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Introdução..........................................................................................................................2
Apresentação e fundamentação das feridas narcísicas a ética profissional.......................3
Conclusão........................................................................................................................11
Bibliografia......................................................................................................................12
Introdução
O presente trabalho de cadeira de Ética Profissional com o tema “Apresentação e
fundamentação das feridas Narcísicas a ética profissional”, tem como foco principal
trazer os fundamentos que norteiam o narcismo, e as feridas que enfermam a ética
profissional. Neste âmbito, o trabalho aborda desde aos conceitos do narcísmo duma
forma particular e detalha as feridas duma forma geral.
Objectivo geral:
Objectivos específicos:
Identificar as feridas narcísicas a ética profissional;
Conceituar o narcismo na ética profissional;
Mencionar as feridas narcísicas a ética profissional.
Metodologia
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Apresentação e fundamentação das feridas narcísicas a ética profissional
Freud não enxergava o narcisismo como uma simples expressão de perversão. No ano
de 1909, em uma reunião da Sociedade Psicanalítica de Viena, Freud declarou que “o
narcisismo era uma fase intermediária necessária entre o auto - erotismo e o amor
objectal” (STRACHEY, 1974, p.85).
Nesta primeira formulação de narcisismo, Freud, portanto, trabalha com a ideia de que o
narcisismo é um estágio evolutivo necessário situado entre o estágio do auto erotismo e
o estágio de amor objectal.
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Em Freud, o narcisismo primário é um estado primitivo a objectal, ou seja, que não
possui relações com objectos. Alguns psicanalistas discordam dessa abordagem por
entenderem que existem no bebé desde o princípio relações de objecto.
Para Melanie Klein, por exemplo, não é possível falar de fase narcísica - já que desde o
princípio se instituem relações objectais - mas apenas de estados narcísicos definidos
por um retorno da libido a objectos interiorizados. Já para Jacques Lacan, o ego se
define por uma identificação com a imagem de outrem (“fase do espelho”) e o
narcisismo, inclusive o primário, não é um estado do qual estaria ausente toda e
qualquer relação intersubjectiva (LAPLANCHE; PONTALIS, 2001, p. 288; 291).
Para Jeremy Holmes, as ideias psicanalíticas relativas ao narcisismo distribuem-se por
três rubricas diferentes: narcisismo libidinal, narcisismo destrutivo e narcisismo
saudável.
O transtorno de personalidade narcisista é, por sua vez, definido pelo manual como
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[...] um padrão difuso de grandiosidade (em fantasia ou comportamento),
necessidade de admiração e falta de empatia que surge no início da vida
adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou
mais) dos seguintes:
1. Tem uma sensação grandiosa da própria importância (p. ex., exagera conquistas e
talentos, espera ser reconhecido como superior sem que tenha as conquistas
correspondentes).
2. É preocupado com fantasias de sucesso ilimitado, poder, brilho, beleza ou amor ideal.
3. Acredita ser “especial” e único e que pode ser somente compreendido por, ou
associado a, outras pessoas (ou instituições) especiais ou com condição elevada.
4. Demanda admiração excessiva.
5. Apresenta um sentimento de possuir direitos (i.e., expectativas irracionais de
tratamento especialmente favorável ou que estejam automaticamente de acordo com as
próprias expectativas).
6. É explorador em relações interpessoais (i.e., tira vantagem de outros para atingir os
próprios fins).
7. Carece de empatia: reluta em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos e as
necessidades dos outros.
8. É frequentemente invejoso em relação aos outros ou acredita que os outros o invejam.
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mal-adaptativos, persistentes e causarem prejuízo funcional ou sofrimento subjectivos
importantes (2014, p. 672).
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destrutivos é, frequentemente, uma reacção (uma tentativa de esconder) a sua
frágil auto-estima. Quando estão em uma situação de stress que ameaça ou
diminui sua frágil auto-estima, esses gestores podem
ter sérias reacções, como cair em depressão e se enfurecer. Enquanto os
narcisistas saudáveis apresentam uma sólida auto-estima que os leva a se
preocuparem com os direitos e o bem-estar do próximo, os gestores narcisistas
destrutivos não respeitam os direitos alheios e são, na maioria das vezes,
arrogantes, menosprezando e explorando as outras pessoas. Por fim, um
narcisista saudável pode até apreciar poder, riqueza e admiração, entretanto, não
é obcecado por isso, como os gestores narcisistas destrutivos.
