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Comitê UNODA - República Federal da Alemanha

A Alemanha fica situada na região central da Europa e é um dos países mais


importantes do continente. Sua capital é Berlim desde 1991, quando ocorreu a reunificação do
país e a sede governamental foi transferida de Bonn para Berlim. O governo é uma república
multipartidária e com duas casas legislativas na qual o chefe de estado é o Presidente e o
chefe de governo é o Chanceler. A sua economia é a maior da Europa, exportando
principalmente metais e veículos motorizados, com um PIB (Produto Interno Bruto) de 3,89
trilhões de dólares em 2019. Em aspectos sociais, os alemães possuem uma alta qualidade de
vida, com um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,947 em 2019 e com uma alta
renda per capita e expectativa de vida. O país é membro da Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN) e da União Europeia (UE), onde participa significativamente
tomando decisões importantes e fazendo exercícios militares frequentes.

Após a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi dividida em quatro territórios entre
os países vencedores da guerra, os Estados Unidos, a União Soviética, a França e o Reino
Unido, que posteriormente, devido á polarização do mundo, resultou na formação da
Alemanha Oriental e da Alemanha Ocidental. Nos anos em que o país estava dividido, os
alemães ocidentais capitalistas e orientais socialistas, graças ao forte empenho e ajuda
financeira externa, conseguiram se recuperar das perdas excessivas sofridas na Segunda
Guerra Mundial. Com a divisão da Alemanha, a capital ocidental foi transferida de Berlim
para Bonn provisoriamente. Através de recursos norte-americanos, a economia da Alemanha
ascendia expressivamente, tanto que o PIB do lado ocidental alcançou o de países como
Inglaterra e França. Em 1955, o lado ocidental aderiu à OTAN (Organização do Tratado do
Atlântico Norte) e o lado oriental ao Pacto de Varsóvia. Em 1958, a Alemanha Ocidental
entrou na União Europeia (UE).
Os alemães ocidentais possuíam um padrão de consumo muito além do padrão
oriental, fazendo com que milhares de alemães evadissem a Alemanha Oriental e se
deslocassem para a Alemanha Ocidental. Em 1961, o governo oriental construiu o Muro de
Berlim, que separava Berlim Ocidental da parte oriental, impedindo a circulação de pessoas.
Esse foi o principal marco da Guerra Fria e da separação do mundo entre as duas ideologias
contrárias, o capitalismo e o socialismo. A parte ocidental contou com o favorecimento da
forma democrática de governo, ou seja, os cidadãos escolhiam seus governantes e podiam
manifestar livremente suas opiniões, sem medo de possíveis retaliações.

No dia 10 de novembro de 1989, o muro caiu com a ajuda do povo alemão. Assim, os
governantes, tanto da Alemanha Ocidental quanto da Oriental, começaram o processo de
reunificação da Nação. Em 1990, foi assinado na Alemanha Oriental um tratado de fusão
econômica com a Alemanha Ocidental passando a usar uma moeda única. Em setembro do
mesmo ano, foi assinado o Tratado Final que incorporava totalmente a Alemanha Oriental
pela Alemanha Ocidental, sendo aprovado pelas quatro grandes potências vencedoras da
Segunda Guerra Mundial.

A Alemanha possui um arsenal de 10 a 20 ogivas nucleares não estratégicas dos EUA


na Base Aérea de Büchel. Cerca de 130 armas nucleares dos EUA na Base Aérea de Ramstein
foram removidas entre 2001 e 2005. A Administração Nacional de Segurança Nuclear dos
EUA (NNSA) está atualmente modernizando as ogivas não estratégicas implantadas na
Europa. Na Cimeira de Bruxelas de 2018, a OTAN reafirmou que o propósito fundamental
das forças nucleares da OTAN é a dissuasão e que, enquanto existirem armas nucleares, a
OTAN continuará a ser uma aliança nuclear. A Alemanha é membro da Iniciativa de Não-
Proliferação e Desarmamento (NPDI), um grupo de estados com armas não nucleares
dedicado ao desarmamento, não-proliferação e atividades nucleares pacíficas, conforme
descrito no TNP e na Conferência de Revisão do TNP de 2010. A Alemanha, como país da
OTAN que hospeda armas nucleares dos EUA, não apoia o Tratado sobre a Proibição de
Armas Nucleares (TPNW).

A política de desarmamento e controle de armas ajuda a promover a segurança


cooperativa entre os Estados e gera transparência, portanto cria maior confiança e
previsibilidade da situação no longo prazo. O governo alemão o vê como um elemento crucial
da política externa e de segurança voltada para o futuro. No caminho para esse objetivo, o
Tratado de Não-Proliferação Nuclear fornece a principal estrutura diplomática para a ação e a
base para a arquitetura global de desarmamento e não-proliferação nuclear. A conferência de
revisão prevista para 2020 teve de ser adiada para o verão de 2021 devido à pandemia do
COVID-19. O governo alemão e seus aliados estão usando o tempo adicional para uma
preparação intensiva e diplomática que devem ajudar a garantir o sucesso da conferência.

