FACULDADE DE DIREITO
LICENCIATURA EM DIREITO
PEMBA
2022
UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
FACULDADE DE DIREITO
LICENCIATURA EM DIREITO
PEMBA
2022
Índice
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 10
No que tange ao tema atenente, para melhor compreensão deste tema iremos abordar os
aspectos relevantes, tais como: intervenção do Estado, a presença do Estado na Economia,
tipologias patentes no Estado Moçambicano, e várias intervenções mencionadas no
decorrer do presente trabalho.
Como material fundamental para o efeito do trabalho, foram usadas obras disponíveis na
biblioteca da Faculdade e como fontes auxiliares, as diferentes plataformas digitais que
também oferecem um vasto conhecimento sobre Tipologia Da Intervenção Do Estado:
Caso De Moçambique. Por outro lado, optou-se pela pesquisa bibliográfica. Do ponto de
vista estrutural, o trabalho apresenta se seguinte estrutura:
Capa, introdução;
Desenvolvimento onde encontrar-se-á abordagens referentes ao tema;
Conclusão onde é abordado o resumo ou a síntese no que se refere do assunto
tratado;
Referência bibliográfica onde está contido as obras usadas na elaboração do
trabalho.
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1 Noções Introdutórias
A intervenção do Estado no domínio econômico, nada mais é do que todo ato ou medida
legal que restrinja, condiciona ou tenha por fim suprimir a iniciativa privada em
determinada área, visando assim, o desenvolvimento nacional e a justiça social,
assegurados os direitos e garantias individuais. Dentre os motivos determinantes para o
surgimento da intervenção estatal na economia, despontam o fracasso do mercado e a
necessidade de recriá-lo com o Estado que assumisse determinadas responsabilidades.
Partindo da ideia de Estado de Direito, pode-se identificar, de acordo com a doutrina, uma
tríplice vertente: liberal, social e pós-social. No Estado Liberal, percebe-se uma
evidenciação do indivíduo. Este tem como característica principal a ideia de que o Estado
deve intervir o mínimo possível nas relações econômicas.
O Estado moderno nasceu absolutista e durante alguns séculos todos os efeitos e virtudes
do monarca absoluto foram confundidos com as qualidades do Estado. Isso explica
porque já no século XVIII o poder público era visto como inimigo da liberdade individual,
e qualquer restrição ao individual em favor do coletivo era tida como ilegítima. Essa foi
a raiz individualista do Estado Liberal. Ao mesmo tempo, a burguesia enriquecida, que já
dispunha do poder econômico, preconizava a intervenção mínima do Estado na vida
social, considerando a liberdade contratual um direito natural do indivíduo (p. 233).
Da crítica das doutrinas igualitárias contra a concepção e a prática liberal do Estado é que
nasceram as exigências de direitos sociais, que transformaram profundamente o sistema
de relações entre o indivíduo e o Estado e a própria organização do Estado, até mesmo
nos regimes que se consideram continuadores, sem alterações bruscas, da tradição liberal
do século XIX, Liberalismo e igualitarismo deitam suas raízes em concepções da
sociedade profundamente diversas: individualista, conflitualista e pluralista, no caso do
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liberalismo; totalizante, harmônica e monista, no caso do igualitarismo. Para o liberal, a
finalidade principal é a expansão da personalidade individual, abstratamente considerada
como um valor em si; para o igualitário, essa finalidade é o desenvolvimento harmonioso
da comunidade. E diversos são também os modos de conceber a natureza e as tarefas do
Estado: limitado e garantista, o Estado liberal; intervencionista e dirigista, o Estado dos
igualitários (p. 42).
Vale ressaltar que a assistência prestada pelo Estado Social, ou Estado do bem-estar, não
é oferecida como caridade, mas sim como um direito político.
Já o Estado considerado pós-social, Lenza (2011), pode-se afirmar que “os institutos
clássicos do direito de propriedade e a autonomia da vontade privada eram suficientes
para regulamentar à atividade econômica, até porque, o capitalismo, primitivo, pregava a
autorregulação, sem qualquer interferência do Estado na economia” (p. 138).
Porém, a partir do século XX, a situação começa a ser repensada, principalmente devido
a frequentes situações de abuso do poder econômico. Assim, ocorreu a
constitucionalização da economia.
Desta forma, o termo intervenção deve ser utilizado quando o Estado regula determinado
mercado, sem atuar ou participar diretamente de atividade econômica de sua titularidade.
