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Educação e Arte

Arte e educação em ambientes


não formais

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Por muito tempo a arte vem ganhando espaço como vetor de inclusão social, cultural e histórica. Embora os professores de
arte ainda participem de uma eterna busca por valorização da área nos diferentes níveis de educação formal,
é na educação
não formal que muitos projetos ganham destaque. Assim, nesta webaula, falaremos sobre a arte e educação em ambientes
não formais.

Categorias do conhecimento sensível em diferentes espaços

Kant (1991) definiu como categorias do conhecimento sensível a percepção, a intuição, a imaginação, a emoção e a
sensibilidade. Ele compreendia uma interação entre as categorias que via como elementos distintos e acreditava que
essas
categorias correspondiam a uma maneira particular de ver o mundo. Na área de arte, Fayga Ostrower desenvolveu estudos
referentes a isso, pois acreditava que o conhecimento sensível é essencial ao desenvolvimento humano.

O processo de criação em arte, como uma conquista de maturidade, perpassa as categorias do conhecimento sensível e é
necessário articular e oportunizar momentos de fruição da arte em que a criança possa desenvolver sua capacidade
de
intuição e percepção de mundo, compreendendo o contexto em que está inserida. A seguir, conheças essas categorias.

Percepção 

É um elemento sutil, dificilmente reconhecido de imediato. Perceber é apreender o mundo externo; é ir ao encontro do
que, no íntimo, se quer perceber; “está fundamentada no que o professor é capaz de sentir e compreender
sobre si
mesmo, sobre os alunos e sobre a vida” (PILLOTTO, 2007, p. 119).

Intuição 

Tem capacidade de construir ideais por meio das informações internalizadas pelos indivíduos.

Emoção 

Serve como um sistema primário de aviso. Ela é significativa, fica armazenada no banco de memória emocional e é parte
da racionalidade (GARDNER, 1999, p. 89).

Imaginação 

É um pensar específico sobre um fazer concreto. Nasce do interesse e do entusiasmo.

Criação 

Inicia-se em um processo de pura sensibilidade, em que a mobilização interior leva a pessoa a criar mergulhada no
próprio inconsciente. Consciente e inconsciente complementam-se na total entrega de si em busca do
desenvolvimento
da própria personalidade; em busca de uma construção de olhar para o mundo e para a própria existência.
Compreender as categorias do conhecimento sensível e articulá-las ao ensino da arte e pela arte, possibilita uma visão
completa de ser humano, em que as possibilidades não se esgotam e tanto a criação como a imaginação perpassam pela
compreensão que se tem de si e do mundo.
Está muito além do que muitos acreditam saber sobre o ensino da arte nas
escolas, pois envolve a essência da sensibilidade humana, envolve razão e emoção, aprendizagem e uma constante busca de
conhecimento.

Educação não formal


Embora não tenha uma legislação educacional específica, a educação não formal é organizada de acordo com os projetos
culturais e as políticas institucionais próprias. É possível que ela aconteça em ambientes públicos ou privados
e, por conta
disso, não segue uma diretriz específica.

No Brasil, a educação não formal começou a ganhar maior espaço a partir de 1990, com as mudanças políticas e econômicas.
Os espaços como museus, galerias, ONGs e institutos especializados começaram a desenvolver projetos mediados
por
profissionais ligados à arte, à história e à cultura.

Profissionais atuantes
A Resolução CNE/CP nº 01/2006 (BRASIL, 2006), que define a formação dos profissionais da área da pedagogia, revela a
possibilidade de “planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos e experiências educativas
não-escolares; na produção e difusão do conhecimento científico tecnológico do campo educacional, em contextos escolares
e não escolares” (BRASIL, 2006). Ou seja, além dos profissionais de áreas específicas, os egressos dos
cursos de pedagogia
também podem atuar como mediadores pedagógicos na educação não formal.