A Alemanha tem votado consistentemente contra uma resolução anual da Assembleia


Geral da ONU desde 2018 que saúda a adoção do Tratado sobre a Proibição de Armas
Nucleares (TPNW) e pede a todos os estados que o assinem, ratifiquem ou acedam “o mais
cedo possível”. A Alemanha apoia a retenção e o uso potencial de armas nucleares em seu
nome, conforme indicado por seu endosso de várias declarações de aliança da Organização do
Tratado do Atlântico Norte (OTAN), da qual é membro.

A Alemanha está totalmente comprometida com o objetivo de um mundo sem armas


nucleares, bem como segurança inalterada para todos nos níveis mais baixos possíveis de
armamentos. Estamos convencidos de que o desarmamento nuclear contribui essencialmente
para a nossa segurança e pode ser alcançado com base de uma abordagem pragmática por
etapas, que deve ter em conta as ambiente de segurança e envolve tanto os Estados com
Armas Nucleares (NWS) e Estados de Armas Não-Nucleares (NNWS). A Alemanha está
apoiando ativamente e consistentemente vários esforços para o desarmamento nuclear e a não
proliferação dos mesmos.

O Governo Federal tem seguido consistentemente e pacientemente uma abordagem


pragmática e gradual para criar as condições e um ambiente de política de segurança
adequado para um mundo livre de armas nucleares e, por enquanto, reduzir o papel das armas
nucleares. A Alemanha está também envolvida num estreito diálogo com os Estados
detentores de armas nucleares para atingir esse objetivo. A Alemanha saudada como um
importante passo a oferta feita pelo presidente Obama em Berlim em 2013 para implementar
uma nova rodada de desarmamento nuclear. No entanto, só será possível iniciar negociações
se a Rússia assumir esta oferta e, dado o atual ambiente político difícil, é improvável um
progresso rápido. No entanto, o desarmamento nuclear continua a ser imperativo, sobretudo
para reforçar a Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.

A Alemanha está trabalhando com seus parceiros na UE e a Iniciativa de Não-


Proliferação e Desarmamento (NPDI) para fortalecer o tratado. As tragédias de Hiroshima e
Nagasaki nunca devem se repetir, por isso que a Alemanha participou ativamente nas três
conferências sobre o impacto humanitário das detonações de armas nucleares realizada em
Oslo, Nayarit e Viena em 2013 e 2014. O NPDI e o FMCT são apenas uma parte do
compromisso da Alemanha em promover o desarmamento nuclear. Outros elementos da
abordagem passo a passo do Governo Federal para o desarmamento nuclear são: seu trabalho
sobre garantias de segurança negativas no contexto do Tratado de Não-Proliferação, bem
como os esforços de longo prazo para fortalecer e continuar a ratificar o “Tratado de
Proibição Completa de Testes Nucleares” (CTBT) como membro do “Grupo de Amigos” do
CTBT.

A Alemanha está envolvida nos esforços para implementar um sistema de verificação


robusto e confiável como elemento essencial do futuro desarmamento nuclear no âmbito da
“Parceria Internacional para Verificação do Desarmamento Nuclear” (IPNDV). Foi pensando
nisso que o governo organizou uma reunião do IPNDV em Berlim pela primeira vez em
março de 2017. Do ponto de vista alemão, a verificação é a chave do desarmamento nuclear.
Essa é a razão por que a Alemanha, que hospeda armas nucleares dos EUA em seu território,
votou contra o Tratado da ONU sobre a Proibição de Armas Nucleares iniciada pela
Campanha Internacional para Abolir Armas Nucleares (ICAN). Enquanto um regime
confiável de verificação do desarmamento nuclear não for em vigor, as armas nucleares dos
EUA são, na visão do atual Governo Federal, essenciais para segurança da Alemanha.
Referências bibliográficas:
 https://www.bundesregierung.de/breg-en/news/annual-disarmament-report-
2020-1893916
 https://www.icanw.org/germany#:~:text=National%20position&text=Germany
%20supports%20the%20retention%20and,which%20it%20is%20a
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 https://www.bundestag.de/resource/blob/557668/
d9de6462b82653652b18fbb914834e82/wd-2-044-18-pdf-data.pdf
 https://genf.diplo.de/blob/2078478/a368e1634352eb96ba387ade14ec412a/
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 https://www.britannica.com/place/Germany
 https://www.preparaenem.com/geografia/alemanha.htm
 https://countryeconomy.com/hdi/germany
 https://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.MKTP.CD?locations=DE

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