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Objetivos
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Linguística V
Estamos dando os primeiros passos neste curso, mas você já deve ter
se dado conta de que o termo leitura é bastante complexo, não é mesmo?
A ideia de que leitura é abrir um livro e lê-lo é bastante redutora, você
concorda? Afinal, conforme exposto na Aula 1, estamos o tempo todo
lendo o mundo, atribuindo significados ao que olhamos, ao que ouvi-
mos, ao que falamos e nos é falado, entre outras experiências que su-
peram, em muito, a leitura de um livro. Também podemos ser fisgados
pelos movimentos gestuais de uma dança, pela imagem de um quadro,
por uma cena de filme, pela melodia e pelo ritmo de uma música. Todas
essas experiências possuem, em seu cerne, uma leitura negativa ou po-
sitiva que lhes atribuímos.
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Aula 4 • Leitura e percurso de sentidos
Aula 4 •
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Pode-se, então, conceber uma ciência que estude a vida dos signos
no seio da vida social; ela constituiria uma parte da psicologia
social e, por conseguinte, da Psicologia Geral; chamá-la-emos de
Semiologia (do grego semeion, “signo”). Ela nos ensinará em que
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Linguística V
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Linguística V
Holloflin
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Anneke Wolf
Barry Goyette
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Linguística V
Signo na
Cadeia de signos
teoria de Signo na teoria de Hjelmslev
“A luta continua!”
Saussure
Forma do conteúdo: estrutura
morfológica e sintática
Plano do conteúdo Substância do plano de conteú-
Significado (forma do conteúdo/substância do conteúdo) do: “ideia” a que a cadeia remete
___________________ ____________________________________________________________________________
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Atividade 1
Atende ao objetivo 1
Resposta comentada
Para a semiótica francesa, o texto figura como objeto de significação e
objeto de comunicação. Dessa perspectiva teórica, define-se que ele pode
ser verbal (romance, artigo científico, etc.), não verbal (pintura, escul-
tura, etc.) e também sincrético (teatro, filme, dança, etc.), permitindo,
desse modo, que os sentidos sejam depreendidos de diferentes textuali-
dades, como pintura, música, dança, romance, história em quadrinhos,
filmes etc.
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Linguística V
Isadora
Descalça, despida, envolvida apenas pela bandeira argentina,
Isadora Duncan dança o hino nacional.
Comete esta ousadia numa noite de 1916, num café de estudan-
tes de Buenos Aires, e na manhã seguinte todo mundo sabe: o
empresário rompe o contrato, as boas famílias devolvem suas
entradas ao Teatro Colón e a imprensa exige a expulsão imediata
desta pecadora norte-americana que veio à Argentina para ma-
cular os símbolos pátrios.
Isadora não entende nada. Nenhum francês protestou quan-
do ela dançou a Marselhesa com um xale vermelho como traje
completo. Se é possível dançar uma emoção, se é possível dançar
uma ideia, por que não se pode dançar um hino?
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Aula 4 • Leitura e percurso de sentidos
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Arnold Genthe
Haylli
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Linguística V
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Quadro 4.2: Termos que se relacionam, significação que essa relação produz e sua exemplificação a partir
de uma oposição.
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Linguística V
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atentar para o fato de que não é o leitor que determina tais qualificações:
elas são definidas no texto que as inscreve.
A partir disso, como você imagina que as oposições possam ser qua-
lificadas no texto “Isadora”? Considerando o modo pelo qual o texto
inscreve liberdade e opressão, podemos afirmar que a liberdade é eufó-
rica e a opressão, disfórica. A negação da opressão que o texto apresen-
ta de Isadora pode ser depreendida nos seguintes fragmentos: “Isadora
é inimiga declarada da escola, do matrimônio, da dança clássica e de
tudo aquilo que engaiole o vento”; “ela dança o que quer, quando quer
e como quer”.
