e impugnação do
despedimento.
O objetivo deste trabalho é trazer o embasamento teórico sobre a importância que um tema
como o procedimento disciplinar pode ter na relação jurídica entre o trabalhador e a entidade
empregadora, neste caso a empresa.
1.1.Objectivos
a) Geral
Compreender o procedimento disciplinar nas empresas;
b) Específicos
Definir procedimento disciplinar;
Descrever as fases do procedimento disciplinar;
Conceptualizar infracções disciplinares;
Explicar o despedimento por infração disciplinar;
Explicar o processo disciplinar;
Indicar as causas de invalidade do processo disciplinar.
1.2.Metodologia
2. Procedimento disciplinar
Segundo Ramalho (2010, p. 30), a subordinação jurídica “põe em evidência o binómio subjetivo
desigual que caracteriza o vínculo laboral em razão da sujeição de uma das partes aos poderes
laborais de direção e disciplina que incubem à outra parte”.
Fase de acusação
O procedimento disciplinar laboral é iniciado pela fase acusatória. O propósito desta fase é
descrever os factos suscetíveis de configurar a prática de uma infração disciplinar e a sua
imputação ao trabalhador, através da elaboração de nota de culpa.
O empregador dispõe de 60 dias, desde que teve conhecimento do ato, para reagir
disciplinarmente contra a prática de comportamentos laborais irregulares.
Entende-se, então, que enquanto os elementos que permitem compor uma acusação
devidamente circunstanciada não chegam ao conhecimento da entidade empregadora, a mesma
não se encontra em condições legais de exercer o direito de ação disciplinar, o prazo de
caducidade não se poderá ter por iniciado. (Sousa, 2019).
Para Xavier (1989, p. 449), “não interessa tanto o conhecimento da infração, como o do seu
autor, pois um processo disciplinar supõe que haja alguém indicado pela prática de uma
infração”.
Fase de defesa
A fase de defesa serve para o trabalhador, querendo, proceder à consulta dos autos disciplinares
para recolha de informações relevantes para sua defesa e responder à nota de culpa, caso
pretenda, apresentando os elementos que abonam a seu favor e solicitando diligências
probatórias que se mostrem pertinentes para o esclarecimento da verdade (Pinheiro, 2020, p.
211).
Assim, a fase de defesa pressupõe a notificação da nota de culpa ao trabalhador, por forma a
que este possa fazer-se valer do princípio do contraditório. Este princípio estabelece que
nenhuma decisão sancionatória pode ser proferida sem que previamente tenham sido
conferidas, neste caso, ao trabalhador a possibilidade de discutir, contestar e de enquadrar os
factos de que é acusado.
Segundo Sousa (2014), caso o trabalhador seja representado por advogado, o advogado goza
do direito de assistir à produção da prova de defesa.
Fase de instrução
A finalidade da fase de instrução é a produção e recolha dos meios probatórios que foram
requeridos pelo trabalhador (mas não só) e que incidem sobre os factos controvertidos ou
carecidos de prova, relevantes para a descoberta da verdade (Pinheiro, 2020).
De acordo com Sousa (2014), entende que deveria existir uma norma jurídica que consagra a
necessidade da instrução prévia à comunicação da nota de culpa, devendo dar-se conhecimento
do seu início ao trabalhador em causa, por forma a assegurar mais garantias de defesa e
imparcialidade.
Fase de decisão
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É na fase da decisão que a entidade empregadora decide e transmite ao trabalhador qual a sanção
aplicável ou transmite a não aplicação de sanção.
No entanto, é importante referir que, caso a entidade empregadora não pretenda aplicar qualquer
sanção disciplinar, poderá limitar-se a uma atitude omissiva.
Nesta fase do procedimento importa, portanto, conhecer quais as sanções que podem ser
aplicadas ao trabalhador e quais os princípios que devem ser tidos em consideração aquando da
aplicação da sanção.
Impugnação
Os factos descritos na decisão não podem ultrapassar os factos constante na nota de culpa e na
resposta à nota de culpa, salvo se atenuarem a responsabilidade do trabalhador, assim como na
impugnação.
Na hipótese de existir uma sanção decidida e não aplicada dentro do prazo legal, nada impede
o trabalhador de impugnar a sanção, coincidindo o prazo de impugnação interna com o prazo
de impugnação judicial (Sousa, 2014).
Para Veiga (2000, p. 345), “o prazo de impugnação judicial é de três meses”. Neto (2004, p.