De Vries e Miller, da mesma forma, entendem que a liderança pode ser patologicamente
destrutiva ou muito inspiradora. Para eles o que diferencia os estilos de liderança é
justamente a origem e o grau de narcisismo do líder. Eles estabelecem três tipos
diferentes de narcisismo: reactivo, auto-ilusórioe construtivo (1990, p. 7 e 8).
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os pais impõem suas esperanças irrealistas a seus filhos, eles engendram ilusões. Eles
enganam seus filhos quanto às suas reais capacidades.
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Especificamente no campo de estudos sobre assédio moral, Hirigoyen trabalha com a
categoria do narcisismo e afirma que o perfil do assediador nos casos de assédio pode
ser descrito como o de um perverso narcisista. A autora utiliza o termo perverso
relacionando-o à perversidade, e não à perversão sexual. Segundo ela, “a perversidade
caracterizaria o carácter e o comportamento de alguns indivíduos que dão provas de
uma crueldade ou malignidade específica” (2012, p. 141).
Downs realiza uma análise que considera não apenas o narcisismo em uma perspectiva
individual do gestor, mas também em uma perspectiva geral da organização. Isto
significa que o autor compreende que existem “organizações narcisistas”. Ele é
categórico ao afirmar que o narcisismo, como uma expressão corporativa, se inicia
como uma experiência individual.
Quando gestores narcisistas ganham espaço nas organizações, eles espalham sua forma
de trabalho e podem chegar a dominar a cultura corporativa, forçando todos a jogarem
segundo suas regras (1997, p. 7). Este tipo de raciocínio efectuado por Downs é
especialmente interessante porque fornece mais um ângulo de análise acerca do
fenómeno do assédio moral organizacional.
Como visto, o assédio moral organizacional é o assédio que por meio de práticas
institucionalizadas na empresa é dirigido a vários trabalhadores, tendo geralmente como
propósito principal o fomento de lucros e de produtividade. Suas práticas são
geralmente relacionadas às exigências da forma de se organizar a produção, ou seja,
seria uma resposta ao contexto de especialização flexível em que vivemos. Entretanto,
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quando Downs coloca que o narcisismo em nível individual de gestores pode
contaminar a organização em razão da generalização de práticas laborais conduzidas por
estes gestores, ele nos permite evidenciar um importante aspecto do assédio moral
organizacional: apesar de o assédio moral organizacional ser apresentado como um
assédio “despersonalizado”, não intencional, relacionado à especialização flexível e
suas exigências, ele na verdade pode também se relacionar a um factor pessoal, ou seja,
pode se apresentar como resultado da forma de gestor(es) narcisista(s) trabalhar(em).
Destaca-se assim, mais uma vez, a importância de se apreciar o assédio moral -
inclusive o organizacional que geralmente é tido como um assédio mais objectivo – em
uma perspectiva que a todo o momento dialoga com o individual e o social, na tentativa
de se captar de forma mais precisa o fenómeno assediante.
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Conclusão
Depois de uma complexa pesquisa sobre as feridas narcísicas a ética profissional pode-
se resumir o seguinte, o narcisismo é o amor exacerbado por si mesmo. O termo se
inspira no mito de Narciso, que se apaixona por sua própria imagem reflectida na água e
se afoga. O amor por si mesmo é um aspecto importante do ego. Sem um ego
suficientemente fortalecido, não haveria auto-estima e não distinguiríamos nossa psique
em relação ao restante da natureza.
Downs realizou uma análise que considera não apenas o narcisismo em uma perspectiva
individual do gestor, mas também em uma perspectiva geral da organização. Isto
significa que o autor compreende que existem “organizações narcisistas”. Ele é
categórico ao afirmar que o narcisismo, como uma expressão corporativa, se inicia
como uma experiência individual.
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Bibliografia
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