Atividade 2
Atende ao objetivo 2
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Linguística V
Resposta comentada
Termos relacionados Relação de significação Exemplo
S1 (signo 1) e S2 (signo 2) Relação de contrariedade /liberdade/ e /opressão/
/não opressão/ e /não liberda-
~S2 (não S2) e ~S1 (não S1) Relação de contrariedade
de/
S1 e ~S1 Relação de contradição /liberdade/ e /não liberdade/
S2 e ~S2 Relação de contradição /opressão/ e /não opressão/
S1 e ~S1 Relação de complementaridade /liberdade/ e /não opressão/
S2 e ~S2 Relação de complementaridade /opressão/ e /não liberdade/
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Aula 4 • Leitura e percurso de sentidos
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Linguística V
1. manipulação: nesta fase, “um sujeito age sobre o outro para levá-lo a
querer e/ou dever fazer alguma coisa” (FIORIN, 2011, p. 29). Esse agir
do sujeito não é fixo, e sim dividido em tipos, sendo que os mais comuns
são:
a) tentação: quando ao manipulado é oferecida uma recompensa caso
atenda à proposta do manipulador;
b) intimidação: quando o manipulado é obrigado a fazer algo pelo ma-
nipulador por meio de ameaças;
c) sedução: quando o manipulado tem sua competência qualificada po-
sitivamente pelo manipulador;
d) provocação: quando o manipulado é impelido a fazer algo a partir de
um juízo negativo feito sobre sua competência pelo manipulador.
Como podemos concluir, esses tipos mais comuns representam os
modos pelos quais o manipulador busca levar o manipulado a agir de
uma determinada maneira.
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Sebastian Weigand
Figura 4.12: A fase da performance está presente em muitos contos
de fadas, em que a princesa presa pelo dragão é salva.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Drag%C3%A3o
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Linguística V
Atividade 3
Atende ao objetivo 3
Resposta comentada
a) ( 3 ); b) ( 2 ); c) ( 4 ); d) ( 1 ).
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Linguística V
sua vez, que aquele que outrora fora o tu, ao colocá-la em funciona-
mento, torne-se o eu e aquele que se reconhecia como eu ocupe agora
o lugar do tu.
O processo que acabamos de explicar, a reversibilidade entre o eu e
o tu, tem relação com o funcionamento da categoria de pessoa no dis-
curso, assim como também Benveniste apresenta a categoria de tempo.
Duas categorias fundamentais, de acordo com o autor, que também afir-
ma: “São categorias elementares, independentes de toda determinação
cultural e nas quais vemos a experiência subjetiva dos sujeitos que se
colocam e se situam na e pela linguagem” (BENVENISTE, 1989, p. 68).
O modo pelo qual a língua funciona permite que qualquer momento
que o eu enuncia seja para este um momento novo, porque, segundo
Benveniste, “ele realiza a cada vez a inserção do locutor num momen-
to novo do tempo e numa textura diferente de circunstâncias e de dis-
cursos” (1989, p. 68). A categoria de eu permite também que toda vez
que alguém se assume como eu, esse gesto transforme o eu “em uma
designação única e produza, a cada vez, uma nova pessoa” (BENVE-
NISTE, 1989, p. 69). Trata-se de uma experiência de tamanha impor-
tância, que, de acordo com o autor, não pode faltar em nenhuma língua.
É importante ressaltar, tal como o faz Benveniste, que o pronome, fora
do discurso em seu funcionamento, é uma “forma vazia”, através da qual
recebe sua realidade e substância.
A teoria de Benveniste para a semiótica contribui para a dimensão
sintática, que se volta à análise da constituição, no discurso, da pessoa,
do tempo e do espaço (o eu-aqui-agora).
Para tanto, analisam-se as marcas que são deixadas pelo interlocutor
no texto por meio da debreagem e embreagem. Esses mecanismos fo-
ram estudados com detalhes em Linguística III e você poderá relembrá-
-los a partir de algumas aulas do professor José Fiorin, que estão dispo-
níveis na internet.
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Linguística V
Atividade 4
Atende ao objetivo 3
Resposta comentada
Conforme estudamos, as definições de Fiorin permitem compreender
que uma das principais diferenças entre figura e tema se encontra na-
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quilo a que esses níveis remetem. Enquanto figura remete ao que existe
no mundo natural, sendo, portanto, uma representação, tema não reme-
te a esse mundo, por isso sua natureza é abstrata, conceitual, atuando na
categorização e na ordenação do mundo natural.
Conclusão
Atividade final
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Linguística V
Resposta comentada
a) ( V ).
b) ( F ) Conforme estudamos, a teoria de Greimas é mais uma corrente
teórica da semiótica, que pode ser representada também pela semiótica
anglo-saxã, desenvolvida por Charles S. Peirce, e pela que é filiada ao
pensamento de Bakhtin e ao formalismo russo, designada como Escola
de Semiótica Cultural de Tartu-Moscou, fundada por Iuri Lotman.
c) ( V ).
d) ( F ) O nível que busca depreender a base geradora de sentido de
um texto é o fundamental, que se caracteriza por ser o mais profundo
e abstrato.
e) ( F ) A relação de significação entre S1 e S2 é de contradição.
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Resumo
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