A seguir, veja alguns dos espaços em que a educação não formal pode acontecer.

Museus 

Vários museus desenvolvem projetos educativos que envolvem visitas guiadas, monitorias e trabalhos pedagógicos
oferecidos a grupos de alunos que visitam as exposições. O papel dos profissionais que atuam nesses
projetos implica
em estudo e pesquisa acerca das obras e artistas, bem como dos processos de leitura de imagem e proposições
artísticas. Normalmente as atividades em museus envolvem os processos de curadoria
e monitoria:

Curadoria: de acordo com a Fundação Nacional de Artes (FUNARTE, 2012, p. 119) envolve, primeiramente, o ato de
cuidar e curar, contudo, a função de conservar e preservar as obras de arte precede
tal conceito, que data meados do
século XX. Posteriormente, esse conceito foi ampliado e a curadoria ganhou relevância para a concepção e organização
das exposições, que, hoje, são organizadas e assinadas por
curadores.

Monitoria: o monitor é a pessoa que vai receber o público, portanto, é necessário compreender que ele é o
intermediário entre o público e o museu, ele é o anfitrião e o porta-voz do museu (COSTA,
2006).

ONGs 

As ONGS oferecem espaços para que os pedagogos possam atuar com oficinas de arte através de atividades que
explorem a expressão, comunicação e conhecimento cultural. As propostas educativas realizadas por esses
profissionais abrange as diferentes linguagem e manisfestações artísticas para todas as faixas etárias. Essas atividades
permeiam oficinas de desenho, pintura, escultura, teatro, dança, canto, música entre
outras linguagens que possam ser
desenvolvidas. Uma pesquisa sobre o ensino da arte em ONGs foi desenvolvida e constatou-se que nesses espaços a
arte tem papel fundamental de transformação e inclusão social.
Arte e educação hospitalar

A educação hospitalar está classificada como escola de atendimento especial, uma vez que o “hospital” se torna um espaço
de aprender. A arte nesse contexto tem papel fundamental, uma vez que trabalha com a sensibilidade, com a
criatividade e
com a expressão. Como o hospital passou a ter, também, caráter educacional, o papel do pedagogo é fundamental para a
elaboração de propostas que unem o sensível, por meio da arte, e o aprender, por meio das experiências
pedagógicas.

Contação de histórias

Algumas propostas envolvem a contação de histórias e é possível encontrar projetos nessa área em vários locais do país. O
olhar pedagógico para a contação de histórias é fundamental e inicia-se no momento da escolha da história
e do livro que
será apresentado para as crianças. Muito se tem discutido sobre a qualidade de textos e ilustrações da literatura infantil. É
necessário compreender os fatores que atribuem boa ou má qualidade a uma literatura. Cabe ao pedagogo avaliar a
ilustração e
o texto, a fim de garantir uma contação de histórias de qualidade, pois, assim como devemos questionar a
qualidade das imagens, obras de arte e música apresentadas às crianças, também devemos analisar a qualidade dos livros.

Arte para privados de liberdade


Os projetos de Arte no sistema prisional vêm ganhando espaço e tem carater transformador, por envolver a sensibilidade, a
expressão e a criatividade. Estamos em um momento histórico em que a educação e arte, como “direito de todos”,
nunca foi
tão discutida.

Vários projetos que envolvem a alfabetização, a escolarização, o trabalho com competências socioemocionais e os trabalhos
com a arte estão em desenvolvimento ou em fase de implementação junto aos privados de liberdade. O papel
do pedagogo
converge com a necessidade de discussão dos processos de ensino e aprendizagem também nesses ambientes.

O papel do pedagogo frente aos trabalhos com a arte, em diferentes espaços, não deve compreender a arte como
possibilidade terapêutica, uma vez que envolve uma área de conhecimento com aspectos muito mais amplos. Toda
linguagem
deve ser contextualizada, propiciando momentos de fruição, compreensão da história da arte e criação.

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