Ainda, é possível que o Estado exerça uma intervenção e actuação ao mesmo tempo. É o
que acontece quando atua explorando actividades econômicas resguardadas como
monopólios.
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O autor acima citado reforça que, esta intervenção não se limita à ordenação abstracta de
regras ou instituições jurídicas que orientam, enquadram ou condicionam o desenvolver
da actividade económica – Ordenação económica, nem se traduz apenas nos
comportamentos em que o próprio Estado (ou entidade equiparada) desenvolve uma
actividade económica própria, dispondo de bens raros susceptíveis de aplicações
alternativas para satisfazer necessidades (próprias do aparelho estadual ou da sociedade)
– Estado produtor, intervenção directa.
Sendo assim, o conceito de intervenção define uma função clara e um conjunto coerente
de normas jurídico-económicas, que, no essencial, se caracterizam por operarem uma
delimitação dos poderes do Estado relativamente a comportamentos económicos dos
sujeitos que em princípio seriam livres.
Por isso que, a intervenção do estado define, no fundo, as funções gerais do Estado e o
tipo de sociedade que se pretende construir.
Esta intervenção não implica, contudo, decisões directas sobre a utilização dos bens e
serviços, as quais são deixadas ao critério dos agentes económicos privados, não
implicam uma actuação do Estado como sujeito económico.
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a) Actuação económica dá-se quando o Estado se assume como agente económico,
neste caso o Estado dispõe de bens económicos, afectando-os a necessidades sociais que
pretende ver satisfeitas.
Contudo, importa referir que o Estado, por essência, não devia produzir bens e serviços
transaccionáveis porque tem uma função essencialmente executiva, legislativa e judicial
e, portanto, todos os seus órgãos estão dependentes destas funções estatais no serviço da
administração pública.
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2.2 Intervenção Indirecta
Para ISCED (2016), “quando o Estado não é ele próprio sujeito económico, mas limita-
se a condicionar, a partir de fora, a actividade económica privada, sem assumir o papel
de sujeito económico activo – trata-se da “regulação” (p. 69). A intervenção indirecta do
Estado efectua-se a 3 níveis, designadamente: Política económica, Fomento económico e
Investimento.
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3.1 Intervencionismo
Existe quando o Estado formula objectivos globais e pretende propô-los, ou até impô-los,
aos sujeitos económicos. Dirige assim a sua actividade (em vez de se limitar a corrigi-la),
embora com respeito pelos princípios essenciais da liberdade económica e pelo mercado
como instrumento regulador.
3.3 Planificação
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3.4 Intervenção imediata e intervenção mediata:
Estas intervenções são as tradicionais e ainda maioritárias. No entanto, cada vez mais se
acentua a tendência para o Estado intervir ao abrigo de formas convencionais e contratuais
do exercício da autoridade.
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Trata-se de uma intervenção baseada numa relação jurídica contratual com tendência
para, em conjunto, o Estado e agentes económicos realizarem uma acção concertada no
campo económico. (ex.: a oferta por parte do Estado de reduções fiscais às empresas em
troca de um aumento de investimento, o que é completamente diferente, em termos de
efeitos esperados, da medida unilateral de reduções fiscais).
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CONCLUSÃO
Finda a realização do trabalho foi possível concluir o seguinte:
Importa salientar que, a intervenção direta da actividade econômica pelo Estado, quanto
o Estado agindo como agente normativo e regulador da atividade econômica. Com isso,
pode estatal pode ser um agente econômico ou um agente disciplinador da economia. Na
intervenção indirecta, o Estado tem função de agente normativo e regulador da atividade
econômica, exercendo, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e
planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor
privado.
O Estado passou a intervir em prol da justiça social por meio de uma distribuição justa de
renda e, finalmente, atuar no setor econômico como empresário. Contudo, tal atuação
acontece apenas dentro das limitadas hipóteses constitucional. De tal modo, o Estado só
atua como empresário nas situações em que há interesse coletivo relevante ou pela
manutenção da soberania nacional.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bobbio, N. (2000). Igualdade e liberdade. (4ª. Ed). Rio de Janeiro: Ediouro, 2000.
Dallari, D, A. (1991). Elementos de teoria geral do Estado. (16ª. Ed). São Paulo: Saraiva.
Lenza, P. (2011). Direito Constitucional Esquematizado. (15ª. Ed). São Paulo: Saraiva.
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