22), assim como a maioria da jurisprudência, entende que o prazo é de um ano.
3. Infração dicisplinar
É o facto ou comportamento voluntário (uma acção ou uma omissão) praticado pelo trabalhador
com violação dos seus deveres profissionais. Significa que o trabalhador pode ser punido “por
fazer o que é proíbido” ou “por deixar de fazer o que é devido”.
Um dos deveres do trabalhador é apresentar-se no seu local de trabalho a tempo e horas, e todos
os dias de trabalho, para realizar a sua actividade. Ou seja, o trabalhador tem o dever de
pontualidade e de assiduidade.
A questão de a infracção disciplinar ser praticada com intenção ou não, e a forma como a mesma
é praticada, tem uma importância especial no momento de decidir qual a sanção disciplinar a
aplicar ao arguido.
O artigo 101º, da Lei nº8/85, de 14 de Dezembro, dispõe que a aplicação das medidas
disciplinares é precedida de um processo disciplinar formal em que conste a nota de culpa e a
defesa do arguido, eventualmente produzida. Trata-se da afirmação de um dos direitos
fundamentais do cidadão, o direito de defesa, consagrado na Constituição e nas demais e
variadas normas legais do nosso ordenamento jurídico.
É certo que nos casos de processo disciplinar por abandono de lugar o imperativo do direito de
defesa encontra-se ligeiramente atenuado, ao se consagrar na lei a possibilidade de não audição
do arguido e, eventualmente, a não notificação da acusação, nos casos em que o seu paradeiro
não for conhecido — artigo 202º, nº 1, do Decreto nº 14/87, de 20 de Maio, aplicável
subsidiariamente por força do artigo 10º,do Código Civil. Mas isso pressupõe, como o direito
impõe e é de justiça, que a entidade empregadora cumpra o ónus de provar que o paradeiro do
infractor não é conhecido, o que no caso em apreço não se verifica.
4. Processo Disciplinar
É definido o processo disciplinar, seu pressuposto, suas finalidades e quem tem competência
punitiva em face do servidor infrator. Também é enfrentada a controvérsia sobre reserva legal
na descrição do ilícito disciplinar, bem como a necessidade, ou não, de correlação lógica da
infração com a penalidade consagrada no ordenamento. São apresentadas as correntes distintas
quanto a ser indispensável, ou não, tipicidade na descrição da infração, na previsão legal das
sanções e na definição de qual penalidade deve ser aplicada, introduzindo-se as ideias de
vinculação e discricionariedade no poder de punir do Estado. Também se explica o dever de
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motivação como condição para sancionar o servidor, bem como a obrigatoriedade de o Poder
Público coletar os dados fáticos que ensejem a punição, em cumprimento à verdade material.
Ao final, indicam-se os efeitos da penalidade disciplinar, bem como a legitimidade de se
impugnar a decisão sancionatória.
O processo disciplinar é nulo, regra geral, sempre que não tenham respeitado alguma das
formalidades estabelecidas por lei para a sua elaboração-cfr: Artigo 68, n.ᵒ1, alínea a) da lei do
trabalho, nomeadamente: “a falta de requisitos de culpa”; “a falta de notificação da nota de
culpa ao trabalhador arguido”; “a falta de audição do trabalhador arguido”; “a falta de remessa
dos autos ao órgão sindical”; ou “a falta de fundamentação da decisão final do processo
disciplinar”.
5. Conclusão
Constitui infração disciplinar toda a ação ou omissão do servidor que possa comprometer a
dignidade e o decoro da função pública, ferir a disciplina e a hierarquia, prejudicar a eficiência
dos serviços públicos ou causar prejuízo de qualquer natureza à Administração.
O processo disciplinar é invalidado pelas causas como a falta de requisitos da de culpa; a falta
de notificação da nota de culpa ao trabalhador arguido”; “a falta de audição do trabalhador
arguido; a falta de remessa dos autos ao órgão sindical; ou a falta de fundamentação da decisão
final do processo disciplinar.
O objectivo da impugnação de despedimento é fazer com que seja declarado pelo tribunal ilegal
o despedimento ou a rescisão do contrato.
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6. Referências bibliográficas
Processo nº 76/99
Ramalho, Maria do Rosário Palma (2001). Poder disciplinar laboral e processo disciplinar
para despedimento. Lisboa: Portugal, Almedina.