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AO 1º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE ARACAJU/SE

Processo nº 202240100057

JOSÉ AILTON SILVA PEREIRA, já qualificado nos autos em


epígrafe, por sua Advogada que esta subscreve, onde recebe intimações (e-mail:
carlacrimosa@yahoo.com.br), nos autos em epígrafe que move em face de A
WANG PRESENTES VARIEDADES - EIRELI, vem à presença de Vossa
Excelência, não se conformando, data vênia, com a respeitável sentença, recorrer,
com amparo no art. 41 da Lei 9.099/95, para o Egregio Colégio Recursal deste
Juizado, na conformidade das inclusas razões.

Requer, para tanto, seja o presente recurso regularmente


recebido e processado.

Termos que
pede deferimento.

Aracaju, 15 de maio de 2022.

Bela. Carla Cristiane Morais Santos Pereira


OAB/SE 10.030

79 99943-2265 | carlacrimosa@yahoo.com.br
RAZÕES DO RECURSO

Processo nº 202240100057

1º Juizado Especial Cível da Comarca de Aracaju/SE

Ação de Indenização

Recorrente: JOSÉ AILTON SILVA PEREIRA

Recorrido: A WANG PRESENTES VARIEDADES - EIRELI

Colenda Turma

Eméritos Julgadores

I- Da justiça gratuita e do preparo

O Recorrente pleiteia a concessão dos benefícios da justiça


gratuita, com fulcro no art. 98 e seguintes do NCPC e na Lei1.060/50, em virtude
de ser pessoa pobre na acepção jurídica da palavra e sem condições de arcar com
os encargos decorrentes do processo, sem prejuízo de seu próprio sustento e de
sua família.

Outrossim, deixara de recolher devidamente as custas do preparo


pertinente ao ato, uma vez que pleiteia os benefícios da Justiça Gratuita.

II- Dos fatos

Inicialmente, ressalta necessário e oportuno levar ao


conhecimento desta Colenda Corte, um breve relato dos fatos, visando melhor
aclarar as razões deste Recurso Inominado, adiante delineadas.

O ora Recorrente efetuou a compra de um aparelho de cortar


cabelo/barba junto à empresa recorrida, optando pelo pagamento parcelado em

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5x no valor de R$ 24,00 (vinte e quatro reais), totalizando o valor de totalizando
o valor de R$ 120,00 (cento e vinte reais). Porém, em menos de 01 (uma) semana
após a aquisição do aparelho, ele passou a apresentar defeitos que
impossibilitaram seu uso.

Recebida a ação, designou-se audiência de conciliação, que


restou infrutífera.

O Magistrado de primeiro grau sentenciou o feito, julgando


procedente em parte o pedido, por entender que a reparação moral, somente seria
cabível se demonstrasse ofensa ao direito de personalidade do comprador.

Ocorre que, com o devido respeito que merece o MM. Juiz a quo,
no caso sub judice ele se equivocou em sua Sentença.

Em síntese, o necessário.

III- Do mérito

Não obstante o notório brilhantismo do ilustre Magistrado de


primeiro grau, a r. sentença que julgou procedente em parte os pedidos feitos pelo
Recorrente não devem prevalecer, vez que não representa o melhor direito para
o caso.

3.1 – Da reforma da decisão

Ao contrário do declarado na r. sentença ora impugnada, o dano


moral nas relações de consumo se caracteriza quando um fornecedor coloca no
mercado de consumo um bem ou um serviço que prejudique o consumidor.

A pretensão do Recorrente encontra respaldo legal no Art. 927 do


Código Civil, in verbis:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

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Nesse mesmo toar, oportuníssimo é o magistério do MINISTRO
FLAQUER SCARTEZZINI, a saber:

“Danos morais são lesões sofridas pelo sujeito físico ou


pessoa natural de direito em seu patrimônio ideal,
entendendo-se por patrimônio ideal, em contraposição ao
patrimônio material, o conjunto de tudo aquilo que não seja
suscetível de valor econômico. Seu elemento característico
é a dor, tomado o termo em seu sentido amplo, abrangendo
tanto os sofrimentos meramente físicos como os morais
propriamente ditos. Danos morais, pois seriam
exemplificadamente os decorrentes das ofensas à honra, ao
decoro, à paz interior de cada qual, às crenças íntimas, aos
sentimentos efetivos de qualquer espécie, à liberdade, à
vida, à integridade corporal. A indenização por danos
morais é questão jurídica vencida na doutrina e na
jurisprudência pátria, sendo largamente aplicada no direito
de todos os povos cultos.” (ADV/COAD, 1985, P. 282, EM
21.826).

O dano simplesmente moral independe de repercussão no


patrimônio, existe tão somente pela ofensa, e dela é presumido, sendo o bastante
para justificar a indenização.

Ora, nobre julgador, restou devidamente comprovado que as


esferas patrimonial e emocional foram plenamente atingidas, sendo que os
efeitos do ato ilícito praticado pelo Recorrido alcançaram a vida íntima do
Recorrente, que viu quebrada a paz, a tranquilidade e a harmonia, lhe originando
sequelas que se refletem em sérios danos morais.

Não obstante, é notória que com sua conduta negligente, o


Recorrido violou diretamente o direito do Recorrente, qual seja, de ter sua paz
interior e exterior abalada por situações com ao qual não concorreu. Devendo ser
indenizado pelo abalo moral sofrido em decorrência do ato ilícito.

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IV- Dos pedidos
Ante o exposto, requer:
a) Seja deferido os benefícios da justiça gratuita;
b) O recebimento, conhecimento e processamento do presente
RECURSO INOMINADO, em razão de ser próprio e tempestivo no mérito, sendo,
portanto, o presente recurso totalmente provido para, requer à Turma que se
digne de modificar in totum a sentença de primeira instância, julgando
procedentes os pedidos de indenização e danos morais do Recorrente.

Termos que
Pede deferimento.

Aracaju, 15 de maio de 2022.

Bela. Carla Cristiane Morais Santos Pereira


OAB/SE 10.030

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